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DIREITO DAS SUCESSÕES – PROF. IDIENE A. VITOR PROENÇA PÁDUA – 1º SEMESTRE 2016 - idienevitoradv@hotmail.com TEMA 1 : INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS SUCESSÕES: CONCEITO, FUNDAMENTO, CONTEÚDO, ACEPÇÃO JURÍDICA. HISTÓRIA E CONTROVERSIAS. DA SUCESSÃO EM GERAL: LEGÍTIMA E TESTAMENTÁRIA. LIBERDADE DE TESTAR. TRANSMISSÃO DA HERANÇA. I.CONCEITO: Direito das sucessões é o complexo de normas e princípios que disciplinam a transmissão do patrimônio de alguém que morreu a seus sucessores. - Autor da herança: “de cujus” - persona de cujus sucessione (ou hereditatis) agitur = aquele de cuja sucessão ou herança se trata. Não recebe flexão de gênero! - patrimônio: transmitem-se relações patrimoniais (as personalíssimas se extinguem. Exceção: direito autoral – regras próprias – 70 anos após cai em domínio público). NATUREZA JURÍDICA DA HERANÇA: art. 80 do CC. II. FUNDAMENTO: a propriedade, conjugada ou não com o direito de família. Tem importante função social, tanto que é garantido CONSTITUCIONALMENTE: art. 5º, XXX, CF. III. CONTEÚDO: I – da sucessão em geral; II – da sucessão legítima; (obs: cultura brasileira) III – da sucessão testamentária; IV – do inventário e da partilha. obs: fusão do sistema germânico (legítima) e romana (testamentária). IV. ACEPÇÃO JURÍDICA DA PALAVRA SUCESSÃO: Etimologia: latim sucedere (uns depois dos outros). a)- SENTIDO AMPLO – aplica-se a todos os modos derivados de aquisição do domínio, indicando o modo como alguém sucede ao outro, em todo ou em parte de seus direitos e deveres. Trata-se da transmissão inter vivos (D. das obrigações). b)- SENTIDO RESTRITO –transmissão causa mortis. V. HISTÓRIA – breves noções. - da propriedade do grupo para a individual. - aspectos religiosos – privilégio da primogenitura. - Porque acumulamos mais do que necessitamos? VI. CONTROVÉRSIAS Contra - Direito socialista: não permite a propriedade privada dos meios de produção, somente a dos bens de consumo e uso pessoal e a transmissão somente destes. – Incentiva a desigualdade entre as pessoas; - Estimula o ócio e desestimula o trabalho; - Reduz a mão de obra nacional. A favor (pensadores ocidentais): - o progresso pessoal reflete no progresso da sociedade; - Garantir direito de herança estimula o trabalho produtivo e a poupança. VII. DA SUCESSÃO EM GERAL: LEGÍTIMA E TESTAMETÁRIA 1.Sucessão TESTAMENTÁRIA: Conceito: é a decorrente de testamento válido. 2 - Sucessão LEGÍTIMA ou “AB INTESTATO” - 1829 Conceito: é a resultante de lei, nos casos de ausência, nulidade, anulabilidade, caducidade ou rompimento do testamento, passando o patrimônio do falecido às pessoas indicadas pela lei, obedecendo-se à ordem de vocação hereditária. Obs: 2.1. simultaneidade das duas espécies de sucessão (legítima e testamentária) – 1788, 2ª parte, 1819. 2.2. proibição de pacto sucessório (426 CC). MATUTINO...................................... obs- É permitida – PARTILHA EM VIDA (2.018): doação de ascendentes para descendentes (somente para bens existentes/atuais). E os posteriores? 3 - RESTRIÇÕES POSSÍVEIS NA LEGÍTIMA DOS HERDEIROS NECESSÁRIOS: 1848 Requisito: JUSTA CAUSA. - cláusula de INALIENABILIDADE: CONCEITO: é um meio de vincular, absoluta ou relativamente, vitalícia ou temporariamente, os próprios bens em relação a terceiro beneficiário, que não poderá dispor deles, gratuita ou onerosamente, recebendo-os para usá-los e gozá-los - cláusula de INCOMUNICABILIDADE – no casamento. A cláusula de inalienabilidade inclui a incomunicabilidade e impenhorabilidade. - cláusula de IMPENHORABILIDADE. Obs: - podem ser os bens clausulados desapropriados? – Podem ser alienados os bens gravados? – só onerosamente - com AUTORIZAÇÃO DO JUIZ – com justo motivo - e a restrição continua. Resumindo: TEMOS DUAS ESPÉCIES DE SUCESSÃO NO ATUAL ORDENAMENTO JURÍDICO: LEGÍTIMA – decorrente da