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Direito Penal I Resumo II

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
DIREITO PENAL I – Prof Ângelo ilha da Silva 
Aluno: Rached da Silva Centeno 
 
 
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1. LUGAR DO CRIME 
 Assim como no estudo do momento do crime (art. 6º), três teorias 
tentam explicar o lugar no crime: 
a) Teoria da atividade  O lugar do crime é o da ação ou omissão 
b) Teoria do resultado  O lugar do crime é onde se consumou o resultado 
c) Teoria da ubiquidade  O lugar do crime é onde ocorreu a ação ou omissão, 
assim como onde se produziu ou deveria se produzir o resultado. 
 Quando ao lugar do crime, o Brasil adotou a teoria da UBIQUIDADE: CP, 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, 
no todo ou em parte, bem como onde se ou deveria produzir-se o resultado. produziu
A finalidade da teoria da ubiquidade é resolver crimes praticados à distância, como no 
exemplo de Rogério Greco: 
“(...) alguém, residente na Argentina, enviasse uma carta-bomba tendo 
como destinatário uma vítima que residisse no Brasil. A carta-bomba 
chega ao seu destino e, ao abri-la, a vítima detona o seu mecanismo de 
funcionamento, fazendo-a explodir, causando-lhe a morte. Se adotada 
no Brasil a teoria da atividade e na Argentina a teoria do resultado, o 
agente, autor do homicídio ficaria impune.”1 
Mesmo que a vítima não viesse a morrer, a situação do agente segue a 
mesma, porquanto importa se o crime deveria produzir-se. 
Não confundir a teoria adotada para explicar o tempo (momento) do crime – Art. 4º – 
com a que busca explicar o lugar do crime. A primeira adotou a teoria da ATIVIDADE e 
a segunda a da UBIQUIDADE. Sendo assim, a teoria do resultado não foi aderida. 
 
 
 
 
2. EXTENSÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO 
 Os §§ 1º e 2º do artigo 5º do código penal mostram determinadas situações 
consideradas como extensão do território brasileiro para fins penais. 
 
1
 Greco, Rogério. Curso de direito penal brasileiro - V1, p. 177 
LU 
TA 
LUGAR UBIQUIDADE 
ATIVIDADE TEMPO 
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Art. 5º  § 1º - “ Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território 
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do 
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as 
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar” 
Art. 5º  § 2º - “É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de 
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas 
em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas 
em porto ou mar territorial do Brasil.” 
São extensões do território brasileiro, e portando aplica-se a lei brasileira aos crimes 
cometidos em: 
 Embarcações e Aeronaves: PÚBLICAS OU A SERVIÇO DO GOVERNO BRASILEIRO, 
onde quer que se encontrem. Portanto, não interessa o lugar onde se encontre, se 
estiver a serviço do governo brasileiro ou a este pertencer, sempre será considerada 
como extensão do território brasileiro. 
 Embarcações e Aeronaves BRASILEIRAS: 
 MERCANTES (que desempenha atividade comercial) OU 
 PRIVADAS (que não é de propriedade do governo brasileiro) 
o Que se encontrem em: 
 espaço aéreo (aeronaves) ou 
 Mar territorial (embarcações) 
 
 Alto-mar (embarcações) 
 Espaço aéreo correspondente 
ao alto-mar (aeronaves) 
Alto-mar é a parte do mar que fica fora das águas de uma nação. O mar territorial 
brasileiro, por exemplo, corresponde a “doze milhas marítima de largura, medidas a 
partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular”2. Assim, cada país possui 
um limite para seu mar territorial, sendo considero alto-mar aquele que não 
compreende o mar territorial de nenhuma nação. O espaço aéreo “acima” do alto-mar 
igualmente não possui soberania de nenhuma nação. 
 
