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Notas Sobre Registro e Averbação

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Notas sobre registros públicos
Prof. Natanael Sarmento, Dr. titular da UNICAP. 
Resumo: Faz breve introdução de natureza meta jurídica sobre a atividade de registro público; esboça breve histórico da evolução do sistema do serviço de registro público e da forma de acesso ao cargo de oficial; analisa os aspectos jurídicos dos registros e das averbações públicas concernentes às pessoas naturais. Tem por ponto de partida a lei de registros públicos lei n.◦ 6.015/73 e lei a n.◦ 8.935/94 que regem, respectivamente, registros públicos e serviços notariais e de registro. Aborda questões históricas e econômicas do serviço notarial no Brasil e de outros registros: pessoas jurídicas, registro de imóveis, registro e protesto de títulos.
Introdução 
Os cartórios de registro público exercem uma atividade delegada pelo poder público em caráter privado, ex vi do Artigo 236 da Constituição Federal de 1988.
Trata-se de negócio que envolve altas somas em dinheiro, razão pela qual é mantido na penumbra, ou debaixo de sete chaves, a despeito do caráter público do serviço executado por particular com delegação estatal.
Com efeito, são enormes as dificuldades a se chegar aos valores econômicos movimentados nos cartórios de registro público. Faltam informações precisas e não tem, em todo território nacional, um único Tribunal de Justiça que divulgue, de forma clara, precisa e transparente, os valores monetários arrecadados pelos cartórios. 
Não dão publicidade aos valores arrecadados as corregedorias dos tribunais estaduais responsáveis pela fiscalização dos cartórios. Muito menos, as entidades representativas dos tabeliães e registradores. 
O Ministério da Justiça tem apenas um controvertido cadastro com mais de quatorze mil cartórios extrajudiciais ao passo que as associações de notários afirmam não passarem de oito mil. 
Há cartórios que acumulam atividades nos serviços de registros civis e tabelionato de notas, registros de títulos e documentos e registro de imóveis, com evidentes conflitos de interesses. Não devia fazer o registro da escritura do imóvel quem também examina e analisa a regularidade documental, tabelionato de notas e registros de imóveis. 
Sérgio Jacomino, diretor de relações internacionais do Instituto de Registro de Imóveis do Brasil, estima um faturamento do setor em torno de dois e milhões e meio de reais, uma receita anual por cartório de quatrocentos e sessenta mil reais, em média. Portanto, sendo uma média, há receitas superiores e inferiores.
Os emolumentos dos cartórios são tabelados em cada estado da federação. Um percentual desses emolumentos é destinado, por lei, a um fundo do respectivo Tribunal de Justiça para cobrir despesas de atos de natureza gratuita. 
Paulo Gaiger Ferreira, professor de direito notarial e oficial do 26º Cartório de Notas de São Paulo, com base na numeração dos selos dos cartórios de São Paulo, estima que somente os registros de notas (reconhecimento de firmas, lavraturas de certidões e procurações e autenticação de documentos) movimentam 1,7 bilhão de reais, por ano, no Brasil. Esses valores explicam porque um cartório é objeto de desejo e disputas, uma galinha dos ovos de ouro, uma mina. 
Ouro mantido em segredo de caixa preta, não raro, de aspecto exterior decrépito a melhor disfarçar e não despertar cobiças, é esse negócio bilionário de cartórios no Brasil. Pode movimentar mais ou menos do que as cifras bilionárias estimadas, porém, de certo mesmo, apenas quem tem raposa cuidando dessa galinha na história. Livre inclusive da inefável fome de fiscalização do leão do imposto de renda. A atividade não é empresarial e escapa da caçada fazendária. 
Breve histórico
Os registros públicos há séculos estão na privada
Desde o século XVIII, esse negócio da China dos cartórios no Brasil beneficia os amigos do rei. O advento da república, em 1889, não acaba a safadeza da indicação política na distribuição dos cartórios. 
Pelo “sistema das capitanias cartorárias”, o oficial indicado pelo rei - depois pelos presidentes e governadores - escolhe o seu substituto. E eles escolhiam os familiares, o que gerou o “costume” e alimentou a ideologia do cartório como herança familiar, transmitida de pai para filho. 
Durante o regime militar, houve a estatização dos cartórios, no chamado Pacote de abril do presidente Ernesto Geisel. A reforma alcança o intocável Judiciário. A estatização dos cartórios dada pela EC nº 7 da Carta de 1967 transformava os donos dos cartórios em funcionários públicos, remunerados com salários pagos pela fazenda pública. Não regulava o concurso para o cargo, remetia o tema à lei complementar, tendo a Constituição sido revogada sem que jamais fosse regulamentada. 
Diante desse quadro, cessam os atos de nomeações e transferências. Mas, diante das mortes ou afastamentos dos oficiais, assumiam os cartórios os substitutos ou outros oficiais maiores em caráter interino. 
O advento da EC nº 22 no ano 1982 não resolve o problema. Pela emenda constitucional, separa-se o cartório judicial (de serventia interna e direta do Judiciário) do cartório extrajudicial. Os cartórios extrajudiciais readquirem o stato quo ante e deixam de ser estatais. A Constituição menciona o concurso público, porém, sem regulamentação, o barco encalha no banco de areia. 
Nessa conformidade, sem lei regulamentadora de concurso nem titular disposto a largar a rapadura; sem novas indicações, os substitutos que haviam assumido simplesmente permanecem interinos por décadas a consolidar a condição de novos donos dos cartórios e mantendo, inclusive, ancièn regime da herança familiar para os filinhos queridos. Nessa situação, ficaram mais de mil cartórios no país. 
A Constituição Federal de 1988 representa o paradigma da mudança da indicação e hereditariedade para o concurso público. Contudo, a classe dos donatários de capitanias cartorárias postergou, ao máximo, a regulamentação do concurso público para oficial de cartório. Apenas no ano de 1994, houve a edição da Lei nº 8.935, que regulamenta essa matéria. 
A lei 8935/94 restringe a participação nos concursos públicos a bacharéis em direito ou a pessoas com experiência de mais de dez anos trabalhando em cartórios. No dizer do outro, quem usa o cachimbo não perde o jeito da boca.
Pelo citado diploma legal, os concursos são da responsabilidade dos tribunais estaduais. A partir de 1994, diversos estados iniciam a realização dos concursos públicos.
Nesse imenso e diferenciado Brasil, as decisões governamentais e as efetivações legais nem sempre são simultâneas em todo território. E, nessa matéria, tem muito cachorro grande sem querer largar o osso. Por isso, há ainda muita indefinição e resistência quanto à adoção da nova disciplina da matéria.
Para tentar acelerar o processo, o Conselho Nacional de Justiça cria uma comissão para fiscalizar e obrigar a realização dos concursos públicos para os cartórios. Mas esse barco parece encalhado. 
Em janeiro de 2010, o CNJ determinou a vacância de 7.828 cartórios pela desobediência constitucional e realização de concurso no prazo de seis meses.
Nesse sentido, os oficiais das serventias teriam de deixar os cargos e os tribunais estaduais deviam organizar concurso para o preenchimento das vagas.
No entanto, o lobby dos favorecidos atingidos pela decisão do CNJ, com apoio do então presidente da câmara dos deputados – atual vice-presidente da república, Michel Temer – agiliza a pauta pra votar a PEC 471 dos cartórios que, na prática, desfaz a decisão do CNJ em favor dos ocupantes do cargo sem concurso público.
A PEC não foi votada. A luta da moralidade administrativa defendida pelo CNJ - e exigida pelo estado democrático de direito - contra a mantença de privilégios indevidos em nome dos direitos adquiridos como se imoralidades gerassem direitos - dos donos dos “cartórios hereditários” e dos lobistas e deputados por eles financiados -, não chegou ao fim. 
Todavia, luta travada nas sombras, entre tabeliães, deputadose CPJ, sem conhecimento nem participação da sociedade em geral, sem espaços nem atenção da chamada “imprensa livre e democrática”.
Os preferidos: cartórios de protestos e de imóveis. 
Desde que se instituiu a regra do concurso público, a concorrência pela vaga de registrador tem observado a vocação do candidato pela renda gerada. Neste sentido, dos mais concorridos e rentáveis para os menos concorridos e rentáveis observam a seguinte pelos cartórios: 1º Protestos; 2º registro de imóveis; 3º notas; 4º registro civil. 
	Novas atribuições dos tabeliães
Com o advento da Lei nº 11.441/2007, altera-se dispositivos da Lei no 5.869/73 – C P C, possibilitando a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual na via administrativa dos cartórios.
Assim os tabeliães passam a fazer inventários, partilhas, separações e até divórcios consensuais. O procedimento no cartório é muito mais ágil e representa mais ganho monetário para os donos de cartório; o serviço não é gratuito - varia entre duzentos a vinte e dois mil reais.
Finalidade e natureza jurídica do serviço de registro
O registro público tem o desiderato de garantir a publicidade, a autenticidade, a segurança e a eficácia dos atos jurídicos. Nesse sentido, a lei regula os atos a serem formalizados com o registro público (leis: 6.015/73 e 10.406/2002), além de regular os serviços dos notários e oficiais de registro público (lei 8.935/94). 
Na conformidade da Constituição Federal, art.236: os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder público. Define-se, pois, a natureza do serviço: trata-se de serviço público cuja execução é delegada a particular. Após determinar a natureza do serviço e do exercício do serviço, a Carta de 1988 remete a regulamentação da atividade e da responsabilidade dos notários e dos oficiais de registros que recebem a delegação do Estado à lei infraconstitucional. Tal regulamentação dar-se com o advento da lei 8.935, de 18 de novembro de novembro de 1994, a qual dispõe sobre os serviços notariais e de registro. 
Em conformidade com a LRP - lei 6.015/73, os serviços concernentes aos Registros Públicos, estabelecidos pela legislação civil para autenticidade, segurança e eficácia são: registro civil de pessoas naturais e jurídicas; registro de títulos e documentos; registro de imóveis (Art.1◦).
