Buscar

154463091415 OABXVIII PROCDOTRABALHO AULA06

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.cers.com.br 
 
OAB XVIII 1ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
1 
RECURSOS 
 
1. Características Gerais dos Recursos 
 
a) Recursos cabíveis: 
 
São recursos cabíveis no Processo do Trabalho: o recurso ordinário, o recurso de revista, os 
embargos de declaração, os embargos ao TST, o agravo, agravo de petição e o agravo de instrumento 
(arts. 893 e 897-A, CLT). 
Além desses, admitem-se no Processo do Trabalho também o pedido de revisão e o recurso 
extraordinário. 
 
b) Forma de interposição e efeitos: 
 
Os recursos serão interpostos por simples petição e têm, em regra, efeito meramente devolutivo 
(art. 899, CLT), ou seja, não possuem efeito suspensivo, não tendo o condão de impedir o início da 
execução provisória, a qual se limita à penhora. Nesta podem ser praticados apenas atos de constrição 
dos bens, não podendo ocorrer atos de expropriação. 
 
c) Contrarrazões: 
 
Nos termos do artigo 900 da CLT, as contrarrazões deverão ser apresentadas no mesmo prazo do 
recurso. 
 
d) Decisões interlocutórias: 
 
Em regra, as decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato no Processo do Trabalho. 
Cabe às partes impugná-las por meio de recurso das decisões definitivas (art. 893, § 1º, CLT). 
Constituem exceção a regra da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias: a) o pedido 
de revisão; b) as hipótese mencionadas na Súmula nº 214 do TST; e c) a decisão interlocutória do juiz 
ou Tribunal que acolhe a incompetência da Justiça do Trabalho, remetendo os autos para outro ramo do 
Poder Judiciário, por se tratar de decisão terminativa do feito. 
 
e) Recurso adesivo 
 
Muito embora seja cabível no Processo do Trabalho, a CLT não trata do recurso adesivo, sendo, 
portanto, aplicável o artigo 500 e seguintes do CPC. 
Podem ser interpostos de forma adesiva: o recurso ordinário, o recurso de revista, os embargos ao 
TST e o agravo de petição (Súmula nº 283, TST). 
A possibilidade de interpor um recurso na sua forma adesiva exige, basicamente, dois requisitos: 
sucumbência recíproca e a interposição de recurso por uma das partes. 
O prazo para a interposição é o mesmo que a parte dispõe para responder o recurso principal (art. 500, 
I, CPC). 
Preenchidos os requisitos do recurso adesivo, o seu procedimento será o mesmo do recurso 
principal. 
O recurso adesivo é dependente do recurso principal, de forma que se o recurso principal não for 
conhecido ou se a parte desistir dele, o adesivo também não será processado (art. 500, III, CPC). 
Ressalte-se que a parte recorrente poderá desistir do recurso a qualquer tempo, sendo desnecessária a 
concordância da parte contrária (art. 501, CPC). 
O recurso adesivo não dispensa a parte recorrente do preparo, ou seja, da realização do depósito 
ou do recolhimento das custas, quando for o caso (art. 500, parágrafo único, CPC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
OAB XVIII 1ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
2 
2. Pressupostos de Admissibilidade 
Os pressupostos de admissibilidade são exigências legais, que devem ser cumpridas, a fim de que 
seja analisado o mérito do recurso. 
Os pressupostos são subdivididos em intrínsecos (subjetivos) e extrínsecos (objetivos). Todos 
devem ser preenchidos, sob pena do não conhecimento do recurso. Os pressupostos são previamente 
analisados pelo juízo que proferiu a decisão recorrida e, posteriormente, no Tribunal, pelo relator. 
Os pressupostos de admissibilidade intrínsecos, também chamados de subjetivos, relacionam-se 
com as partes. São eles: a legitimidade, a capacidade e o interesse. 
Já os pressupostos de admissibilidade extrínsecos, também chamados de objetivos, referem-se ao 
recurso. São pressupostos de admissibilidade extrínsecos: a recorribilidade da decisão, adequação, 
tempestividade, depósito recursal, custas e regularidade de representação. Segue a análise de cada um 
deles: 
 
a) Recorribilidade do ato: o ato precisa ser recorrível. Despachos de mero expediente e a maioria 
quase absoluta das decisões interlocutórias não o são, ou não o são de imediato. As sentenças de 
procedimento sumaríssimo que não versarem sobre matéria constitucional, bem como os termos de 
conciliação (exceto para a União), também são irrecorríveis. 
 
