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Programa de Educação Continuada a Distância Curso de COACHING MÓDULO IV Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 79 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. MÓDULO IV “Os problemas significantes que confrontamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento no qual estávamos quando eles foram criados.” (Albert Einstein) 80 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 13 COLOCANDO EM PRÁTICA O COACHING EXECUTIVO 13.1 O PROCESSO DE COACHING Neste capítulo, se estará apresentando como se desenvolve o coach, metodologicamente. Após se analisar diferentes modelos, adotados contemporaneamente, chega-se ao direcionamento da prática valorizando o processo, e possibilitando assim, com que essa prática alcance os objetivos a que se propõe. O Módulo está dividido em quatro partes, as quais se referem a cada etapa do processo de coaching. 13.2 O PROCESSO DE COACHING – 1º Etapa 1- Estabelecendo uma relação de confiança Para que o líder alcance a excelência e o verdadeiro processo de coaching, o passo inicial deve focar na investigação da realidade, ou seja, qual será o ponto de partida da atuação dele enquanto profissional. Saberá qual a distância entre o hoje e o futuro e as principais etapas que deverão ser criadas para conquistarem as metas. Dentro desse quadro inicial, formam-se algumas perguntas essenciais como, por exemplo: Quem é a pessoa que eu lidero e aonde ela quer chegar? Quais são as suas potencialidades e o que ainda precisa ser desenvolvido para que conquiste o esperado? O jogo sutil entre o real e o ideal é o caminho que irá guiar a intervenção do líder. Porém torna-se importante reconhecer se o ideal está de acordo com as potencialidades e possibilidades do liderado e da organização como um todo. Muitas vezes as pessoas ou organizações estipulam um ideal e consideram que apenas o simples fato de estar desejando essa conquista, dará a certeza de que irá ocorrer, 81 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. sem que seja necessário investimento ou novos aprendizados para alcançar essa vitória. Porém as conquistas não são simples, não ocorrem da noite para o dia, não existem sem o desenvolvimento, investimento e novos aprendizados. E o desejo do alcance do ideal está vinculado à velocidade máxima para chegar nesse objetivo. Certamente demorará mais do que o esperado e isso poderá frustrar a equipe como um todo. O processo de coaching exige planejamento, entendimento do ponto de partida e uma visão clara do caminho e do ponto de chegada. O papel do coach é criar condições para o cliente sentir-se seguro e à vontade durante a escuta. O coach deverá fazer isso com naturalidade; qualquer tentativa de manipulação colocará em xeque a confiança que se deseja criar. Confiando no coach, a pessoa aproveita ao máximo toda oportunidade de aprendizagem disponível no processo. (ANDERSON, 2001) Conforme explica Araújo (1999), o coach deve aproveitar o processo na mesma medida que o cliente. Se esse crescer, é sinal de que o coach está crescendo também. A interação que o coach firma com o cliente é a base da existência do desenvolvimento. A maneira como o coach entende sua prática profissional irá determinar profundamente a maneira de se relacionar com a sua missão. Existe uma possibilidade negativa do líder-coach entender sua missão baseado no coaching – como – tarefa e, conforme a própria nomenclatura ensina, sendo tarefa exige a máxima agilidade e eficiência, o que poderá determinar que o ele almeje finalizar o diálogo com seu cliente no menor tempo possível para que as ações logo se finalizem e mais um processo alcance seu propósito. O perigo é tornar esse processo totalmente automático, diminuindo a interação entre líder e liderado. A aliança, sendo entendida como conexão e vínculo, desperta no cliente a certeza de estar sendo apoiado. O apoio é extremamente importante nesse processo, pois independentemente da competência que se estiver abordando, o cliente irá se deparar com suas vulnerabilidades, inseguranças, senso de inadequação e necessidades de mudanças. Esse processo de aprendizado gera grande ansiedade, e em muitos casos até irritabilidade, pois retira o liderado da zona 82 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. de conforto para alcançar novas conquistas, sem a garantia de que essas virão rapidamente. O significado do aprendizado está ligado à coragem para renovar as crenças, hábitos e modelos mentais. Essa situação intensifica a sensação de incerteza e existe uma força propulsora quando o ser humano tem alguém ao seu lado que auxilia a se manter no foco, valoriza seus progressos e permanece em uma busca contínua pelo desafio. Ser visto e valorizado diante de cada pequena conquista é a necessidade básica do ser humano. Esse é um dos papéis fundamentais do coach, fortalecer essa conexão pessoal entre ele e seu cliente. Para estabelecer a confiança o coach deve exercer uma autoavaliação crítica para verificar seu grau de confiabilidade e disponibilidade para o outro. Algumas dicas são importantes para que a pessoa possa se avaliar como sendo um bom líder coach, entre elas: Você é confiável? – Refletir se você confiaria em si mesmo para ser seu próprio coach, pode ser um bom início. Mas é importante avaliar se a imagem que você passa para as pessoas é de alguém que é confiável, seguro e que oferece apoio Você sabe escutar? – A escuta perpassa vários âmbitos, como por exemplo, escutar a história de si mesmo, escutar sem julgar, escutar seu modelo mental para se conhecer, escutar as qualidades do outro, ou suas necessidades, escutar com sensibilidade. 