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Afasia: Tipos, Etiologias e Manifestações

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AFASIAS 
INTRODUÇÃO 
Desenvolvimento da linguagem 
Baseado no conhecimento adquirido em relação a objetos, ações, locais, propriedades. 
Envolvimento de 4 Sistemas Interdependentes: 
1. Pragmático 
2. Fonológico 
3. Semântico 
4. Gramatica 
 
 
 
No desenvolvimento da linguagem, duas fases distintas podem ser reconhecidas: a pré-linguística, em que 
são vocalizados apenas fonemas (sem palavras) e a fase linguística, quando a criança começa a falar 
palavras isoladas com compreensão. Posteriormente, a criança progride na escalada de complexidade da 
expressão. Este processo é contínuo e ocorre de forma ordenada e sequencial, com sobreposição 
considerável entre as diferentes etapas deste desenvolvimento. 
 
Organização neuroatômica da linguagem 
 A organização da linguagem se distribui em torno de dois polos: 
1. Polo receptivo → compreende a mensagem 
2. Polo expressivo → expressa a mensagem 
 
 As alterações do polo relacionado a expressão da linguagem, estão vinculadas a Broca e à afasia que 
leva o seu nome. 
 
Processamento linguístico → três sistemas 
1. Sistema de implementação da linguagem: 
áreas de linguagem de Wernicke e Broca, áreas 
seletas do córtex insular e dos núcleos da base. 
Analisa os sinais auditivos aferentes de forma 
a ativar o conhecimento conceitual e também 
assegurar a construção fônica e gramatical, 
bem como o controle articulatório. 
2. Sistema mediador: construído por diversas 
regiões no córtex de associação temporal, 
parietal e frontal. Circunda o sistema de 
implementação da linguagem agindo como 
intermediário entre o sistema anterior e o 
seguinte. 
3. Sistema conceitual: conjunto de regiões 
distribuídas entre o restante dos córtices 
associativos de ordem superior, que embasam 
o conhecimento conceitual. 
AFASIAS – CONCEITO 
As afasias designam desorganizações da linguagem que se referem tanto ao seu polo expressivo, quanto ao 
seu polo receptivo, tanto aos aspectos falados quanto aos aspectos escritos, e que tem ligação com um 
dano das áreas cerebrais especializadas nas funções linguística. 
 
Tipos 
 
 
Obs.: Em rosa, afasias motoras. As outras são afasias sensoriais. 
 
PRINCIPAIS ETIOLOGIAS 
 Tumores; 
 AVC 
 Doenças infecciosas (como a meningite e encefalite); 
 Doenças degenerativas (como a esclerose múltipla ou as demências); 
 Acidentes com traumatismo cranioencefálico; 
 Tensão metabólica (intoxicações); 
 Epilepsia 
 
AFASIAS MOTORAS 
1. Afasia de Broca (afasia de expressão) 
Localização: Lesões na parte triangular e a parte opercular do terceiro giro frontal (giro frontal póstero-
inferior esquerdo e em regiões corticais vizinhas: ínsula, estendendo-se em profundidade na direção da 
substância branca das cápsulas externa e interna e na direção dos núcleos cinzentos centrais → 
quadrilátero de Pierre Marie. 
 
 
 
Sem déficits motores propriamente ditos, o paciente torna-se incapaz de falar, ou apresenta uma fala não 
fluente, restrita apoucas sílabas ou palavras curtas sem verbos (fala telegráfica). → Afasia não fluente 
O paciente esforça-se muito para encontrar as palavras, sem sucesso. 
Exemplo: 
 
Ah... Segunda-feira... Ah... Papai e: Paulo 
[O nome do paciente]... E Papai... Hospital... 
Dois... Ah médicos..., e ah... Meia hora... E 
Sim... ah... hospital. E, ah... quarta-feira... 
nove horas. E, ah... quinta-feira às dez ho- 
ras... médicos. Dois médicos... e ah... dentes. 
E... ótimo. 
 