b) Adequação do recurso: deve ser utilizado o recurso próprio e adequado para impugnar aquele 
ato. 
 
c) Tempestividade: O conhecimento do recurso depende de sua interposição dentro do prazo 
legal. O prazo dos recursos no Processo do Trabalho é unificado e corresponde a 8 dias, salvo os 
embargos de declaração, cujo prazo é de 5 dias, o recurso extraordinário, em que o prazo é de 15 dias, 
e o pedido de revisão, no qual o prazo é de 48 horas. 
 
No Processo do Trabalho, litisconsortes com procuradores diferentes não possuem 
prazo em dobro para recorrer (OJ 310, SDI-I, TST). 
O prazo para Fazenda Pública e MPT recorrer será em dobro, inclusive para opor 
embargos de declaração (DL nº 779/69 e OJ 192, SDI-I, TST). 
 
Cabe à parte comprovar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local e de dia 
útil em que não haja expediente forense, admitindo-se, entretanto, a reconsideração da análise da 
tempestividade do recurso, mediante prova documental superveniente, em agravo regimental, agravo 
de instrumento ou embargos de declaração (Súmula nº 385, TST). 
Segundo o atual posicionamento do STF e do TST não é extemporâneo o recurso interposto antes 
de publicado o acórdão impugnado. 
 
d) Depósito recursal: 
 
Quanto ao depósito recursal tem-se que possui natureza de garantia do juízo, portanto, só é 
realizado pelo reclamado e se este for empregador ou tomador dos serviços. 
A IN nº 27/2005 do TST estabelece no parágrafo único de seu artigo 2° que o depósito recursal 
também é exigido para as novas ações de competência da Justiça do Trabalho nos moldes da CLT. 
Logo, o tomador dos serviços também deverá efetuar o depósito para a interposição de recurso quando 
houver condenação em pecúnia e não se enquadrar em nenhuma das hipóteses de isenções previstas 
em lei. 
Exigem depósito recursal: recurso ordinário, recurso de revista, embargos ao TST, recurso 
extraordinário e recurso ordinário em ação rescisória. 
 
Imporante memorizar 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
OAB XVIII 1ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
3 
O reclamado depositará o valor da condenação ainda não depositado, até o limite do 
teto estabelecido pelo tst 
 
O teto estabelecido pelo TST, a partir de 1° de agosto de 2015, é de R$ 8.183,06 para o RO e R$ 
16.366,10 para o recurso de revista, embargos ao TST e recursos extraordinário e em ação rescisória. 
A Lei nº 12.275/2010 inseriu o § 7° no artigo 899 da CLT, passando a exigir depósito recursal para 
interposição do agravo de instrumento, no importe de 50% do valor do depósito de recurso ao qual se 
pretende destrancar. Ressalte-se, entretanto, que quando todo o valor da condenação já estiver 
depositado nada mais poderá ser exigido a título de depósito recursal. Assim, para apurar o valor a ser 
depositado deve ser utilizado o seguinte raciocínio: 
 
Imporante memorizar 
O reclamado depositará o valor da condenação ainda não depositado, até o limite de 
50% do valor do depósito do recurso que se pretende destrancar. 
 
