Buscar

Constitucional - Trabalho e exercícios respondidos sobre a Saúde na Constituição Federal.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
	
Índice
1. Artigos constitucionais que versam sobre a saúde.
2. Como funcionavam a saúde anteriormente ao SUS.
3. Sistema Único de Saúde (SUS).
3.1. Princípios Constitucionais do SUS:
3.1.1 Universalidade;
3.1.2. Integralidade;
3.1.3. Equidade;
3.1.4. Descentralização;
1.3.5. Participação Social.
1. Artigos constitucionais que versam sobre a saúde.
Em geral não são muitos os artigos que expõe sobre a saúde no Brasil, porém os poucos que tem conseguem explicar bem a finalidade da saúde no nosso país, a saúde tem inicio na nossa Carta Magna com o artigo 6º, o artigo que enquadra a saúde como um dos direitos sociais do Estado.
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação da EC 90/2015).”
	Ou seja, desde o início da Constituição o Direito a saúde está positivado como um dos primeiros direitos sociais de natureza fundamental, sendo também o primeiro dos direitos constitutivos da seguridade social. Porém a Lei Maior também dispõe de uma seção inteira sobre saúde, seção que iniciasse no artigo 196 (cento e noventa e seis) e vai até o 200 (duzentos). Neste trabalho iremos explicar e desmiuçar cada um deles, para melhor entendimento do leitor:
“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
Este artigo é uma forma de efetivar o mandamento constitucional do direito à saúde, sendo o mesmo uma prerrogativa indisponível, pois garante a implementação de políticas públicas, impondo ao Estado a obrigação de criar condições diretas que possibilitem o efetivo acesso a tal serviço, pois como exposto no próprio artigo a saúde é “direito de todos” e “dever do Estado”. 
O serviço público jamais poderá ser caracterizado como temporário, já que é essencial. Esse dispositivo é o criador do SUS, Sistema único de Saúde, sistema esse que fez com que toda a população brasileira passasse ter direito a saúde universal e gratuita já que os recursos são provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, como rege o artigo 195 da CF.
“Art.197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.”
	O essencial direito à saúde fez com que o legislador constituinte classificasse como prestações de relevância pública, as ações e serviços de saúde, em ordem de certificar a atuação do Ministério Público e do Poder Judiciário naquelas hipóteses em os órgãos estatais, excepcionalmente, deixarem de respeitar o mandamento constitucional, malogrado, arbitrariamente, a eficácia jurídico-social podendo ela ser por intolerável omissão, ou por qualquer outra inaceitável modalidade de conduta do governo. 
“Art.198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por centoII – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;  
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. 
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá: 
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; 
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; 
IV - (revogado).   
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. 
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. 
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício.”
O Estado é responsável por proporcionar meios visando o alcance da saúde, e com a criação do SUS a incumbência do Estado se torna linear alcançando a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, isso porque a direção do SUS é única e descentralizada em cada esfera de governo, assim alcançando a todos com seus meios de atuação, tornando cada vez mais balanceada a obtenção da saúde. Podemos observar que, em geral, o tratamento fornecido pelo SUS deverá ser privilegiado, mas isso não afasta a possibilidade do Poder Judiciário, ou de própria administração, decidir que medida diferente da custeada pelo SUS deve ser fornecida a determinada pessoa. O Estado deverá criar meios para prover serviços médico-hospitalares e de aprovisionar medicamentos, além da implementação de políticas públicas preventivas, auxilio de os entes federativos garantirem recursos em seus orçamentos para implementação delas. Os §§ 1º a 3º trata de recursos para manutenção dessa garantia fundamental.
“Art.199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito públicoou convênio, tendo preferência às entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.”