O Notário, Tabelião, Oficial de Registro ou Registrador é profissional com bacharelado em direito a quem a lei atribui fé pública para registrar e certificar o que se tem registrado. Trata-se de ofício de caráter organizacional e administrativo. 
A escrituração pública faz-se em livros encadernados, abertos, ordenados e numerados, autenticados e encerrados pelo oficial do registro ou tabelião. Todos os registros e notas assentados pelo notário ou registrador ficam sob sua guarda e responsabilidade, civil e criminal. A fé pública do registrador aplica-se às certidões lavradas e expedidas em cartório e por ele reconhecidas. 
O ato do registro distingue-se do ato de averbação. Nesse sentido, o Código Civil relaciona os atos sujeitos ao registro no artigo 9◦ e os averbáveis no art. 10◦. Na mesma direção, a lei de Registros Públicos especifica os registros no Art. 29, incisos I a VIII, e os atos averbáveis no parágrafo primeiro, letras “a” até “f”.
Registrar consiste em inscrever ou transcrever fatos - atos, títulos, documentos - no livro próprio de Registro Público. De acordo com o código civil, lei 10.406/2002, art. 9, são registrados em registro público: os nascimentos, casamentos, óbitos, emancipações por outorga do pai ou por sentença do juiz, interdição por incapacidade absoluta ou relativa, sentenças declaratória de ausência e de morte presumida. A lei 6.015/1973, LRP, sob o título do registro civil das pessoas naturais, art. 29, relaciona os atos sujeitos ao registro civil: nascimentos, casamentos, óbitos, emancipações, interdições, sentenças declaratória de ausência, sentenças que defiram a legitimação adotiva e as opções de nacionalidade. 
Por outro lado, far-se-á averbação em virtude de modificações ocorridas que importam alteração de condição ou situação jurídica registrada. Averbar é fazer as respectivas anotações das alterações as quais devem ser exaradas à margem do registro. Somente se não houver espaço no próprio livro, deverá a averbação ser assentada em livro separado; mesmo assim, com as notas remissivas ao livro do registro. A averbação, portanto, presume um assentamento ou registro no qual o oficial anota a alteração determinada à vista de documentos hábeis, quais cartas de sentença, alvarás, mandados e petições. Quando a lei diz que são averbadas as sentenças que anulam casamento, logicamente, é porque houve um registro civil do casamento, registro esse cuja alteração verificada em face da anulação deve constar no livro onde se encontra registrado o ato modificado pela nulidade. Pela LRP, art.29, § 1º, serão averbados: as sentenças que decidirem a nulidade ou anulação do casamento, o desquite e o restabelecimento da sociedade conjugal. E a lei 10.406/2002, Código Civil, Art. 9◦: sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento; o divórcio; a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; os atos judiciais ou extrajudiciais de adoção. 
Responsabilidade civil e criminal do registrador
Os oficiais e notários devem manter os livros de registros e notas em segurança e, no exercício das atribuições que lhes foram delegadas pelo poder público na forma da lei, respondem civil e criminalmente pelos danos causados a terceiros. Respondem, destarte, pelos registros e averbações, pela ordem e conservação dos registros e das notas e pelas certidões expedidas. Dotada de fé pública, as certidões emitidas podem ser requeridas por qualquer interessado e fazem prova plena, como o próprio nome já diz, certificam o que consta do registro público. Mas os livros de registros não saem do cartório, exceto por ordem judicial. O oficial ou notário que deixar de cumprir as determinações legais será responsabilizado civil e penalmente. Também a lei impõe sanções específicas pelo descumprimento de certos atos como multa, suspensão do cargo e, em caso de reincidência, perda da titularidade.
A lei 8.935/94 dedica o capítulo III, Arts. 22, 23 e 24, à responsabilidade civil e criminal dos notários e registradores. Cabe lembrar a natureza pública do serviço, daí ser a responsabilidade civil objetiva e, apenas em sede de ação regressiva contra o preposto, aplicar-se a responsabilidade subjetiva por culpa ou dolo. É o teor do art. 22: Os notários e oficiais de registro responderão pelos danos que eles e seus prepostos causarem a terceiros, na prática de atos próprios da serventia, assegurados aos primeiros direito de regresso no caso de dolo ou culpa dos prepostos. 
Segue que a responsabilidade civil independe da penal, conforme expressa previsão do art. 23. Obviamente, na esfera criminal, a responsabilidade é individualizada, o art. 24 sequer precisava repetir esse princípio penal ungido a princípio constitucional. O legislador determina, desta feita louvavelmente, que se aplique a legislação criminal relativa aos crimes contra a administração pública. Mesmo sendo a responsabilidade criminal individualizada, os notários e oficias respondem civilmente. 
Serviços de Registros Públicos 
No que diz respeito aos serviços de registro civil, a LRP enumera-os no art. 1◦: registro de pessoas naturais, de pessoas jurídicas, de títulos e documentos e de imóveis. 
 Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais: compete registrar e expedir certidões relativas ao nascimento, casamento, óbito, emancipações, interdições, ausência, opção de nacionalidade, adoção e as averbações respectivas, quando for o caso. 
Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas: procede a inscrição e o registro de contratos, de atos constitutivos, estatutos, quandocouber, bem como das alterações - relativas a pessoas jurídicas de direito privado – associações, sociedades, fundações, partidos políticos e organizações religiosas. 
Cartório de Registro de Títulos e Documentos: responsável pela realização de quaisquer registros não atribuídos a outro ofício pela lei, transcreve e registra instrumentos particulares em geral, contratos, penhores sobre coisas móveis e animais, cauções de títulos e dívidas, com as respectivas averbações, se for o caso.
Cartório de Registro de Imóveis: far-se-á a matrícula e o registro dos títulos relativos aos imóveis: hipotecas, instituição de bem de família, contratos de locação de prédios, servidões, usufrutos, enfiteuse, anticrese, pactos antenupciais, cédulas de crédito rural ou industrial, contratos de penhor rural, incorporações, instituição e convenções condominiais, etc. 
Segue que a lei 8.935/94, regulando os serviços notariais e de registro, enumera os titulares desses serviços no art. 5◦, a saber: tabelião de notas, tabelião e oficial de registro de contratos marítimos, tabelião de protesto de títulos, oficial de registro de imóveis, oficiais de registros de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas, oficiais de registro civil das pessoas naturais e de interdições e tutelas, oficiais de registro de distribuição. 
Os serviços públicos de registro e de averbação e as respectivas certidões têm seus valores monetários fixados pelo Regimento de Custas dos Estados e DF. O regimento deve ser oficialmente publicado no órgão oficial de cada Estado e do Distrito Federal. 
Emolumentos
Em vernáculo, emolumento significa aquilo que se ganha, vantagem financeira, gratificação. Os tabeliães e notários exercem trabalhos técnicos pelos quais são remunerados. A lei 6.015/73, no art. 14, determina que o valor dos serviços cartorários referentes a custas de escrituras, certidões, buscas, averbações, registros de qualquer natureza, emolumentos e outras despesas legais constam, obrigatoriamente, do próprio documento: 
Pelos atos que praticarem, em decorrência desta lei, os oficiais do registro terão direito, a título de remuneração, aos emolumentos fixados nos Regimentos de Custas do Distrito Federal, dos Estados e dos Territórios, os quais serão pagos, pelo interessado que os requerer, no ato de requerimento ou no da apresentação do título.
Parágrafo único. O valor correspondente às custas de escrituras, certidões, buscas, averbações, registros de qualquer natureza, emolumentos e despesas legais constará, obrigatoriamente, do próprio documento, independentemente da expedição do recibo, quando solicitado.
	Registros da pessoa natural:
Os atos referentes à pessoa natural ou física que devem ser registrados no respectivo cartório de registro público estão previstos no Código Civil e na LRP: 1. Nascimento; 2. Casamentos; 3. Óbitos; 4. Emancipações; 5. Interdições; 6. Sentenças Declaratórias de Ausência; 7. Opções de nacionalidade; 8. Sentenças que deferirem a legitimação adotiva. 
Registro de nascimento 
Todo nascimento em território brasileiro, obrigatoriamente, deve ser registrado. O registro se fará no lugar do parto ou do domicílio dos pais, no prazo de 15 dias. Prazo dilatado para 3 (três) meses para os lugares distantes mais de 30 quilômetros da sede do cartório (art. 50 da LRP, com as alterações da lei 9.053/95). Aos nascidos antes da obrigatoriedade do registro, faculta-se a requisição de isenção de multa. Brasileiros nascidos no estrangeiro devem ser registrados nos consulados. Os nascimentos a bordo devem ser declarados dentro de 5 (cinco) dias da chegada ao destino, no consulado ou cartório. Nascimentos em navios, de guerra ou mercante, são assentados, imediatamente, nos termos da legislação de marinha, observando-se as disposições da LRP. 
Índios não integrados não estão obrigados, podem ser inscrito em livro próprio do órgão federal – FUNAI.
São obrigados a fazer a declaração de registro de nascimento: o pai ou a mãe; na falta ou impedimento, parente mais próximo; na falta ou impedimento, administrador do hospital ou médico e parteira que tenha assistido ao parto, ou pessoa idônea da casa onde ocorrer e, finalmente, pessoa encarregada de guardar o menor. Se tiver motivos para duvidar das declarações, o oficial de registro pode realizar diligências na casa do recém-nascido ou exigir declaração assinada por quem realizou o parto ou prova testemunhal (art.52 –LRP). Nos registros fora do prazo, havendo dúvidas, o registrador poderá requerer ao juiz que tome as medidas necessárias ao esclarecimento dos fatos.
 