 
 
2
 Lei 8617/1994, Art. 1º. 
DO BRASIL 
S/ soberania de 
qualquer país 
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 Embarcações e Aeronaves ESTRANGEIRAS: 
 PRIVADAS 
o Em pouso em território nacional ou em voo no espaço aéreo 
correspondente ao território nacional (Aeronaves) 
o Em porto ou Mar territorial do Brasil (Embarcações) 
Essa regra é simples: Se uma embarcação ou aeronave ESTRANGEIRA estiver em 
território nacional, será considerada como integrante deste. Com a ressalva que o 
território nacional inclui o espaço aéreo e o mar territorial nacional. 
 Exemplos: 
1) Homicídio dentro de embarcação pública brasileira. Não interessa onde se 
encontre, será considerada como território nacional e, por consequência, o 
crime estará sujeito à legislação brasileira. 
2) Roubo dentro de aeronave a serviço do governo brasileiro. Igualmente não é 
relevante sua localização para que incida a lei brasileira sobre o crime. 
3) A e B, estrangeiros, estão em alto-mar, em embarcação privada de bandeira 
brasileira, quando em determinado momento B dispara contra A, ocasionando 
a morte deste. Bandeira brasileira + Alto mar = Território brasileiro  Crime 
sujeito a lei brasileira. (Salvo se convenção, tratado ou regra de direito 
internacional determinar resolução diversa). 
4) Abordo de aeronave estrangeira privada, A e B, estrangeiros, sobrevoam o 
espaço aéreo brasileiro, quando A dispara contra B, causando-lhe ferimentos. 
Espaço aéreo brasileiro = Território brasileiro  Crime sujeito a lei brasileira. 
(Salvo se convenção, tratado ou regra de direito internacional determinar 
resolução diversa). 
5) Homicídio em embarcação comercial brasileira privada, com autor e vítima 
estrangeiros, porém em território estrangeiro. Em regra, não está sujeito a lei 
brasileira. Propriedade privada brasileira + mar territorial estrangeiro + 
Nenhuma das partes envolvidas é brasileira = Crime não sujeito à lei brasileira. 
(Salvo se no estrangeiro o crime não for julgado. Mas mesmo assim, não será 
considerada como extensão do território brasileiro). 
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 Quando uma embarcação ou aeronave é considerada como extensão do 
território nacional, aplica-se o princípio da TERRITORIALIDADE e não da 
extraterritorialidade. 
 
3. PRINCÍPIO TERRITORIALIDADE 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
 Como regra geral, não é relevante as peculiaridades do autor ou da vítima 
para que o crime esteja sujeito à lei brasileira, desde que cometido em território 
nacional, neste incluídos: o espaço aéreo, marítimo, terrestre e fluvial e as extensões 
destacadas no tópico anterior. 
 As exceções ficam por conta de convenções, tratados ou regras de direito 
internacional, a exemplo das imunidades diplomáticas e dos chefes de estado. 
4. PRINCÍPIO EXTRATERRITORIALIDADE 
 Ocupa-se com os casos que devem ou não estar sujeitos à lei brasileira 
quando cometidos além do território nacional. Divide-se em extraterritorialidade 
incondicionada (PAG) e extraterritorialidade condicionada (TAB). 
4.1 EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA 
 Não exige qualquer condição para que o crime cometido fora do território 
brasileiro esteja sujeito à lei brasileira. 
Extensão territórioBrasileiro (Aplica-se a lei 
brasileira) 
Embarcação ou aeronave 
PÚBLICA OU A SERVIÇO DO 
GOVERNO BRASILEIRO 
BANDEIRA BRASILEIRA 
PRIVADA OU MERCANTE 
Mar territorial/ espaço 
aereo brasileiro 
Alto mar/ espaço aereo 
correspondete 
ESTRANGEIRA 
TERRITÓRIO NACIONAL 
Sobrevoando ou em pouso 
/ Navegando ou em porto 
Em território Brasileiro (o 
que inclui espaço aereo e 
mar territorial nacional) 
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Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 I - os crimes: 
 a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (apenas vida ou 
liberdade) 
 b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia 
ou fundação instituída pelo Poder Público; (patrimônio ou fé pública da administração 
direta ou indireta  Por QUALQUER pessoa) 
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Qualquer crime 
contra administração direta ou indireta  Por quem está a serviço da administração) 
 d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
 
 Se o sujeito ativo está a serviço da administração, qualquer crime que praticar 
contra esta será julgado pela lei brasileira. Se o sujeito ativo NÃO estiver a 
serviço da administração, aplicar-se-á a lei brasileira apenas nos crimes contra 
 fé pública ou patrimônio.
 Conforme artigo 6º do estatuto de Roma: Para os efeitos do presente Estatuto, 
entende-se por "genocídio", qualquer um dos atos que a seguir se enumeram, 
praticado com intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, 
étnico, racial ou religioso, enquanto tal: 
a) Homicídio de membros do grupo; 
b) Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo; 
c) Sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar a sua 
destruição física, total ou parcial; 
d) Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo; 
e) Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo. 
 O crime de genocídio será julgado de acordo com a lei brasileira quando: 
A) For cometido por brasileiro OU 
B) For cometido por pessoa domiciliada no Brasil. 
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4.1 EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA 
 Para que se aplique a lei brasileira a determinados crimes, exige-se o 
concurso de certas condições elencadas no Art. 7º, §§ 2º e 3º. 
4.1.1 CRIMES 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
 
b) praticados por brasileiro 
 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam 
julgados. 
 