O.V.H. TESTAMENTÁRIA – decorrente de testamento. As duas podem coexistir. TEMOS DUAS ESPÉCIES DE HERDEIROS NO ATUAL ORDENAMENTO JURÍDICO: LEGÍTIMO: Contemplado na ordem de vocação hereditária. Pode ser necessário ou facultativo. TESTAMENTÁRIO: Contemplado em testamento. VIII- SUCESSÃO A TÍTULO UNIVERSAL E A TÍTULO SINGULAR 1. SUCESSÃO A TÍTULO UNIVERSAL: - quando houver transferência da totalidade ou de parte indeterminada da herança, tanto do seu ativo como no passivo, para o herdeiro do de cujus, que ocupa, abstratamente, na posição do falecido. Ex: João falece, deixa 1 casa, um carro, algumas dívidas e três filhos. 2. SUCESSÃO A TÍTULO SINGULAR: - quando o testador transfere ao beneficiário apenas objetos certos e determinados. Nessa espécie, é o LEGATÁRIO que sucede ao de cujus subrogando-se concretamente na titularidade jurídica de determinada relação de direito, sem representar o morto, pois não responde pelas dívidas e encargos da herança (em regra). Resumindo: HÁ DUAS ESPÉCIES DE SUCESSORES: Aqueles que são chamados para continuar as relações jurídicas do falecido. a título universal: herdeiro que concorre no todo; a título singular: legatário, que recebe bem certo e determinado. IX . LIBERDADE DE TESTAR: -1846/1848 CC 1 Limite: - metade ou porção disponível (se for casado, observar o regime e possível meação). (bens comuns - bens particulares) - a outra é a “legítima”ou reserva legitimaria . 2 - somente mediante motivos extremamente graves pode o herdeiro necessário ser excluído da sucessão - 1814 e 1961 – depende de processo e prova; 3 - O testador não pode impor a conversão dos bens da legítima em outras espécies; 4 - simultaneidade da condição de herdeiro legítimo e testamentário – regras quanto as clausulas restritivas. X . TRANSMISSÃO DA HERANÇA - ABERTURA DA SUCESSÃO 1 MOMENTO E PRESSUPOSTOS: A) a sucessão só se abre no momento da morte comprovada do de cujus - prova. - Exceções: A.1. morte presumida (art. 7º do CC) – Ex: acidente avião, naufrágio, incêndio, terremoto, soterramento, inundação; A.2. ausente (art. 22 do CC). B) para suceder é necessário que o herdeiro sobreviva ao de cujus – PÓS-MORTO. COMORIÊNCIA- art. 8º: presunção de simultaneidade de óbitos: - casos: desastres diversos, como queda de avião, incêndio, naufrágio, inundação, terremoto, etc. - espécie de presunção> juris tantum ex: naufrágio envolvendo pai idoso que não sabe nadar e filho jovem que é exímio nadador. - aplicabilidade e consequência do reconhecimento da comoriência: quando não se consegue concluir quem morreu primeiro não haverá transmissão de direitos hereditários entre os comorientes - ex: marido e mulher casados no regime da separação convencional que falecem em queda de avião sem descendentes e sem ascendentes. Patrimônio do marido: R$ 900.000,00 e da mulher R$ 100.000,00. se marido morreu primeiro: a mulher herda os bens dele os transmite aos seus próprios colaterais. na comoriência: o marido não transmite direitos para sua mulher: a parte do marido (900.000,00) vai para seus colaterais, como se ele não tivesse mulher para herdar; a mulher não transmite direitos para o marido: a parte da mulher (100.000,00) vai para seus colaterais, como se ela não tivesse marido para herdar. C) a transmissão da herança requer apuração da capacidade sucessória – 1787c/c 2041 - conforme a lei que estiver em vigor ao tempo da abertura da sucessão: Ex: esposa herdeira necessária a partir do NCC; Concubina do testador casado; Testemunhas testamentárias; 2 TRANSMISSÃO DA HERANÇA - art. 1784 – A POSSE E “DROIT DE SAISINE”: mutação subjetiva do sujeito de direitos. - restrito aos HERDEIROS, tanto legítimos como testamentários; - transmissão automática do domínio e da posse (indireta), podendo o HERDEIRO entrar com ações possessórias paradefesa; - defesa da herança – por um, alguns ou todos os HERDEIROS. 1
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