É facultada a iniciativa privada a participação de forma acrescida no Sistema Único de Saúde, essa complementação pode ser feita por dois meios, o primeiro por meio de contrato e o segundo por meio de convênio, vê-se então que a assistência a saúde não é obrigação da sociedade isoladamente e sim, como aqui já dito, dever do Estado. A iniciativa privada, se ajudarem a complementar o Sistema Único de Saúde, por tanto se os contratados dos filiados benefícios previdenciários assumirem a obrigação de pagar, o exercício dessa faculdade não lhes assegura o direito a imunidade tributária constitucional, outorgada pelo legislador apenas às entidades que prestam assistência social, independentemente de contribuição à seguridade social, como estímulo ao altruísmo dos seus instituidores.
“Art.200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.”
	O artigo 200 dispõe sobre os meios de atuação do SUS, muitas pessoas pensam que o Sistema Único de Saúde é responsável apenas pela saúde física hospitalar, mas podemos ver em seus oito incisos que o SUS na verdade é um sistema bem mais amplo que o imaginado, mas ao mesmo tempo não deixando de exercer sua função de sistema defensor da saúde, sendo ela de qualquer tipo.
“(...) Direito à saúde, positivado como um dos primeiros dos direitos sociais de natureza fundamental (art. 6º da CF) e também como o primeiro dos direitos constitutivos da seguridade social (cabeça do artigo constitucional de nº 194). Saúde que é ‘direito de todos e dever do Estado’ (caput do art. 196 da Constituição), garantida mediante ações e serviços de pronto qualificados como ‘de relevância pública’ (parte inicial do art. 197). A Lei de Biossegurança como instrumento de encontro do direito à saúde com a própria Ciência. No caso, ciências médicas, biológicas e correlatas, diretamente postas pela Constituição a serviço desse bem inestimável do indivíduo que é a sua própria higidez físico-mental.” - ADI 3.510, rel. min. Ayres Britto, julgamento em 29-5-2008, Plenário, DJE de 28-5-2010.
2. Como funcionavam a saúde anteriormente ao SUS.
Após explicar brevemente o entendimento de cada artigo, não podemos deixar de falar do SUS (Sistema Único de Saúde), mas antes de adentrarmos a esse assunto, veremos como era o Brasil anterior a ele e por consequência, anterior a Constituição Nacional de 1988.
O Ministério da Saúde foi instituído no dia 25 de Julho de 1953, com a Lei nº 1.920, cento e quarenta e cinco anos após o início da história da Saúde Pública do Brasil, tal Ministério passou a encarregar-se, particularmente, das atividades até então de responsabilidade do Departamento Nacional da Saúde (DNS), mantendo a mesma estrutura, porém já na época não era suficiente para dar ao órgão governamental o perfil de Secretaria de Estado, pertinente para atender aos importantes problemas da saúde pública existente. O Ministério da década de 50 limitava-se a ação legal e a mera divisão das atividades de saúde e educação, antes incorporadas num só ministério, mesmo sendo a principal unidade administrativa de ação sanitária direta do Governo, essa função continuava distribuída por vários ministérios e autarquias, com pulverização de recursos financeiros e dispersão do pessoal técnico. 
Três anos após a criação do Ministério surge o Departamento Nacional de Endemias Rurais, que tinha como finalidade organizar e executar os serviços de investigação e de combate a doenças da época como malária, doença de chagas, febre amarela, brucelose e outras endemias existentes no país, de acordo com as conveniências técnicas e administrativas.
O órgão de investigação, pesquisa e produção de vacinas da época era o Instituto Oswaldo Cruz, a Escola Nacional de Saúde Pública incumbia-se da formação e aperfeiçoamento de pessoal e o antigo Serviço Especial de Saúde Pública atuava no campo da demonstração de técnicas sanitárias e serviços de emergência a necessitarem de pronta mobilização, sem prejuízo de sua ação executiva direta, no campo do saneamento e da assistência médico-sanitária aos estados.