Manifestações: 
Dificuldade no discurso: 
• custoso 
• Agramatismo 
• Anomia 
• Pausas seguidas 
• Erros Parafásicos 
• Melhor performance na leitura do que na escrita 
• Reconhecimento das incorreções da fala 
 
 Geralmente acompanhada de hemiparesia direita, mais acentuada no braço. 
 Têm consciência do seu déficit → pode levar à Depressão 
 
2. Afasia motora de Condução 
Existem conexões entre a área de Broca e a de 
Wernicke através de um feixe de fibras imerso na 
substância branca cortical (feixe arqueado). A lesão 
desse feixe provoca a afasia de condução. 
Localização: lesão no feixe arqueado 
 
Pacientes seriam capazes de falar espontaneamente, 
embora cometessem erros de repetição e de resposta 
a comandos verbais. 
Parafasias fonêmicas (fonemas repetidos, omitidos 
ou alterados) → Ex: ao invés de falar automóvel, fala 
aumovel; em vez de falar médico, fala medi-dico 
 
Manifestações: 
• Tentativa de correção 
• Nomeação alterada 
• Escrita e leitura alterada 
• Apraxia facial e de membros 
• Fraqueza facial direita 
 
3. Afasia transcortical motora 
Localização: lesão na área motora suplementar do hemisfério esquerdo. Pode acometer cíngulo anterior 
do lobo frontal e substancia branca adjacente. 
 
Lembra afasia de Broca em sua fluência verbal diminuída, mas difere na capacidade normal de repetição. 
Discurso espontâneo pouco fluente, embora a compreensão, as capacidades de articulação e a repetição 
estejam mantidas. 
Os pacientes apresentam o estranho quadro de esforço para pronunciar as palavras na conversação 
espontânea, mas de dizer facilmente as mesmas palavras por repetição. 
Aparentemente, a linguagem do indivíduo é estritamente normal, mas não a pode utilizar de forma 
espontânea. 
 
Manifestações: 
• Afasia não fluente; 
• Redução intensa da linguagem espontânea; 
• Dificuldade em iniciar e organizar respostas → mutismo inicial 
• Manutenção da compreensão, capacidades de articulação e repetição; 
• Leitura em voz alta e compreensão da linguagem escrita preservadas. 
 
 
AFASIAS SENSORIAIS 
1. Afasia de Wernicke 
Localização: lesão no terço posterior do giro temporal superior esquerdo (córtex auditivo de associação 
esquerdo), incluindo a parte oculta no assoalho do sulco lateral de Sylvius. Pode ocorrer também 
envolvimento do giro temporal médio e substancia branca profunda. 
 
De forma inversa, a afasia de Wernicke caracteriza-se por graves perturbações da compreensão, ao passo 
que a fluência do discurso é normal. Também têm dificuldade de compreensão escrita. 
Quando um interlocutor lhe fala, o indivíduo não parece compreender bem o que lhe é dito. Não só emite 
respostas verbais sem sentido, como também falha em indicar com gestos que possa ter compreendido o 
que lhe foi dito. 
 
Sua fala espontânea é fluente, mas usa palavras e frases desconexas porque não compreende o que ele 
próprio está dizendo. Como a prosódia é compreendida, o paciente entra na conversa nos momentos certos 
porque percebe que o interlocutor pausou; além disso, sabe que o interlocutor lhe perguntou algo pela 
modulação característica da voz. 
Exemplos: 
 
Queria lhe dizer que isso aconteceu quando 
aconteceu quando ele alugou. Seu... Seu 
boné cai aqui e fica... ele alu alguma coisa. 
Aconteceu. Em tese os mais gelatinosos es- 
estavam com ele para alu... é amigo... parece 
é. E acabou de acontecer, por isso não sei, 
ele não trouxe nada. E não pagou 
 
Manifestações: 
 Fala fluente 
 Fala coisas sem sentido (logorréia) 
 Parafasia → produção involuntária de frases, sílabas ou palavras durante a fala 
 Anosognosia → incapacidade de reconhecer a agnosia 
 Assintaxia 
 Quadros mais graves: alexia e agrafia afásica 
 É comum ter déficit visual contralateral associado 
Felizmente, depois de uma dezena de 
conversas absolutamente nós passamos 
definitivamente nunca mais de nós “lente 
dupla” único olho desse verme de olho 
fraco, incapaz de escrever o 13 com o 23. 
Como você tínhamos impossível de nos 
escrever o 10 de nosso olho “lente dupla” 
impossível. 
 
2. Afasia transcortical sensorial 
Localização:lesões no giro angular e supramarginal da região parietal esquerda (pelo Lent) 
Obs.: de acordo com os slides das meninas → lesão temporal-parietal-occipital inferior 
 
A afasia de compreensão propriamente dita. 
Lembra a afasia de Wernicke em sua produção parafásica fluente e compreensão diminuída, mas difere na 
capacidade preservada de repetição. 
Quando extrema, pode exibir ecolalia. 
Pacientes com lesões nesses locais repetem palavras corretamente, mas não entendem o que repetiram. 
 