Ressalte-se, entretanto, que a lei 13.015/2014 incluiu no art. 899 da CLT, o § 8º, estipulando uma 
hipótese em que não será necessária a realização do depósito recursal para interposição de agravo de 
instrumento. Trata-se do caso em que este recurso tiver a finalidade de destrancar recurso de revista 
que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, 
consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial. 
 Caso a arguição de contrariedadeà súmula ou à orientação jurisprudencial seja infundada, 
temerária ou artificiosa, o agravo de instrumento será considerado deserto (art. 23, Ato 
491/SEGJUD.GP/2014 - Presidência do TST). 
 Caso a arguição de contrariedade à súmula ou à orientação jurisprudencial seja infundada, 
temerária ou artificiosa, o agravo de instrumento será considerado deserto (art. 23, Ato 
491/SEGJUD.GP/2014 - Presidência do TST). 
 
 Contudo, a dispensa do § 8º, do art. 899 da CLT, não será aplicável aos casos em que o agravo 
de instrumento se refira a uma parcela da condenação, pelo menos, que não seja objeto de arguição de 
contrariedade a súmula ou a orientação jurisprudencial do TST. (art. 23, Ato 491/SEGJUD.GP/2014 - 
Presidência do TST). 
 
Seguem hipóteses em que o depósito recursal é inexigível: 
• O depósito recursal só será exigível quando houver condenação em pecúnia (Súmula nº 161, TST). 
• A massa falida é isenta do depósito, bem como do recolhimento das custas processuais. Tal 
vantagem, contudo, não se aplica às empresas em liquidação extrajudicial. Nesse sentido é a 
Súmula nº 86 do TST. 
• Nos termos do art. 1º, IV, do Dec.-Lei nº 779/69, a União os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas que não explorem atividade 
econômica estão dispensadas da realização de depósito recursal. 
Em síntese: 
 
Parte Recorrente 
Condenação em 
pecúnia 
Depósito Fundamento 
Reclamante – Não Art. 899, § 4º 
Reclamado Não Não 
Súmula nº 161, 
TST 
Reclamado Sim Sim Art. 899, CLT 
Reclamado 
Massa falida 
Sim Não Súmula nº 86, TST 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
OAB XVIII 1ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
4 
Reclamado 
Empresa em 
liquidação 
extrajudicial 
Sim Sim Súmula nº 86, TST 
Fazenda Sim Não 
Art. 1°, IV, DL nº 
779/60 
 
 O reclamado beneficiário da justiça gratuita não é isento do depósito recursal, uma vez que este 
tem natureza de garantia do juízo. 
 
O prazo para efetuar o depósito recursal corresponde ao mesmo do recurso, ou seja, 8 dias. A 
Súmula nº 245 do TST assevera que eventual interposição antecipada do recurso não prejudica a 
dilação legal, ou seja, a interposição do recurso, no 3º dia do prazo, por exemplo, não impede a 
realização e comprovação do depósito até o 8º dia do prazo. 
 
A Súmula nº 245 do TST não se aplica ao agravo de instrumento. Neste recurso, o depósito deve 
ser comprovado no ato de sua interposição (art. 899, § 7º, CLT). 
Quando o trabalhador estiver sujeito ao regime do FGTS, o depósito será realizado por meio da 
guia GFIP, sendo o valor destinado à sua conta vinculada no FGTS. Se, entretanto, o trabalhador não 
estiver ligado a tal regime, o depósito será realizado na sede do juízo, ficando à disposição deste 
(Súmula nº 426, TST). 
 
Na sentença, o juiz arbitrará valor provisório à condenação e é a partir deste será calculado o 
depósito recursal, bem como, o valor das custas processuais. Caso a somatória do valor dos depósitos 
realizados resulte no valor integral da condenação, nada mais poderá ser exigido a tal título (Súmula nº 
128, TST). 
 