13.2.1 Coaching: Uma relação de confiança, Abertura e Responsabilidade Pela própria natureza, a relação entre coach e cliente requer muita confiança. Torna-se necessário que ocorra um constante feedback entre ambos, facilitando, dessa forma, a compreensão mútua dos valores e a troca de 83 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. experiências. Conforme sugere Araújo, essa prática de abertura central em coaching cria confiança e abre espaço para o mais alto padrão de desempenho. Sem este momento de abertura, o coach não tem informações realistas e fidedignas para assessorar o cliente. Dessa forma, sua contribuição fica nula se calcada em impressões obtidas por meio de outras pessoas, além de dar ao cliente um ar de fofoca. O papel do coach é o de incentivaro cliente a analisar todos os indicadores de desempenho que a experiência proporciona e a compreender a situação sob novas perspectivas. Com seu feedback, o cliente amplia a consciência e fortalece a autoestima. Sugere Araújo que o primeiro passo para estabelecer uma relação dessa natureza é a autoconsciência. Coaches que não estão conscientes podem exercer influência negativa sobre o cliente. O segundo passo é conhecer as pessoas, como elas funcionam, o que pensam e sentem em relação a si mesmas e aos outros, à equipe e à organização. Conhecer bem os outros aumenta a competência para relacionar-se. Coaching também é aprender a desaprender. Se não pudermos desaprender, dificilmente seremos bons coaches ou clientes, pois a maior contribuição desse processo é possibilitar um novo nível de consciência e desempenho aos envolvidos. Para se entender a relação do sujeito com os outros, é preciso ampliar a compreensão sobre a dinâmica das relações humanas. Seguem as três dimensões comportamentais e os sentimentos correspondentes a cada uma delas: a) Inclusão É a quantidade de contato, quando convido as pessoas para participar de atividades comigo. É o primeiro passo para eu conhecer o outro. A essa dimensão correspondem os sentimentos de importância, devido ao grau de atenção que damos um ao outro. 84 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. b) Controle É a dimensão que explica como exercemos poder sobre as pessoas. Existem três estratégias de poder: o controle direto, a influência e assumir responsabilidades. Cada uma delas é apropriada ao contexto e ao estágio de maturidade das pessoas envolvidas. c) Abertura Caracteriza o amadurecimento da relação. É quando revelamos um ao outro os nossos pensamentos e sentimentos verdadeiros. Os sentimentos correspondentes aqui são os de apreço e confiança. (Teoria Tridimensional das Relações Humanas) Agora, apresenta-se como o coaching se estabelece em cada um desses momentos: a) Inclusão Coaching não é conselho ou inspiração. É transpiração, é trabalho contínuo. É uma relação em que ambos, coach e cliente, assumem um papel ativo, de grande participação. Para que alguém me assessore, é preciso que eu reconheça como coach, que se aceite a sua participação e o inclua como alguém importante para si; caso contrário, se reagirá a ele como intruso. A partir do momento que o coach dedica atenção e inclui o cliente nas suas prioridades, esse se sente importante para ele. Caso contrário, o cliente pode sentir- se abandonado e inseguro. Muitas pessoas, ao assumir o papel de coach, não atribuem à inclusão a devida importância e queimam essa etapa sem a qual o processo não avança. b) Controle Essa é uma dimensão extremamente forte no processo de coaching e à qual é necessário atribuir uma atenção devida. Coaching é, basicamente, uma relação de compromisso mútuo. É empowerment, é dar poder ao outro. Portanto, o coach precisa ter a disposição e a capacidade de reconhecer as competências do cliente. Nenhuma técnica em si dá poder a ninguém, é alguém que dá. 85 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Quando o coach confia na capacidade do cliente e o monitora adequadamente, o cliente tende a sentir-se competente para atingir objetivos e vencer desafios. Quando o coach usa o seu poder com maturidade, ele é capaz de escolher a forma de controle segundo a necessidade e o contexto do cliente. Também precisa adequar o controle ao grau de maturidade e ao estilo do cliente. Quando o cliente reconhece o coach e aceita seu controle, estimula seus próprios sentimentos de lealdade e compromisso e os do coach. c) Abertura Como coaching é contrato de suporte ao desempenho, abertura e feedback são as bases do trabalho. Coaching depende, fundamentalmente, do grau de abertura entre cliente e seu coach. À medida que cresce a abertura, crescem a confiança e os sentimentos de apreço. Confiança só acontece quando as pessoas são abertas e honestas sobre o que pensam e o que sentem. Numa relação sólida, de confiança mútua, pode-se tratar de qualquer coisa que interfira no desempenho. Feedback passa a ser uma prática constante por ser uma das ferramentas mais eficazes e econômicas para aferir a realidade e redirecionar as ações. (ARAUJO, 1999) Numa conversa de coaching, normalmente existem falas de inclusão (tempo de contato, convites, agendas de encontros), de controle (acompanhamento da qualidade e quantidade dos resultados, critérios de avaliação) e de abertura (revelações, confidências, compartilhamento e feedback). A abertura não se mantém linear nas conversas; ela é mais profunda ou superficial de acordo com o assunto, o contexto e as pessoas envolvidas. Torna-se importante que ambos, o coach e o cliente, saibam quando é o momento apropriado para cada uma delas. Forçar a abertura é sempre impróprio, pois não é assim que se obtém as devidas informações, o que pode causar um clima de constrangimento desnecessário. Quando coach e cliente mantêm uma relação aberta, tem a sensibilidade para perceber quando é o momento para uma conversa mais pessoal e direta. (KILLBURG, 2000) 86 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Uma relação de coaching é baseada não só em flexibilidade, mas também em confiança e responsabilidade. Confiança existe quando coach e cliente podem expressar-se completamente, sentem-se respeitados e valorizados e não temem represálias ou traições. Responsabilidade significa que as pessoas mantém sua fala comprometida com a realização e com os resultados do outro. 