Natimortos são registrados no livro auxiliar “C” com os elementos que couberem. No caso de morte logo após o parto, havendo respirado, far-se-ão dois assentos, o de registro e o de óbito, com os elementos cabíveis. 
O assento de nascimento conterá os seguintes dados: dia, mês, ano, hora certa, provável ou aproximada do nascimento, local, sexo do registrando, quando gêmeo, o fato e a ordem dos nascidos, nome e prenome postos à pessoa, ordem de filiação de outros irmãos, dados pessoais dos pais (nomes, profissão, nacionalidade, domicílio), nomes dos avós paternos e maternos, nomes e dados pessoais de duas testemunhas do assento. 
Registro de casamento 
 
Habilitação
No procedimento do casamento civil, a lei prevê uma fase inicial de habilitação durante a qual os interessados apresentam os documentos exigidos pela lei civil para as núpcias e requerem a certidão de habilitação do oficial de registro. Após autuar os documentos, o oficial afixa os proclamas em um lugar visível do cartório e os publica na imprensa local, se existir. Excepcionalmente, nos casos de urgência previstos em lei, admite-se a dispensa de proclamas. Os interessados devem peticionar ao juiz aduzindo os motivos da urgência, juntar documentos e indicar as provas das alegações, que devem ser produzidas em 5 (cinco) dias. Após ouvir o MP em 24 horas, o juiz decide, em igual prazo, sem recurso. Os autos são remetidos a fim de ser anexada a certidão de habilitação. Em se tratando de pedido de dispensa de proclamas com fundamento em crime contra os costumes, o juiz realizará audiência em segredo de justiça, separadamente, com os contraentes. 
De todas as decisões, abre-se vista ao Ministério Público para que examine a legalidade e regularidade do pedido dos nubentes, do requerimento da habilitação e, quando couber, requerer documentos. Caso o MP indefira o pedido, o oficial encaminhará ao juiz para decidir, sem recurso. A certidão de habilitação será fornecida pelo oficial após 15 dias, se não houver impugnação do MP ou aparecido oposição de impedimento. Havendo impugnação, o oficial de registro comunica o fato aos interessados, que terão 3 (três) dias para apresentar provas. Abre-se, novamente, vista ao MP, que terá 10 (dez) dias para opinar e, em seguida, os autos seguem para o juiz, que decidirá em 5 (cinco) dias. 
Celebração e registro
O registro produz efeitos jurídicos a partir da celebração do casamento (art. 75 da lei 6.015/73). Tal prescrição ressalta a importância dada pelo legislador à solenidade pública. À parte o debate doutrinário sobre a natureza jurídica do casamento ser ou não contratual, manteve o legislador do novo código civil brasileiro a natureza de ato jurídico formal que, para sua validade, a lei exige determinadas condições e solenidade especial. Talvez, pecando por excesso de formalismo, o novel CC dedicou nada menos que dez artigos à celebração do casamento (art. 1.533 a 1433). Assim, o lugar deve ser previamente determinado pela autoridade civil ou confessional, que presidirá o ato face ao requerimento dos nubentes habilitados para o casamento. A cerimônia se realizará a portas abertas, quer no cartório, quer em edifício particular, com um mínimo de duas testemunhas no primeiro caso e de quatro testemunhas no segundo caso e, em ambos, quando algum dos contraentes não souber ou não puder escrever. Pessoalmente, ou representados por procurador especial, na presençado presidente do ato e das testemunhas, os nubentes declaram que pretendem casar de forma livre e espontânea. O ato será efetuado nas palavras proferidas pelo presidente “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados”. 
Logo após a celebração do matrimônio, o assento será lavrado e assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, testemunhas e oficial (art.70). No assento, constarão nomes, dados pessoais, nacionalidade, naturalidade, domicílio, profissão dos cônjuges; idem em relação aos respectivos pais; quando envolver pessoa divorciada, a data da dissolução do casamento anterior e o nome do cônjuge precedente; data da publicação dos proclamas e da celebração do matrimônio; nomes, dados pessoais e domicílio das testemunhas (no mínimo, duas); o regime de bens com a declaração do cartório onde se escriturou o pacto antenupcial; alterações dos nomes, quando for ocaso; nomes e idades de filiação anterior, se existir; assinaturas ou impressão digital (ágrafos) na margem do termo. 
A Constituição de 1988 estabelece a gratuidade do casamento civil e prevê o casamento religioso com efeito civil. Nessa conformidade, cabe aos nubentes decidir quanto à realização de ato nupcial perante autoridade civil ou religiosa, sendo esse fato indiferente em relação ao efeito civil do casamento que atendeu às prescrições da legislação civil de regência da matéria.
Dessa forma, o casamento tem caráter civil e deve ser celebrado gratuitamente. O casamento religioso com efeito civil, observadas as normas inerentes à matéria, pode ser precedido, ou não, pela habilitação civil.
 
Exige a lei que a certidão de habilitação de casamento expedida pelo Oficial de Registro, um requisito essencial à validade do casamento civil, seja apresentada antes ou depois do ato religioso. O ministro religioso responsável pela celebração da cerimônia pública tem até 90 dias da data da realização do evento para encaminhar ao Cartório a fim de obter o registro do casamento. Somente observadas as formalidades da lei civil no matrimônio realizado pela autoridade religiosa, temos efeitos civis na dicção da lei 6.015/73. A par das espécies de casamentos referidas, a lei prevê, ainda, casamento mediante instrumento público de procuração, o casamento nuncupativo e o consular. O casamento por procuração tem a regência do Art. 1.542 do CC, que faculta aos nubentes serem representados por terceiros dotados de instrumento público com poderes específicos e validade não superior a noventa dias, que os representarão no ato realizado perante a autoridade oficiante e o registrador. O mandante pode desistir antes da celebração do casamento e revogar o mandato. Esta revogação deverá ser por instrumento público, qual o mandato. No caso de haver celebração sem o mandatário e o outro contraente que desconheciam a revogação e não sobrevindo a coabitação, o matrimônio é anulável (art.1.550, V), mas o mandante responderá pelas perdas e danos causados. A doutrina chama de casamento nuncupativo – ato oral, não escrito (Art. 1.540) - ao casamento realizado sem a presença da autoridade oficial para o ato e sem o cumprimento de outras formalidades exigidas nos casamentos realizados em circunstâncias normais em virtude de iminente risco de vida de um dos nubentes. O ato deve ser realizado perante seis testemunhas sem relação de parentesco em linha reta ou colateralidade até segundo grau com os nubentes. As testemunhas devem comparecer no prazo de dias à sede judicial mais próxima a fim de que se lhe tomem tomo da declaração: da convocação pelo enfermo; do perigo de vida, mas juízo perfeito do enfermo; da declaração dos contraentes, livre e consciente, que se recebem por marido e mulher. O juiz, mediante diligências, verificará se os contraentes podiam se habilitar; ouvirá o Ministério Público e demais interessados, se houver, dentro de quinze dias. A decisão judicial transitada em julgado será registrada no Livro de Registro de Casamentos. O assento lavrado produzirá efeito da data da celebração. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão de registro (Art. 1.543), mas é admissível qualquer outro meio de prova a teor do parágrafo deste artigo. No chamado casamento consular, quando celebrado no estrangeiro perante autoridades ou cônsules brasileiros, os nubentes têm cento e oitenta dias, a contar da volta ao Brasil, para fazer o registro no cartório do respectivo domicílio ou no 1◦ Ofício da Capital do Estado onde residirem.
Registro de óbito
Determina a Lei n° 6.015/73 que nenhum sepultamento seja feito sem certidão do oficial de registro do lugar do falecimento. A certidão é extraída do assento de óbito à vista do atestado do médico ou de duas pessoas qualificadas que hajam presenciado ou verificado a morte. O evento morte, então, primeiramente, é atestado pelo perito médico e, na falta dele, por duas pessoas que presenciaram ou verificaram o fato. Em vista do atestado, o oficial de registro lavra o assento e expede a respectiva certidão de óbito no prazo de 24 horas (art. 77, Lei n° 6.015/73). 
Mas a lei recomenda procedimentos adicionais ante as situações devidamente previstas no aludido diploma legal, quais morte de crianças menores de um ano, cremação de cadáver, impossibilidade de registro no prazo de 24 horas da morte e da morte violenta.
No caso da criança, se esta não tiver registro de nascimento, o registro faltante será feito antes do assento do óbito. Na incineração de cadáver, que pode acontecer de voluntária, ou não, dois médicos – um apenas se for médico legista - devem atestar a morte. Relativamente à cremação, esta pode ser voluntária e involuntária. No primeiro caso, a incineração do cadáver corresponde à declaração de vontade manifesta da pessoa no gozo da sua capacidade civil. No segundo, a cremação do cadáver independe de manifestação de vontade da pessoa, mas atende a preceito de ordem pública, salvaguardando interesses de saúde pública. Em virtude de motivos relevantes e de distancia, a lei dilata o prazo do registro para 15 (quinze) dias ou 3 (três) meses, conforme a localidade diste mais de 30 quilômetros da sede do cartório. No tocante à morte violenta, o registro far-se-á à vista de atestado de médico legista depois de autorizado pela autoridade judiciária. 
 
A lei LRP (Art.79) determina a obrigatoriedade da declaração de óbito: pais e detentores do poder familiar a respeito do cônjuge, filhos, hóspedes, agregados, empregados, filhos em relação aos pais, irmãos e demais pessoas da casa - administrador, gerente, diretor de estabelecimentos públicos ou particulares pelos que neles falecerem - salvo presença de parente. Na falta de pessoa competente, assim entendida as mencionadas anteriormente, quem assistiu aos últimos momentos do finado: o médico, o sacerdote ou vizinho que tenha notícia da morte. Ao policial a obrigatoriedade incide no caso de pessoas encontradas mortas.
O assento de óbito deve conter hora, dia, mês e ano do falecimento; lugar com indicação precisa; nome completo, sexo, idade, cor, estado civil, profissão, naturalidade, domicílio e residência do morto; estado civil e nome do cônjuge, se for o caso; nomes, profissão, residência e naturalidade dos pais; se faleceu com testamento conhecido; se deixou filhos, o nome e idade de cada um; se era eleitor; se a morte foi natural ou violenta e a causa conhecida com o nome dos atestadores; o lugar do sepultamento; se deixou bens e herdeiros ou interditos (art.80).
 