 Praticados por estrangeiro CONTRA brasileiro. Nesse caso, além das condições 
do próximo tópico, exigir-se-á que: 
o A extradição tenha sido negada ou não tenha sido pedida OU 
o Tenha Requisição do ministro da justiça 
 
 Lembrado que “aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro”, não são consideradas 
EXTRATERRITORIALIDADE 
INCONDICIONADA 
P PRESIDENTE Contra 
Vida 
Liberdade 
A ADMINISTRAÇÃO 
Quem esteja a seu 
serviço 
Qualquer crime 
Qualquer pessoa 
contra 
Fé pública 
Patrimônio 
G GENOCÍDIO 
Por brasileiro OU 
Domiciliado no 
Brasil 
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extensões do território brasileiro. Só o são quando em território nacional ou 
alto mar/espaço aéreo correspondente. 
 
 
4.1.2 CONDIÇÕES 
Para que nos crimes elencados no tópico anterior incida a lei brasileira, faz-se 
necessário o concurso de algumas condições. (Todas as condições devem estar 
presentes). (Art 7º ,II, § 2º) 
 O agente 
o Deve entrar no território nacional. Não se exige a sua permanência, 
apenas que tenha entrado. 
o Não tenha: 
 Cumprido a pena no estrangeiro 
 Sido absolvido 
 Sido perdoado 
 A punibilidade do crime não tenha sido extinta ( seja no Brasil ou no país que o 
crime foi cometido) 
 O crime esteja incluído na lista de crimes que o Brasil autoriza extradição. 
5. NE BIS IN IDEM 
O artigo 8º do código penal busca evitar que o agente seja punido duas vezes pelo 
mesmo crime. 
EXTRATERRITORIALIDADE 
CONDICIONADA 
T 
Tratado ou 
conveção que o 
Brasil se obrigou 
reprimir 
A 
AERONAVES/ 
EMBARCAÇÕES 
Brasileira 
Mercante ou privada 
Em território Estrangeiro 
Não for punido no estrangeiro 
B BRASILEIRO 
Praticado por brasileiro 
Praticado contra brasileiro por 
estrangeiro 
Extradição ñ pedida ou negada 
Requisição do Min. Justiça 
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Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo 
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
 Quando as penas forem idênticas (ex.: Privativa de liberdade)  A pena 
cumprida no estrangeiro é computada na pena que deve ser cumprida no 
Brasil. Se, por exemplo, o agente foi condenado a 5 anos no Brasil e a 3 na 
Espanha, desde que cumpra os três na Espanha, cumprirá apenas 2 no Brasil. 
 
 Quando as penas forem diversas (ex.: Restritiva de direito no país estrangeiro 
e privativa de liberdade no Brasil)  A pena cumprida no estrangeiro atenua a 
pena a ser cumprida no Brasil, por critérios a serem adotados pelo juiz diante 
do caso concreto. 
 
6. PRINCÍPIOS DA EXTRATERRITORIALIDADE 
  Universalidade  A gravidade ou a importância do bem jurídico violado 
justificam a punição, independente de onde foi praticado, a exemplo do crime de 
genocídio. 
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: I - os crimes: de genocídio, quando o agente for 
brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: a) que, por 
tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir 
 
