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13/5/2014 1 GESTAÇÃO DE RISCO PESO MATERNO EXCESSIVO OU DEFICIENTE Profa Marília Alfenas UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE NUTRIÇÃO GESTAÇÃO DE RISCO - Risco Habitual (Baixo risco) - Alto Risco A avaliação do risco durante o pré-natal permite a detecção e tratamento precoce de complicações que possam induzir aborto espontâneo, parto pré-termo, morte fetal e aumento da morbi-mortalidade neonatal. Fonte: Oliveira, Virgínia Junqueira. Vivenciando a gravidez de alto risco: entre a luz e a escuridão. Dissertação de mestrado. Escola de Enfermagem, UFMG, 2008. GESTAÇÃO DE ALTO RISCO É a gravidez em que a mãe e/ou o feto correm riscos de complicações ou de morte maior que o normal. Entre os fatores de risco estão: idade, paridade, situação sócio-econômica, estado nutricional, antecedentes familiares, antecedentes obstétricos, doença atual como anemia, HIV, Pré-Eclampsia, Diabetes e outras,. • Promover a maternidade segura é compromisso do Ministério da Saúde e de todos nós. Além de garantir o pré-natal e humanizar o atendimento, entre outras ações, é preciso dedicar atenção especial a uma pequena parcela de mulheres grávidas, por serem portadoras de doenças que se agravam com a gestação ou são desencadeadas nesse período. Fatores de Risco na gestação GESTANTE Estado Nutricional Uso de drogas lícitas e ilícitas Gestação múltipla Situação socio econômica Idade Baixa Escolaridade Situação conjugal insegura História obstétrica desfavorável Ausência Pré-Natal Hipertensão Diabetes Anemia 13/5/2014 2 Classificação Quantitativa do Risco Classificação Quantitativa do Risco GestacionalGestacional CÓDIGO FATORES PONTOS IDADE 1 < 15 anos 4 2 15 a 17 anos 2 3 35 a 39 anos 2 4 > 40 anos 4 PARIDADE 5 Paridade 0 1 6 Paridade 4 a 6 2 7 Paridade 7 ou mais 3 HISTÓRIA 8 DUOO < 1 ano 2 9 Esterilidade 2 10 Falha do DIU 1 11 1 aborto ou PT 2 12 2 abortos ou RN(s) PT 4 CÓDIGO FATORES PONTOS HISTÓRIA (continuação) 13 3 abortos ou RN(s) PT 8 14 Filhos com má formação 2 15 Cada morte perinatal 4 16 Cesárea prévia 4 17 Distócia prévia 2 18 > 2 abortos induzidos 3 19 Trauma obstétrico (com sequelas neurológicas) 4 CONDIÇÕES SOCIAIS 20 Baixo nível socioeconômico 1 21 Má-nutrição materna 4 22 Baixo peso 2 23 Dieta inadequada 2 24 Baixa estatura 1 CÓDIGO FATORES PONTOS CONDIÇÕES SOCIAIS 25 Obesidade 4 26 Trabalho excessivo 1 27 Pouco cooperativa 1 28 1ª consulta pré-natal após 28 semanas 1 29 Solteira, divorciada, viúva 1 30 Baixa escolaridade 1 31 Tabagista 2 GESTAÇÃO ATUAL 32 Pélvis estreita ou desproporção céfalo-pélvis 6 33 Apresentação anormal 4 34 Gestação múltipla 4 35 Isoimunização RH 4 36 Má formação uterina 4 CÓDIGO FATORES PONTOS GESTAÇÃO ATUAL (continuação) 37 Ameaça de aborto 4 38 Ameaça de parto prematuro 8 39 Ruptura prematura das membranas 8 40 Infecção cérvico vaginal 2 41 Aumento insuficiente de peso 2 42 Permeabilidade do colo antes de 37 semanas 4 43 Sangramento 3º trimestre 8 44 Gravidez prolongada 3 CÓDIGO FATORES PONTOS ENFERMIDADES 45 Diabetes mellitus 8 46 Pré-diabetes 4 47 Hipertensão leve 4 48 Hipertensão moderada ou severa 8 49 Enfermidades endócrinas 8 50 Cardiopatia 8 51 Infecção urinária crônica 4 52 Infecção urinária aguda 2 53 Anemia (Hb < 9 g/100 mL) 4 54 Anemia (Hb 9,1 – 10,0 g/100 mL) 2 55 Sífilis 4 56 Asma sintomática 2 57 Neurose 2 58 Psicose 4 CATEGORIA DE RISCO PONTOS CLASSIFICAÇÃO 0 – 3 Normal 4 – 7 Baixo 8 – 10 Médio > 11 Alto Alguns sinais de risco • Sangramento • Vômitos frequentes • Ardência ao urinar • Febre alta, dor de cabeça • Edema anormal nos MMII, faces, • Edema em apenas um dos membros inferiores • Pressão alta • Bebê não se move • Perda de líquido, corrimento 13/5/2014 3 • Encaminhar para a Unidade de Saúde • Aferição de PA e exames • Referenciar para o pré-natal de alto risco Tamanho placentário Peso ao nascer Índice de morbidade neonatal Peso, estatura, estado nutricional GESTANTES COM GANHO DE PESO INSUFICIENTE Como verificar se o ganho de peso foi deficiente? • Calcular o ganho de peso subtraindo-se o peso atual do peso da última consulta. • Considerar como ganho satisfatório, um ganho de até 20% maior ou menor ao calculado para o período interconsultas. • EX: ganho de peso previsto: 500 g/semana • Intervalo entre as consultas: 5 semanas • Ganho satisfatório: 2,5 Kg ± 500 g (2 a 3 Kg) • Ganho de peso 1º trim: • Ganho de peso semanal a partir do 2º trim: • Ganho de peso total: 2,3 Kg 500 g 12,5 a 18,0 Kg IMC correspondente a baixo peso e/ou ganho de peso insuficiente • RN com BPN • RN com CIUR • Parto prematuro • Maiores índices de morbidade neonatal 13/5/2014 4 IMPORTANTE: Esclarecer a importância do ganho de peso semanal adequado peso do feto, placenta, membranas e líq