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1 Faculdade da Serra Gaúcha – FSG Curso de Fisioterapia Acad. Cássio Broilo Recursos Eletroterapêuticos 2 Recursos Eletroterapêuticos: 1) CORRENTE GALVÂNICA 2) CORRENTE DIADINÂMICA 3) CORRENTE FARÁDICA 4) CORRENTE INTERFERENCIAL 5) ELETROESTIMULAÇÃO FUNCIONAL (FES) 6) CORRENTE RUSSA 7) TENS CORRENTE GALVÂNICA ● Corrente contínua e unidirecional. ● Corrente de baixa frequência (50 Hz) ● Monofásica e Polarizada Efeitos fisiológicos ● Produção de calor: O transporte da corrente elétrica através de íons produz calor e sua intensidade tem relação direta com a resistência específica do meio utilizado. ● Vasodilatação: é devido à ação da corrente sobre os nervos vasomotores, provoca uma hiperemia ativa. A hiperemia atinge também estruturas mais profunda, por ação reflexa. Com isso há aumento da irrigação sanguínea, acarretando maior nutrição tecidual profunda. ● Aumento do metabolismo: decorrente da vasodilatação e conseqüente aumento da oxigenação e substancias nutritivas na região tratada. ● Aumento da ação de defesa: com a vasodilatação e conseqüente aumento da irrigação sanguínea, haverá um aumento de elementos fagocitários (leucócitos, basófilos, neutrófilos, etc.) e anticorpos. Efeitos terapêuticos ● Analgesia (pólo +) ● Estimulação nervosa (pólo ) ● Antiinflamatório ● Transtorno circulatórios ● Iontoforese Técnicas administrativas a) Quanto menor for a área do eletrodo maior será a concentração de energia. b) Aplicação: area do eletrodo x 0,15 ou 0,2 dependendo da sensação de formigamento referida pelo paciente. Sendo valor seguro de 0,3 mA. c) Tempo de aplicação: normalmente dura em torno de “15 a 30” min. 3 d) A sensação de formigamento deve ser homogênea, não poderá se concentrar em um só ponto do segmento tratado ou da placa. e) Inverter a polaridade após esse período (para evitar queimadura) Indicações ● Processos inflamatórios ● Processos álgicos (pólo +) ● Lesões de nervos periféricos (pólo ) ● “alterações de sensibilidade” ● Iontoforese ● Transtornos circulatórios ● Estimulação da irrigação sanguínea,etc Contraindicações ● Quando o paciente apresentar cefaléia, vertigens durante o tratamento ● Quando o paciente apresenta irritabilidade cutânea ● Marcapasso ● Implantações metálicas no campo de aplicação ● Locais com solução de continuidade Técnica geral de aplicação Convencional: Os eletrodos são acoplados na superfície do corpo, utilizandose sempre um meio para facilitar introdução da corrente: esponja, algodão ou feltro embebidos em água quando o eletrodo for metálico; e ainda também utilizase “gel” quando o eletrodo for de borracha de silicone. Aplicações clínicas Artrite ciatalgia fibrose tendinite Artralgia lombalgia neuralgia do trigêmeo bursite Mialgia distensão GuillainBarré plegias Neuralgia artrose Paralisia facial hipoestesia Iontoforese ● Técnica de tratamento que permite a introdução de medicamentos para dentro do músculo ● A iontoforese sempre é feita com a utilização de corrente contínua ● Os eletrodos são molhados em uma solução iônica (com polaridade) ● Lei de Du Fay: a polaridade da solução iônica deve ser a mesma do eletrodo, para poder penetrar na pele e músculo. 4 ● Molhar o eletrodo positivo (ou negativo) com a solução iônica positiva (ou negativa) (para poder penetrar na pele), e o outro eletrodo somente com água. Indicações A iontoforese é indicada principalmente em afecções, onde a atuação da eletricidade e do fármaco se fazem necessário, principalmente afecções cutâneas superficiais, em lesões de nervos periféricos, fraturas e contraturas, nas artropatias reumáticas e traumáticas, em cicatrizes de tendência a quelóide e até no tratamento coadjuvante de celulite e obesidade. Contraindicado Quando houver cefaléia, vertigens e colapso circulatório Quando forem constatadas irritações cutâneas Perda de sensibilidade Paciente com dificuldade de compreensão da técnica Áreas cardíacas CORRENTE DIADINÂMICA (Correntes de Bernard) ● Correntes alternadas de baixa frequência (50 a 100 Hz) ● Sinusoidais ● Polarizada ● Estimulação sensorial e motora ● Efeito analgésico forte (pois penetra nos tecidos) ● Aplicação de no máximo de 12 minutos (pode dar queimadura) Tipos de corrente diadinâmica Corrente Monofásica Fixa: (MF) ● Corrente contínua interrompida ● Frequência de 50 Hz ● Pulso de 10 ms, conseqüentemente, entre um pulso e outro tem um intervalo de 10 ms. ● Indicada para analgesia e estimulação do tecido conjuntivo, pois ela aumenta o metabolismo ● Utilizar de 3 a 4 minutos ● Produz contrações musculares pequenas ● Esta forma de ondas também estimula diretamente a circulação, o que pode ter um efeito benéfico em áreas pouco vascularizadas 5 Corrente Difásica Fixa: (DF) ● Frequência de 100 Hz ● Utilizar de 3 a 4 minutos ● Pulsos também são de duração de 10 ms porém, não tem intervalo. ● Tem um forte efeito analgésico ● Está indicado para tratamento inicial, antes da aplicação de outras correntes. Também é indicada para o tratamento de transtornos, circulatórios funcionais periféricos e transtornos vegetativos. Curtos Períodos: (CP) ● É a monofásica fixa combinada com a difásica fixa (MF + DF) ora MF ora DF. A duração de cada MF ou cada DF é longa, equivale a 1 seg. ● Varia a frequência de 50Hz para 100Hz ● A CP aumenta de forma considerável o fluxo sanguíneo, o que proporciona uma diminuição de diferentes origens, estados póstraumáticos e alterações tróficas. ● Está contraindicada à aplicação nos dermátomos correspondentes aos órgãos viscerais, onde estiverem ocorrendo espasmos de musculatura lisa. Longos Períodos: (LP) ● Sobre uma corrente monofásica fixa modular outra corrente monofásica fixa que vai crescendo e decrescendo gradativamente. ● Até descrever, leva 5 seg depois 10 seg só MF (alguns autores falam em 6 seg para as duas fases). ● Nesta corrente o paciente não sente uma forma tão brusca de alternância entre o período monofásico que cresce e decresce e o monofásico simples. ● A acentuada sensação vibratória do período monofásico simples e alternada pelo efeito de sensação de fibrilação e formigamento do período crescente/decrescente, que ascende e descende com relativa lentidão. ● Caracterizase por um efeito analgésico particularmente favorável e persistente (mais duradouro que a DF). Prestase para o tratamento de mialgias. Corrente RitmoSincopado: (RS) ● É uma corrente MF com intervalo. A corrente MF dura 1 seg e o período de pausa é de 1 seg. ● Possui alto efeito dinamógeno. A sensação mais forte é de contração muscular. É a corrente onde vai haver a estimulação de músculos plégicos ou paréticos. ● Está indicada para exercícios muscularesfarádicos locais. 