13.2.2 Feedback Este processo assusta muitas pessoas. Esta prática é importante para o sucesso de qualquer empreendimento e principalmente para o desenvolvimento das pessoas. Este conceito, explicam Fleury & Fleury, (1997) que tem origem na teoria dos sistemas, significa na tradução literal retroalimentação, isto é, processar informações e transmiti-las ao sistema para a continuidade do seu funcionamento. Para a maioria das pessoas, a interpretação mais comum é que dar feedback consiste em dizer diretamente a pessoa o que eu penso dela, a minha opinião sobre a forma de ser, características, talentos, desempenho, etc. Assim procedendo, estamos considerando nossas percepções como sendo as verdades. (ARAUJO, 1999) No processo de feedback tem-se duas posturas: Ativa: quem dá o retorno; Passiva: quem recebe o retorno. Esse processo está ligado a uma “forma de poder” que uma pessoa exerce sobre a outra, seja por meio da estratégia do controle direto, de influência ou de responsabilidade. Receber, infelizmente, também, ainda está ligado à subordinação, ser influenciado, ou estar sob a responsabilidade de outra pessoa. (KILLBURG, 2000) 87 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Como o feedback é uma relação que envolve pelo menos duas pessoas, tem-se aí uma relação de papéis complementares – portanto, não importa quem iniciou o jogo, um não existe sem o outro. E não há chance de empowerment nesse jogo. Explica Araújo (1999), que no processo de coaching o jogo de juiz e réu é mais perigoso ainda, pois quando o coachassume uma posição de poder sobre o cliente, o processo perde o sentido: de coaching passa a ser uma relação de subordinação. O cliente pode até fingir se submeter por alguma razão específica de carreira, mas não está mais conectado enquanto cliente. Durante o processo de coaching, pressupõe-se que o feedback seja uma forma de manter o fluxo de informações atualizado para assegurar ao cliente o máximo de desempenho. O feedback pode ser de caráter factual, experimental ou mesmo intuitivo ou emocional. Todos esses elementos são considerados informações que podem alimentar o processo. O peso a ser dado a cada fato, experiência ou intuição depende da natureza do projeto, da análise da situação atual, e da percepção e/ou estilo dos envolvidos. 13.2.3 Feedback 360 graus Contemporaneamente, organizações mais abertas tem adotado o feedback 360 graus, que é aquele dado pelo chefe, pares, subordinados e, eventualmente, também clientes e fornecedores. Se as pessoas envolvidas não alterarem o seu paradigma e não forem preparados para uma nova prática, o resultado pode ser uma ampliação do medo que as pessoas têm dele. Essa tática baseia-se na coleta de dados de pessoas das mais variadas categorias de interação do cliente. Isso possibilita um confronto entre a imagem que ele tem de si mesmo e a imagem que as pessoas ao seu redor têm dele. Essa tarefa exige a permissão prévia do cliente, pois desencadeia situações complexas e 88 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. demanda uma habilidade excelente do coach em lidar com os possíveis confrontos/conflitos diante da imagem que o cliente tem de si e a imagem percebida pelos outros. Se não houver na equipe uma consciência do que seja um feedback produtivo, as pessoas podem ser colocadas na berlinda, julgadas pelo grupo, e sua carreira pode até ser bloqueada. Numa situação assim, o resultado é a instalação de um conflito: ou outro se torna inimigo e, consciente ou inconscientemente, as pessoas irão iniciar processos de sabotagem, retaliação, dentre outros. O feedback é uma ferramenta indispensável também para um dos processos mais perseguidos contemporaneamente pelas organizações: o empowerment. Criar um ambiente de confiança e abertura é o primeiro passo para o processo de empowerment das organizações. Não é possível implantá-lo sem: - As pessoas se conscientizarem do modo como elas se relacionam com o poder, aprofundando a compreensão de um dos fatores determinantes das suas atitudes diante do outro; - Aprendam a lidar com o poder de uma nova maneira. (ARAUJO, 1999). Quando se tiver atingido esse grau de desenvolvimento, o feedback será uma prática estimulante, na qual o coach estará a vontade para me abrir com o cliente e criar uma relação de confiança. Ressalta-se que por ser um processo de avaliação o feedback 360° deve ser minuciosamente cauteloso, principalmente diante da velocidade do mundo organizacional. A rapidez das exigências pode acarretar o mau uso dessa ferramenta de trabalho. Sendo mal aplicada a avaliação 360° pode desencadear desconforto, insegurança, desconfiança e passividade no cliente, pois a tendência é de aparecer no resultado final apenas os pontos fracos, as necessidades de aprimoramento e as baixas competências. Pode ser que o cliente culpe seus colegas e inicie um processo depressivo por não confiar em sua equipe e sentir-se