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Resumo da Parte Geral : Pessoa

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Direito Civil I
Introdução
O Direito pode ser visto sob vários ângulos.
Vicente Ráo diz que:[1: In O Direito e a vida dos direitos. 5ª Ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999, página 68.]
“Por um modo geral, estuda-se o direito ora como filosofia, ora como ciência, ora como norma, ora como técnica”. 
Radbruch, citado por Washington de Barros Monteiro, conceitua o direito como sendo “o conjunto de normas gerais e positivas, que regulam a vida social”.[2: In Curso de direito civil. Parte geral. 38ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2001, página 01.]
A palavra Direito pode ter vários significados e acepções: a) o direito pode ser tido como ciência; b) o direito pode ser tido como prerrogativa conferida a alguém para se comportar de determinado modo etc.
Direito Objetivo: a norma de agir, a conduta social-padrão regulamentada. É o complexo de normas (regras e princípios) impostas a todos por terem sido valoradas juridicamente como relevantes. 
Direito Subjetivo: é a faculdade de titularizar uma determinada relação jurídica. 
Direito Potestativo: os direitos potestativos atribuem ao titular a possibilidade de produzir efeitos jurídicos em determinadas situações mediante um ato próprio de vontade, inclusive atingindo terceiros interessados nessa situação, que não poderão se opor. Exemplos: a possibilidade de o mandante, a qualquer tempo, revogar o mandato concedido; o poder de o empregador despedir o seu empregado; o direito reconhecido ao herdeiro de aceitar, ou não, a herança que lhe foi transmitida (art. 1804, do Código Civil); a prerrogativa do sócio retirar-se da sociedade constituída. 
Direito Positivo: a norma escrita, positivada. Segurança social. “Fundamento da validade da norma jurídica” (Hans Kelsen).
Direito Consuetudinário: resultante dos usos e costumes – common law. Em países que seguem o direito consuetudinário (Inglaterra, EUA, Nova Zelândia, Austrália etc.) cabe ao magistrado, em cada caso, decidir em conformidade com os costumes jurídicos enraizados em cada comunidade.
Direito Natural: ideia de justiça superior, que pode inclusive estar em confronto com o texto da lei. Reconhecimento da existência de um direito, de uma justiça, anterior e acima do direito positivo. 
O Direito Civil está inserido no âmbito do Direito Privado.
Sob o ponto de vista estrutural o direito civil está dividido em dois diferentes campos: a parte geral e a parte especial.
Unidade I – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Noções Gerais
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Lei nº 12.376/10 e Lei nº 4.657/42): não dispõe somente sobre direito civil, tratando sim de aspectos gerais relativos à aplicabilidade das normas jurídicas, como um todo. Alcança toda e qualquer norma jurídica, seja de direito privado ou de direito público.
A LINDB antigamente era chamada de Lei de Introdução ao Código Civil. 
A Lei de Introdução às Normas representa uma manifestação da tradição jurídica ocidental, oriunda do Direito francês (Código Civil Napoleônico).
A LINDB estabelece parâmetros gerais para a elaboração, a vigência e a eficácia das leis, além da interpretação, integração e aplicação das próprias normas legais, genericamente compreendidas. Revela matéria que se espalha por todo o ordenamento jurídico, não se confinando aos contornos do Direito Civil, mas sim a qualquer norma legal, seja qual for a sua natureza.
A LINDB trata-se de norma anexa ao Código Civil (e a qualquer outro diploma legal), porem, autônoma e independente.
A LINDB tem status de lei ordinária.
Observação: Diferença entre lei complementar e lei ordinária – são duas as diferenças entre lei ordinária e lei complementar. A primeira é material, um vez que somente poderá ser objeto de lei complementar a matéria taxativamente prevista na Constituição Federal, enquanto todas as demais matérias deverão ser objeto de lei ordinária. Assim, a Constituição Federal determina as matérias cuja regulamentação, obrigatoriamente, será realizada por meio de lei complementar. A segunda é formal e diz respeito ao processo legislativo, na fase de votação. Enquanto o quórum para aprovação da lei ordinária é de maioria simples (art. 47), o quórum para aprovação da lei complementar é de maioria absoluta (art. 69), ou seja, o primeiro número inteiro subsequente à divisão dos membros da Casa Legislativa por dois. (Alexandre de Moraes. Direito Constitucional. 23ª Ed. São Paulo, Atlas, 2008). 