  Real, da proteção, da defesa  A violação jurídica é referente a bem 
jurídico nacional de origem pública. 
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do 
Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública 
da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de 
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a 
administração pública, por quem está a seu serviço 
  Da personalidade ou nacionalidade  A lei penal brasileira, a princípio, 
sempre se aplica aos nacionais, onde quer que se encontrem. O Brasil adotou tanto a 
personalidade ativa quanto a passiva, contudo esta última exige maiores requisitos. 
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 Personalidade Ativa: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, 
embora cometidos no estrangeiro: II - os crimes: b) praticados 
por brasileiro. 
 (Requisitos Art. 7º, II, §2 – ponto 4.1.2) 
  Personalidade Passiva: Art. 7º, II, § 3º - A lei brasileira aplica-
se também ao crime cometidopor estrangeiro contra brasileiro 
fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo 
anterior. (Requisitos Art. 7º, II, §2 – ponto 4.1.2) 
 (Requisitos Art. 7º, II, §2 – ponto 4.1.2) + 
a) não foi pedida ou foi negada a 
extradição; b) houve requisição do 
Ministro da Justiça. 
  Da Representação ou bandeira  Esse princípio determina a aplicação 
da lei brasileira aos crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, em 
território estrangeiro, quando aí não sejam julgados. 
  Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos 
no estrangeiro: II - os crimes: c) praticados em aeronaves ou 
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
 
 Se a embarcação é pública não se aplica o princípio da bandeira e sim da 
territorialidade, que é a regra geral de aplicação aos crimes cometidos no 
território nacional (Art 5º). 
 Se o crime cometido dentro de aeronave ou embarcação brasileira privada for 
julgado no estrangeiro, não se aplica a lei brasileira. 
 Não se aplica o princípio da bandeira quando alguma das partes envolvidas for 
brasileira. Nesse caso, não fica a mercê de julgamento ou não pelo país 
estrangeiro, prevalecendo o princípio da personalidade ativa ou passiva, 
respeitados os requisitos e garantias previstos por lei. 
o Exemplo: A e B, brasileiros, viajam de férias para argentina, quando 
sofrem assalto por autor argentino, dentro de embarcação privada 
brasileira. A princípio não seria caso de aplicação da lei brasileira, caso o 
crime seja julgado pelo país estrangeiro. Entretanto, como há nacionais 
envolvidos, ainda a Argentina julgue o crime, o mesmo será feito no 
Brasil, de acordo com a lei brasileira, respeitados os requisitos previstos 
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no artigo 7º, II, §§ 2º e 3º e a garantia ne bis in idem prevista no artigo 
8º . 
o Se A e B, no mesmo exemplo anterior, fossem estrangeiros, é caso 
comum de aplicação do princípio da bandeira, onde lei penal brasileira 
exerce função subsidiária em relação à estrangeira, sendo aplicada 
quando esta última for omissa. 
 
 Quando embarcação se encontra em alto-mar ou aeronave em espaço aéreo 
correspondente ao alto-mar, aplica-se igualmente o princípio da bandeira ou 
representação. 
o Se três Uruguaios estão em alto-mar, em embarcação brasileira 
mercante e ocorre um crime dentro da embarcação: Aplica-se a lei 
brasileira. 
 
 No caso de crime contra vida ou liberdade do presidente da república se aplica 
o princípio REAL (da proteção ou defesa) e não da personalidade 
(nacionalidade). 
 
8. LEI PENAL EM RELAÇÃO A DETERMINADAS PESSOAS 
 
8.1 IMUNIDADE DIPLOMÁTICA (Decreto 56435/65) 
 Estado acrediTANDO  É o estado a que o diplomata está represenTANDO 
 Estado acreditado  É o estado em que o diplomata se encontra em missão. 
Inviolabilidade Diplomática: 
Artigo 29 A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de 
nenhuma forma de detenção ou prisão. O Estado acreditado trata-lo-á com o devido 
respeito e adotará tôdas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua 
pessoa, liberdade ou dignidade. 
Artigo 31 1. O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal do Estado 
acreditado. Gozará também da imunidade de jurisdição civil e administrativa, a não ser 
que se trate de: (...) 
 Em regra, o diplomata não está sujeito às leis do país ACREDITADO em 
quaisquer crimes, tendo ou não relação com suas funções. Se cometer um 
homicídio, por exemplo, não será preso no Brasil. Todavia, estará sujeito à 
legislação do país que representa – acreditando. 
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Imunidade dos membros da família do diplomata: 
Artigo 37 1. Os membros da família de um agente diplomático que com êle vivam 
gozarão dos privilégios e imunidade mencionados nos artigos 29 e 36, desde que não 
sejam nacionais do estado acreditado. 
 Para gozarem das imunidades estabelecidas pelo decreto os membros da 
família não podem ser brasileiros ou ter residência permanente no Brasil. Se 
um diplomata Espanhol casar com uma brasileira, esta não gozará de 
imunidade alguma, nem absoluta nem relativa. 
 