humilhado por ela. Ao contrário, quando bem utilizada, a avaliação é um dos principais meios do autoconhecimento, do crescimento e do fortalecimento das relações interpessoais 89 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. dentro da organização. Os pontos a serem trabalhados irão aparecer, mas também estarão presentes as competências e qualidades. A balança irá motivar a participação no processo de coaching e estimular as grandes transformações profissionais e pessoais. Por si mesmo, o feedback 360° não desenvolve nada, apenas aponta possibilidades de intervenção, apontando as competências a serem desenvolvidas. Nesse processo, deve-se ter a avaliação do próprio cliente e buscar como avaliadores, no mínimo 12 pessoas para se conseguir a média final. O cliente não deve saber quem o avaliou, o processo é confidencial. Feedback – uma ferramenta para o coaching Como o coaching é um processo de empowerment, o feedback é sua principal ferramenta. 13.2.4 Usando o método CLIER Outra forma possível de se realizar a avaliação do cliente é o método CLIER (Cultura, Liderança, Informal 360°, Experiências diárias, Role models – modelos de referência), que não depende da participação de terceiros e prioriza o entendimento do próprio cliente sobre cinco áreas diferentes, que serão abordadas em forma de questionário direto. As áreas a serem investigadas são: C – Cultura: Entendendo-se por cultura o ambiente em que a empresa atua, podem-se determinar duas vertentes: a empresa pode se focar em processos já existentes, ou o contrário, em conquistar território, grandes mudanças e adaptações a competição do mercado. Essa é uma estratégia que oferece um grande entendimento de como o cliente vê a cultura da empresa em relação ao seu estilo pessoal. 90 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. L – Liderança: Revendo o objetivo do processo de coaching, de gerar novos líderes, é preciso conhecer qual o estilo de liderança do cliente. Como ele atua como líder? Essa é uma característica pessoal que irá determinar a forma como se dará o relacionamento dele com as demais pessoas da equipe e também, a forma como se vê no atual processo com seu líder. I - Informal 360°: Ao contrário da avaliação 360°, a forma indireta dessa avaliação não abre espaço para que terceiros participem da avaliação do cliente, possibilita ao próprio cliente imaginar o que seus colegas diriam a seu respeito. A ideia é que ele possa responder do que seus colegas reclamariam, quais seriam os elogios que eles poderiam levantar a seu respeito. É indireta porque o cliente responde por toda a equipe, colocando-se no lugar dela para pensar sobre si mesmo. E – Experiências diárias: Oferece a possibilidade de o cliente pensar sobre sua atuação diária dentro da empresa. Procura pontuar dois focos principais: Qual é o seu melhor? Qual a tarefa que executa de forma exemplar? O que ele sabe fazer muito bem? E por outro lado, deve destacar também qual é o seu pior, ou seja, qual a situação, atividade ou tarefa que ele sabe que não vai muito bem e precisa melhorar? R – Role models (Modelos de referência): Oportuniza ao coach conhecer quais são os modelos de referência do cliente. Quem lhe serve de exemplo, tanto na vida pessoal como na vida profissional. Isso é muito importante para saber até aonde o liderado deseja chegar, qual é o seu foco de aprimoramento. 13.2.5 Coaching e comunicação A comunicação no coaching é fundamentalmente, voltada para dar poder a ambos, coach e cliente. É uma forma de comunicação especial porque é um falar e um escutar comprometidos com o projeto do cliente. A linguagem do projeto age 91 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. para a realizaçãoe para a expressão dessa realização, que é o resultado. As pessoas veem o resultado, mas não acompanham a realização; por isso têm dificuldade de valorizar o que veem. (STERN, 2004) O coach é um privilegiado que vê, apoia e ajuda o processo de realização. É como se fosse um parteiro do conhecimento, da capacitação. Ajuda a nascer uma nova competência. O coach fala e escuta para ajudar o outro a realizar o seu potencial, a transformar o potencial em real. É uma comunicação responsável. O coach sabe que cada palavra pode ser bendita ou maldita, dependendo do momento e da pessoa que escuta. O coach não desmerece o poder da palavra, ao contrário, aprende a manejá-lo com a reverência e a humildade de um bom discípulo. (MILARÉ, 2003) O mesmo acontece com o cliente, que aprende a solicitar suporte, dando, assim poder ao seu coach. A melhor forma de dar poder a alguém é ouvindo essa pessoa, permitindo que ela o influencie. Isso alimenta sua própria inteligência e mantém seu espírito crítico ativo. Comunicar com clareza e simplicidade é valorizar o outro e a si mesmo simultaneamente. Quando se comunica dessa forma, aprende-se com qualquer pessoa, problema ou situação. É necessário distinguir a linguagem do projeto da linguagem do conflito, ainda tão presente nas relações de trabalho, e aprofundar o entendimento do poder pessoal x poder da posição. 13.2.6 Os estágios da aceitação do processo de coaching Uma das grandes dificuldades de aceitar ou até mesmo pedir ajuda é o orgulho, que pode, em casos extremos, levar ao isolamento. Araújo (1999) destaca as etapas que consistiriam o processo de coaching: - Negação: não preciso de coaching, posso resolver meus problemas, sozinho. Esse é o estágio máximo de isolamento, em que o orgulho domina e mata a pessoa, impedindo-a de admitir que necessite de outros. 