6 OBS: 1) Em todas as correntes (MF/DF/CP/LP), exceto RS, quando se trabalha com diadinâmica utilizase uma corrente de base, que é uma corrente contínua. Este controle aumenta a saída do componente galvânico da diadinâmicas, e conseqüentemente os efeitos eletrolíticos 2) Antes de usar as modulações LP e CP podese empregar primeiro a DF. Pois sempre que as modulações LP e CP se experimentem demasiadamente dolorosa, o tratamento com DF elevará o umbral de sensibilidade fazendo com que as formas de ondas mencionadas se tornem mais toleradas. 3) Podese usar a corrente DF que é retirada e com frequência de 100 a 120 Hz para a introdução de íons medicamentosos no organismo. (iontoforese) Efeitos ● Analgésico ● Diamógeno ou efeito estimulante ● Circulatório ● Espasmolítico Técnica de aplicação ● A intensidade de corrente se eleva em geral pouco a pouco, e deve causar uma sensação forte, porém, não dolorosa. É preferível elevar o umbral de excitação sensitiva (formigamento) e, às vezes, mais tarde, o da excitação motora (contração), com a influência da corrente. ● com intensidade suficiente de 2 a 3 mA. Logo se eleva pouco a pouco a intensidade do componente diadinâmico respectivo. ● Em geral, a intensidade de todas as formas de onda diadinâmicas não supera os 12 a 15 mA. ● O tempo terapêutico de um modo geral não deve exceder a 12 minutos. ● Quando o tratamento for superior a 3 minutos, devemos inverter as polaridades. Formas de Aplicação ● pontos dolorosos: Neste caso colocase um eletrodo diretamente sobre o ponto doloroso e de preferência que ele esteja conectado ap pólo positivo do aparelho, e o outro próximo ao primeiro. Geralmente é utilizado de forma bipolar (eletrodos com tamanho iguais) mas pode ser monopolar (eletrodos com tamanhos diferentes, com o menor no ponto doloroso). ● tronco nervoso: No trajeto dos nervos periféricos (aplicação no tronco nervoso). Ao tratar de enfermidade dos nervos periféricos, os eletrodos 7 devem ser dispostos ao longo do respectivo nervo. A aplicação consiste na fixação do eletrodo positivo sobre a raiz nervosa, e o negativo no trajeto do nervo periférico. O paciente perceberá uma sensação de fibrilação e formigamento na região da inervação sensorial do nervo correspondente. Este tratamento só é efetivo em áreas onde os nervos estão localizados mais superficialmente. Ex: neurite ulnar, sempre o trajeto, ponto de Valleix. ● paravertebral: (utilizada para dores a nível da coluna) Em ambos os lados da coluna vertebral (aplicação paravertebral ou segmentaria).] ● mioenergética: Dois eletrodos são colocados sobre cada extremo da região do ventre muscular. Sobre o ponto motor: variação de aplicação mioenergética, colocamos um eletrodo pequeno ativo sobre o ponto motor de estimulação do músculo em questão. Técnica monopolar. ● transregional ou transarticular (transversal): Usase esta aplicação quando necessitar de passagem de corrente elétrica através de uma articulação. Ex: dor no punho, tornozelo, punho. ● aplicação vasotrópica: Em caso de transtornos circulatórios periféricos. Os eletrodos são colocados de acordo com o curso das correntes vasculares. Indicação 1) Afecções do aparelho locomotor ● Distensões (luxações, subluxações) – CP ● Contusões – CP ● Distensões musculares – DF e CP ● Periartrite umeroescapular – CP ● Mialgias – DF e LP ● Torcicolos, lumbagos – LP, CP e DF ● Atrofias musculares – RS ● Epicondilite – DF, LP e CP ● Artrose articulares (extremidades) – LP, DF e CP ● Osteocondrose da coluna vertebral – CP ● Síndrome de sudeck (inicia o tratamento com DF, com pólo positivo na região supraclavicular e o positivo na borda posterior do ECOM) – DF e LP 2) Transtornos circulatórios ● Enfermidade de Raynaud – DF e CP ● Transtornos circulatórios endageíticos (angeíte obliterante) e arterioscleróticos – DF, CP e LP 8 ● Acrocianose CP ● Varicose – DF ● Hemicrania e outras cefalgias (cefaléias) vasomotoras – DF ● Estado póscongelamento e queimaduras – CP ● Edemas – CP 3) Afecções dos nervos periféricos ● Neuralgia do trigêmeo – DF e LP ● Síndrome do ciático – DF, LP e CP ● Neuralgia do occipital – DF e LP ● Neuralgia dos nervos intercostais– LP e CP ● Neuralgia glossofaríngea CP ● Herpes Zoster – DF e CP ● Radiculopatias (síndrome cervical, síndrome cervicobraquial, lombosacralgia, etc) – DF, LP e CP ● Paralisia facial – RS 4) Transtornos funcionais vegetativos dos órgãos internos ● Discinesias e estreitamentos anatômicos e espásticos dos condutos biliares (cálculos) – DF e CP ● Gastropatias nervosa – DF e LP ● Enteroptoses DF Contraindicação ● Pacientes portadores de marcapasso ● Endopróteses ou próteses endógenas CORRENTE FARÁDICA ● Corrente alternada de baixa frequência (50 – 100 Hz) ● Bifásica/despolarizada ● Assimétrica e equilobrada ● Tempo terapêutico de 5 minutos ● Com duração de pulso de 0,1 a ms e com intervalos de 20 ms que tem fins terapêuticos e diagnósticos. ● Diferentemente da corrente galvânica, a corrente farádica não é polaridade, isto é, não apresenta os pólos negativo e positivo. Efeitos fisiológicos ● Estimula os nervos motores e sensitivos ● Ocasiona contração do músculo, estimulandoo ● Favorece o retorno venoso ● Aumenta o aporte sanguíneo ● Provoca ação metabólica 9 Efeitos terapêuticos ● Aumento do tônus muscular ● Manutenção da integridade da placa motora ● Recuperação da capacidade de contração muscular ● Descongestionante Indicações ● Estimulação de nervos e músculos ● Paresia ● Hipertrofia por desuso ● “Fraturas” ● Edemas ● Transplante tendinoso Contraindicações ● Áreas cardíacas ● Neuromas ● Espasticidade ● Varizes trombosadas ● Marcapasso Técnica de aplicação ● A contração