As propostas para adequar os serviços de saúde pública a realidade analisada pelos sanitaristas desenvolvimentistas tiveram marcos importantes, como a formulação da Política Nacional de Saúde na gestão do então ministro, Estácio Souto-Maior, isso já em 1961, com o objetivo de redefinir a identidade do Ministério da Saúde e colocá-lo em sintonia com os avanços verificados na esfera econômico-social. Alguns anos após, em 1963, com a realização da III Conferência Nacional de Saúde (CNS), convocada pelo ministro Wilson Fadul, teve a reordenação dos serviços de assistência médico-sanitária e alinhamentos gerais para determinar uma nova divisão das atribuições e responsabilidades entre os níveis político-administrativos da Federação visando, principalmente, a municipalização.
Os militares assumem o governo, 1964, e Raymundo de Brito firma-se como ministro da saúde e reitera o propósito de incorporar ao Ministério da Saúde a assistência médica da Previdência Social, dentro da proposta de fixar um Plano Nacional de Saúde segundo as diretrizes da Conferência Nacional de Saúde aqui já mencionada.
Com a implantação da Reforma Administrativa Federal, em 1967, ficou definido que o Ministério da Saúde seria o responsável pela formulação e coordenação da Política Nacional de Saúde, que até então não havia saído do papel. A reforma de 1974, na qual as Secretarias de Saúde e de Assistência Médica foram incluídas, passando a constituir a Secretaria Nacional de Saúde, para reforçar a ideia de que não existia oposição entre Saúde Pública e Assistência Médica. 
No mesmo ano, a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM) passa à subordinação direta do Ministro do Estado, para possibilitar-lhe maior maleabilidade técnica e administrativa, elevando-se a órgão de primeira linha. Foram criadas as Coordenadorias de Saúde, compreendendo cinco regiões: Amazônia, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, ficando as Delegacias Federais de Saúde compreendidas nessas áreas subordinadas às mesmas. As Delegacias Federais de Saúde deixavam, assim, de integrar órgãos de primeira linha. 
	O sistema de saúde da época servia aos indigentes, ou seja, a quem não tinha acesso ao atendimento pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). O INAMPS foi criado em 1974, pelo regime militar, como o desmembramento do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS),que hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O INAMPS era uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (atualmente o Ministério da Previdência Social), o instituto tinha a finalidade de prestar atendimento médico-dentário aos que contribuíam com a previdência social, ou seja, somente aos contribuintes de toda forma e seus dependentes.
É criada também, a Coordenadoria de Comunicação Social como órgão de assistência direta e imediata do Ministro de Estado e instaurado o Conselho de Prevenção Antitóxico, como órgão colegiado, diretamente subordinado ao Ministro de Estado. Do final da década de 80 em diante, destaca-se a Constituição Federal de 1988, que determinou ser dever do Estado garantir saúde a toda a população e, para tanto, criou o Sistema Único de Saúde. Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde que detalha o funcionamento do Sistema.
3. Sistema Único de Saúde (SUS).
	O SUS (Sistema Único de Saúde) é o sistema público de saúde do Brasil inspirado no National Health Service (Serviço Nacional de Saúde), atualmente é considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. O SUS garante acesso integral, universal e igualitário à população brasileira, do simples atendimento ambulatorial aos mais complexos transplantes de órgão. Como já dito no presente trabalho ele foi instituído pela Constituição de 1988, no artigo 196 da mesma, como meio de executar o preceito constitucional do direito à saúde como um “direito de todos” e “dever do Estado”, este sistema está regulamentado pela Lei nº. 8.080/90 a qual instrumentaliza o atendimento público da saúde.
	Após a criação do SUS, toda a população brasileira passou a ter direito à saúde universal e gratuita, financiada através de obrigações reciprocas já que é proveniente dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conforme elencado no artigo 195 da Lei Maior.
	Integram o Sistema Único de Saúde, os centros e postos de saúde, os hospitais públicos, englobando os universitários, os laboratórios e hemocentros, os serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa acadêmica e científica, como a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e o Instituto Vital Brazil.