amniótico, mamas, tec. adiposo, vol. sanguíneo. Apresentar o GET recomendado • Investigar: - sintomatologia digestiva, - infecções ( TMB) - problemas familiares - atividade física excessiva • Adequar a dieta conforme as queixas, intercorrências, condição sociodemográfica, tabus e erros alimentares. • Caso a alimentação contemple todos os grupos de alimentos, aumentar a quantidade total dos alimentos a serem consumidos. • Aumentar o fracionamento da dieta, com menor volume. • Aumentar a densidade calórica das preparações utilizando óleo, azeite, creme de leite, açúcar, leite condensado (se não diabética), com reforço para se evitar a formação de hábito alimentar. • Recomendar a inclusão de sobremesas. • Incentivar o consumo de alimentos fortificados com vitaminas e minerais. • Se necessário, prescrever suplementos nutricionais. • Se possível, encaminhar para Programas de Suplementação Alimentar vigente. GESTANTES COM GANHO DE PESO EXCESSIVO • Sobre a nutrição da gestante, o maior mito é... COMER PARA DOIS!!! 13/5/2014 5 Como verificar se o ganho de peso foi excessivo? • Calcular o ganho de peso subtraindo-se o peso atual do peso da última consulta. • Verificar se o ganho de peso foi satisfatório (± 20% do peso calculado para o período inter-consultas). • Ganho de peso 1º trim: • Ganho de peso semanal a partir do 2º trim: • Ganho de peso total: 0,9 Kg se sobrepeso e 0 se obesidade 300 g 7,0 a 11,5 Kg se sobrepeso e 7,0 Kg se obesidade IMC correspondente a sobrepeso/obesidade • Associado a: - RN macrossômico (≥ 4 Kg) - necessidade de cesárea - maior risco de diabetes gestacional - maior risco de SHG Vantagens do parto normal • Fisiológico • Menor risco de hemorragias • Menor risco de infecção hospitalar • Maior disposição para a interação c/ o RN • Vínculo mais precoce com o bebê que pode mamar na sala de parto • Recuperação mais rápida • Maior chance de sucesso do aleitamento materno • Para o bebê: • Maior descompressão compensatória possibilitando menor desconforto respiratório, afastando o risco de aspiração do líquido amniótico e asfixia • Maior vínculo com a mãe • Amamentação na primeira meia hora Parto cesáreo • Somente se indicação (???) • Maior risco de hemorragias e infecções puerperais • Problemas de cicatrização, laceração acidental de algum órgão (ex: bexiga) • Reação adversa à anestesia • Recuperação mais lenta • Pode retardar o primeiro contato com o RN • Pode dificultar a primeira mamada 13/5/2014 6 • A taxa de cesarianas é consistentemente maior em obesas (as complicações pré-parto da obesidade contribuem para o aumento desta taxa). • Mães obesas têm filhos grandes para a idade gestacional 1,4 a 1,8 vezes mais frequentemente do que mães com pesonormal. • A incidência de morte perinatal de bebês de mulheres obesas excede a de mulheres com peso normal em 2,5 a 3,4 vezes. Complicações maternas e partos prematuros contribuíram amplamente para essa alta mortalidade. Fonte: GALTIER-DEREURE, F. BOENGNER, C., BRINGER, J. Obesity and pregnancy: complications and cost. Am J Clin Nutr, v. 71, p. 1242S – 1248S, 2000. • No pós-parto, mães obesas estão mais propensas a ter complicações urinárias, como incontinência. Além disso, o ganho de peso gestacional excessivo pode levar à obesidade futura. • O National Institute of Neurological and Communicative Disorders and Stroke mostrou um aumento de 35% na incidência de malformações congênitas quando as mães tinham sobrepeso e 37,5% quando eram obesas. • Orientação com base no GET recomendado, esclarecendo a importância do ganho de peso semanal adequado. • Investigar possíveis causas: - dieta inadequada, - edema, - ansiedade, - erro na pesagem; • Adequar a dieta conforme as queixas, intercorrências, condição sociodemográfica, tabus e erros alimentares. • Aumentar o fracionamento da dieta (intervalo de 3 em 3h) e reduzir o volume. • Estimular o uso de preparações culinárias simples (alimentos assados, cozidos, grelhados, ensopados). • Orientar quanto ao adequado consumo de CHO complexos (substituições) e estimular o consumo de fibras (cereais integrais, hortaliças e frutas) Orientações Nutricionais • restringir o uso de azeite e estimular o uso de limão, vinagre, sal, cheiro-verde e ervas aromáticas para temperar as saladas. (ervas cruas: mais aroma, cozidas: mais sabor). • reduzir o óleo de cocção dos alimentos; • evitar alimentos gordurosos, frituras (pasteis, coxinhas, pizza portuguesa e outras); • evitar preparações ricas em CHO simples: doces e guloseimas, chocolates, refrigerantes 13/5/2014 7 MELO, Adriana Suely de Oliveira et al. Estado nutricional materno, ganho de peso gestacional e peso ao nascer. Rev. bras. epidemiol. [online]. 2007, vol.10, n.2, pp. 249-257. ISSN 1415-790X.
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