muscular não deve causar dor ou desconforto ao paciente. ● Utilizase a corrente farádica para eletrodiagnóstico clássico. ● A frequência de estímulos normalmente utilizada é de 20 contrações por minuto (na técnica bipolar). ● Devese ter cuidado com as alterações de sensibilidade, pois pode administrar uma dosagem alta e lesionar estruturas mioneurais. CORRENTE INTERFERENCIAL ● É o fenômeno que ocorre quando se aplicam duas ou mais oscilações simultâneas no mesmo ponto ou série de pontos de um meio. ● Frequência de 2000 Hz a 4000Hz ● Quanto maior a frequência, menor a resistência da pele, melhor o conforto do estímulo para o paciente. ● Estimulação neuromotora ● Correntes eletroanalgésica ● Usada somente em condições não dolorosas 10 Propriedades fisiológicas ● Frequência portadora: 2000 Hz ● Frequência moduladora (AMF): 50 Hz ● Obter efeito de profundidade: Quanto maior a frequência, menor é aresistência capacitiva tecidual, portanto com as correntes de média frequência utilizadas para obtenção da corrente interferencial, conseguese atingir níveis de profundidade maiores que na utilização direta das correntes de baixa freqüência no modo convencional. Efeitos gerais ● Analgesia ● Estimulação muscular (frequência menor que 75 Hz) ● Melhora da circulação ● Relaxamento muscular ● Diminuição da reação inflamatória (diminuindo a dor, o edema e o espasmo muscular) Intensidade da corrente ● Toma por base a sensação subjetiva da corrente na pele pelo paciente. ● Fase aguda: dose mínima (mínima intensidade sentida na pele) – início da sensação (100 a 150 Hz) ● Fase subaguda: dose normal (sensação clara da corrente) – sensação agradável. ● Fase crônica: dose forte – no limite da tolerância (75 a 100 Hz) ● frequência para analgesia: 4000 Hz ● frequência modulada: 75 a 150 Hz OBS: À medida que a intensidade aumenta, o paciente sentirá uma sensação de formigamento. Com uma intensidade maior, ocorrerá uma contração muscular. Se a corrente for aplicada a uma intensidade suficiente elevada, o paciente poderá sentir desconforto, ou dor. É provável que os efeitos sensitivos originemse entre 4 e 10 mA, e as respostas motoras entre 8 e 15 mA. Método de tratamento de acordo com a colocação dos eletrodos 1) Técnica bipolar (dois pólos): O efeito da corrente interferencial se dará contida entre os dois eletrodos a certo nível de profundidade. 2) Técnica tetrapolar (quatro pólos): O efeito da corrente interferencial se dará na área da soma vetorial entre os eletrodos. É aconselhável que os eletrodos fiquem eqüidistantes. 3) Técnica tetrapolar vetorial (vetor automático): Criada para aumentar a área de tratamento e aumentar a região de efetividade de corrente. Nesta 11 técnica há um deslocamento do vetor de modo automático, aumentando a área de exposição da corrente interferencial. A realização desta técnica conseguese mudando a intensidade de uma das correntes de média frequência. E isto é feito automaticamente pelo aparelho (escolhese o modo ‘vetorar” ou vetor automático). É indicada para extensas áreas lesionadas. Eletrodos Tamanho ● Quando se trabalha com eletrodos de tamanho diferentes, há mudança na interferência da corrente gerada. ● Normalmente utilizase os de borracha de silicone ou os autoadesivos (próprios para articulações), entretanto podem ser utilizados os eletrodos de lápis, para aplicações em pontos de dor, e a almofada de quatro pólos. Técnica de aplicação ● Pontos dolorosos: Esta forma de aplicação de corrente interferencial é mais adequada para se tratar pontos mais profundos, ou seja, quando o ponto doloroso ou de aplicação se localiza em músculos, tendões, bursas, etc. ● Tronco nervoso (abordase o trajeto da via nervosa): O método de dois pólos é muito adequado para este fim. Ao aplicar esta técnica de tratamento é importante que o paciente sinta a irradiação acima da parte afetada. ● Paravertebral: Os eletrodos são colocados em volta da coluna vertebral ou sobre ela, para os seguintes sintomas: dor local, dor cervical por compressão, hipertonia dos músculos eretores do troco, etc. ● Músculos: É usada quando a terapia pretende: tonificar a musculatura, melhorar a circulação, fortalecer os músculos, relaxar a musculatura, etc (técnica bipolar em origem e inserção) ● Transregional (articular): Neste caso preferese o método de quatro pólos, e se a dor for inespecífica ou difusa é proveitoso utilizar o modo “vetorar” (vetor automático). OBS: ● A área a ser tratada deve ficar entre os eletrodos, devese evitar que ela fique sob os eletrodos, pois a ação da corrente e menor. ● Se distanciamos demais os eletrodos, diminuiremos a eficácia da corrente interferencial no ponto médio entre os eletrodos. ● Os eletrodos devem ficar sempre um de frente para o outro tanto na técnica bipolar como na tetrapolar ● Na técnica tetrapolar, se um dos eletrodos desconectar, a interferência deixará de existir, ou seja, se um dos eletrodos deixar de funcionar não 12 teremos uma das correntes de média, não teremos superposição, e não teremos interferência. Os 4 eletrodos precisam estar íntegros. ● Evitar deixar a área a ser tratada na região central da interferência, pois nessa região não há efetividade da corrente. Analgesia ● Frequência: 40000 Hz ● AMF: 75 a 100 crônico ● AMF: 100 a 150 agudo Slope ● 1/1 Crônico ● 1/5/1 Subagudo ● 6/6 Agudo Tempo de aplicação ● Aguda: 5 min a 10 min (curto) ● Crônica: 10 min a 15 min (longo) Indicações ● Dor (músculos, tendões, ligamentos, cápsulas, nervos) ● Hipertonia / espasmos ● Debilidade muscular ● Transtornos circulatórios Contraindicações ● Tromboses ● Marcapasso ● Estado confusional (paciente psiquiátrico; incompetente) ● Febre ● Tumores (sobre o tumor) ● Tuberculose ● Falta de colaboração (paciente indisposto) ● Implante metálico, caso o paciente sinta sensações desagradáveis ● Região abdominal de útero grávido ELETROESTIMULAÇÃO FUNCIONAL (FES) A Eletroestimulação Funcional (FES) foi descrita como sendo a estimulação de músculo, tanto lisos quanto estriados, que foram privados do controle nervoso, com o objetivo de proporcionar contração muscular que 13 produza um movimento funcionalmente útil. As contrações evocadas são