Todas as vezes que houver condenação solidária, o depósito realizado por uma das reclamadas 
será aproveitado pelas demais, salvo se a que realizou o depósito estiver pedindo a sua exclusão da 
lide (Súmula nº 128, III, TST). 
Qualquer diferença ínfima, ainda que relativa a centavos, quanto ao depósito recursal ou custas 
ensejará a deserção do recurso (OJ 140, SDI-I, TST). 
 
e) Custas processuais: 
 
Nas relações de emprego, na fase de conhecimento, as custas serão recolhidas pela parte vencida. 
 O seu valor corresponde a 2% do valor da condenação ou do acordo ou, na ausência deste, a 2% 
do valor da causa (art. 789, CLT). 
As custas serão recolhidas pela parte vencida, que, se recorrer, deverá recolhê-las no prazo do 
recurso (8 dias), e, se não recorrer, após o trânsito em julgado (art. 789, § 1º, CLT). O recolhimento é 
efetuado por meio de GUIA GRU. 
No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau, aplica-se a Súmula nº 25. 
Em caso de acordo, o pagamento das custas caberá em partes iguais aos litigantes, salvo se 
dispuserem de forma diversa (art. 789, § 3º, CLT). 
 
São isentos do recolhimento de custas: a) os beneficiários da justiça gratuita; b) a União, os 
Estados, os Municípios, o DF e as respectivas autarquias e fundações públicas que não explorem 
atividade econômica; c) o Ministério Público do Trabalho; e d) a massa falida (art. 790-A, CLT e Súmula 
nº 86, TST). 
A União, os Estados, os Municípios, o DF e as respectivas autarquias e fundações públicas que não 
explorem atividade econômica não estão dispensadas de reembolsar as despesas realizadas pela parte 
vencedora (art. 790-A, parágrafo único, CLT). 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
OAB XVIII 1ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
5 
 
Os órgãos de fiscalização da atividade profissional e as empresas em liquidação extrajudicial não 
estão isentos do pagamento de custas (art. 790-A, parágrafo único, CLT). 
Na fase de execução, as custas processuais serão recolhidas pelo executado, ao final, em valor 
definido no artigo 789-A da CLT. 
 
Em sede de dissídio coletivo, as partes vencidas responderão solidariamente pelo recolhimento das 
custas calculadas pelo Presidente do Tribunal ou arbitradas na decisão (art. 789, § 4°, CLT). 
Tratando-se de empregado que não tenha obtido o benefício da justiça gratuita, ou a isenção de 
custas, o sindicato que houver intervindo no processo responderá solidariamente pelo pagamento das 
custas devidas (art. 790, § 1°, CLT). 
 
Não ocorrerá deserção do recurso quando as custas não forem devidamente calculadas e não 
houver intimação da parte para preparação do recurso, devendo elas serem recolhidas ao final (OJ 104, 
SDI-I, TST). 
 
f) Regularidade de representação: Uma vez contratando advogado, a parte deve juntar a procuração 
a fim de regularizar a representação sob pena de o recurso não ser conhecido por ser considerado 
inexistente (Súmula nº 164, TST). 
 
Entende o TST que o advogado que assina o recurso deve ter procuração nos autos ou juntá-la no 
momento de sua interposição, não sendo admitida a sua posterior juntada na fase recursal (Súmula 
nº 383, I, TST). 
 
Recurso não assinado é considerado inexistente, mas se houver assinatura em uma das folhas – 
rosto ou razões –, já será suficiente para seja considerado válido (OJ 120, SDI-I, TST). 
 
3. Recursos em Espécie 
3.1. Recurso ordinário 
 
Cabe recurso ordinário no Processo do Trabalho em duas hipóteses: a) das decisões definitivas 
e terminativas das varas do trabalho (art. 895, I, CLT) e b) das decisões definitivas ou terminativas 
dos Tribunais Regionais do Trabalho em ações de sua competência originária (art. 895, II, CLT), 
como é o caso do dissídio coletivo, mandado de segurança, ação rescisória e etc. 
A competência para o julgamento da ação rescisória está definida em lei e, a depender da decisão, 
sua desconstituição se dará perante um juízo diferente, podendo ser esquematizada do seguinte modo: 
 
COMPETÊNCIA – AÇÃO RESCISÓRIA 
Decisão a ser desconstituída Juízo competente 
Sentença TRT 
TRT TRT 
TST TST 
 