92 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. - Ira: tolero apoio, mas a contragosto. Eu conseguiria de qualquer jeito. Tem início certa abertura, mas distorcendo a realidade para manter o orgulho. Projeto a necessidade no outro. - Negociação: discuto as condições/regras, penso que você quer dominar- me. Aqui a tônica é o debate, que, se não evoluir para a aceitação, se agravará e levará ao impasse, ao conflito. Também é o estágio das falsas promessas. - Depressão: frustrado, entro em contato real comigo mesmo, com a minha fragilidade. Deixo cair à capa da autossuficiência e o outro (meu coach no caso), deixa de ser meu oponente, meu inimigo. O outro não é culpado de nada e, agora, pode ser um verdadeiro parceiro. É quando a confiança começa a ser, de fato, construída. - Aceitação: aceito e solicito coaching com frequência e entusiasmo. Sou responsável por mim mesmo e tenho forças para buscar apoio nas pessoas sempre que precisar. Este é o estágio em que sou cliente do mundo. Os mesmos passos acontecem com o coach, diante de um cliente difícil, que o desafia, diante de quem o faz sentir-se incompetente. Grande parte das dificuldades para passar da linguagem do conflito para a linguagem do projeto está relacionada à forma de poder de cada uma. 13.2.7 Líder e coach Líderes e coach conhecem seu poder pessoal e sabem utilizá-lo a favor do propósito das suas organizações, das suas equipes, dos seus clientes e de si mesmos. Investem tempo e energia para desenvolvê-lo, assim como estimulam cada um dos seus parceiros a identificar e fortalecer o próprio poder pessoal, de modo que eles não se tornem dependentes de seu apoio e para que possam também eles se transformar em líderes. É assim que os líderes desenvolvem seus sucessores. (LYONS, 2003) 93 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 13.2.8 Valores Uma avaliação aprofundada do cliente deve também delinear os valores pessoais que permeiam seu comportamento e seu estado emocional. Pois conhecendo seus valores é possível também entender a motivação que tem para alcançar seus objetivos, já que seus valores irão influenciar diretamente sua postura diante dos mesmos. Os valores podem ser entendidos como sendo os “porquês” escondidos atrás dos objetivos, sendo assim, ao alcançar a realização de uma meta que se alinha aos valores pessoais, desperta sensações de plenitude e realização. Ao contrário, quando a ação é contrária aos valores, o sentimento é de resistência por agir contra si mesmo. Para realizar essa tarefa o coach poderá questionar o cliente sobre momentos importantes de sua vida, nos quais se sentiu energizado e satisfeito, assim como os momentos que despertaram irritação, estresse ou resistência. Quais são as situações que desencadeiam essas diferentes sensações? É muito importante que cada membro da equipe conheça seus valores negativos para ter a possibilidade de desenvolver novas habilidades, evitando que eles o dominem. 13.2.9 A quem pertence o Processo de Coaching? Apesar de toda a interação e importância do coach, deve-se deixar bem claro, tanto para o coach como para o cliente, que a responsabilidade pelos resultados é do cliente. Existe um limite para atuação do papel do coach, apesar dele oferecer apoio e fortalecer o vínculo, ele deve ter o máximo de cuidado para não transformar a vida do cliente na sua vida, por meio de certo distanciamento 94 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. saudável que é entendido como sendo o espaço disponível para que o cliente se desenvolva. Caso o coach não consiga estabelecer esse afastamento, pode temer ser avaliado, como bom ou não, pelos resultados que serão apresentados pelo seu cliente e tornar-se exigente demais, tendendo a cometer alguns erros bastante comuns nessas situações, como por exemplo: Quebra de confiabilidade: sendo o coaching um relacionamento baseado na confiança por abordar questões pessoais de vulnerabilidades, inseguranças e desafios, existe no processo uma exigência de que as conversas entre os envolvidos permaneçam sigilosas, ou quebrariam o vínculo existente entre ambos. O sentimento de traição aflora quando o cliente percebe que detalhes de sua vida pessoal foram expostos por seu coach e quebra-se qualquer nova possibilidade de desenvolvimento ou de aprimoramento do processo. Ressalta-se que qualquer comentário que se faça sobre a vida do cliente, deve ter a permissão do mesmo para que seja efetivado, caso contrário, o coach estará colocando sua ética em questionamento. Desafios Irreais: Utilizando-se de parâmetros de agilidade e resultados aparentes, corre-se o risco do coach sugerir ou orientar seu cliente a determinar desafios que são elevados demais para o nível de desenvolvimento do mesmo. Devem-se ter metas grandes e audaciosas, mas dentro das suas condições e potencialidades que poderão ser desenvolvidas pelo coaching. Se forem além, não serão alcançadas e o sentimento de frustração, impotência e ansiedade dificultarão novas ações no processo. Dar Conselhos: Apesar de parecer mais eficiente, a prática do conselho pode gerar uma grande dependência no cliente, por imaginar que seu coach sempre terá as respostas para suas dúvidas, como uma criança que espera as respostas de seu pai e permanece no estado infantilizado por não confiar em seu potencial de encontrar soluções. Mesmo tomando um tempo maior,é necessário que o coach estimule o cliente a pensar nas alternativas e construa seu próprio caminho. Pode ser que as alternativas sejam completamente diferentes das que o coach iria propor 95 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. e o resultado ainda melhor. O cliente deve buscar as respostas dentro da sua maneira de ver o mundo e seu trabalho e o cliente deve orientá-lo, ensiná-lo a fazer isso. Não se torne um terapeuta: As questões emocionais do cliente devem ser resolvidas por um especialista na área, como um psicólogo, por exemplo, o coach não pode se envolver nesse âmbito em função da ansiedade para alcançar os objetivos, até porque não conseguiria auxiliar muito nesse aspecto, pois o coach não é um terapeuta. 