obtidas a partir de vários pulsos elétricos de pequena duração aplicados sob frequência controlada. ● FES é uma corrente alternada ● Corrente pulsada (pois não podemos provocar uma contração no músculo e manter por um longo período de tempo, pois ele vai fadigar) ● Usado para trabalhar funcionalidade, e pacientes com problemas neurológicos, consegue recrutar mais fibras. ● bifásica/despolarizada ● assimétrica ● equilibrada Parâmetros: ● Contração efetiva: 150 e 400 microssegundos ● Pulso retangular, trabalhando contração muscular ● Frequência: 20 a 50 Hz ● Frequência baixa: fibra lenta (mais utilizado) ● Frequência alta: fibra rápida Fases da Eletroestimulação do FES ● Fase on: fase de contração, é dividida em fase de subida, sustentação e descida ● Fase off: fase de repouso Tempo de subida e descida: ● 2s para sedentário e espástico ● 0,5s para atletas ● 2s de contração e 4s de repouso para ADM ● 2s de contração e 6s de repouso para fortalecimento ● 2s de contração e 10s de repouso para espasticidade Posicionamento dos Eletrodos ● Ponto motor e ventre muscular ● Próximo do tendão Bases funcionais ● Inibição funcional: Os reflexos flexores e extensores não podem ser evocados simultaneamente. ● Estimulação aferente: estimulação dos nervossensitivos ● Estimulação eferente: estimulação dos nervos motores 14 Objetivos ● Diminuição da espasticidade ● Auxiliar a reorganização da atividade motora ● Acelerar a recuperação do controle voluntário ● Restituir por controle elétrico, movimentos simples e complexos ● Substituição ortótica ● Fortalecimento muscular Condições que dificultam a técnica ● Discinesias ● Síndromes hipertônicas graves ● Irritação da pele ● Obesidade ● Aceitação do paciente ● Escaras Falta de conhecimento da técnica pelo terapeuta. Critério de avaliação dos pacientes 1. Capacidade de resposta à corrente FES: Os pulsos elétricos (T) utilizados na técnica FES são da ordem de décimos milisegundos (0,2 , 0,5 , etc). Pulsos com esta ordem de grandeza, com qualquer intensidade de corrente, apenas conseguem produzir contração muscular através do estímulo do nervo periférico. Doenças que acometem o neurônio motor inferior (nervo periférico) não são elegíveis à técnica FES. As moléstias que acometem a placa motora, também não podem ser tratadas por esta metodologia (interferem na passagem do impulso nervoso para o músculo). As miopatias que se caracterizam pela perda da capacidade de contração muscular também não têm indicação de tratamento pelas correntes FES. 2. Graduação da espasticidade Como a técnica FES tem objetivos funcionais, lançase mão de uma graduação baseada no efeito da espasticidade sobre a função a ser realizada, existindo, desta forma, três níveis de graduação: ● Grau 1 – o aumento do tônus é percebido ao exame, porém não interfere na função. ● Grau 2 – a espasticidade percebida ao exame interfere com a função. ● Grau 3 – a espasticidade impede o desempenho da função. 3. Critérios de avaliação das articulações As articulações são avaliadas através da movimentação passiva e quantificadas pela goniometria manual. 15 Indicações ● Facilitação neuromuscular ● Substituição ortótica ● Controle da espasticidade ● Paraplegias/paraparesias ● Esclerose múltipla ● Escoliose ● Hipotrofia por desuso ● Hemiplegia ● Lesão medular ● Paralisia cerebral (quanto à distribuição topográfica, os pacientes mais beneficiados são os hemiparéticos e os paraparéticos). Contraindicações ● Eixo do marcapasso ● Sobre o seio carotídeo ● Sobre a área cardíaca ● Espasticidade grave ● “lesão nervosa periférica” FES em hemiplegia (AVE) A hemiplegia pósacidente vascular cerebral é uma das formas mais frequentes de incapacidade. Em relação aos aspectos motores, a paresia espástica, a perda da seletividade do movimento, as retrações músculoligamentares e as deformidades são problemas que podem ser mais bem tratados com a inclusão de técnica FES no arsenal de recursos terapêuticos utilizados no processo reabilitativo. a) Objetivos da técnica FES em pacientes com hemiplegia b) Metodologia De uma forma didática, a aplicação pode ser classificada de dois modos: ● recurso de recondicionamento muscular ● recurso ortésico 16 c) FES e recondicionamento muscular ● Membros superiores: os grupos musculares mais frequentes estimados com objetivos de recondicionamento funcional são: deltóide, tríceps, e os extensores de punho e dedos. ● Membros inferiores: O recondicionamento mais frequente é dirigido a três grupos musculares: quadríceps, ísquios tibiais, e dorsiflexores. ● contração evocada rítmica – a técnica de produção de contrações evocadas dos dorsiflexores de forma rítmica é utilizada nas fases iniciais do tratamento, quando o paciente não tem condições de assumir a posição ortostática e tem como objetivo a manutenção de representação corporal do segmento paralisado, e a prevenção da enfermidade em eqüino. ● contração evocada por disparador – O disparador – um dispositivo semelhante ao utilizado nos jogos de videogame, permanece na mão do terapeuta que vai acionalo no momento em que o paciente inicia a fase da passagem. O estímulo elétrico produz a dorsiflexão e permite a diminuição do padrão ceifante da marcha do hemiplégico. Quando inicia a fase de apoio, o terapeuta desliga a fonte produtora do estímulo após o calcanhar atingir o solo. d) FES como uso ortésico na hemiplegia (FES de palmilha) A utilização da técnica FES como órtese funcional em pacientes hemiplégicos frequentemente é restrita ao controle da articulação do tornozelo. Um pequeno aparelho gerador de correntes é fixado na cintura do paciente e os eletrodos são aplicados na projeção do nervo ciático poplíteo externo (cabeça da fíbula) e/ou no próprio músculo. Os estímulos são gerados de forma contínua, sendo interrompidos por uma chave acoplada a uma palmilha colocada no calçado do paciente. Esta órtese funcional produz o controle da dorsiflexão do pé. Quando o pé está apoiado ao solo, permanece desligada, por ação de chave da palmilha, permanecendo ativa durante toda a fase de passagem da marcha, sendo desligada novamente assim que o calcanhar atinge o solo. FES em lesão medular a) critérios de seleção dos pacientes: Os pacientes com lesão medular de qualquer etiologia, para serem elegíveis à aplicação da técnica FES, não podem ter acometimento do neurônio motor inferior. Habitualmente, as lesões acima do nível L1/L2 têm esta característica, o que permite o estímulo elétrico aplicado ao nível do nervo periférico produzir contração muscular com finalidades funcionais. Pacientes com lesões abaixo deste nível, porém do tipo incompleto, podem ser incluídos no programa se a resposta motora evocada a partir de gerador de correntes for satisfatória. 