 
A LINDB cuida-se de um “conjunto de normas sobre normas”. Wilson de Souza Campos Batalha.
As principais funções da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro:
i) determinar o início da obrigatoriedade das leis (art. 1º);
ii) regular a vigência e eficácia das normas jurídicas (arts. 1º e 2º);
iii) impor a eficácia geral e abstrata da obrigatoriedade, não admitindo a ignorância da lei vigente (art. 3º);
iv) traçar os mecanismos de integração da norma legal, para a hipótese de lacuna (art. 4º);
v) delimitar os critérios de hermenêutica, de interpretação da lei (art. 5º);
vi) regulamentar o direito intertemporal (art. 6º);
vii) regulamentar o direito internacional privado no Brasil (arts. 7º a 17), abarcando normas relacionadas à pessoa e à família (arts. 7º e 11), aos bens (art. 8º), às obrigações (art. 9º), à sucessão (art. 10), à competência da autoridade judiciária brasileira (art. 12), à prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro (art. 13), à prova da legislação de outros países (art. 14), à execução da sentença proferida por juiz estrangeiro (art. 15), à proibição do retorno (art. 16), aos limites da aplicação da lei e atos judiciais de outro país no Brasil (art. 17) e, finalmente, aos atos civis praticados por autoridades consulares brasileiras no estrangeiro (arts. 18 e 19).
1.2 Fontes do Direito
Fonte: significando nascente de água, isto é, aquilo que se origina ou produz. 
Fontes do direito: lugar de onde vem o direito.
Obs.: A expressão fontes do direito há de ser compreendida de forma muito mais ampla do que exclusivamente relacionada ao direito objetivo (até porque o ordenamento jurídico transcende a positivação).
Fontes materiais ou fontes no sentido sociológico: são aquelas causas que determinam a formulação da norma jurídica (direito objetivo). Ou seja, os seus motivos sociais, éticos, filosóficos, econômicos etc., tudo aquilo que, colhido na realidade viva da sociedade, serve para influir no espírito do legislador na edição legislativa.
As fontes materiais podem ser classificadas em históricas, orgânicas, filosóficas, sociológicas etc.
Fontes formais do direito: são as que determinam os modos de formação e de revelação das normas jurídicas. Equivale a dizer, as fontes formais indicam os meios através dos quais o direito objetivo se manifesta. 
Há controvérsia quanto à classificação das fontes formais.
Orlando Gomes diz que “alguns doutrinadores reduzem-nas a lei e ao costume; outros acrescentam a jurisprudência e os princípios gerais do Direito; e os mesmos precisos incluem ainda a doutrina e a equidade”.
O art. 4º da LINDB diz que as fontes formais do direito são:
i) a lei;
ii) a analogia;
iii) os costumes;
iv) princípios gerais de direito.
As fontes formais se subdividem em:
Principal: é a lei. 
Acessória (ou secundária): analogia, costumes e princípios gerais de direito.
Fontes não formais do direito: doutrina e jurisprudência. 
Fontes imediatas e mediatas do direito:
Art. 4º, da LINDB: fontes imediatas e mediatas do direito 
Fonte imediata: é a lei, evidenciando sua primazia sobre as demais fontes. 
A lei é “a regra geral que, emanando da autoridade competente, é imposta coativamente, à obediência de todos”. Clóvis Bevilacqua. 
O direito não é somente norma, mas também fato e valor – teoria tridimensional do Direito de Miguel Reale. 
Fontes mediatas: sendo omissa a norma jurídica (a norma-regra e a norma-princípio) deve o juiz então decidir aplicando a analogia,os costumes e os princípios gerais de direito (sem prejuízo de utilização da doutrina e da jurisprudência, como instrumentos auxiliares) que se constituem como fontes mediatas ou secundárias. 
A analogia consiste “em aplicar à hipótese, não prevista especialmente em lei, disposição relativa a caso semelhante”. Washington de Barros Monteiro.
