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Aula 3 1. EDO exata Uma EDO ( ) ( ) é dita exata se: Lembre-se que um campo vetorial ( ) ( ( ) ( )) é conservativo quando existe uma função tal que . Sabemos que um campo vetorial ( ) é conservativo então vale Assim, campos conservativos estão relacionados com EDO’s exatas. Daí, podemos imaginar que vale o seguinte Teorema. Teorema: Suponha que as funções e possuem derivadas de primeira ordem contínuas. Então a EDO ( ) ( ) é exata se, e somente se, existe uma função ( ) tal que Por analogia com o caso acima, chamaremos tal função de função potencial. Demonstração: A demonstração é feita em duas partes. Primeiro, se existe tal função , como as derivadas parciais de primeira ordem de e são contínuas, então tem derivadas parciais e contínuas. Daí, pelo Teorema de Clairaut Ou seja, a EDO é exata. Por outro lado, se a EDO é exata, então precisamos encontrar uma função tal que e . Integrando a primeira dessas igualdades com respeito a x, ou seja, tratando y como constante, obtemos ( ) ∫ ( ) ( ) Nesse caso, é uma função que depende apenas de y, e é um ponto qualquer no qual a função esteja definida. Precisamos mostrar que sempre é possível escolher a função de modo que a outra igualdade acima seja satisfeita, ou seja, . Derivando a equação acima com relação a y, obtemos ( ) ∫ ( ) ( ) Ou seja, ( ) ( ) ∫ ( ) O que falta mostrar é que o lado direito dessa expressão é uma função apenas de y, pois sabemos que a função é desse tipo. Para isso, vamos derivar com relação a x o lado direito: ( ) ∫ ( ) Trocando a ordem de derivação na segunda parcela e usando o Teorema Fundamental do Cálculo e o fato de que a EDO é exata, temos ( ) ∫ ( ) ( ) ( ) Assim, apesar de sua forma aparente, o lado direito de ( ) ( ) ∫ ( ) não depende de x. Logo, podemos obter ( ) integrando a equação acima e substituindo na expressão inicial que obtivemos para . De fato, esse será o procedimento padrão que usaremos para determinar tal função, que como veremos abaixo, é de fundamental importância no estudo das soluções de uma EDO exata. Observação: Considere a EDO exata e seja uma função potencial, então as soluções da EDO são dadas por ( ) onde é uma constante real. De fato, diferenciando, obtemos Assim, ( ) é uma solução (implícita) da EDO. Exemplo 11: Resolva a EDO Podemos escrever a equação na forma ( ) . Logo, ( ) e ( ) . Observe que e , logo a EDO é exata. Vamos procurar uma função potencial usando o procedimento ilustrado na demonstração do Teorema acima. Queremos uma função tal que e . Integrando a primeira equação com respeito a x, obtemos ( ) ( ) Agora derivamos com respeito a y, obtendo ( ) Logo, ( ) e podemos tomar ( ) . Daí, ( ) , e a solução geral da EDO é dada por Exemplo 12: Resolva a EDO ( ) Escrevendo na forma ( ) ( ) , temos ( ) e ( ) . Como e , a EDO é exata. Queremos uma função tal que e . Também podemos encontrar primeiro integrando com relação a y e depois derivando com relação a x. Integrando, obtemos ( ) ( ) Agora derivamos com relação a x: ( ) Logo, ( ) e podemos tomar ( ) . Logo, ( ) e a solução geral da EDO é dada por Exemplo 13: Resolva a EDO ( ) ( ) . Temos ( ) e ( ) . Logo, e . Logo, e a EDO não é exata. E agora? Responderemos isso com a observação seguinte. Observação: Às vezes uma EDO não é exata, mas se a multiplicarmos por um fator integrante ( ) adequado, a EDO passa a ser exata. Isto é, suponha que a EDO não é exata, mas é exata. Assim, ( ) ( ) . Pela regra do produto, Isto é, ( ) Essa equação é uma EDP, cuja resolução é muito complicada. No entanto, podemos simplificar o problema supondo que é uma função apenas de x ou apenas de y. No primeiro caso, temos que , logo ( ) Assim, ( ) Logo, vale a pena usar esse fator integrante se o quociente é uma função apenas de x. Nesse caso, podemos encontrar resolvendo a EDO acima, que é de variáveis separáveis. No segundo caso (em que é função apenas de y), temos , logo ( ) Portanto ( ) e vale a pena usar o método se é função apenas de y. Agora, voltamos ao exemplo 13. Observe que , e ( ) Logo, podemos usar o método procurando um fator integrante função apenas de x, resolvendo a EDO ( ) que é de variáveis separáveis. Logo Integrando, E portanto é o fator integrante que torna a EDO do exemplo 13, exata. Assim, obtemos ( ) ( ) ou seja, ( ) ( ) Agora temos ( ) e ( ) . Daí, e e a EDO realmente se tornou exata. Para resolvermos, buscamos uma função potencial tal que e . Integrando a primeira dessas equações com respeito a x, obtemos ( ) ( ) Agora, derivamos com relação a y: ( ) Portanto, ( ) e podemos tomar ( ) . Daí, ( ) e a solução geral da EDO do exemplo 13 é
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