No caso de pessoa desconhecida, o assento deverá conter indicações que ajudem no futuro reconhecimento: estatura ou medida, cor, sinais aparentes, idade aparente, vestimentas ou qualquer outra informação que possa auxiliar. Das pessoas encontradas mortas, menciona-se tal circunstância, esse local e a necropsia e, sempre que possível, extrair a individual dactiloscópica, popularmente conhecida como impressões digitais (art.81).
A pessoa que comunica o óbito deveassinar o assento, salvo se não souber ou puder, caso em que alguém o fará a seu rogo. Se o assento for posterior ao enterro e faltar atestado médico ou declaração equivalente, duas testemunhas presentes ao falecimento ou ao funeral capazes de atestar a identidade do cadáver assinarão o assento (art.83).
Aos óbitos ocorridos a bordo de navios, a lei apresenta duas possibilidades: 1. Lavrar-se, de imediato, o assento da morte no livro próprio estabelecido pela legislação de marinha e a LRP; 2. Se o enterro for no porto, o assento será tomado no prazo de 5 (cinco) dias da chegada do navio ao destino (arts. 84, 50, 80) da LRP. 
A LRP prevê o procedimento de registros de óbitos de militares em campanha ou guerra. Cada corporação e unidade militar tem a responsabilidade de proceder o sepultamento e o registro dos óbitos no próprio local de combate, nas condições especificadas. Cada tropa tem o oficial incumbido de fazer o assento em livro próprio, que é autenticado pelo médico de campanha. Tais óbitos serão publicados no boletim da corporação e remetidos em relação autenticada pelo Ministério da Justiça ao Registro Civil. A relação conterá os dados relativos ao morto e ao evento, como nome, idade, naturalidade, estado civil, unidade militar a que pertencia, lugar de residência ou de mobilização, dia, mês, ano e lugar de falecimento e sepultura. Com essas informações remetidas pelo comandante da unidade ao assento, faz-se o registro civil público a pedido do interessado (Arts. 66 e 86). 
Relativamente aos óbitos naturais ocorridos em locais públicos, prisão, hospital e outros, o registro se fará mediante declaração de parentes. Na falta desses parentes, pelas declarações das respectivas administrações. Mas, se a morte for acidental ou violenta, a declaração deve ser ex officio da autoridade policial competente para investigar o fato.
Finalmente, admite-se o registro de óbito, com ou sem exame cadavérico, mediante justificação judicial nos casos de extremo perigo de morte, presumindo-se o óbito de pessoa desaparecida em catástrofes como naufrágio, incêndio, terremotos, maremotos e outras situações do gênero, como também dos desaparecidos em campanha. A lei exige, em ambos os casos, a comprovação da presença da pessoa que desapareceu em virtude da catástrofe ou campanha no local do evento, bem como elementos de convicção da ocorrência do óbito (art.88).
 
Há autores, dentre eles (DINIZ, 1999: 137) e (OLIVEIRA: 2001: 71), que ressaltam a relevância do registro de óbitos nos termos da Lei 6.015/73, como o documento probatório do evento morte. A força probante da certidão de óbito extraída do registro público é presumida da fé pública do registrador público. Mas a morte pode ser provada por outros meios a teor do Art. 232 do Código Processual Civil. A veracidade do fato morte deve ser comprovada pelo interessado a quem cabe o ônus da prova dos fatos por ele alegados. Neste sentido, um herdeiro poderá requerer, pela via da justificação judicial, o assento do óbito. 
 
Sobre a admissibilidade da justificação judicial, a própria lei de registros públicos prevê, no caso de impossibilidade do exame cadavérico, o desaparecimento do corpo nos casos de incêndios, naufrágio, guerras, terremotos e outras catástrofes e desaparecidos em campanha – LRP, Art. 88. 
 
Registro de morte presumida pela decretação da ausência e de morte independente desta decretação.
As sentenças declaratórias de ausência ou de morte presumida serão registradas com as cautelas referentes aos dados a serem registrados, tais como data do registro, nome completo, idade, estado civil, profissão, naturalidade, residência e domicílio anterior do ausente (ou do morto presumido), data e cartório do registro do nascimento e do casamento com nome do cônjuge, se for casado, nome do juiz, vara e data da sentença, nome do promotor do processo, nome, profissão, estado civil, residência e profissão do curador e os limites da curatela (ausência), data e causa da morte presumível.
 
Devemos lembrar que a morte presumida pode ser declarada em consequência da ausência e também independente de declaração de ausência nos especificados na lei 10.406/2002 - Código Civil, quais a extrema probabilidade de morte de quem se encontrava em situação de perigo de vida ou pela participação em campanha militar. Em qualquer dos casos, a sentença prolatada deve ser inscrita no registro público não obstante a lei 6.015/73 - LRP não regulamentar o registro da morte presumida independente da ausência, afinal, este instituto é posterior, porém o registro da sentença declaratória de morte presumida, com ou sem causalidade da ausência, segue a lógica sistemática e teleológica da lei de registros públicos, tendo em vista o interesse público no registro do ato para conferir maior segurança, autenticidade e publicidade. 
Ante os casos de mortes presumidas, o juiz deve fixar a data dessas mortes nas sentenças por ele prolatadas. A existência da pessoa natural termina com a morte na dicção do artigo 6º do Código Civil: A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Assim, não se confunde a morte presumida pela ausência a partir de provas indiretas com a morte natural. Naquela, declara-se o desaparecimento da pessoa do seu domicílio e, apenas com a abertura da sucessão definitiva após o decêndio legal, tem-se a presunção de morte em face da ausência.
Nesse sentido, a presunção do evento morte tem a previsão do Art. 88 da Lei dos Registros Públicos através de justificação judicial para pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar o cadáver para exame. 
Mas a Lei 10.406/2002 ampliou os casos de morte presumida ao autorizar a declaração de morte presumida independentemente da declaração de ausência: A dicção do Art. 7º: Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
O fato de uma morte presumível, a despeito da alta probabilidade da sua ocorrência, não agrega todos os elementos materiais de uma morte atestada por provas materiais diretas as quais coligem exame cadavérico, causa mortis e outras informações seguras e precisas. Na morte presumida, restará, independente da boa-fé dos interessados, um espaço de imprecisão e de incerteza. Mas as lacunas eventuais devem ser supridas pela autoridade judicial a fim de conferir os efeitos da presunção legal da morte. Neste sentido, conhecendo ou não, o juiz fixará data provável da morte presumida, por exemplo. Trata-se de indicação relevante para o direito a ser realizada com base em informações disponíveis sobre o dia da última notícia do desaparecido. Note-se, contudo, que se trata de prova indireta. Nesse sentido, tal medida exige da autoridade judicial cuidados especiais em virtude das inúmeras consequências legais, não apenas na ordem civil - sucessória patrimonial, obrigacional, familiar - como em outras esferas, a penal e a processual penal, a previdenciária, etc. Ressalte-se que esta regência do Código Civil sobre a morte presumida independente de declaração de ausência; coaduna-se sistematicamente com a Lei dos Registros Públicos: a sentença declaratória da morte presumida deve ser registrada em registro público.
Emancipação – A incapacidade civil do menor que tenha completado os dezesseis – relativa incapacidade civil - pode cessar antes dos dezoitos anos por outorgada dos pais ou por sentença judicial nocaso do menor sob o regime de tutela. 
No caso do menor sob o poder familiar, se ambos os pais concederem ou de um deles na falta do outro. Este ato não dependente de homologação judicial, portanto, realizar-se-á diretamente no cartório de registros de pessoas naturais através de escritura pública exarada com data, livro, folha e ofício, assinatura do apresentante, devendo constar do registro: a data do registro e da emancipação; o nome, prenome, idade, filiação, profissão, naturalidade e residência do emancipado; data e cartório em que foi registrado o seu nascimento; nome, profissão, naturalidade e residência dos pais (art.89, LRP). 
 
Quanto ao menor submetido ao regime tutelar, a lei exige a via judiciária, pois a emancipação do tutelado só é possível mediante o registro da sentença judicial concessiva. O registro será feito mediante a trasladação da sentença, devendo o registro conter os dados acima referidos do emancipado e do respectivo tutor. Trata-se de procedimento especial de jurisdição voluntária (Art. 1.112, I do CPC), no qual o juiz ouve obrigatoriamente o tutor, o Ministério Público e todos os interessados devem ser citados, sob pena de nulidade. As despesas das anotações do registro da sentença da emancipação concedida ficam a cargo dos interessados (LRP, art. 13, parágrafo segundo).
Interdições – As sentenças de interdições por incapacidade absoluta ou relativa serão registradas no cartório de ofícios em livro especial - artigos 89 e 92 da Lei 6.015/73 de Registros Públicos. O processo de interdição requer a divulgação dos editais pela imprensa local, CPC, art. 1.184, com escopo de dar amplo conhecimento ao público em geral. O oficial registrará no livro especial o nome completo, idade, estado civil, profissão, naturalidade, residência e domicílio do interdito, data e cartório do registro do nascimento e do casamento com nome do cônjuge, se for casado, nome do juiz, vara e data da sentença, nome, profissão, estado civil, residência e profissão do curador, nome do requerente da interdição e causa desta, limites da curadoria – quando for parcial -, lugar onde está o interdito. Se o curador não registrar a sentença dentro de 8 (oito) dias após a prolação, o juiz remeterá os dados para o registro cartorário. Antes do registro público, o curador não poderá assinar o termo respectivo. 
 
Das averbações 
Referentemente às disposições contidas no art. 10, averbam-se as sentenças de nulidade ou anulação de casamentos, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal. 
As averbações se fazem nas margens dos registros e no caso de não haver espaço no livro corrente com as notas e remissões respectivas que facilitem as buscas. Faz-se mediante indicação minuciosa da sentença ou ato determinante da alteração - artigos 98 e 99 da LRP. Importante ressaltar que a averbação só será feita pelo oficial do cartório onde o casamento se realizou após o trânsito em julgado da sentença declaratória de nulidade absoluta ou relativa do casamento. 
O divórcio extingue a sociedade conjugal e o casamento, diferentemente da separação judicial, que importa a separação de corpos e a partilha dos bens, porém conserva o vínculo do casamento enquanto o casal não obtiver o divórcio. Esse vínculo que permanece durante a separação judicial pode ser reatado a qualquer tempo pelo casal. Bastará requerer, por dependência ao juízo que julgou a Ação de Separação, a clara e manifesta vontade de restabelecer o vínculo matrimonial. Segue que tanto as sentenças de divórcio e de separação judicial devem ser averbadas em cartório após transitarem em julgado a fim de produzirem os efeitos desejados. Também o ato regular do juiz que homologa o pedido de restabelecimento da sociedade conjugal. 
No que concerne aos atos judiciais e extrajudiciais que declaram ou reconhecem a filiação, o escopo da lei de facilitar o reconhecimento prevê o espontâneo que independe de sentença, porém, por ato voluntário do declarante ou sentença, a nova situação criada pela paternidade conhecida importa em alteração relevante a ser averbada no cartório do registro de nascimento do reconhecido. 
Quanto à adoção, procedimento que se realiza judicialmente, a sentença prolatada extinguirá os vínculos consanguíneos e constituirá a nova relação de parentesco civil do adotado. Dita sentença de adoção também deverá ser averbada na margem do registro civil do adotado.
Jurisprudência
Merece discussão séria essa prática de certos magistrados compilarem decisões superiores para suas decisões. Por um lado, representa celeridade e segurança de apreciação abalizada de juízo experiente; por outro, representa o fim da autonomia do magistrado, o empobrecimento na criação do direito e o aviltamento do princípio do duplo grau de jurisdição.
 