A analogia também é um mecanismo de integração das normas.
Os costumes são as práticas longevas, uniformes e gerais, constantes da repetição geral de comportamentos, que, pela reiteração, passam a indicar um modo de proceder em determinado meio social. É a norma criada e afirmada pelo uso social, de maneira espontânea, sem a intervenção legislativa. Deve ser compreendido por dois diferentes ângulos: i) objetivo, caracterizado pela repetição ou reiteração; ii) subjetivo, percebido pela convicção de sua necessidade.
Princípios gerais de direito: são os postulados extraídos da cultura jurídica, fundando o próprio sistema da ciência jurídica. São ideais ligados ao senso de justiça. Emanam do Direito Romano, sintetizados em três axiomas: não lesar a ninguém (neminem laedere); dar a cada um o que é seu (suum cuique tribuere) e viver honestamente (honeste vivere). A previsão para a aplicação dos princípios gerais do direito, na omissão da lei, vem encartada em diversos ordenamentos jurídicos como no Direito português (art. 1º, CC), no Direito espanhol (art. 1º, CC) e no Direito argentino (art. 6º).
Para bem utilizar essas fontes jurídicas, é comum recorrer ao auxílio prestado pela doutrina e pela jurisprudência.
A doutrina é o entendimento firmado pelos juristas de um determinado ordenamento jurídico, equacionando as questões relacionadas ao estudo do Direito. Por isso, é chamada também de direito científico ou direito dos juristas. 
No que respeita à jurisprudência, vislumbra-se como o conjunto de decisões judiciais proferidas em determinado sentido, afirmando a existência de uma linha de orientação sobre determinados temas. 
1.3 Interpretação e Integração das Normas
Em virtude de eventuais imperfeições no texto legal, ambiguidade ou imprecisão terminológica, é possível que o seu exato alcance e sentido não estejam claros. Surge, assim, a interpretação das normas. Interpretar, então, é descobrir o sentido da norma, determinar o seu conteúdo e delimitar o seu alcance.
Sílvio Rodrigues diz que interpretação é a “operação que tem por objeto precisar o conteúdo exato de um norma jurídica”.
A interpretação é processo intelectivo, pautado em determinar os significados da própria norma jurídica, extraindo o que ela contém. Em suma, interpretar a norma jurídica é explicar, aclarar o sentido de uma lei.
Percebe-se que o problema da interpretação da norma diz respeito a outro mais genérico, que é o da aplicação do Direito. Com efeito, a questão da interpretação da lei apenas surge quando da efetiva aplicação da norma, uma vez que diz respeito à atividade realizada pelo julgador no momento da decisão.
Os operadores do direito (advogados, juízes, promotores etc.) podem e devem interpretar a norma. Toda atividade interpretativa tem como finalidade facilitar a efetiva solução dos conflitos de interesses nos casos concretos, formulando parâmetros para a efetiva aplicação da norma.
A necessidade e a importância da interpretação são incontroversas. Não há, efetivamente, aplicação da norma jurídica que não seja precedida de atividade interpretativa, hermenêutica, mesmo naquelas hipóteses em que o sentido da lei e o alcance da norma são evidentes, saltam aos olhos. Nesse caso haveria interpretação literal. Daí a inaplicabilidade da parêmia in claris, interpretatio cessat (na clareza da lei, não há interpretação).
Aliás, saber as leis não é conhecer-lhes as palavras, porém, sua força e poder (Carlos Maximiliano).
Classificam-se os critérios interpretativos em dois diferentes grupos, tendo como referência as fontes ou os meios.
No que concerne às fontes, a interpretação poderá ser:
a) jurisprudencial ou judicial;
b) doutrinária ou doutrinal;
c) autêntica ou literal.
Quanto aos meios, a interpretação poderá ser:
a) gramatical ou literal;
b) lógica;
c) histórica;
d) sociológica;
e) sistemática;
São as diferentes técnicas de interpretação de que pode se valer aquele que busca o sentido e alcance da norma.
Ressalte-se que as referidas técnicas interpretativas não se excluem, devendo ser procedida a interpretação a partir da combinação de diferentes critérios.