 Se os membros da família não forem brasileiros, não tiverem aqui residência 
permanente E conviverem como o diplomata, gozarão de igual imunidade. (São 
3 requisitos) 
Imunidade do pessoal administrativo e técnico 
Art. 37, 2  Os membros do pessoal administrativo e técnico da missão (...) gozarão 
dos privilégios e imunidades mencionados nos artigos 29 a 35 com ressalva de que a 
imunidade de jurisdição civil e administrativa do estado acreditado, mencionado no 
parágrafo 1 do artigo 31, não se estenderá aos atos por êles praticados fora do 
exército de suas funções; (...). 
 A imunidade do pessoal administrativo e técnico é relativa: Apenas aos atos 
praticados no exercício da função ou que com ele tenha relação direta. 
Renúncia à imunidade 
Artigo 32 1. O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus 
agentes diplomáticos e das pessoas que gozam de imunidade nos têrmos do artigo 37. 
2. A renuncia será sempre expressa. 
 Quem renuncia a imunidade é o pais acreditando (aquele que o diplomata 
representa), autorizando o Brasil a julgar o caso sob as leis brasileiras. 
 O diplomata NÃO pode renunciar a imunidade. 
 Não se admite renúncia tácita de imunidade, ou seja, a renúncia presumida 
por determinados atos, atitudes ou circunstâncias. O país acreditando deve 
declarar a renúncia expressamente. 
Local de missão 
Artigo 22 1. Os locais da Missão são invioláveis. Os Agentes do Estado acreditado não 
poderão nêles penetrar sem o consentimento do Chefe da Missão. 
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 O local da missão é inviolável, contudo não é considerado como extensão do 
território estrangeiro pela doutrina brasileira. É, portanto, território nacional 
brasileiro. 
8.2 IMUNIDADE CONSULAR (Decreto 61.078 /67) 
 Apenas para conhecimento, enquanto o Cônsul está a serviço de interesses 
privados e diplomata está a serviço de interesses públicos. Os Cônsules desempenham, 
entre outras, função semelhante à notarial e de registro. Sendo assim, se um 
estrangeiro precisar de uma certidão de óbito ou segunda via de um documento não 
precisa ir até seu país de origem, basta que procure seu consulado no Brasil. Já os 
Diplomatas são as pessoas que compõem o corpo diplomático de um país quando em 
missão especial no estrangeiro. O corpo diplomático pode ser composto pelo ministro 
das relações exteriores, da economia, do chefe de estado e, inclusive, de um Cônsul. 
 Mas as duas categorias não se diferenciam apenas por suas atribuições, 
visto que possuem prerrogativas distintas, principalmente em relação à imunidade. 
Enquanto o diplomata possui inviolabilidade absoluta, o Cônsul só gozará de 
imunidade pelos atos realizados no exercício das funções consulares – imunidade 
relativa. 
Art 43º 1. Os funcionários consulares e os empregados consulares não estão sujeitos à 
Jurisdição das autoridades judiciárias e administrativas do Estado receptor pelos atos 
realizados no exercício das funções consulares. 
 
8.3 IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 Também chamada de imunidade absoluta, material ou, simplesmente, de 
inviolabilidade. 
CF, Art. 53. OsDeputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por 
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
 Essa medida visa permitir que parlamentar, senador ou deputado, exerça suas 
atribuições em defesa da democracia de forma plena. 
A imunidade parlamentar MATERIAL: 
 É Concernente aos crimes de opinião (opiniões, palavras e votos) que tenham 
relação com o mandato parlamentar. Deve existir um nexo causal entre a 
opinião e o exercício parlamentar. 
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o Caso um Deputado cometa um homicídio por uma briga em um estádio 
de futebol, por motivo sem relação com o exercício de atividade 
parlamentar, não estará amparado pela imunidade. 
o Se o Deputado for a um programa de televisão e expressar sua opinião, 
estará amparado pela imunidade caso o assunto tiver nexo com o 
exercício da atividade parlamentar. 
 
 Não é limitada geografica e temporalmente, pois permanece, quanto aos atos 
praticados durante o mandato, após o termino deste. 
 