13.3 O PROCESSO DE COACHING – 2º Etapa 2- DEFININDO VISÃO, MISSÃO, OBJETIVOS Ao se iniciar um processo de coaching é imprescindível ter clareza sobre o que o cliente quer produzir. Não é possível assessorar alguém sem saber qual é o seu objetivo. A visão de futuro e a agenda de realização pertencem única e exclusivamente ao cliente. 13.3.1 Declaração da Missão e Efetividade do Desenvolvimento Partindo-se da premissa de que toda organização tem sua declaração de missão, cada um de seus membros também deve refletir sobre sua própria missão e verificar se ambas podem andar juntas para chegar a conquistas comuns. Porém, a grande maioria dos colaboradores não consegue tempo para pensar sobre sua missão e deixa o movimento da empresa levar para a direção de sua própria missão e objetivos. 96 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. É de grande relevância que o cliente possa definir o que deseja criar no seu ambiente de trabalho; qual o legado que deixará; pelo que deseja ser lembrado e, principalmente, o que mais o motiva a ir para o trabalho todos os dias. Essas reflexões ajudarão as pessoas a enfrentarem os desafios diários, já que quando não se sabe bem aonde quer chegar, qualquer obstáculo ou problema no meio do caminho representa ser dolorosamente maior do que realmente é despertando poucas energias para continuar em busca de resultados. O mais importante é que a responsabilidade do coach não está em definir qual a missão do cliente, mas fazer perguntas, colocações que viabilizem ao mesmo o conhecimento do “PORQUÊ” de sua vida profissional. A complexidade dessa reflexão vai além da questão financeira ou promoções, pois se relaciona com um plano de fundo de sua vida, que permeia suas ações, suas escolhas, seu comportamento, suas relações e objetivos. Conseguindo definir o porquê de sua trajetória profissional e sua missão, o cliente descobrirá se sua maneira de agir no mundo do trabalho é coerente com a sua meta maior. Assim terá uma noção se sua postura está sendo efetiva ou não. Pode ter a chance de rever sua estratégia de desenvolvimento dentro da organização. O processo desencadeia o reconhecimento de sua missão, de sua identidade e de suas competências. Mais especificamente sobre as competências, pode-se esperar que o cliente avalie se suas habilidades e competências estão de acordo com sua missão e com sua identidade. As três esferas devem estar diretamente relacionadas para que o resultado seja a alta peformance. Ou seja, a missão deve ter suas bases na identidade que necessariamente exigirá constante avaliação das competências para que a missão seja realizada. ESCOLHA DA MISSÃO IDENTIDADE COERENTE COMPETÊNCIAS 97 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 13.3.2 Declaração da Visão Os coaches devem estimular com naturalidade os sonhos dos clientes, ajudando-os a perceber que são capazes de realizar algo por si mesmo. (KILLBURG, 2000) Explica Araújo (1999), que todo coach tem a sua percepção do que ocorre e do que deveria ocorrer, mas deve evitar impor isso ao cliente. A visão de futuro não será definida a partir do seu sonho, mas sim do sonho ou projeto do seu cliente. a) Quando o cliente ainda não tem a visão ou o projeto claro Muitas vezes, os clientes pedem coaching porque ainda não têm uma visão desenvolvida. Não é raro ver pessoas definindo suas metas para atender exclusivamente aos desejos e necessidades dos outros, chefes e familiares. Não é fácil desenhar uma visão, descobrir a possibilidade de criar algo diferente e valioso para si mesmo, em vez de envolver-se, de forma inconsciente, nos padrões dos outros. O coach deve ajudar o cliente a criar a própria visão, estimulando-o a identificar seus valores e a expressá-los em todos os projetos. (JUDGE, & COWELL, 1997) O coach não deve menosprezar os projetos menores, de curto prazo ou de resultado mais modesto. Ao contrário, deve-se valorizá-los, pois neles pode estar contida a semente de uma visão maior. (ARAUJO, 1999) Em algumas situações, a visão que o cliente tem do problema é a própria fonte do problema. O papel do coach é criar condições para que o cliente possa analisar o seu projeto ou objetivo por diferentes ângulos, até amadurecer a sua compreensão do problema e suas implicações. Isso é particularmente importante quando se torna necessário romper com velhos paradigmas e estabelecer novas fronteiras. Coaching é uma relação dinâmica que permite essa passagem. 