Os mecanismos de interpretação devem realçar os princípios e valores constitucionais, corroborando a afirmação da cidadania e do princípio da dignidade da pessoa humana.
A CF marca um novo tempo na interpretação normativa, impondo uma concepção socializada do direito, através dos vetores da solidariedade, da igualdade, da liberdade e da própria dignidade humana.
De qualquer forma, é preciso ter em mente que a LINDB determina no art. 5º que em toda atividade interpretativa sejam considerados os fins sociais visados pela lei. 
Obs.: Vide art. 3º, da Constituição Federal.
Obs.: Vide art. 5º, incisos XXIII, e, 170, III, ambos da Constituição Federal.
Obs.: Vide art. 421 e 1.228, §1º, do Código Civil.
A interpretação pode desaguar em diferentes resultados. Os resultados podem ser:
a) ampliativo;
b) restritivo;
c) declarativo.
Não custa lembrar que existem limites para a atividade interpretativa, devendo ser interpretadas restritivamente as normas que estabelecem privilégios ou sanções, bem como as normas restritivas de direito.
Em relação à fiança, é inadmitida interpretação ampliativa, como dispõe o art. 819, do Código Civil.
Em sede de Direito Administrativo a interpretação normativa deve ser, ao máximo, declarativa, em face da necessidade de respeitar o princípio da legalidade (art. 37, da CF).
Por sua vez, os direitos e garantias fundamentais, individuais e sociais, contemplados na Constituição Federal (arts. 5º e 7º) reclamam interpretação ampliativa, com o propósito de dar efetividade à proteção elementar da pessoa humana. 
Em razão do caráter dinâmico do direito e da velocidade acelerada em que sucedem aos problemas cotidianos, é natural a existência de lacunas no direito positivo. 
Os fatos sociais sucedem-se em velocidade muito superior ao fenômeno legislativo. 
O ordenamento jurídico possui mecanismos que visam preencher tais lacunas. O sistema jurídico como um todo é completo, apesar da norma jurídica, por vezes, ser lacunosa.
Toda vez que o intérprete não localizar no sistema jurídico a norma jurídica (norma-regra ou norma-princípio) aplicável ao caso concreto, verifica-se uma lacuna no direito positivo) que necessita de preenchimento, de colmatação. É que tem guarida entre nós a vedação do non liquet (art. 126, do CPC; art. 7º do CDC; art. 8º, da CLT; art. 107, do CTN). Ou seja, provocado o Estado-Juiz (através do exercício do direito de ação, alçado à altitude de garantia constitucional pela norma inserta no art. 5º, XXXV, da Constituição da República), não poderá o magistrado eximir-se de proferir decisão, alegando ausência de norma jurídica.
A LINDB no art. 4º, partindo da real possibilidade de omissão normativa, indica os meios pelos quais serão supridas as lacunas.
A integração das normas jurídicas, serve, portanto, para colmatar, preencher as lacunas do direito positivo, sem que isso implique no reconhecimento de um caráter obrigatório, não vinculando outras decisões em casos análogos. 
 
Os métodos de integração estão contemplados no art. 4º, da LINDB, estabelecendo uma ordem preferencial e taxativa (Cristiano Chaves e Rosenvald). Assim, são mecanismos de integração: a) analogia; b) costumes e c) princípios gerais de direito.
A analogia é procedimento lógico de constatação, por comparação, das semelhanças entre diferentes casos concretos, chegando a juízo de valor. É o processo de aplicação a uma hipótese não prevista em lei de disposição concernente a um caso semelhante.Não há que se confundir a analogia com a interpretação extensiva, uma vez que nesta se aplica a norma a situações compreendidas implicitamente em seu conteúdo, o que não ocorre na analogia. Um exemplo interessante: a norma do art. 422, do Código Civil ao estabelecer a boa-fé objetiva como princípio geral do Direito Contratual permite uma interpretação extensiva no sentido de reconhecer a existência de uma responsabilidade civil pré e pós-contratual, em virtude de seu espírito garantidor de normas de condutas implícitas. 
