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1 Matemática Discreta Aula nº 4 Francisco Restivo 2006-03-10 2 Argumentos: Um argumento é constituído por um conjunto de proposições, chamadas premissas, e por uma outra proposição, chamada conclusão. Um argumento é válido se a conclusão é uma consequência lógica da conjunção das premissas: P1 Ù P2 Ù P3 Ù ... + Q (P1 Ù P2 Ù P3 Ù ...) ® Q é um tautologia. p: o cão morde o gato q: o gato não gosta do cão P1: p ® q P2: p Q: q É válido? 2 3 Programa Boole do livro Language, Proof & Logic, de Barwise e Etchmendy 4 Será válido o seguinte argumento? O João sai se e só se lavar a louça. Se o João sai então não vê televisão. Então ou vê televisão ou lava a louça, mas nunca as duas coisas. Basta um contra-exemplo: NÃO É VÁLIDO! 3 5 Lógica de predicados Um predicado é uma propriedade de um ou vários objectos ou indivíduos. Uma proposição é constituída por um sujeito e por um predicado. Predicados representam-se com letras maiúsculas B: joga bem G: ganha Objectos ou indivíduos representam-se com letras minúsculas d: Deco p: Portugal B(d) ® G(p) Se Deco joga bem então Portugal ganha 6 Nomes Numa proposição simples há um sujeito e um predicado: B(c): o Cristiano Ronaldo joga bem c representa o nome de um sujeito concreto Variáveis Podemos usar uma variável x: B(x) não sabemos se esta proposição é verdadeira ou falsa! Depende do valor concreto que x assumir. Quantificadores Quantificador universal: "x B(x) | para todos Quantificador existencial: $x B(x) | existe pelo menos um 4 7 Exemplo: Traduzir para linguagem lógica: Todos os ratos são cinzentos Predicados: R e C Tradução: "x [R(x) ® C(x)] Outro exemplo: Traduzir para linguagem lógica: Alguns ratos são cinzentos Predicados: R e C Tradução: $x [R(x) Ù C(x)] Mais um exemplo: Traduzir para linguagem lógica: Não há ratos verdes Predicados: R e V Tradução: ¬$x [R(x) Ù V(x)] 8 Predicados envolvendo dois sujeitos: P(x, y): x + y = 7 | universo do discurso: os números reais 8 proposições diferentes: "x $y P(x, y) V $y "x P(x, y) F "y $x P(x, y) V $x "y P(x, y) F "y "x P(x, y) F "x "y P(x, y) F (equivalentes) $y $x P(x, y) V $x $y P(x, y) V (equivalentes) Negação de funções proposicionais quantificadas: ¬"x F(x) º $x (¬F(x)) ¬$x F(x) º "x ¬F(x) Outras equivalências: ¬"x (¬F(x)) º $x F(x) ¬$x (¬F(x)) º "x F(x) 5 9 Argumentos em lógica de predicados: Todos os que têm olhos verdes não são de confiar. O António tem olhos verdes. Logo, o António não é de confiar. V(x): x tem olhos verdes C(x): x é de confiar a: António "x [V(x) ® ¬C(x)] V(a) -- ¬C(a) Parece que sim. Como se prova? Que regras são válidas? 10 Regras de inferência para quantificadores: Especificação do universal: se "x F(x) é verdade, então F(a) é verdade para qualquer a Generalização universal: se F(a) é verdade para qualquer a, então "x F(x) é verdade Especificação do existencial: se $x F(x) é verdade, então existe um elemento a tal que F(a) é verdade Generalização existencial: se existe um elemento a tal que F(a) é verdade, então $x F(x) é verdade 6 11 Outras regras de inferência: (p Ù q) + p Simplificação (p Ù q) + q Simplificação p + (p Ú q) Adição ((p Ú q) Ù ¬p) + q Silogismo disjuntivo ((p ® q) Ù p) + q Modus ponens ((p ® q) Ù ¬q) + ¬p Modus tollens ((p ® q) Ù (q ® r) + (p ® r) Silogismo hipotético (p ® q) + (p ® (q Ù p)) Absorção 12 A prova: V(x): x tem olhos verdes C(x): x é de confiar a: António 1. "x [V(x) ® ¬C(x)] Premissa 2. V(a) Premissa 3. V(a) ® ¬C(a) Especificação do universal (1) 4. ¬C(a) Modus ponens (3, 2)
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