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Matemática Discreta Aula nº 3 Francisco Restivo 2007-03-01 2 Condicionais (p → q) Proposição contrária: q → p Proposição inversa: ¬p→ ¬q Proposição contrapositiva: ¬q→ ¬p Uma proposição condicional e a sua contrapositiva são logicamente equivalentes A contrária e a inversa de uma proposição condicional são logicamente equivalentes 3 Um exemplo: Se o Quaresma joga então o Porto é campeão. Contrária: Se o Porto é campeão então o Quaresma joga. Inversa: Se o Quaresma não joga então o Porto não é campeão. Contrapositiva: Se o Porto não é campeão então o Quaresma não joga. Quais são as proposições logicamente equivalentes? Outro exemplo: Se hoje não é domingo, então o supermercado está aberto até à meia-noite. Contrapositiva? 4 Argumentos: Um argumento é constituído por um conjunto de proposições, chamadas premissas, e por uma outra proposição, chamada conclusão. Um argumento é válido se a conclusão é uma consequência lógica da conjunção das premissas: P1 ∧ P2 ∧ P3 ∧ ... ├ Q (P1 ∧ P2 ∧ P3 ∧ ...) → Q é um tautologia. p: o cão morde o gato q: o gato não gosta do cão P1: p → q P2: p Q: q É válido? 5 Será válido o seguinte argumento? P1: O João sai se e só se lavar a louça. P2: Se o João sai então não vê televisão. Q: Então ou vê televisão ou lava a louça, mas nunca as duas coisas. Basta um contra-exemplo: NÃO É VÁLIDO! 6 E este? P1: Se há nuvens no céu, o Sol não brilha. P2: Se o Sol não brilha, a temperatura desce. Q: Se a temperatura não desce, não há nuvens no Céu. 7 Outra forma de verificar a validade do argumento? P1: Se há nuvens no céu, o Sol não brilha. P2: Se o Sol não brilha, a temperatura desce. Q: Se a temperatura não desce, não há nuvens no Céu. N → ¬B ¬B → D ¬D → B contrapositiva de 2 B → ¬N contrapositiva de 1 ¬D → ¬N eliminação de → 4 em 3 silogismo hipotético 8 Lógica de predicados Um predicado é uma propriedade de um ou vários objectos ou indivíduos. Uma proposição é constituída por um sujeito e por um predicado. Predicados representam-se com letras maiúsculas B: joga bem G: ganha Objectos ou indivíduos representam-se com letras minúsculas d: Deco p: Portugal B(d) → G(p) Se Deco joga bem então Portugal ganha 9 Nomes Numa proposição simples há um sujeito e um predicado: B(c): o Cristiano Ronaldo joga bem c representa o nome de um sujeito concreto Variáveis Podemos usar uma variável x: B(x) não sabemos se esta proposição é verdadeira ou falsa! Depende do valor concreto que x assumir. Quantificadores Quantificador universal: ∀x B(x) | para todos Quantificador existencial: ∃x B(x) | existe pelo menos um 10 Exemplo: Traduzir para linguagem lógica: Todos os ratos são cinzentos Predicados: R e C Tradução: ∀x [R(x) → C(x)] Outro exemplo: Traduzir para linguagem lógica: Alguns ratos são cinzentos Predicados: R e C Tradução: ∃x [R(x) ∧ C(x)] Mais um exemplo: Traduzir para linguagem lógica: Não há ratos verdes Predicados: R e V Tradução: ¬∃x [R(x) ∧ V(x)] 11 Predicados envolvendo dois sujeitos: P(x, y): x + y = 7 | universo do discurso: os números reais 8 proposições diferentes: ∀x ∀y P(x, y) F ∀y ∀x P(x, y) F (equivalentes) ∃x ∃y P(x, y) V ∃y ∃x P(x, y) V (equivalentes) ∀x ∃y P(x, y) V ∃y ∀x P(x, y) F ∀y ∃x P(x, y) V ∃x ∀y P(x, y) F Negação de funções proposicionais quantificadas: ¬∀x F(x) ≡ ∃x (¬F(x)) ¬∃x F(x) ≡ ∀x (¬F(x)) Outras equivalências: ¬∀x (¬F(x)) ≡ ∃x F(x) ¬∃x (¬F(x)) ≡ ∀x F(x) 12 Exemplo: M(x): x é mortal C(x): x vive na cidade Simbolizar as negações das seguintes proposições: i) Todas as pessoas são imortais ii) Algumas pessoas vivem na cidade i) ∀x (¬M(x)) ¬∀x (¬M(x)) ≡ ∃x M(x) Algumas pessoas são mortais ii) ∃x C(x) ¬ ∃x C(x) ≡ ∀x (¬C(x)) Todas as pessoas vivem fora da cidade 13 Outro exemplo: P(x, y): x > y Q(x, y): x ≤ y R(x): x – 7 = 2 S(x): x > 9 Diga o valor lógico das seguintes proposições: i) ∃x R(x) v ii) ∀y (¬S(y)) f iii) ∀x ∃y P(x, y) v iv) ∃y ∀x Q(x, y) f v) ∀x ∀y (P(x, y) ∨ Q(x, y)) v vi) ∃x S(x) ∧ ¬∀x R(x) v 14 Argumentos em lógica de predicados: Todos os que têm olhos verdes não são de confiar. O António tem olhos verdes. Logo, o António não é de confiar. V(x): x tem olhos verdes C(x): x é de confiar a: António ∀x [V(x) → ¬C(x)] V(a) --- ¬C(a) Parece que sim. Como se prova? Caminhando das premissas para a conclusão, dando passos inequívocos. Que regras são válidas? 15 Regras de inferência para quantificadores: Especificação universal: se ∀x F(x) é verdade, então F(a) é verdade para qualquer a Generalização universal: se F(a) é verdade para qualquer a, então ∀x F(x) é verdade Especificação existencial: se ∃x F(x) é verdade, então existe um elemento a tal que F(a) é verdade (este um não é arbitrário...) Generalização existencial: se existe um elemento a tal que F(a) é verdade, então ∃x F(x) é verdade Estas regras permitem eliminar ou introduzir os quantificadores nos nossos argumentos! 16 Outras regras de inferência: (p ∧ q) ├ p Simplificação (p ∧ q) ├ q Simplificação p ├ (p ∨ q) Adição ((p ∨ q) ∧ ¬p) ├ q Silogismo disjuntivo ((p → q) ∧ p) ├ q Modus ponens ((p → q) ∧ ¬q) ├ ¬p Modus tollens ((p → q) ∧ (q → r) ├ (p → r) Silogismo hipotético (p → q) ├ (p → (q ∧ p)) Absorção Por vezes, requerem-se provas formais, com passos de prova elementares, irrefutáveis. Matemática Discreta
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