Costume, por sua vez, é a conduta reiterada a partir da falsa impressão de existir norma jurídica a respeito da matéria. Trata-se do conjunto de preceitos, não positivados (não escritos), formados de maneira instintiva pelo grupo social e impondo, em certo nível, uma obediência geral.
Os princípios gerais de direito são as formulações gerais do ordenamento jurídico, alinhavando pensamentos diretores de uma regulamentação jurídica, que “como diretrizes gerais e básicas, fundamentam e dão unidade a um sistema ou a uma instituição, nas palavras de Francisco Amaral. 
Além dos métodos de integração previstos na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, admite o sistema jurídico brasileiro a utilização da equidade como mecanismo de integração do sistema jurídico em determinados casos, previamente indicados pela própria norma jurídica. Isto é, em determinadas situações, devidamente estabelecidas no próprio sistema, autoriza-se o magistrado a julgar pela equidade. Trata-se com base no julgamento da equidade, que, repita-se, à saciedade, só poderá ser utilizada se e quando a lei permitir.
Em linhas gerais, a equidade é a aplicação do Direito como justo, benévolo, a partir do sentimento de justiça.
Exemplos, previstos em lei, de admissibilidade da equidade – art. 15, da Lei nº 5.478/68 e art. 20, §4º, do Código de Processo Civil.
1.4 Existência, vigência, validade e eficácia das normas (tempo e espaço)
No que diz respeito à sua formação, se submete a norma legal a diferentes períodos, pelos quais deve passar, obrigatoriamente, para, somente, então, produzir efeitos. São eles: a elaboração, a promulgação e a publicação.
A lei nasce, passa a existir, sob o ponto de vista formal, com a sua promulgação, mas somente começa a vigorar depois de ser publicada pelo Diário Oficial (Imprensa Oficial).
Promulgação = É a declaração oficial de que a lei existe.
Publicação = É o meio em face do qual se transmite a lei promulgada aos seus destinatários. É ato de comunicação oficial. É condição para a lei entrar em vigor e tornar-se eficaz. 
Vigência significa a qualidade daquilo que é vigente, dizendo respeito ao lapso temporal no qual a norma legal tem vigor, vinculatividade. Em palavras simples: a vigência da norma corresponde à força obrigatória, vinculante, a ela conferida.
Vigência é diferente de validade.
A validade formal da norma jurídica concerne à elaboração pelo órgão competente e com respeito aos procedimentos legais, como, por exemplo, o quórum de aprovação. Já a sua validade material, também chamada de validade constitucional, está correlacionada com a necessidade de conformação (adequação) de cada norma com o ordenamento jurídico, em especial com o Texto Constitucional. Enfim, é a qualidade (a adjetivação) reconhecida a uma norma que foi elaborada em harmonia com o sistema jurídico, não violando preceitos elementares estabelecidos para a sua elaboração. 
O art. 1º, da LINDB determina o início da obrigatoriedade das leis, ou seja, 45 dias depois de oficialmente publicada, salvo expressa disposição em contrário.
Os arts. 1º e 2º, da LINDB regulam a vigência e eficácia das normas jurídicas.
Art. 2º, da LINDB = princípio da continuidade = excetuados os casos especiais, com expressa previsão normativa, a lei tem caráter permanente, até que outra venha a lhe revogar, expressa ou tacitamente.
Revogação = cessação da vigência da norma.
Revogação é diferente de declaração de inconstitucionalidade.
Declaração de inconstitucionalidade = a norma está em rota de colisão (incompatibilidade) com o sistema constitucional, desobedecendo norma-regra ou norma-princípio de matriz constitucional.
Correlacionando-se com a revogação da norma, encontra-se o instituto da ultratividade ou pós-atividade, que significa, em linguagem simples, a possibilidade de produção de efeitos por uma lei já revogada. Com base na ultratividade, vislumbra-se a aplicabilidade do Código Civil de 1916 (embora já revogado) a determinadas situações jurídicas consolidadas durante a sua vigência. É o exemplo da sucessão aberta na vigência do Código Civil de 1916, mesmo que a ação de inventário tenha sido proposta já após o advento do Código Civil de 2002 (art. 2.041). Sublinhe-se, por oportuno, que a ocorrência do fenômeno da ultratividade não depende de expressa disposição contida na lei nova, decorrendo da garantia de não retroatividade das normas, consagrada pelo inciso XXXVI do art. 5ª da CF.