Sendo professor de direito e não de decisão de tribunais, raramente utilizamos a jurisprudência para os argumentos teóricos que empregamos por entender justamente o contrário, que cabe à doutrina orientar julgadores.
Nos dias correntes, cada vez mais a jurisprudência se consolida como fonte do direito. As decisões reiteradas de tribunais superiores abrem precedentes e servem como orientação para outros julgados. Mesmo sem força vinculante, a jurisprudência dos tribunais superiores norteia outras decisões. Enquanto orientação, nada a opor. Porém, o problema reside no vício da preguiça intelectual e mácula moral de primeiro consultar o nadar de cima para depois decidir aqui em baixo. 
 	 	
De qualquer modo, seguem algumas decisões judiciais sobre o tema abordado, exclusivamente com finalidade demonstrativa de como os pretórios estão decidindo a respeito da matéria registro público.
	Apelação Cível 70000955567
Rel Des. Luiz Felipe Brasil Santos
Decisão: 14/06/2000
7ª Câmara Cível
	APELACAO. REGISTRO CIVIL. ALTERACAO DE NOME DE MENOR E ACRESCIMO DE MAIS UM PATRONIMICO PATERNO. EM MATERIA DE PRENOME, PREDOMINA A REGRA DA IMUTABILIDADE. ENTRETANTO, NAO SE PODE PERDER DE VISTA A FINALIDADE DA NORMA, QUE E A DE CONFERIR ESTABILIDADE E SEGURANCA A IDENTIFICACAO DAS PESSOAS, E, POR CONSEQUENCIA, AS RELACOES JURIDICAS. CASO CONCRETO EM QUE, TRATANDO-SE DE UMA CRIANCA DE 5ANOS, NENHUM PREJUIZO SE VISUALIZA. DERAM PROVIMENTO. UNANIME. 
	Apelação Cível 599451218
Rel Des. Lúcia de Castro Boller
Decisão: 03/05/2000
2ª Câmara Cível
	APELACAO CIVEL. ACAO DE RERIFICACAO DE REGISTRO CIVIL. INCLUSAO DO NOME DA AVO. HOMENAGEM. POSSIBILIDADE. E POSSIVEL A INCLUSAO DO NOME DA AVO NO NOME DO INTERESSADO, POR HOMENAGEM, POIS TAL NAO IMPLICA ALTERACAO DO NOME OU PRONOME E NEM CAUSA PREJUIZO AOS APELIDOS DE FAMILIA. APELACAO CIVEL DESPROVIDA. 
	Apelação Cível 70000826412
Rel Des. Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves
Decisão: 12/04/2000
7ª Câmara Cível
	REGISTRO CIVIL. PRENOME DO BISAVO. ALTERACAO. IMPOSSIBILIDADE E ILEGITIMIDADE ATIVA. NAO TEM O BISNETO LEGITIMIDADE PARA ALTERAR O PRENOME DO BISAVO JA FALECIDO, MORMENTE QUANDO SE TRATA DE CORRIGIR ERRO DE GRAFIA, NEM O NOME EXPUNHA O USUARIO AO RIDICULO, EMBORA RECONHECA COMO PONDERAVEL O OBJETIVO DE OBTER OUTRA CIDADANIA. O NOME DO REGISTRO CIVIL DEVE PREVALECER DIANTE DA REGRA DA IMUTABILIDADE INSCULPIDA NOS ARTS. 56 E 58 DA LEI N. 6.015/73, SENDO INAPLICAVEL O DISPOSTO NA LEI N. 9.708/98, POR NAO SE CUIDAR DE APELIDO PUBLICO E NOTORIO. RECURSO DESPROVIDO. 
	Apelação Cível 70000508945
Rel Des. Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves
Decisão: 12/04/2000
7ª Câmara Cível
	REGISTRO CIVIL. ACRESCIMO DE APELIDO DE FAMILIA MATERNO DO AVO. ALTERACAO. IMPOSSIBILIDADE. APELIDO PUBLICO NOTORIO. VIABILIDADE COM PROVA CABAL. 1. O NOME PATRONIMICO E E INDICATIVO DO TRONCO FAMILIAR PATERNO E TAMBEM DA PROLE, INDICANDO A CONTINUIDADE DA FAMILIA. DENTRO DA VISAO ESTRUTURAL DO NOSSO SISTEMA REGISTRAL, ADMITE-SE QUE P PRENOME SEJA MUDADO, MAS O NOME DE FAMILIA E IMUTAVEL. INTELIGENCIA DO ART-56 DA LEI DE REGISTROS PUBLICOS. O NOME DO AVO PATERNO TRANSMISSIVEL E AQUELE QUE PASSOU PARAO PAI DO AUTOR, NAO SENDO TRANSMITIDO A ELE AQUELE QUE NAO SEGUIU A CADEIA REGISTRAL. EMBORA O FASCINIO PELO QUE E NOVO, NAO SE DEVE ROMPER COM COSTUMES QUE AINDA SE MOSTRAM SOCIALMENTE SAUDAVEIS E, MAIS DO QUE ISSO, NECESSARIOS A COMPREENSAO DO TECIDO SOCIAL. 2. APLICAVEL, EM TESE O ART-58 DA LEI DOS REGISTROS PUBLICOS COM A ALTERACAO DA LEI N. 9708/98, CASO SE TRATE MESMO APELIDO PUBLICO E NOTORIO E O AUTOR TENHA INTERESSE EM ACRESCE-LO COMO PRENOME E NAO APELIDO DE FAMILIA. SENTENCA DESCONSTITUIDA PARA QUE A EXORDIAL SEJA COMPLETADA E, SENDO O CASO, SEJA PROCEDIDA A INSTRUCAO. RECURSO PROVIDO EM PARTE. 
	Apelação Cível 70000296855
Rel Des. Alzir Felippe Schmitz
Decisão: 02/12/1999
8ª Câmara Cível
	APELACAO CIVEL. REGISTRO CIVIL. ALTERACAO DE NOME, INCLUSAO DE PATRONIMICO. EXCEPCIONALIDADE. SE A ALTERACAO DO NOME PREVISTA NO ART. 56 DA LEI N. 6.015/73, ESTABELECE COMO CONDICAO QUE NAO PREJUDIQUE OS APELIDOS DE FAMILIA, AS DISPOSICOES CONTIDAS NO ART. 57, DO MESMO DIPLOMA LEGAL, EXIGEM, PARA AUTORIZAR A ALTERACAO DO NOME, A OCORRENCIA DE SITUACAO EXCEPCIONAL. A INTENCAO DE PRESTAR HOMENAGEM A ALGUM ANTEPASSADO NAO CONFIGURA SITUACAO EXCEPCIONAL QUE JUSTIFIQUE A ALTERACAO DO NOME, CARACTERIZANDO-SE POR SER MERO CAPRICHO PESSOAL, ESPECIALMENTE SE DESCENDENTES DOS HOMENAGEADOS NAO ADOTARAM OS PATRONIMICOS DESTES. RECURSO NAO PROVIDO. 
	Apelação Cível 599546787
Rel Des. Jorge Luis Dall'Agnol
Decisão: 11/11/1999
2ª Câmara Cível
	REGISTRO CIVIL. RETIFICACAO. NOME. ACRESCIMO DO PATRONIMICO DA AVO PATERNA. ADICAO. POSSIBILIDADE. NAO ENSEJA VIOLACAO A LEI A MODIFICACAO DO NOME DESDE QUE MOTIVADA E SEM ENSEJAR ALTERACAO A IDENTIFICACAO DO INDIVIDUO OU OFENSA AO PRINCIPIO DA MODIFICACAO DOS APELIDOS DE FAMILIA.APELACAO DESPROVIDA. 
	Apelação Cível 599456860
Rel Des. Ícaro Carvalho de Bem Osório
Decisão: 03/11/1999
2ª Câmara de Férias Cível
	REGISTRO CIVIL. RETIFICACAO DE NOME. INCLUSAO DO SOBRENOME DO AVO PATERNO. ART-56 DA LEI 6015/73. ALTERACAO DE NOME SEM QUE PREJUDIQUE OS APELIDOS DE FAMILIA. SENTENCA DE PROCEDENCIA. APELACAO IMPROVIDA. 
	Apelação Cível 598462760
Rel Des. Alzir Felipe Schmitz
Decisão: 24/06/1999
8ª Câmara Cível
	APELACAO CIVEL. REGISTRO CIVIL. ALTERACAO DE PRENOME. A IMUTABILIDADE DO PRENOME E A REGRA GERAL INSCULPIDA NO ART. 58 DA LEI N. 6015/73, ADMITINDO-SE, COMO EXCECOES, O ERRO DE GRAFIA E O NOME QUE EXPOE O SEU USUARIO AO RIDICULO. MESMO QUE, A RIGOR, NAO ESTEJA O CASO PRESENTE CONTEMPLADO POR NENHUMA DESSAS HIPOTESES, DEMONSTRADA A INTENCAO DAQUELE QUE EFETUOU O REGISTRO DE ATRIBUIR NOME COM GRAFIA DIVERSA DA REGISTRAL, TANTO QUE ESTA CAIU EM TOTAL DESUSO, CABE A RETIFICACAO. RECURSO PROVIDO. VOTO VENCIDO. 
	Apelação Cível 599267408
Rel Des. José Ataídes Siqueira Trindade
Decisão: 10/06/1999
8ª Câmara Cível
	RETIFICACAO DE REGISTRO CIVIL". NÃO TENDO A GENITORA DO RECORRENTE, ALTERADO SEU NOME DE SOLTEIRA QUANDO DO SEU CASAMENTO, E, NO REGISTRO DE NASCIMENTO DO MENOR, CONSTAR O NOME DA MAE COMO SE TIVESSE A ELE ACRESCENTADO O SOBRENOME DO EX-MARIDO, O QUE DE FATO NAO OCORREU, A RETIFICACAO DEVE SER DEFERIDA PARA QUE CONSTE O NOME CORRETO. APELACAO PROVIDA. 