17 As deformidades em flexãoadução dos quadris ou eqüinismo dos pés, frequentes nos pacientes com lesão medular, desde que moderadas, não são fatores de inelegibilidade, assim como escaras em tratamento que não estejam comprometendo o estado geral do paciente ou situadas em zonas de apoio na posição ortostática. b) Fases de tratamento: O programa de recuperação motora em pacientes com lesão medular é dividido em quatro fases: ● recondicionamento muscular; ● transferência da posição sentada para a de pé; ● treinamento da posição ortostática; ● treinamento da deambulação. CORRENTE RUSSA ● É uma corrente alternada (sinusoidal) de média frequência ● Este tipo de corrente permite aplicação de alta amperagem, em torno de 100 mA. ● Frequência portadora de 2500 a 4000 Hz ● Propriedades das Unidades Motoras Tônicas e Fásicas TÔNICAS FÁSICAS Fibras vermelhas Fibras brancas Inervadas por fibras “A alfa 2” (alfa tônica) Inervadas por fibras “A alfa 1” (alfa fásica) Frequência tetânica de 20 a 30Hz Frequência tetânica de50 a 150Hz Fadiga tardia Fadiga rápida (tetânica) Capilaridade ótima Capilaridade pobre Chamadas de fibras estáticas ou musculares Chamadas de fibras rápidas ou contração rápida Filogenéticamente velha Filogenéticamente jovem Maior quantidade de ATPase Menor quantidade de ATPase Comportamento clínico da musculatura Tipos de Fibras: ● Tipo I: fibras vermelhas, de contração lenta, muito resistentes, de 30 a 40 Hz ● Tipo II A: fibras brancas, contração rápida e usadas em momentos de explosão, muito resistentes, de 80 a 150 Hz 18 ● Tipo II B: fibras acinzentadas, contração rápida e usadas em momentos de explosão, pouco resistentes, de 80 a 150 Hz OBS: Para trabalhar somente contração, usamos um frequência de 50 Hz, trabalhando tanta fibra lenta quanto rápida a) musculatura pálida (A) “branca” É a principal responsável pela flacidez e perda de tônus. Cansase com facilidade e não tolera contrações prolongadas. Só é trabalhada com exercícios extenuantes e realizados numa frequência muito rápida. Assim, costuma ser a primeira a se atrofiar. Possui rápida velocidade de contração, entre 60 ms, mas com fadigabilidade precoce. b) musculatura vermelha (C) Praticamente “não necessita ser trabalhada”. Basta ficar de pé para exercitala (musculatura estática). Resistente e dinâmica, suporta intensa atividade e têm grande capacidade de contração, o que permite, aliás, a movimentação de todo corpo. Possui lenta velocidade de contração, entre 50ms e 80ms, mas com fadigabilidade tardia (fibras que suportam atividades por períodos prolongados). OBS: 1. As unidades motoras tônicas são ativadas primeiramente, ao se produzir um movimento, e seu potencial de ação está em torno de –70mV; 2. As unidades Motoras fásicas são ativadas quando o movimento requerer um esforço suplementar, e seu potencial de ação está em torno de –90mV. 3. O neurônio “A alfa 1” tem um axônio mais grosso, conseqüentemente, sua velocidade condutora é maior. Isto é muito importante para as fibras musculares fásicas, pois realizam uma força de explosão de curto prazo; adicionam força ao movimento vigoroso; são as primeiras a entrarem em atividade quando se exige uma reação inesperada e rápida do músculo. Plasticidade do tecido conjuntivo muscular Estímulos elétricos sobre os motoneurônios mudaram as características de algumas fibras fásicas que passaram a agir como fibras tônicas, ou viceversa, ou seja, interferindo sobre os motoneurônios podemos interferir sobre as fibras musculares. Em geral a transformação de fibras musculares fásicas em tônicas transcorre com maior facilidade que o caminho inverso. A partir daí existiu uma facilidade da “transformação” de fibras fásicas em tônicas através de mudanças em seus potenciais. Modificação na composição muscular (Swynghedauw – 1986) ● Frequência baixa – 20 Hz a 30Hz – boa estimulação para transformação de fibras fásicas em tônicas. 19 ● Frequência alta – 150 Hz – boa estimulação para transformação de fibras tônicas em fásicas. OBS: Mudanças que podem ocorrer com a utilização da Corrente Russa: ● mudanças na capilaridade ● mudança na característica de resposta do motoneurônio ● redução na velocidade de condução ● aumento da excitabilidade Conclusão: Dependendo da frequência adotada na estimulação, as fibras fásicas podem adotar comportamento e características de fibras tônicas, e isto poderia ser mantida se mantivesse a estimulação e a função do músculo. Características da Corrente Russa Este tipo de corrente foi construído exatamente baseada nos tipos musculares existentes (tônicas e fásicas). É uma corrente alternada, com frequência entre 2500 Hz e 5000 Hz (média frequência). Permite o uso de amperagem elevada (acima de 100 mA), pois é uma corrente de média frequência, ou seja, mais agradável e não possui efeitos polares sobre a pele. Especificações técnicas da Corrente Russa ● frequência portadora – 2500 Hz (corrente de média frequência que vai gerar a corrente para estimulação) ● porcentagem do ciclo 20% 30% 50% OBS: Quanto maior a porcentagem de corrente de corrente dentro do ciclo, mais agressiva ou com maior intensidade o paciente vai sentir a corrente (a escolha vai depender do estado de saúde, fase da doença, etc.) ● Frequência de modulação – 0 a 150 Hz (quantos ciclos terseá numa unidade de tempo nº de ciclos por segundo). OBS: A modulação da frequência vai obedecer a característica da fibra (fásica ou tônica) e a porcentagem do ciclo vai obedecer a situação do paciente (estado de saúde, fase da doença). ● intensidade – a máxima suportável (0 a 140 mA, podendo variar até 200 mA) ● Tempo