Ressalte-se que da decisão do TRT em ação rescisória cabe recurso ordinário para o TRT (Súmula 
nº 158, TST). 
O mandado de segurança é ação cuja competência está estabelecida em lei da seguinte maneira, 
segundo bem esclarece o professor Mauro Schiavi: 
 
Antes da EC nº 45/2004, praticamente, o mandado de segurança era utilizado tão 
somente contra ato judicial e apreciado pelo Tribunal Regional do Trabalho. Somente 
em algumas hipóteses restritas, como, por exemplo, se o Diretor de Secretaria, 
praticando um ato de sua competência exclusiva,poderia figurar como autoridade 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
OAB XVIII 1ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
6 
coatora, quando recusasse, injustificadamente, a conceder carga do processo a um 
advogado que está no seu prazo de falar nos autos. Em razão do aumento da 
competência da Justiça do Trabalho, os Mandados de Segurança passaram a ser 
cabíveis contra atos de outras autoridades, além das judiciárias, como nas hipóteses 
dos incisos III e IV do art. 114, da CF; em face dos Auditores Fiscais e Delegados do 
Trabalho, Oficiais de Cartórios que recusam o registro de entidade sindical, e até 
mesmo ato dos membros do Ministério Público do Trabalho em Inquéritos Civis 
Públicos, uma vez que os incisos IV do art. 114 diz ser da competência da justiça do 
trabalho o mandamus quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua 
jurisdição. 
 
Ressalte-se que as Delegacias Regionais do Trabalho foram substituídas pelas atuais 
Superintendências Regionais do Trabalho. 
Em resumo: 
 
COMPETÊNCIA – MANDADO DE SEGURANÇA 
Autoridade Coatora Juízo competente 
Auditor fiscal do trabalho; Juiz 
Superintendente regional do trabalho; 
Oficial de cartório (quando recusar-se a 
registrar a entidade sindical) 
 
Membro do ministério do Trabalho 
(inquéritos civis) 
 
JUIZ TRT 
TRT TRT 
TST TST 
 
Quando o mandado de segurança for de competência originária do TRT, desta decisão caberá 
recurso ordinário a ser julgado pelo TST (Súmula nº 201, TST). 
O recurso ordinário é dirigido ao juízo que proferiu a decisão para análise dos pressupostos 
recursais. Admitido o recurso pelo juízo a quo, a parte recorrida será intimada para apresentar as 
contrarrazões, no mesmo prazo do recurso, conforme estabelece o artigo 900 da CLT. Após o 
recebimento das contrarrazões, e mantida a admissibilidade do recurso, será realizada a remessa do 
recurso ao Tribunal. 
 
O juízo ad quem reexaminará os pressupostos recursais e, em verificando a presença do todos 
eles, apreciará o mérito do recurso. 
 
3.2 . Embargos de Declaração 
3.2.1. PREVISÃO LEGAL 
 
Os embargos de declaração estão previstos no artigo 897-A da CLT. Além desse, são aplicados, 
subsidiariamente, os artigos 535 a 538 do CPC. 
 
3.2.2 HIPÓTESES DE CABIMENTO 
 
No Processo do Trabalho, os embargos de declaração representam o meio adequado para impugnar 
sentença ou acórdão que apresentem omissão, obscuridade, contradição ou manifesto equívoco na análise 
dos pressupostos extrínsecos do recurso. 
 
Art. 897-A, CLT. Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
OAB XVIII 1ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
7 
cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente 
a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos 
casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos 
pressupostos extrínsecos do recurso. Parágrafo único. Os erros materiais poderão ser 
corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes. 
Art. 535, CPC. Cabem embargos de declaração quando: I – houver, na sentença ou no 
acórdão, obscuridade ou contradição; II – for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se 
o juiz ou tribunal. 
Art. 536. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz 
ou relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a 
preparo. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 1994). 
Art. 537. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias; nos tribunais, o relator apresentará 
os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto. (Redação dada pela Lei nº 
8.950, de 1994). 
 
Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes (art. 
897-A, § 1º, CLT). 
 