O SUS não é apenas assistência médico-hospitalar. Também desenvolve, nas cidades, do interior, nas fronteiras, nos portos e aeroportos, outras ações importantes como a prevenção, a vacina e o controle de doenças. Faz vigilância permanente nas condições sanitárias, no saneamento, nos ambientes, na segurança do trabalho, na higiene dos estabelecimentos e serviços. Regula o registro de medicamentos, insumos e equipamentos, controla a qualidade dos alimentos e sua manipulação. Normaliza serviços e define padrões para garantir maior proteção à saúde.
	Na realidade o SUS é o resultado de propostas defendidas ao longo de muitos anos pelo conjunto da sociedade e por muitos mais estará sujeito a aprimoramentos, já que de acordo com a nossa legislação a saúde é um direito fundamental do ser humano, cabendo ao poder público (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) assegurar este direito, através de políticas sociais e econômicas que visem à atenuação dos riscos de se adoecer e morrer, bem como o acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde.
3.1. Princípios Constitucionais do SUS:
	A seção Da Saúde, em seus artigos 196 à 198, da Constituição Federal, nos permite detectar cinco princípios básicos que orientam o sistema jurídico em relação ao SUS, na seguinte ordem, universalidade, integralidade, equidade, descentralização e a partição social, veremos cada um a seguir.
3.1.1 Universalidade – Encontrado no artigo 196, tal princípio é adequado ao caso pois o artigo considera a saúde como um “direito de todos e dever do Estado”, isto posto, o direito a saúde se coloca como um direito fundamental de todo e qualquer cidadão, sendo considerado até mesmo cláusula pétrea. De outra forma, o Estado tem o dever de garantir os devidos meios necessários para que os cidadãos possam exercer plenamente esse direito, sob pena de o estar restringindo e não cumprindo a sua obrigação.
3.1.2. Integralidade – Conforme o artigo 198, inciso II, confere o Estado o dever do “atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais” em relação ao acesso que todo e qualquer cidadão tem direito. Por isso, o Estado deve estabelecer um conjunto de ações que vão desde a prevenção à assistência curativa, nos mais diversos níveis de complexidade, como forma de efetivar e garantir o postulado da saúde. Percebe-se, porém, que o texto constitucional dá ênfase às atividades preventivas, que, naturalmente, ao serem realizadas com eficiência, reduzem os gastos com as atividades assistenciais posteriores.
 “O homem é um ser integral, biopsicossocial, e deverá ser atendido com esta visão integral por um sistema de saúde também integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde.”
3.1.3. Equidade – Preserva o postulado da isonomia, visto que a própria Constituição, em Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, artigo 5º, institui que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.
Logo, todos os cidadãos, de maneira igual, devem ter seus direitos à saúde garantidos pelo Estado. Entretanto, as desigualdades regionais e sociais podem levar a inocorrência dessa isonomia, afinal uma área mais carente pode demandar mais gastos em relação às outras. Por isso, o Estado deve tratar "desigualmente os desiguais", concentrando seus esforços e investimentos em zonas territoriais com piores índices e déficits na prestação do serviço público.
3.1.4. Descentralização – “as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo [...]”. Por isso, o Sistema Único de Saúde está presente em todos os níveis federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) de forma que o que é da alçada de abrangência nacional será de responsabilidade do Governo Federal, o que está relacionado à competência de um Estado deve estar sob responsabilidade do Governo Estadual, e a mesma definição ocorre com um Município. Dessa forma, busca-se um maior diálogo com a sociedade civil local, que está mais perto do gestor, para cobrá-lo sobre as políticas públicas devidas.
1.3.5. Participação Social – Também prevista no artigo 198, porém no inciso III, a “participação da comunidade” nas ações e serviços públicos de saúde, atuando na formulação e no controle da execução destes. O controle social, como também é chamado esse princípio, foi melhor regulado pela Lei nº 8.142/90. 
Não obstante, observa-se que o Constituinte Originário de 1988 não buscou apenas implantar o sistema público de saúde universal e gratuito no país, pois estabeleceu também princípios que iriam nortear a interpretação que o mundo jurídico e as esferas de governo fariam sobre o citado sistema.

Outros materiais