Manifestações: 
 Fala fluente 
 Comprometimento da compreensão 
 Repetição preservada 
 Comprometimento da compreensão na leitura → mas conseguem ler em voz alta 
 Ecolalia (repetição do som) 
 
3. Afasia anômica fluente 
Localização: lesões dos giros temporais médio e inferior esquerdos 
De acordo com os slides das meninas: lesões no córtex temporal anterior esquerdo 
 
Os pacientes falam fluentemente, a não ser pela incapacidade de identificar os nomes de pessoas (quando 
a lesão se situa no polo anterior do lobo temporal), e de animais e objetos (quando se localiza mais 
posteriormente). 
 
O conteúdo do seu discurso é caracterizado pela presença de muitos termos indefinidos – “isso”, “aquilo” 
“coiso”, etc. – e circunlóquios que substituem os nomes, por exemplo, poderão dizer “aquilo que serve 
para cortar” quando se querem referir a uma faca. 
 
Anomia com disartria surge quando as lesões envolvem a área de Broca e as regiões motoras e pré-motoras 
posteriores a ela. Anomia com agramatismo ou agramatismo isolado aparecem com lesões envolvendo a 
área de Broca e as regiões anteriores adjacentes 
 
Manifestações: 
 Fala fluente 
 Boa repetição 
 Boa compreensão auditiva 
 Leitura e escrita preservadas 
 Nomeação comprometida 
 
4. Afasia sensorial (acústica) 
Localização: partes superiores do lobo temporal. 
 
A perturbação na audição fonêmica leva a um colapso das atividades linguísticas que requerem 
discriminações de sons. A dificuldade de compreender a linguagem falada (a perda do significado das 
palavras) decorre da perda da capacidade para discriminar entre fonemas com sons associados. Do mesmo 
modo, por não mais possuir um sistema de linguagem fonético diferenciado, o afásico sensorial encontra 
dificuldades para nomear objetos e para lembrar-se das palavras necessárias, fazendo então a substituição 
por fonemas e palavras incorretas (erros parafásicos). 
 
Manifestações: 
 Perturbações da audição fonêmica → problemas na compreensão da fala, lembrança das palavras, 
nomeação de objetos 
 Perda do significado das palavras 
 Dificuldade de nomear objetos 
 Presença de parafasias literal e verbal 
 Problema na escrita 
 Não têm consciência do erro 
 
DIAGNÓSTICO 
 Conversa simples; 
 Solicitar nomeação de objetos, conversar e seguir comandos simples; 
 Testes Padronizados: 
 MTDDA – Avaliação de perturbações auditivas, leitura, fala e linguagem, perturbações visuais e da 
escrita, testes de esquema corporal e perturbações dos números e do cálculo. 
 PICA – 18 sub-testes recorrendo a 10 objetos do cotidiano e requerendo respostas faladas, escritas 
e gestuais. 
 BDAE – Dividida em 5 partes, avaliando o discurso através da prosódia, agilidade articulatória e 
construção gramatical. 
 WAB – Engloba 4 sub-testes de linguagem (discurso espontâneo, compreensão, repetição e 
nomeação) e 3 de desempenho (leitura, escrita e cálculo). 
 AAT – Identificação da afasia e obtenção de um perfil detalhado do processo linguístico nas 
diferentes categorias e níveis linguístico. 
 BAAL – Avalia 8 áreas de linguagem: Nomeação, repetição, fluência, compreensão, escrita, leitura, 
discurso espontâneo e uma versão do Token test. 
 
TRATAMENTO 
 
 Identificar a necessidade de tratamento; 
 Avaliar as sequelas linguísticas; 
 Intervir nas sequelas; 
 Administrar as dificuldades do meio que estejam impedindo o tratamento; 
 Aconselhar a família de como lidar com o afásico; 
 Buscar sempre os melhores meios de estimular o paciente 
 
 Reabilitação da fala → Uso funcional e ampliação das capacidades comunicativas residuais. 
 Equipe de Intervenção → Terapeutas da Fala, Terapeutas Ocupacionais, Psicólogos, Fisioterapeutas, 
Técnicos de Serviço Social e a equipa médica. 
 Intervenção complexa, demorada, mas gratificante. 
 Uso de Bromocriptina (afasias motoras) 
 
Estimulação magnética transcraniana (EMT) 
 É uma técnica não-invasiva e quase indolor aos seres humanos; 
 A mudança constante de orientação da corrente elétrica gera um campo magnético que é capaz de 
atravessar pele e osso. 
 Na área de Wernicke resultou em nomeação com tempo de reação mais rápido.

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