Inexiste no direito brasileiro a perda da eficácia da lei pelos costumes é o princípio da supremacia da lei sobre os costumes art. 2º, da LINDB.
Ainda sobre a revogação da norma, é importante observar-se dois princípios gerais.
1) a lei nova renova a antiga que trata da mesma matéria (lex posteriore derrogat lex anteriore).
2) a lei que trate especificamente sobre uma matéria revoga a lei que cuide genericamente do assunto (lex specialis derrogat lex generale). 
Uma nova Carta Magna ab-roga a anterior, pois, é impossível a coexistência de dois Textos Fundamentais simultaneamente.
O §3º, do art. 2º, da LINDB estabelece, como regra, a proibição da repristinação, salvo disposição em contrário.
O art. 3º, da LINDB impõe a eficácia geral e abstrata da obrigatoriedade (obrigatoriedade das normas), não admitindo a ignorância da lei vigente.
Vacatio Legis – vide art. 8º, da Lei Complementar nº 95/98.
Durante o período de vacatio legis a norma ainda não tem obrigatoriedade, embora já exista.
Art. 6º, da LINDB Eficácia da lei no tempo ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada.
Art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal irretroatividade das leis.
As regras de aplicação da lei no tempo são dirigidas ao aplicador do Direito e ao legislador.
Obs.: Vide Súmula Vinculante 1 do Supremo Tribunal Federal.
Eficácia das leis no espaço – art. 1º da CF – Princípio da territorialidade – a norma jurídica deve ser aplicada nos limites das fronteiras geográficas de seu respectivo órgão político (locus regit actum).
Ocorre que o intercâmbio cultural, social, econômico etc. faz com que se tenha de levar em consideração a aplicação da legislação de país além dos limites de sua soberania nacional, além de seus limites territoriais.
Assim, é possível admitir-se a aplicação da lei estrangeira no Brasil e a aplicação de lei brasileiro fora do Brasil (princípio da extraterritorialidade).
O Brasil adota o princípio da territorialidade moderada, também dita temperada ou moderada, pois adota as regras da territorialidade (arts. 8º e 9º, da LINDB) e da extraterritorialidade (arts. 7º, 10, 12 e 17, da LINDB).
A regra é a adoção do princípio da territorialidade e a exceção é a adoção da extraterritorialidade.
Exige-se uma regra de conexão para que a lei alienígena seja acolhida em nosso território. Enfim, precisa-se de um elemento para definir as hipóteses em que a legislação estrangeira poderá surtir efeitos em território nacional. A lei vigente consagra o princípio do estatuto pessoal (art. 7º, da LINDB).
Também é aplicável a regra do estatuto pessoal no que concerne a: a) aos bens móveis que o proprietário tiver consigo ou se destinarem ao transporte para outros lugares (art. 8, §1º, da LINDB); b) ao penhor (art. 8º, §2º, da LINDB) e c) à capacidade para suceder (art. 10, §2º, da LINDB), isto é, a capacidade para receber herança ou legado. 
Não difere o tratamento dispensado às pessoas jurídicas, que devem obedecer à lei e doEstado em que se constituíram (LINDB, art. 11), confirmando a regra do estatuto pessoal. De qualquer forma, não se olvide que para terem filiais, sucursais, agências ou estabelecimentos em território brasileiro, necessitarão da aprovação de seus atos constitutivos pela ordem jurídica pátria, se lhes aplicando, neste particular, a lei nacional.
O critério do estatuto pessoal, não é, contudo, absoluto, pois a própria LINDB abraça outros critérios específicos para a admissibilidade da lei alienígena.
Assim sendo, em determinadas hipóteses, a LINDB afasta-se do critério do estatuto pessoal para prestigiar critérios específicos de aplicação da lei estrangeira em território nacional. São critérios específicos, aplicáveis, unicamente, nos casos específicos, devidamente delimitados pela própria norma – vide art. 8º, art. 9º, §2º, art. 10, §1º e art. 14, todos da LINDB.

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