 Inicia-se com a Diplomação. CF, Art 53, § 2º Desde a expedição do diploma, os 
membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de 
crime inafiançável. (...) 
 
8.4 IMUNIDADE DOS DEPUTADOS ESTADUAIS 
CF, Art 27, § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- 
sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, 
imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação 
às Forças Armadas. 
 A imunidade do deputado estadual é relativa à circunscrição do estado-
membro. 
 Valem as mesmas restrições quanto ao conteúdo das opiniões relativas aos 
parlamentares. 
Constituição do Rio Grande do Sul: Art. 55 Aplicam se aos Deputados as regras da 
Constituição Federal sobre inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de 
mandato, licença, impedimento e incorporação às Forças Armadas. 
§ 1º Os Deputados serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça do 
Estado. (Essa é a diferença para a imunidade dos vereadores) 
8.4 IMUNIDADE DOS VEREADORES 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o 
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara 
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, 
na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do 
mandato e na circunscrição do Município; 
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 No exercício do mandato 
 Na circunscrição do município 
 Ao contrário dos Deputados estaduais, não possuem prerrogativa de foro. 
Respondem ao juiz competente como qualquer pessoa. 
8.5 IMUNIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Presidente da república não é parlamentar, logo não desfruta de imunidade 
parlamentar. Todavia, possui tratamento diferenciado: 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da 
Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal 
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de 
responsabilidade. 
 STF  Crimes comuns 
 SENADO  Crimes de responsabilidade 
 
 A imunidade do PR alcança atos estranhos ao exercício de suas funções. 
CF, Art 86, § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: 
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo 
Tribunal Federal; 
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado 
Federal. 
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, 
cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do 
processo. 
9. EXTRADIÇÃO 
 Ocorre extradição quando o um país entrega estrangeiro ao seu país de 
origem por crime cometido em seu território, quando assim solicitado. 
Art 5º, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime 
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
 Não há possibilidade alguma do brasileiro NATO ser extraditado. 
 
 O naturalizado pode ser extraditado, antes da naturalização, por crime comum, 
ou a qualquer tempo por envolvimento em tráfico ilícito. 
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 Em regra, não se permite extradição por crime político ou de opinião. 
Estatuto do estrangeiro: Lei 6815/80 
Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se 
fundamentar em tratado, ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade 
Art. 77. Não se concederá a extradição quando: 
 I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após 
o fato que motivar o pedido; 
 II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado 
requerente; 
 III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao 
extraditando; 
 IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) 
ano; 
 V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou 
absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; 
 VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do 
Estado requerente; 
 VII - o fato constituir crime político; e 
 VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal 
ou Juízo de exceção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL I – Prof Ângelo ilha da Silva 
Aluno: Rached da Silva Centeno 
 
 
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10. CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 
 Conflito aparente de norma ocorre quando duas ou mais normas podem 
incidir sobre um fato. É aparente porque apenas uma das normas será aplicada, logo 
não há conflito real. 
10.1 SUBSIDIARIEDADE 
Lex primaria derrogat legi subsidiariae. 
Aplica-se o princípio da subsidiariedade na ausência ou impossibilidade de aplicação 
da norma mais grave. A norma menos grave funciona como “soldado de reserva”, isto 
é, pronta para agir na ausência ou omissão da norma principal. 
A subsidiariedade pode ser expressa, quando a própria lei faz a ressalva, ou tácita, 
quando o artigo da lei não menciona a aplicação de norma subsidiária, mas esta é 
aplicada nas hipóteses em que não ocorra crime mais grave (Se o crime mais grave 
ocorrer, a aplicação da norma subsidiária é afastada). 
Exemplos: 
  Subsidiariedade expressa: 
Perigo para a vida ou saúde de outrem 
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. 
Simulação de autoridade para celebração de casamento 
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento: 
Princípios que 
resolvem conflito 
aparente normas 
penais 
S Subsidiariedade 
E Especialidade 
C Consunção 
A Alternatividade 
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Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
 Falsa identidade 
Art. 307 - Atribuir-seou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em 
proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento 
de crime mais grave. 
o Os artigos 132, 238 e 307 são considerados como “soldado de 
reserva”, já que terão aplicação caso o fato não constitua crime mais 
grave. 
  Subsidiariedade expressa: 
 CTB, Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas 
proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de 
passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou 
concentração de pessoas, gerando perigo de dano: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa 
CTB, Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Sujeito trafegou em alta velocidade (nos locais indicados no 311), mas não cometeu 
homicídio  311. 
Sujeito trafegou em alta velocidade (nos locais indicados no 311) e cometeu homicídio 
 302. 
o Mesmo que o artigo 311 do código de transito brasileiro não tenha 
previsto expressamente, deduz-se que apenas um dos dois artigos 
poderá incidir sobre o fato para impedir que o mesmo crime seja 
julgado duas vezes. 
o A norma principal é o artigo 302 e a subsidiária o 311, visto que se não 
ocorrer homicídio, aplicar-se-á a norma menos grave. 
 