de subida – 2ms ● Tempo de contração – 0 a 30 seg. ● Tempo de descida – 1 ms ● Tempo de repouso – 3 a 30 seg. Utilização Terapêutica ● Incremento da força muscular 20 ● Modificação do tecido muscular ● Melhorar a estabilidade articular ● Melhorar o rendimento físico em esporte de alto nível ● Manter a qualidade e quantidade do tecido muscular ● Aumentar a circulação sanguínea no músculo ● Recuperar a sensação da contração nos casos de perda de sinestesia. OBS: Comparandose a estimulação da musculatura com a utilização da Corrente Russa e o FES, no tocante ao fortalecimento muscular observouse que a estimulação com a Corrente Russa era mais efetiva, pois por ser de média frequência a corrente penetra mais no tecido muscular estimulando um maior número de fibras musculares que o FES (baixa frequência – 190 Hz). Vantagens ● Se consegue ativar 30% a 60% a mais das unidades motoras com a Corrente Russa que nos exercícios comuns e tratamentos convencionais. ● O aparelho consegue trabalhar toda musculatura, inclusive zonas consideradas difíceis de serem atingidas com eletroestimulação convencional, como os glúteos e o retoabdominal. ● Melhora à curto prazo ● Melhora da estabilidade articular durante a fase de mobilização Seleção do Tipo de Corrente Parâmetros a serem seguidos: ● Tipo de músculo a ser tratado ● Exigir o máximo em todas fases do tratamento ● O tipo de corrente deve ser o mais agradável possível ● O músculo que se vai trabalhar deverá está normal, e o nervo motor intacto ● Evitar, dentro do possível a adaptação (acomodação) do nervo motor OBS: Não são aconselháveis aplicações de longa duração, pois por ser uma corrente de média frequência a partir de determinado momento irá inibir a fibra motora por adaptação (acomodação). O ideal é de 15 a 20 min por sessão apenas. Modificações na composição da fibra muscular Temos constatado que a composição das fibras musculares se modificaao ser exposta a um período prolongado de excitação produzida por correntes elétricas. Esta modificação depende principalmente da frequência com que se despolariza o nervo motor por meio da corrente elétrica. Na maioria dos casos, se reduz a velocidade de contração das células musculares. Com esta modificação a fibra muscular adquire a função ou a 21 característica de fibra tônica, que nem sempre é desejado, principalmente quando se necessita de função dinâmica do músculo. A modificação é reversível desde que, passemos a trabalhar estes músculos com funções mais dinâmicas. A ação da Corrente Russa na musculatura ainda permite: ● fortalecimento do músculo sem que produza modificação da fibra muscular; ● fortalecimento do músculo com o objetivo de modificar a composição da fibra muscular; ● excitação subliminar prolongada para modificar a composição da fibra muscular, sem fortalecimento do músculo Riscos terapêuticos ● Evitar dor muscular ● Cuidado com a amplitude articular nas contrações isotônicas nos casos de bloqueio articular ● Certificarse que não há lesão em músculos, tendões, ligamentos e fáscias ● Modificações não desejadas na composição da fibra muscular. Indicações ● Fortalecimento em condições patológicas ● Fortalecimento no esporte de alto nível, tais como: a) aumentar a capacidade de “sprint” b) aumentar a capacidade de salto c)aumentar a capacidade de resistência ● Estabilização da coluna vertebral ● Estabilização de articulações ● Incontinência esfincteriana ● Estética Contraindicações ● Lesões musculares, tendinosas e ligamentares (absoluta) ● Inflamações articulares em fase aguda ● Fraturas não consolidadas ● Espasticidade ● Miopatologias que impeçam a contração muscular fisiológica ● Lesão nervosa periférica 22 TENS ● É uma técnica de neuroestimulação sensorial superficial, de características não invasivas e não lesivas utilizadas no tratamento da dor. ● É uma corrente alternada de baixa frequência. Classificação da fibra nervosa sensitiva CATEGORIA EFERENT E AFERENT E VELOCIDADE DE CONDUÇÃO (MS) DIÂMETRO DA FIBRA EM MICRA Fibras de grosso calibre A – alpha A – beta A gama I II II 70 – 120 50 – 70 30 – 50 12 – 22 5 – 12 5 – 12 Fibras de fino calibre A – delta dor rápida III < 30 2 5 Fibras de fino calibre C Dor lenta IV < 3 0,1 – 1,3 OBS: ● As fibras A – alpha (I) são fibras que conduzem tato e pressão; são fibras grassas e mielinizadas. ● As fibras A – delta (III) são fibras finas e mielinizadas (tracto espinotalâmico – localiza a dor com clareza) ● As fibras do tipo C são fibras de fino calibre e amielínicas (tracto espinoreticular – não localiza a dor com clareza) Mecanismo de ação do TENS a) Teoria das Compotas: A teoria das compotas foi estipulada por níveis medulares. Esta teoria estabelece, que pela medula entram informações pelas fibras de grosso calibre (tato e pressão) e pelas fibras de fino calibre (sensação de dor). Quem determina o que passa entre as fibras de grosso calibre é uma substância chamada Substância Gelatinosa de Rolando (Portão da dor). A substância gelatinosa de Rolando faz o mecanismo conhecido como “INIBIÇÃO PRÉSINÁPTICA” – funciona como se fosse um gatilho controlador (filtra as informações que chegam através das fibras de grosso calibre e de fino calibre). Para a teoria das compotas o “sentir” ou “não sentir” dor seria determinado pela maior quantidade de impulsos que chegam pelas fibras de grosso calibre ou pelas fibras de fino calibre. 