98 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. O sinal de presença de visão é o grau de entusiasmo que determinado projeto ou assunto gera no seu cliente. Procure identificar junto com o cliente o porquê desse entusiasmo e você poderá ajudá-lo a descobrir a fonte da visão. O exercício de delinear uma visão de futuro serve exclusivamente para trazer a tona toda energia para transformar em realidade, o que já existia como potencial ou promessa de vida dentro de cada um. Por isso, uma visão bem-definida sempre vem acompanhada de entusiasmo e alegria. A visão é uma síntese simbólica do propósito, do significado e poder da ação. Molda o olhar com entusiasmo e confiança e tem um sentido de serviço. (ARAUJO, 1999) Explica Araújo (1999) que uma visão de futuro poderosa é uma fonte mais permanente, não muda com frequência porque sintetiza a essência, os valores centrais de quem a enuncia. A visão de futuro bem-definida de um indivíduo pressupõe que ele compreendeu qual é a sua principal missão na vida, ou seja, o que lhe dá razão de existir. Ela permite que ele escolha bem seus projetos, utilize ao máximo os seus talentos e realize-se plenamente. Buscar realizar os sonhos é o que permite sobreviver à turbulência, é o que nos impulsiona a seguir adiante em meio a tempestades e incertezas. O papel do coach é estimular o cliente a sonhar, a criar um deságio que transcenda a sua realidade atual. A visão parece com um sonho à medida que antecipa um futuro para o qual não existem garantias de realização. (LYONS, 2003) Quanto mais ousado for o sonho/projeto, mais esforço/investimento ele exigirá do cliente e maior será a oportunidade de aprendizagem, crescimento e resultado. Uma visão poderosa inspira ambos, coach e cliente, a buscar ideias novas e provoca a pergunta: por que não? Araújo explica: Entusiasmados com a visão, nãonos acomodamos diante dos aparentes obstáculos nem permitimos que experiências passadas, mesmo que bem- sucedidas, limitem a nossa evolução. Isso não quer dizer que precisamos nos desfazer da aprendizagem acumulada, mas sim que não devemos fazer dela a plataforma de lançamento dos nossos projetos de vida. (ARAUJO, 1999, p. 24) 99 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Então, desenhar uma visão de futuro não significa perder o senso de realidade, daquilo que é possível. Significa resgatar a capacidade de sonhar, a possibilidade que cada um tem de criar seu próprio futuro, exercendo diariamente o seu poder de escolha, de decisão. É exercer o poder de criar um futuro hoje. Nem sempre o que se empreende é bem-sucedido. Mas limitar as possibilidades antes de tentar é decretar um fracasso antecipado. Todos merecem mais do que isso. Se o cliente estiver sonhando “muito alto”, o coach deverá sugerir que divida esse grande projeto em projetos menores, que assegurarão uma base sólida para ele chegar aonde quiser. Projetos de curto prazo, facilmente mensuráveis ou “pé no chão”, explica Araújo (1999) proporcionam segurança pessoal para alçar voos maiores. E, para quem ainda não vislumbrou uma perspectiva mais ampla de futuro no horizonte, esses projetos podem trazer postas de uma visão maior, porque neles descobrimos o que funciona ou não para cada um. Se o cliente só consegue ver o “aqui e agora” se tem dificuldade para sonhar mais alto, o coach deve observar se isso é uma escolha de vida ou se ele se sente limitado por circunstâncias. De qualquer maneira, um pouco de estímulo é sempre proveitoso, e se for uma escolha, o coach deve ajudá-lo a observar as consequências mais prováveis. Criando o Propósito: Coaching visa garantir que o cliente concretize seu propósito, sua intenção. É preciso ajudar o cliente a manter o foco no resultado e a assumir responsabilidades por suas escolhas. Honrar a palavra e só prometer o que se vai cumprir cria um vínculo potente, além de evitar constrangimentos e desperdícios de talentos e energia. (ARAUJO, 1999) Criando a Intencionalidade: Intencionalidade é a diferença entre querer e estar comprometido a realizar. A intenção só é potencializada com compromisso e determinação. O coach precisa ajudar o cliente a definir com exatidão o que ele está verdadeiramente disposto a 100 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. realizar. Quando alguém concentra sua intenção descobre forças que desconhecia em si mesmo. É claro que, em algumas situações, o sonho não parece ser factível no espaço de tempo que o cliente deseja ou com os recursos de que dispõe no momento. Nesse caso, o coach deve escutar o mais generosamente que puder e aguardar um pouco mais até ter uma percepção mais completa do projeto do cliente. (ARAUJO, 1999) O coach precisa estar atento à forma como escuta a visão de futuro do seu cliente. Se ele for crítico demais, o cliente poderá perder o entusiasmo, desistir do projeto ou até se afastar dele. Se, por outro lado ele tiver muito receio em criticá-lo, sua contribuição será insignificante. De fato, ninguém nem mesmo um excelente planejador, consegue prever o que alguém extremamente comprometido é capaz de fazer. (ANDERSON, 2001) Uma visão claramente definida permite o cliente organizar bem os recursos, concentrar esforços e usar melhor as estratégias, antecipando riscos e minimizando o impacto das incertezas de mercado e de outros. A visão é o principal recurso para manter o curso traçado e resistir às tentações ou aos desvios do caminho: cansaço, dificuldades, preguiça, fracassos antecipados. 13.3.3 Perguntas que identificam a visão Estas são as questões que possibilitam a elaboração da visão: O que lhe dá maior alegria de viver? Este projeto realmente o entusiasma? O que você mais deseja na vida? Se você confiasse mais em si mesmo, o que faria? Onde você quer estar daqui a dois anos? Como este projeto contribui para isso? Qual é a sua maior fonte de poder pessoal (talentos e competências)? 