 
 
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10.2 ESPECIALIDADE 
lex specialis derrogat generali 
A norma especial afasta a aplicação da norma geral. Diante do caso concreto, é feita 
análise para determinar qual norma é mais especial que a outra e, por consequência, 
terá aplicação sobre o fato. 
Exemplo: 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Infanticídio 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto 
ou logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
o Se a mãe matar o próprio filho, também terá matado alguém. Contudo 
não se pode aplicar-lhe a pena dos dois artigos (121 e 123). Nesse caso, 
aplicar-se-á apenas o artigo 123 por ser mais específico. 
 
10.3 CONSUNÇÃO 
Ocorre quando norma mais ampla absorve a menos ampla, ou seja, o fim absorve o 
meio. 
Exemplo: 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
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Quem comete lesões corporais levando a vítima à morte é punido apenas pelo artigo 
121, considerando que a lesão foi um meio para se alcançar o fim – o homicídio. 
Súmula 17 do STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade 
lesiva, é por este absorvido. 
 O preenchimento e a falsa assinatura no cheque são requisitos para que o 
agente cometa o crime fim – estelionato. 
 
10.4 ALTERNATIVADE 
Esse princípio não foi dado em aula e não vai cair na prova, mas é bom saber. 
Não resolve conflito aparente de normas, pois o conflito aparente ocorre na mesma 
norma. 
Exemplo 
Lei nª 1 1.343/200 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, 
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, 
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
o Se alguém importa, prepara, tem um depósito, transporta e vende 
drogas, será julgado com a mesma pena que o sujeito que apenas 
vende. 
 
 
 
 
 
 
 
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11. ÍNDICE REMISSIVO 
Regra geral e extensões do território 
nacional: Art 5º,CP 
 
 Teoria aplicada ao crime no espaço – 
Ubiquidade: Art. 6º ,CP 
 
 Extraterritorialidade INcondicionada – 
Art. 7º ,I,CP 
 
 Extraterritorialidade condicionada – 
Art. 7º ,II,CP 
 
 Impedimento Ne bis in idem – Art. 8º 
 
 Imunidade diplomática – Decreto 
56435/65 
 Art. 29;31  Diplomata 
 Art 37.1  Membros da família 
 Art 37.2  Pessoal administrativo 
 Art 32.1  Renúncia 
 Art 22  Local da missão 
 
 Imunidade consular – Decreto 
61078/67 – Art 43º,1 
 
 Imunidade parlamentar 
 CF: Art 53 e 53, § 2 
 
 Imunidade dos deputados estaduais 
 CF: Art 27, § 1º 
 Constituição RS: Art 55 Aplicam se 
aos Deputados as regras da 
Constituição Federal sobre 
inviolabilidade, imunidades, 
remuneração, perda de mandato, 
licença, impedimento e 
incorporação às Forças Armadas. 
 Constituição RS: Art 55 § 1º Os 
Deputados serão submetidos a 
julgamento perante o Tribunal de 
Justiça do Estado 
 
 
 Imunidade vereadores: 
 CF: Art 29, VIII 
 Imunidade Presidente da república 
 CF: Art 86 
 Extradição 
 Art 5º , LI 
 Estatuto do estrangeiro: (L 
6815/80): Art 76 e 77 
 Exemplos: 
 Subsidiariedade Expressa: 132 e 
238, CP 
 Subsidiariedade Tácita: 311 e 302, 
CTB 
 Especialidade: 121 e 123,CP 
 Consunção: 121 e 129, CP 
 
 
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12. LEGISLAÇÃO 
O professor autorizou levar os decretos que não estão no Vade Mecum. 
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109213/decreto-56435-65 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D61078.htm

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