	Apelação Cível 598135978
Rel Des. Alzir Felipe Schmitz
Decisão: 18/02/1999
8ª Câmara Cível
	APELACAO CIVEL. REGISTRO CIVIL. ALTERACAO DE NOME. MENOR. ADMISSIBILIDADE ANTES DA MAIORIDADE. SABENDO-SE QUE O NOME CONSTITUI ELEMENTO FORMADOR DA PERSONALIDADE, DEMONSTRADO QUE O APELIDO DA FAMILIA MATERNA JA E ADOTADO PELO MENOR, JUSTIFICANDO-SE A ALTERACAO, COM A SUA INCLUSAO NO NOME DO MENOR, NAO HAVENDO MOTIVO PARA QUE SE AGUARDE A MAIORIDADE, MESMO POR QUE AUSENTE O PREJUIZO, PREOCUPACAO EXPRESSA NO ART-56, DA LEI N. 6015/73. APELO PROVIDO. 
	Embargos Infringentes 597243302
Rel Des. José Carlos Teixeira Giorgis
Decisão: 11/09/1998
2º Grupo de Câmaras Cíveis
	REGISTRO PUBLICO. RETIFICACAO DE NOME CIVIL. INCLUSAO DE PATRONIMICO MATERNO. HIPOTESE NAO CONTEMPLADA NA LEGISLACAO PERTINENTE. 1.DECORRE DA LEI DE REGISTROS PUBLICOS SEREM TANTO O PRENOME QUANTO O PATRONIMICO IMUTAVEIS (ART.58 E ART.56, ULTIMA PARTE, LEI N-6015/73), SALVANTE AS ESTRITAS HIPOTESES LEGAIS PREVISTAS A ADMITIR A ALTERACAO (ARTIGOS 55, PAR-UNICO, 58, PAR-UNICO E 57). NELAS, POREM, NAO SE ENQUADRA A MUDANCA NO PATRONIMICO PARA OS FINS PRETENDIDOS PELA REQUERENTE, SOMENTE PODENDO SER AUTORIZADA EM CASOS MARCADOS PELA EXCEPCIONALIDADE E, AINDA ASSIM, POR FUNDADAS RAZOES OU MOTIVACOES (ARTIGO 57, PRIMEIRA PARTE), COM AS QUAIS NAO SE COMPRAZEM SIMPLES INTERESSES PESSOAIS. 2.AS NORMAS QUE COMPOEM A LEI DE REGISTROS PUBLICOS, ONDE O INTERESSE PUBLICO SOBRELEVA AO DO PARTICULAR, MERECEM INTERPRETACAO ESTRITA, DE MODO A NAO INDUZIR INSEGURANCA E INSTABILIDADE NAS RELACOES INTERSUBJETIVAS, QUE NOS ASSENTOS LANCADOS NOS REGISTROS PUBLICOS ENCONTREM A SEGURANCA E ESTABILIDADE JURIDICAS DE UMA FACIL E SEGURA IDENTIFICACAO DAS PESSOAS. ESTA, PORTANTO, A EXEGESE A SER PRESERVADA, A QUAL SE MOSTRA INCOMPATIVEL A MUDANCA DESATENTA AS HIPOTESES LEGAIS E ESTRITAS A AUTORIZAREM A MUDANCA DO NOME. EMBARGOS DESACOLHIDOS.
	Apelação Cível 598084713
Rel Des. Wellington Pacheco Barros
Decisão: 12/08/1998
4ª Câmara de Férias Cível
	REGISTROS PUBLICOS – HABILITACAO AO CASAMENTO - SUBSTITUICAO DO UNICO PATRONIMICO DE FAMILIA PELO PATRONIMICO DO MARIDO - IMPOSSIBILIDADE NA INTELIGENCIA DO ART.57, PAR-2, DA LEI N-6015/73 C/C ART-240 DO CODIGO CIVIL E ARTIGO 40 DA LEI N-6515/77 (LEI DO DIVORCIO). APELACAO PROVIDA. 
	Apelação Cível 70000585836
Rel.: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves
Decisão: 31/05/2000
7ª Câmara Cível
	REGISTRO CIVIL. TRANSEXUALIDADE. PRENOME. ALTERACAO. POSSIBILIDADE. APELIDO PUBLICO E NOTORIO. O FATO DE O RECORRENTE SER TRANSEXUAL E EXTERIORIZAR TAL ORIENTACAO NO PLANO SOCIAL, VIVENDO PUBLICAMENTE COMO MULHER, SENDO CONHECIDO POR APELIDO, QUE CONSTITUI PRENOME FEMININO, JUSTIFICA A PRETENSAO JA QUE O NOME REGISTRAL E COMPATIVEL COM O SEXO MASCULINO. DIANTE DAS CONDICOES PECULIARES, NOME DE REGISTRO ESTA EM DESCOMPASSO COM A IDENTIDADE SOCIAL, SENDO CAPAZ DE LEVAR SEU USUARIO A SITUACAO VEXATORIA OU DE RIDICULO. ADEMAIS , TRATANDO-SE DE UM APELIDO PUBLICO E NOTORIO JUSTIFICADA ESTA A ALTERACAO. INTELIGENCIA DOS ARTS.56 E 58 DA LEI N. 6015/73 E DA LEI N. 9708/98. RECURSO PROVIDO. 
	Embargos Infringentes 70000080325
Rel Des. Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves
Decisão: 12/11/1999
4º Grupo de Câmaras Cíveis
	REGISTRO CIVIL. HOMOSSEXUALIDADE. PRENOME. ALTERACAO. IMPOSSIBILIDADE. O FATO DE SER HOMOSSEXUAL E EXTERIORIZAR TAL OPCAO SEXUAL E QUE PODE EXPOR A PESSOA A SITUACOES DESAGRADAVEIS E NAO O USO DO NOME. NAO SE TRATANDO DE CORRIGIR O ERRO DE GRAFIA, NEM DE NOME CAPAZ DE LEVAR SEU USUARIO AO RIDICULO, MAS MERA ALTERACAO POR NAO GOSTAR DELE, O PEDIDO SE MOSTRA JURIDICAMENTE IMPOSSIVEL, VISTO TER DECORRIDO MAIS DE VINTE E OITO ANOS DO PRAZO LEGAL. NAO SE TRATA, TAMBEM, DE APELIDO PUBLICO E NOTORIO. INTELIGENCIA DOS ARTS. 56 E 58 DA LEI N. 6015/73 E DA LEI N. 9708/98. EMBARGOS INFRINGENTES DESACOLHIDOS. 
	Apelação 70001377506
Rel. Des. LUIZ FELIPE BRASIL SANTOS
Decisão: 06/09/2000
7ª Câmara Cível
	RETIFICACAO DE REGISTRO CIVIL. INCLUSAO E SUPRESSAO DE PATRONIMICO. CONFORME REITERADA JURISPRUDENCIA, NAO SE JUSTIFICA, COMO CAUSA EXCEPCIONAL, EXIGIDA PELO ART. 57 DA LEI 6.015/73, O PROPOSITO DE HOMENAGEAR ASCENDENTE, COM ACRESCIMO DE SEU PATRONIMICO. A LUZ DO ART. 240, PAR. UNICO, DO CCB, "A MULHER PODERA ACRESCER AOS SEUS OS APELIDOS DO MARIDO". ENTRETANTO, NAO PODE RETIRAR A PATRONIMICO DE SEUS PAIS. DESPROVERAM. 
	Apelação 598584431
Rel. Des. SERGIO FERNANDO DE VASCONCELLOS CHAVES
Decisão: 24/03/1999
7ª Câmara Cível
	REGISTRO CIVIL. PRENOME. ALTERACAO. IMPOSSIBILIDADE. NAO SE TRATANDO DE CORRIGIR ERRO DE GRAFIA, NEM DE NOME CAPAZ DE LEVAR SEU USUARIO AO RIDICULO, MAS MERA ALTERACAO POR NAO GOSTAR DELE, O PEDIDO SE MOSTRA JURIDICAMENTE IMPOSSIVEL, VISTO QUE DECORRIDO MAIS DE SEIS ANOS DO PRAZO LEGAL. INTELIGENCIA DOS ART-56 E 58 DA LEI N. 6015/73.RECURSO DESPROVIDO.Apelação 597161140
Rel. Vencido: Vasco Della Giustina
Redator para Acórdão: Araken de Assis
Decisão: 01/04/1998
4ª Câmara Cível
	REGISTROS PUBLICOS. RETIFICACAO DE REGISTRO CIVIL. INEXISTENCIA DE ERRO. 1. INEXISTINDO ERRO NO REGISTRO CIVIL, IMPOSSIVEL SE MOSTRA RETIFICA-LOS, SOMENTE PARA TRADUZIR PRENOMES EM LINGUA ITALIANA. 2. APELACAO DESPROVIDA. VOTO VENCIDO. 
	Apelação 597126705
Rel. Des. Irineu Mariani
Decisão: 26/11/1997
4ª Câmara Cível
	REGISTRO PUBLICO. PEDIDO DE SUPRESSAO DO PATRONIMICO ACRESCENTADO EM SENTENCA DECLARATORIA DE PATERNIDADE. PRINCIPIOS DA IMUTABILIDADE E DA INDISPONIBILIDADE. O NOME DA PESSOA E UM CONJUNTO DE PALAVRAS QUE TEM DUAS PARTES (PRENOME E O SOBRENOME OU APELIDOS DE FAMILIA). O OBJETIVO, NO SEU CONJUNTO, E IDENTIFICAR, COM ESTABILIDADE E REVELANDO A ORIGEM, O INDIVIDUO NO UNIVERSO DO GENERO HUMANO. DESSE MODO, NAO PERTENCE APENAS AO PORTADOR, MAS TAMBEM AO GRUPO FAMILIAR E A SOCIEDADE. A FIM DE ALCANCAR TAL OBJETIVO, ESTA SUJEITO AOS PRINCIPIOS DA IMUTABILIDADE E DA INDISPONIBILIDADE. NO ENTANTO, EM CARATER EXCEPCIONAL, AO PORTADOR E FACULTADO, NO PRIMEIRO ANO DA MAIORIDADE CIVIL, ALTERACAO, SEM QUE SEJA PRECISO MOTIVAR, MAS, COM RESTRICOES NA PARTE RELATIVA AOS APELIDOS DE FAMILIA (SOBRENOME), VISTO QUE, DIZENDO RESPEITO A IDENTIFICACAO DA PESSOA QUANTO A ORIGEM, NAO PODE HAVER PREJUIZO. FORA DE TAL PERIODO, E POSSIVEL ALTERAR, POR ACRESCIMO OU POR SUPRESSAO, DESDE QUE MOTIVADAMENTE, NAS HIPOTESES LEGAIS DE ERRO DE GRAFIA E DE EXPOSICAO AO RIDICULO, BEM ASSIM, POR CRIACAO DOUTRINARIA E JURISPRUDENCIAL, NOS CASOS DE (A) OMISSAO SOCIALMENTE CONSTRANGEDORA; (B) DE NAO-COINCIDENCIA ENTRE O NOME NO REGISTRO E O PELO QUAL A PESSOA E PUBLICAMENTE CONHECIDA; E (C) DE HOMONIMIA, FACE AOS INUMEROS TRANSTORNOS QUE ELA CAUSA NA SOCIEDADE MODERNA, ONDE AS PESSOAS SAO CADA VEZ MAIS CADASTRADAS. PEDIDO DE SUSPENSAO DO SOBRENOME DO PAI, ACRESCIDO POR SENTENCA DECLARATORIA DE PATERNIDADE, QUE NAO CABE EM NENHUMA DAS HIPOTESES MENCIONADAS. EXEGESE DOS ARTIGOS 55, PARAGRAFO UNICO. 56, 57, CAPUT, E 58, PARAGRAFO UNICO, DA LEI 6015/73. APELO DESPROVIDO. 