3.2.3. PRAZO 
 
O prazo para oposição dos embargos de declaração é de 5 dias. Para as pessoas jurídicas de 
direito público o prazo para oposição de embargos de declaração é contado em dobro, conforme 
previsto no Decreto-lei 779/1969 e na OJ 192 da SDI-I/TST. 
 
OJ 192, SDI – 1, TST. Embargos Declaratórios. Prazo e dobro. Pessoa Jurídica de Direito 
Público. Decreto-Lei 779/69. É em dobro o prazo para a interposição de Embargos 
Declaratórios por pessoa jurídica de Direito Público. 
 
3.2.4. JULGAMENTO DOS EMBARGOS 
 
Os embargos de declaração serão julgados pelo mesmo órgão do Poder Judiciário que proferiu a decisão 
embargada, sendo dirigido diretamente ao juiz que proferiu a sentença embargada e, no Tribunal, ao relator , 
não havendo, portanto, folha de rosto. 
 
3.2.5. INTERRUPÇÃO DO PRAZO PARA OUTROS RECURSOS 
 
A interposição dos embargos de declaração interrompe o prazo para interposição de outros 
recursos para as duas partes, voltando a contar o prazo para interposição do recurso principal a partir 
da publicação da decisão de embargos, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte 
ou ausente a sua assinatura (art. 897-A, § 3º, CLT). 
 
3.2.6. EFEITO MODIFICATIVO 
 
Conforme exposto, os embargos de declaração visam apenas suprir uma omissão, obscuridade, 
contradição ou manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos. Nas hipóteses de omissão, 
contradição e manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso, os embargos de 
declaração podem modificar a decisão embargada. Carlos Henrique Bezerra Leite cita um exemplo deste 
caso1: 
a ré argui prescrição na contestação e a sentença, omissa quanto a esse ponto, julga 
procedente o pedido do reclamante. Interpostos os embargos declaratórios pela ré contra tal 
 
1
. LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. p. 747. 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
OAB XVIII 1ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
8 
omissão, e se eles forem providos para sanar a omissão, o juiz pode, de fato, pronunciar a 
prescrição e julgar extinto o processo com resolução do mérito, nos termos do artigo 269, IV 
do CPC. Houve, assim, a reforma da sentença e, nesse caso, o recurso de embargos 
declaratórios devolveu ao juiz o conhecimento da matéria impugnada. 
 
A súmula 278 do TST prevê, expressamente, o efeito modificativo dos embargos de declaração apenas 
na hipótese de omissão. Essa súmula é anterior à Lei 9957/2000, que acrescentou o artigo 897-A à CLT, o 
qual prevê os efeitos modificativos para o recurso, nos casos de omissão, contradição ou manifesto equívoco 
no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Prevalece este em detrimento da súmula. Observe que a 
súmula dispõe sobre matéria que já encontra previsão legal, mas, apesar de estar superada, continua em 
vigor. Portanto, em uma questão sobre efeito modificativo dos embargos de declaração é válido citar a 
súmula 278 do TST, além do artigo 897-A da CLT. 
 
Súmula 278, TST. A natureza da omissão suprida pelo julgamento de embargos 
declaratórios pode ocasionar efeito modificativo no julgado. 
3.2.7. MANIFESTAÇÃO DA OUTRA PARTE 
 
 Em regra, não há manifestação da outra parte nos embargos de declaração. Entretanto, se o 
juiz vislumbrar efeito modificativo no julgado, deverá permitir a manifestação da outra parte em 5 dias, 
sob pena de nulidade da decisão, nos termos do art. 897-A, § 2º, da CLT, incluído pela Lei 
13.015/2014. Com a alteração legislativa, o item II da OJ 142 da SDI-1 do TST deverá ser revisado, 
uma vez que prevê a desnecessidade de manifestação da outra parte quando os embargos com efeito 
modificativo são opostos em face da sentença. A revisão da orientação jurisprudencial referida impõe-se 
na medida em que o legislador não contemplouessa exceção.

Outros materiais