23 Chegase informação pelas fibras de grasso calibre, ocorrerá um efeito facilitatório sobre a Substância Gelatinosa (Portão da dor), gerando um mecanismo inibitório sobre as fibras de fino calibre (dor) que fecha a “porta” para estimulação dolorosa. Se a informação for maior nas fibras de fino calibre (A – delta ou C) elas tendem estabelecer uma conexão com a Substância Gelatinosa, inibindoa, abrindo a porta para estimulação dolorosa. Ou seja, se passarem mais impulsos pelas fibras de grosso calibre haverá um efeito facilitatório nas comportas, proporcionando um mecanismo de “fechamento” para a passagem dos impulsos dolorosos (fino calibre). Se chegarem mais impulsos pelas fibras de fino calibre, haverá um efeito inibitório nas comportas, e teremos a passagem da sensação dolorosa. b) Peptídios opióides endógenos: Pesquisadores demonstraram um aumento nos peptídios opióides (encefalina e endorfina) no LCR diante de uma estimulação nervosa transcutânea. Obs: Pesquisas realizadas, que mostraram o alívio da dor tendo como mecanismo de liberação de endorfina que possuía maior tempo do alívio dolorosos após o uso do TENS. Devese dirigir a atenção para o TENS de onda bifásica assimétrica (retangular modificada), que é aquele mais encontrado no mercado nacional. Os controles de T (Tempo ou Duração) e R (Frequência) são numerados no aparelho, normalmente, de 1 a 10 (alguns de 1 a 9). Os tempos envolvidos podem ser avaliados por tabelas de correspondência. Controle de T (tempo em microsegundos): Este controle programa o tempo de duração de pulso, cuja a gama vai, aproximadamente, de 82 a 350 (ou 35 a 365) microsegundos, dependendo do aparelho. Controle de F (tempo em milesegundos): Este controle programa o tempo entre um pulso e outro, ou seja, a frequência de repetição dos pulsos. Permite uma repetição de aproximadamente 6 pulsos/segundo até 200 pulsos/segundos, correspondente a uma faixa de frequência de 6 a 200 Hz (ou 1 a 150 Hz). Intensidade: Parâmetro subjetivo, que depende da sensibilidade do paciente. Não existe uma escala. Trabalhase com o limiar doloroso (varia de 10 a 80 mA) Se mesmo com o controle na posição máxima de intensidade não houver potência suficiente, devese aumentar progressivamente o controle de T. 24 Modo (tipos) de TENS ● Convencional ● Do tipo acupuntura ● Burst ● Breve e intenso a) Tens convencional (mínimo 40 a 50’) – Dor aguda ● Frequência de pulso: ALTA (50 a 100 Hz) ● Duração do pulso: 40 a 100 microAmpéres (estreito) ● Intensidade: Confortável alta (10 a 30 mA) ● Início do alívio: 20’ ● Duração do alívio: 20’ á 2 h ● Sensação: Parestesia sem contração muscular b) Tens acupuntura – dor crônica ● Frequência de pulso: BAIXA (1 a 4 Hz) ● Duração de pulso: 150 a 250 microAmpéres (largo) ● Intensidade: forte, no limite do suportável (30 a 80 mA) ● Início do alívio: 20’ à 30’ até uma hora ● Duração do alívio: 2 a 6 horas ● Sensação: Contrações musculares rítmicas (visíveis) c) Tens breve e intenso (alívio imediato) ● Frequência de pulso: ALTA (100 a 150 Hz) ● Duração do pulso: 150 a 250 microAmpéres (largo) ● Intensidade:Forte, ao nível de tolerância (30 a 80 mA) ● Início do alívio: 10’ á 15’ ● Duração do alívio: pequena, apenas durante a estimulação ● Sensação: Fasciculações musculares não rítmicas, ou contrações tetânicas. d) Tens Burst ou Tens de pulso ● Frequência de pulso: alta (70 a 100 Hz) ● Frequência de modulação –1 a 8 Hz , pode vir modulada em valores fixos e com variação durante a terapêutica ● Duração do pulso: 150 a 200 microAmpéres (largo) ● Intensidade: variável de forte a fraco (30 a 60 mA) ● Início do alívio: 10’a 30’ ● Duração do alívio: 20’ à 6 horas ● Sensação: contrações musculares rítmicas acompanhadas de parestesias. Indicações ● Dor aguda (F e I↓) ● Dor crônica (F↓ e I ) 25 ● Fraturas Contraindicações ● Pacientes com marcapasso ● Problemas cardíacos ● Dores não diagnosticadas Precauções ● Grávidas ● Aplicação sobre os olhos e boca ● Aplicação sobre a parede anterior do tórax em pacientes com problemas cardíaco ● Sem nível intelectual ● Crianças ● Cabeça ou face Técnica de aplicação 1. Eletrodos: Eletrodos de borracha de silicone: ● devese trocar os eletrodos a cada 6 meses, pois altera a propagação dos impulsos ● cuidado com a ruptura dos eletrodos ● devese utilizar gel ou algodão embebido, para melhorar a condução elétrica. Aplicar de maneira uniforme. Eletrodos autoadesivos ● limpar a pele antes de acoplalo ● umedecelos e guardar na geladeira após o uso ● não retirarlo da pele puxando pelo fio O posicionamento dos eletrodos é um dos fatores mais críticos que pode influenciar no sucesso do tratamento. Para que uma área do corpo seja eletiva para a estimulação, devemos saber que está área selecionada deve estar anatomicamente ou fisiologicamente relacionada à fonte de dor. 2. Áreas de utilização dos eletrodos: ● sobre os dermátomos ● sobre os miótomos ● sobre os pontos de acupuntura ● sobre os pontos motores ● sobre um trigger points 26 3. Disposição dos eletrodos: a) Colocação geral dos eletrodos: ● estimulação dos pontos motores, de acupuntura e gatilho. ● Estimulação da região dolorosa ● Estimulação do dermátomo ● Estimulação da medula espinhal ● Estimulação do trajeto do nervoso b) Colocação particular: ● Uni ou bilateral ● Colocação proximal ● Colocação distal ● Colocação linear ● Colocação cruzada ● Miótomo relacionado á dor ● Bracelete ● Colocação transcraniana ou transcerebral Frequentemente os eletrodos são colocados no próprio local da dor. Algumas vezes o quadro doloroso pode ser delegado se a origem da dor estiver na área sob os eletrodos. No entanto, podemos estar diante de uma dor referida; ou seja, embora a dor seja referida pelo paciente em determinada área, seu lugar de origem, na verdade, está à distância. Mesmo que localizemos o verdadeiro local de produção da dor, o tratamento terá um melhor rendimento se estimularmos todo o dermátomo. É comum, depois de algum tempo de iniciado o tratamento, o paciente referir que a intensidade dos estímulos diminuiu. Isto se dá em função de um bloqueio inicial ao estímulo da dor. Neste caso, a intensidade poderá ser aumentada no mesmo atendimento. O paciente pode ter alívio completo da dor, ter algum alívio, ou não demonstrar qualquer melhora com a utilização da TENS. Este fato fará com que o fisioterapeuta se disponha a pesquisa melhor a causa do quadro álgico, para melhor interferir no processo de sua geração. 27 ESTUDOS DE CASO Orientações Para todos os casos, vocês deverão elencar: O tipo de corrente a ser utilizada e porque é a mais adequada (caso agudo, crônico, analgesia,...) O tipo específico de tratamento, quando uma mesma corrente tiver mais que um; Os parâmetros adequados (frequência, largura do pulso, tempo...) Tipo, colocação dos eletrodos, quantidade de canais.... 