	Apelação Cível 594157893
Rel.: Perciano de Castilhos Bertoluci
4ª Cível
Data de julgamento: 06/12/1995
	REGISTRO PUBLICO. PLURALIDADE DE PENHORAS. DUVIDA SUSCITADA QUANTO AO SEU CANCELAMENTO. ENQUANTO NAO DEMONSTRADOS A SOLUCAO DO CREDITO, NO JUIZO QUE PROMOVEU A PENHORA, OU O CONCURSO DE PREFERENCIAS DAS PENHORAS INSCRITAS NO REGISTRO DE IMOVEIS, NO JUIZO DA ARREMATACAO, NAO E DE AUTORIZAR-SE O SEU CANCELAMENTO. RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. 
	Apelação 597154822
Rel. Des. Moacir Adiers
Decisão: 25/09/1997
3ª Câmara Cível
Data de julgamento: 16/12/1999
	ACAO DE RETIFICACAO DE REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO. INTELIGENCIA DO ARTIGO 109 DA LEI DOS REGISTROS PUBLICOS. A RETIFICACAO FACULTADA PELO ARTIGO 109 DA LEI N-6015/73 - LEI DOS REGISTROS PUBLICOS - PRESSUPOE A EXISTENCIA DE ERRO NOS ASSENTAMENTOS PUBLICOS, O QUE EFETIVAMENTE NAO SE VERIFICA NO CASO VERTENTE, EM QUE A REQUERENTE POSTULA A RETIFICACAO DO SEU NOME CONSTANTE NO ASSENTO DE NASCIMENTO DE SUA FILHA FRANCIELE, POIS, UMA VEZ DIVORCIADA DE SEU ESPOSO, PASSOU A ADOTAR NOME DE SOLTEIRA. DESSA FORMA, CONSIDERANDO-SE QUE OUTRA NAO PODE SER A RAZAO PARA A ALTERACAO DOS DADOS, PORQUE A TANTO NAO CONTEMPLA A LEI, IMPOE-SE O INDEFERIMENTO DA PRETENSAO DEDUZIDA NA INICIAL. APELACAO DESPROVIDA. 
	Agravo de Instrumento 588010637
Rel.: Adalberto Liborio Barros
Data de julgamento: 02/08/1988
6ª Cível
	AGRAVO DE INSTRUMENTO. REGISTROS PUBLICOS. SUSCITACAO DE DUVIDA. O PROCESSO DE SUSCITACAO DE DUVIDA E TIPICAMENTE ADMINIS-TRATIVO, NELE NAO SE ADMITINDO QUALQUER TIPO DE INTERVENCAO DE TERCEIROS. RECURSO IMPROVIDO.
	Mandado de Segurança 597087022
Rel.:Luiz Ari Azambuja Ramos
3ª Câmara Cível
	DIREITO PUBLICO NAO ESPECIFICADO. OFICIAL DO REGISTRO DE IMOVEIS. REGISTRO DE PENHORA EM EXECUCAO FISCAL MOVIDA PELO INSS. DETERMINACAO JUDICIAL PARA A EFETIVACAO DO ATO, SEM O PREVIO PAGAMENTO DE EMOLUMENTOS, COM A RESSALVA DA PERCEPCAO AO FINAL. PERMISSIVO DA LEF (LEI F-6830/80), QUE NAO SE ENCONTRA DERROGADA, NAO ENCONTRANDO OBICE NA SITUACAO REGRADA PELA CONSTITUICAO FEDERAL (ART.236), SOBRE A NATUREZA DOS SERVIDORES NOTARIAIS E DE REGISTRO, E NA LEI REGULAMENTADORA POSTERIOR (LEI 8935/94). HIPOTESE NAO DE ISENCAO DE PAGAMENTO DOS EMOLUMENTOS E DESPESAS DEVIDAS, MAS DE MERA POSTERGACAO PARA O FINAL DAEXECUCAO. INEXISTENCIA DE ATO ABUSIVO OU ILEGAL, VIOLADOR DE DIREITOLIQUIDO E CERTO. SEGURANCA DENEGADA.
	Apelação Cível 597117423
Rel.: Tael João Selistre
Data de julgamento: 13/11/1997
3ª Câmara Cível
	REGISTRO DE IMOVEIS. AVERBACAO. CASA-PAVILHAO CONSTRUIDA SOBRE MAIS DE UM TERRENO. NECESSIDADE DE UNIFICACAO. DUVIDA PROCEDENTE. TENDO A CASA-PAVILHAO SIDO CONSTRUIDA SOBRE MAIS DE UM TERRENO, COM MATRICULAS DIVERSAS, E SE TRATANDO DE BEM INDIVISIVEL, NOS TERMOS DO ARTIGO 53, INCISO I, DO CODIGO CIVIL, A AVERBACAO PRETENDIDA NAO PODE SER DEFERIDA SEM QUE SE REALIZE A UNIFICACAO DOS IMOVEIS. DEVENDO CADA IMOVEL TER MATRICULA PROPRIA, NOS TERMOS DO ARTIGO 176, PAR-1, INCISO I, DA LEI N-6015/73, SEM QUE SEJA EFETIVADA A UNIFICACAO, NAO SE PODE AVERBAR A EXISTENCIA DA CASA-PAVILHAO EM MATRICULAS DIVERSAS. DUVIDA PROCEDENTE. SENTENCA MANTIDA. APELACAO NAO PROVIDA. 
	Agravo Regimental 598097764
Rel.: Cacildo de Andrade Xavier
Data de julgamento: 29/06/1998
Tribunal Pleno
	AGRAVO REGIMENTAL. INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 9534/97 ARGUIDA EM ADIN PERANTE O STF, COM LIMINAR NEGADA PELO TRIBUNAL PLENO DAQUELA CORTE. SUSPENSAO DE ANTECIPACAO DE TUTELA CONCEDIDA EM ACAO DECLARATORIA POR JUIZO DA VARA DA FAZENDA PUBLICA DA CAPITAL. 
	Apelação Cível 597024629
Rel.: Moacir Adiers
3ª Câmara Cível
Data de julgamento: 06/11/1997
	REGISTROS PUBLICOS. RETIFICACAO DE AREA. ACRESCIMO DE 31,41% A AREA REGISTRADA. DESCABIMENTO VIA SINGELO PROCEDIMENTO DE RETIFICACAO. SEGURANCA JURIDICA A EXIGIR PROCEDIMENTO PROPRIO DE AQUISICAO OU DECLARACAO DE AQUISICAO DE DOMINIO, A QUE NAO SERVE O PROCEDIMENTO DE RETIFICACAO. EXEGESE DO ART-860 DO CODIGO CIVIL E ART-212 E SEGUINTES DA LEI DE REGISTROS PUBLICOS. PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENCA. EXEGESE DOS ARTIGOS 458 E 459 DO CODIGO DE PROCESSO CIVIL. 1. O PEDIDO DE RETIFICACAO DE REGISTRO PUBLICO SEGUE O PROCEDIMENTO ESPECIAL DE JURISDICAO VOLUNTARIA, DE NATUREZA ADMINISTRATIVA, ONDE NAO SE POE DE OBSERVANCIA OBRIGATORIA O FORMALISMO PROCESSUAL, TENDO POR PREENCHIDA A DECISAO COM A SIMPLES REFERENCIA AO PARECER FUNDAMENTADO DO ORGAO DO MINISTERIO PUBLICO. ADEMAIS, DANDO A DECISAO PELA EXTINCAO DO PEDIDO, SEM JULGAMENTO DO MERITO, PODE SER PROFERIDA DECISAO EM FORMA CONCISA (ART-459, ULTIMA PARTE, CPC), INEXIGIVEL O FORMALISMO PROPRIA DA SENTENCA QUE SOLUCIONA O MERITO (ART-458, CPC). ADEMAIS, EXISTE FUNDAMENTACAO SUFICIENTE E ADEQUADA A SOLUCAO. PRELIMINAR QUE VAI REJEITADA, POR ESSES FUNDAMENTOS. 2. QUANDO SIGNIFICATIVA A DIFERENCA DE AREA ENTRE A CONSTANTE DA MATRICULA E A CONSTATADA FATICAMENTE, A ENSEJAR UM ACRESCIMO CORRESPONDENTE A 31,41%, NAO E POSSIVEL A UTILIZACAO DA VIA SINGELA DA RETIFICACAO, ADSTRITA QUE E ESTA A ERROS NA MATRICULA VINCULADOS AOS TITULOS QUE LHE DERAM ORIGEM OU ADMISSIVEL QUANTO A PEQUENAS DIFERENCAS, A MAIOR OU A MENOR, DE AREA, TOMADO COM PARADIGMA, PARA SUA AFERICAO, O DISPOSTO NO ART-1136 DO CODIGO CIVIL. 3. APELACAO DESPROVIDA, POR MAIORIA. VOTO VENCIDO. 
	Apelação Cível 598041036
Rel.: Luiz Ari Azambuja Ramos
3ª Câmara Cível
Data de julgamento: 04/06/1998
	REGISTROS PUBLICOS. RETIFICACAO DE REGISTRO IMOBILIARIO. O PROCEDIMENTO DISPOSTO NO ART-213 DA LEI N. 6015/73 NAO E MEIO ADEQUADO PARA OBTER AUMENTO DE AREA. A RETIFICACAO NAO E FORMA DE AQUISICAO IMOBILIARIA, SOMENTE ADMITIDA QUANDO HOUVER ERRO, COMO NO CASO DE EXISTIR DESCONFORMIDADE ENTRE O REGISTRO E O TITULO, E DESDE QUE NAO ULTRAPASSE O PARAMETRO CONTIDO NO ART-1136, PARAGRAFO UNICO, DO CODIGO CIVIL, SOB PENA DE SE ESTAR CRIANDO UMA NOVA MODALIDADE DE AQUISICAO DE PROPRIEDADE IMOVEL. SENTENCA REFORMADA. APELACAOPROVIDA. 
	Apelação Cível 598605038
Rel.: Ana Maria Nedel Scalzilli
2ª Câmara de Férias Cível
Data de julgamento: 09/03/1999
	DUVIDA. TITULO TRANSLATIVO DA PRIPRIEDADE. A DECISAO JUDICIAL QUE HOMOLOGA ACORDO DE TRENSFERENCIA DE BENS IMOVEIS EM SEDE DE ACAO POSSESSORIA PRODUZ EFEITOS, APENAS, ENTRE OS LITIGANTES. O TERMO DE ACORDO E A SENTENCA NAO SAO TITULOS HABEIS PARA O REGISTRO JUNTO AO REGISTRO DE IMOVEIS. ARTIGOS 167, I, 221, 222,E 223 DA LEI 6015/73 E ARTIGOS 134, II E 135. CAPUT DO CODIGO CIVIL. SENTENCA MANTIDA. APELO IMPROVIDO. 
	Agravo de Instrumento 70000411264
Rel.: Otávio Augusto de Freitas Barcellos
15ª Câmara Cível
Data de julgamento: 23/02/2000
	AGRAVO DE INSTRUMENTO. AVERBACAO DE PROTESTO CONTRA A ALIENACAO DE BENS JUNTO AO OFICIO IMOBILIARIO. IMPOSSIBILIDADE, NO CASO, POR ABSOLUTO AUSENCIA DE PREVISAO LEGAL. QUANDO O ARTIGO 167, INCISO II, N. 12, DA LEI N. 6015, DE 1973, PREVE A AVERBACAO "DAS DECISOES, RECURSOS E SEUS EFEITOS, QUE TENHAM POR OBJETO ATOS OU TITULOS REGISTRADOS OU AVERBADOS", ESTA SE REFERINDO A DECISOES PROFERIDAS EM PROCESSOS CONTENCIOSOS, NATUREZA DE QUE NAO SE REVESTEM OS PROTESTOS JUDICIAIS. A AVERBACAO DO PROTESTO NO REGISTRO IMOBILIARIO MALFERE A DISCIPLINA JURIDICA DOS ARTIGOS 869 E 870, DO CODIGO DE PROCESSO CIVIL, NA MEDIDA EM QUE CONTRARIA A SOLUCAO PREVISTA, COMO A PUBLICACAO DE EDITAIS, SOB A PRUDENTE DISCRICAO DO JUIZ, E DA ENSEJO A CONFUSAO QUE PODE IMPOSSIBILITAR OU DIFICULTAR A REALIZACAO DE NEGOCIO LICITO. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO, EM PARTE. UNANIME. (AGI Nº 70000411264, DECIMA QUINTA CAMARA CIVEL, TJRS, RELATOR: DES. OTAVIO AUGUSTO DE FREITAS BARCELLOS, JULGADO EM 23/02/2000) 
	Apelação Cível 70000038778
Rel.: Luciano Ademir José D'Ávila
17ª Câmara Cível
Data de julgamento: 21/12/1999
	PROCESSUAL CIVIL. REGISTRO DE IMOVEL. APELACAO EM PROCESSO DE SUSCITACAO DE DUVIDA. AUSENCIA DE PREPARO. ART-511 DO CPC. O PREPARO, CONFORME DISPOSITIVO EPIGRAFADO, DEVE SER COMPROVADO NO ATO DA INTERPOSICAO DO RECURSO. NO CASO EM EXAME, APESAR DE SE TRATAR DE JURISDICAO VOLUNTARIA, PREVISTO NA LEI 6015/73, FRENTE A IRRESIGNACAO PROTOCOLADA, O FEITO ORDINARIZA-SE E, DESSARTE, DEVE SUBMETER-SE AOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL. COMO NAO HOUVE PREPARO, DESERTA E A APELACAO. 
	Apelação Cível 596221424
Rel.: Ramón Georg Von Berg
4ª Câmara Cível
Data de julgamento: 16/04/1997
	REGISTROS PUBLICOS. RETIFICACAO DE AREA. NAO PODE PERSISTIR A NORMA DELIQUESCENTE, NO SENTIDO DE SOMENTE SER POSSIVEL A RETIFICACAO DE AREA QUANDO O ACRESCIMO FOR INFERIOR A 1/20 NA FORMA DO QUE DISPUNHA O CODIGO CIVIL. INTELIGENCIA E APLICACAO DO ART-213 DA LEI 6015/73. ACAO IMPROCEDENTE EM PRIMEIRO GRAU. SENTENCA REFORMADA. APELO PROVIDO. 
	Apelação Cível 596183913
Rel.: Moacir Adiers
3ª Câmara Cível
Data de julgamento: 20/02/1997
	REGISTRO CIVIL. ASSENTO DE NASCIMENTO. DUPLICIDADE. ANULACAO. EXIGENCIA DE PROCESSO CONTENCIOSO. INTELIGENCIA DO ART-113, CAPUT, DA LEI DOS REGISTROS PUBLICOS. EM MATERIA DE REGISTROS PUBLICOS, TENDO EM VISTA SUA RELEVANCIA, SUBSISTE A OBRIGATORIEDADE DE QUE AS REGRAS PROCESSUAIS SEJAM ATENDIDAS. NO CASO DOS AUTOS, A ANULACAO DE DUPLICE ASSENTO DE NASCIMENTO, POR ENVOLVER QUESTAO DE FILIACAO, ENSEJA A INSTAURACAO DE PROCESSO CONTENCIOSO, CONSOANTE O ART-113 DA LEI 6015/73. ISTO PORQUE IMPERATIVA E A REALIZACAO DE AMPLA PRODUCAO PROBATORIA, DE MODO A QUE NAO PAIREM DUVIDAS SOBRE AS ALEGACOES DO REQUERENTE. APELACAO DESPROVIDA. 
	Agravo de Instrumento 596139295
Rel.: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves
Data de julgamento: 13/11/1996
7ª Câmara Cível
	CASAMENTO DE ESTRANGEIROS NO PAIS DE ORIGEM. VALIDADE. CASAMENTO RELIGIOSO POSTERIORMENTE COM OUTRA MULHER E TRANSCRITO NO REGISTRO CIVIL MAIS DE SETE ANOS APOS. CASAMENTO INEXISTENTE. 
	Apelação Cível 597226265
Rel.: Vasco Della Giustina
4ª Câmara Cível
Data de julgamento: 17/12/1997
	APELACAO CIVEL. REGISTROS PUBLICOS. ACRESCIMOS PELA MULHER DOS APELIDOS DO MARIDO. A LEI FALA EM "APELIDOS", COMPREENDENDO TANTO OS DE ORIGEM PATERNA QUANTO MATERNA, DESDE QUE INTEGREM O COGNOME DO MARIDO. APELO PROVIDO. 
	Apelação Cível 598084713
Rel.: Wellington Pacheco Barros
4ª Câmara Cível
Data de julgamento: 12/08/1998
	REGISTROS PUBLICOS – HABILITACAO AO CASAMENTO - SUBSTITUICAO DO UNICO PATRONIMICO DE FAMILIA PELO PATRONIMICO DO MARIDO - IMPOSSIBILIDADE NA INTELIGENCIA DO ART.57, PAR-2, DA LEI N-6015/73 C/C ART-240 DO CODIGO CIVIL E ARTIGO 40 DA LEI N-6515/77 (LEI DO DIVORCIO). APELACAO PROVIDA. 
	Mandado de Segurança 593103112
Rel. Des. Ramon Georg Von Berg
Decisão: 11/02/1994
2º Grupo de Câmaras Cíveis
	MANDADO DE SEGURANCA. IMPETRACAO VISANDO A COBRANCA DE EMOLUMENTOS.DESCABIMENTO. NAO E NA VIA DO MANDADO DE SEGURANCA A SEDE MAISINDICADA PARA SE POSTULAR EMOLUMENTOS, PORQUANTO OS RESTRITOSLIMITES DO WRIT IMPEDEM A INSTRUCAO EFICAZ DO FEITO, O QUE SE MOSTRAIMPRESCINDIVEL PARA A APURACAO E AQUILATACAO DOS DIREITOS INVOCADOSNA IMPETRACAO. SEGURANCA DENEGADA. 
	
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REFERÊNCIAS
Legislativas:
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil 05/10/1988.
BRASIL. Lei nº 10.406/2002. Código civil.
BRASIL. Lei nº 5.869/1973. Código de processo civil.
BRASIL. Lei nº 6.015/1973. Registros públicos.
BRASIL. Lei nº 6.216/1975. Altera a lei de registros públicos.
Bibliográfica:
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil: Teoria geral do direito civil. São Paulo: Saraiva, 1999, v1.
OLIVEIRA, Leone Lopes. Direito civil: teoria geral do direito civil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001. 
SARMENTO, Natanael. Notas de direito civil. São Paulo: Harbra, 2004.

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