1) Paciente J. L., 62 anos, sexo feminino, hérnia de disco lombar em L4L5, refere dor intensa tanto em repouso quanto em movimento, em todo o membro inferior D e na região lombar, também à direita, há dois dias. a) Você resolve aplicar TENS para analgesia. Qual o tipo mais indicado para esta situação? b) No dia seguinte, paciente refere que não teve alívio do quadro doloroso. Qual outro recurso você utilizaria? 2) Paciente H. G., 65 anos, sexo masculino, hérnia de disco lombar em L5Sl, refere dor moderada há 6 meses na região lombar esquerda e na região posterior da coxa E. Você resolve aplicar TENS para analgesia. a) Qual o tipo mais indicado para esta situação? b) Cite outro recurso eletroterapêutico que também poderia ser utilizado nesta situação. 3) Paciente S. M., 28 anos, sexo masculino, agricultor, relata ter trabalhado carregando peso nos últimos dois dias. Chega em seu consultório relatando dor em queimação na região cervical e cintura escapular. Em seu exame clínico você identifica pontos de contratura muscular em escalenos, trapézio, esternocleidomastoideo e romboides, bilateralmente. Você resolve aplicar TENS. 28 a) Qual tipo você utilizaria? b) Cite outra corrente que também poderia ser utilizada nesta situação. 4) Paciente F. G., 22 anos, sexo masculino. Sofreu acidente automobilístico há 3 meses, lesionou parcialmente plexo braquial. Refere dores agudas e intensas na região do ombro e porção medial do braço e antebraço. Qual recurso de eletroterapia você elegeria para analgesia? 5) Paciente S. B., sexo feminino, 49 anos. C.A. de mama há 4 anos com metástases ósseas em região do esterno e coluna torácica, no momento realizando tratamento conservador de cuidados paliativos em casa. Quadro álgico intenso e persistente, mesmo com medicação. Você é chamado para atendimento domiciliar. Qual recurso de eletroterapia para analgesia você utilizaria? 6) Paciente W.Y., 29 anos, sexo masculino, paraplégico, escarra de decúbito em região sacral. Qual corrente de eletroterapia você utilizaria para acelerar o processo de cicatrização? 7) Paciente F. T., 45 anos, sexo masculino, tendinite de flexores de punho D, apresentando edema, hiperemia e dor intensa no local e tendinose de flexores de punho E, apresentando diminuição da função e dor moderada há alguns meses. Estas lesões foram provenientes de LER. Você possui 2 correntes eletroterapêuticas: TENS e galvânicas. Como você utilizaria cada uma delas em cada um dos membros? 8) Paciente H. U., 38 anos, advogado, sexo masculino. Apresenta uma cervicalgia por atitude postural, no momento apresentando dor intensa. Você possui, para analgesia, apenas dois tipos de correntes polarizadas. Diga comofaria o tratamento deste paciente com cada uma destas correntes no presente momento (curto prazo) e daqui a 15 ( médio prazo), quando o paciente já estiver referindo um quadro álgico menos intenso. 9) Paciente R. Y., 57 anos, P.O. de 2 dias de prótese de ombro E. No momento, apresenta dor intensa ao movimento e moderada em repouso, e edema e hiperemia leves em região cirúrgica. Qual corrente você utilizaria nesta situação? 29 10) Paciente U. I., 79 anos, sexo feminino, artrose severa de joelhos, relatando dor moderada, porém constante. Utilize uma corrente de baixa e uma de média frequência para analgesia e diga qual a mais eficaz, na sua opinião, e porquê. 11) Paciente, 62 anos, P.O. de prótese de quadril D. Está com um edema moderado em todo membro inferior D e dor moderada na região da cirurgia (quadril). a) Você resolve utilizar uma corrente para estimular contração muscular e melhorar o bombeamento do edema no início de seu atendimento. Qual? b) Além disso também quer utilizar uma corrente para analgesia do quadril. Qual? 12) Paciente 26 anos, paraplégico com lesão medular lombar incompleta. Realiza marcha com andador, com muita dificuldade. Precisa de estímulo para melhorar extensão de joelho e dorsiflexão. Qual corrente você utilizaria? 13) Paciente, 13 anos de idade, quadriplegia espástica por paralisia cerebral. Tem padrão flexor de membros superiores. Necessita melhorar função para alcance de objetos. Qual corrente você utilizaria? 14) Paciente, 22 anos, sexo feminino, atleta profissional de vôlei, sofreu estiramento muscular posterior de coxa. No momento, já se encontra na fase de cicatrização, e, para retornar à atividade, necessita ganhar força e hipertrofia. Qual recurso de eletroterapia você utilizaria? 15) Paciente, 56 anos, sexo feminino. Sofre queda e, após exame ecográfico, constatouse estiramento muscular de glúteo médio e minimo D. No momento, quadro álgico intenso. Qual corrente você utilizaria? 16) Paciente, 28 anos, sexo feminino, saudável, quer melhorar aspecto estético de abdômen e coxa (porção anterior). No seu exame você constata flacidez muscular. Qual corrente você utilizaria? 17) Paciente, 42 anos, trabalhador da metalúrgica, sexo masculino. Tem duas hérnias de disco em L4L5 e L5S1. Além disso, tem LER: flexores e extensores 30 de punho e cotovelo D. Apresenta dores intensas el ambos locais no momento. Eleja uma corrente eletroterapêutica para: a) Analgesia imediata de coluna lombar e MSD; b) Analgesia quando a dor estiver de leve à moderada; c) Em uma situação ideal: você acha que seria importante ganhar força e hipertrofia do MSD, na fase mais fina] de recuperação da LER? Se sim, que corrente você utilizaria? 18) Paciente, 21 anos, sexo masculino, jogador de futebol. P.O. de reconstrução de ligamento cruzado anterior. Eleja uma corrente para utilizar. a) no préoperatório (manutenção do trofismo); b) para o pósoperatório imediato (analgesia, edema moderado na região); c) para o pósoperatório curto prazo (manutenção do trofismo); d) para o pósoperatório médio e longo prazo (hipertrofia e ganho de força). 19) Paciente, 28 anos, sexo masculino, sofreu acidente automobilístico. Teve. TCE com comprometimento hemicorpo D, necessitando estimular musculatura de tronco anterior e posterior para manutenção da postura. sedestaçâo. Além disso, também teve uma lesão por esmagamento do membro superior E, com posterior amputação deste em nível de antebraço proximal. Eleja correntes: a) Estímulo da musculatura de tronco anterior e posterior; b) Analgesia para coto do MSE.
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