101 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Quais são os seus valores e crenças mais centrais, especialmente os relacionados a desempenho, realização e resultados? O que você gosta mais em você? O que você mudaria ou melhoraria em você? Em que projeto você se engajaria se beneficiasse apenas outras pessoas e não você? Que marcas você quer deixar no trabalho? Como quer ser lembrado no futuro? No que você está paralisado hoje? Qual é o seu maior medo? Qual é o seu propósito de vida, ou seja, para que você existe? A quem você é grato? Quando a pessoa não aceita a oferta do coach, este deve perguntar diretamente a ela o que está ocorrendo. Coaching é uma relação de confiança e ouvir a pessoa ajuda muito. O mais importante é compreender a situação e demonstrar respeito pela posição da pessoa. Se for o caso, o coach deve esclarecer as dúvidas do cliente. Mas não deverá forçar a pessoa a aceitá-lo enquanto coach. É por isso que alguns coaches formais têm dificuldade de conduzir o processo: porque não percebem que o processo é conduzido pelo cliente, e eles, como coaches, estão a serviço do cliente e não o inverso. (KILLBURG, 2000) 13.3.4 Estabelecendo Metas Primeiramente o coach deverá conhecer os objetivos do cliente. O seu desejo, suas metas determinarão o início e a forma como se dará o processo de coaching. As metas que serão trabalhadas podem ser de desenvolvimento ou de performance. 102 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Não há uma grande diferenciação entre as duas, mas torna-se importante esclarecer o significado de cada uma porque serão dois momentos distintos de aprendizado. Sendo assim, é mais uma demanda de atenção e necessidade de avaliação do coach junto ao cliente que irá determinar detalhes importantes das ações que serão definidas. Metas de Desenvolvimento: relaciona-se com o momento de planejamento da carreira que o cliente quer alcançar, representando uma grande preparação para uma possível mudança. O processo de coaching estará focalizado na preparação do cliente para o momento futuro de transformações, por meio do desenvolvimento das suas competências e suas habilidades. Metas de Performance: relaciona-se com a busca por melhores resultados nas situações do cotidiano, com as metas da posição presente. O processo de coaching estará focalizado no desenvolvimento das competências e habilidades que se direcionem para a posição atual do cliente. Diante da definição de metas, o cliente acaba sendo atingido pelo “empowerment” do processo de coaching, pois percebe que essa liderança não será valiosa apenas para o mundo organizacional, mas principalmente para si mesmo enquanto profissional e enquanto pessoa. Tendo a certeza de que receberá o apoio do coach, o cliente estará totalmente vinculado às suas metas e a todo o processo. Porém ao dividir com alguém quais serão as suas metas, a pessoa também poderá sentir-se mais cobrada em atingir os objetivos, sendo assim a relação entre coach e cliente deve sempre oportunizar a boa vinculaçãopara extinguir fatores geradores de ansiedade que possam dificultar o processo. Após a definição das metas, os envolvidos no processo de coaching passarão a buscar e reconhecer quais os recursos existentes para alcançar as metas. Ou seja, líder e liderado descobrirão quais são as qualidades, potencialidades, habilidades, talentos e características deste último que poderão auxiliar na conquista do que foi planejado. A descoberta desse mundo de talentos e potencialidades revela uma nova realidade ao cliente, que terá a oportunidade de escolher quais os pontos que deseja 103 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. aprimorar para que consiga alcançar suas metas. Ressalta-se que podem aparecer várias necessidades de aprimoramento, mas deve-se ter o cuidado para não perder o foco das ações e verificar detalhadamente quais as habilidades que precisam ser mudadas e estão diretamente relacionadas com a meta que se está buscando. Geralmente se utiliza uma forma de planejamento para se construir o alicerce das ações. Por exemplo, buscar definir claramente que tipo de pessoa o cliente quer ser, com qual comportamento, para conseguir alcançar as metas preestabelecidas. Lembrando que pode ser que alguma das metas pode ser mais longa de se conquistar, sendo assim a estratégia do coach será de subdividir a meta em pequenas metas, ou minimetas, para que aos poucos vá se alcançando os resultados sem perder o estímulo pela meta maior. O mais importante nesse processo é que o cliente não desista de suas metas, por mais difíceis que elas possam lhe parecer. Frisando que o planejamento das metas deve ser com objetivos alcançáveis, contudo nem por isso serão fáceis. O coach deve sempre estimular a permanência no aprendizado para evitar o desânimo e a desistência, mostrando que as metas não são inalcançáveis. Essa postura evita que o cliente acredite que seus objetivos sejam irreais, podendo agir de forma a ignorá-los. Mais uma vez a postura do coach é importantíssima para a permanência do cliente no processo de coaching. 13.3.5 Quando uma pessoa solicita o apoio do coach O coach deve estabelecer o contrato: é importante que ambos tenham, desde o início, a mesma percepção do processo, estabelecendo um contrato de atuação, um compromisso a ser mantido com integridade pelos dois até o objetivo final. Passos para o contrato: clarifique as expectativas (da pessoa e as suas), explicite o que coaching, descreva as etapas do processo e esclareça os papéis de ambos (coach e cliente). 104 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Se o coach já conhece o futuro cliente, é um bom momento para lhe mostrar como irão se relacionar durante o processo. Caso não conheça, esteja particularmente atento as suas reações e, se necessário, dê um tempo para que ele decida se deseja iniciar o processo. Seja aberto e honesto, falando de forma simples e direta. Comece desde já a moldar a qualidade da relação. (ARAUJO, 1999) Para definir o projeto, após estabelecer o contrato, o coach deverá entender o que o cliente quer realizar: qual é o sonho do cliente? Às vezes, o cliente já tem clareza da visão. Às vezes não. Nesse caso, é preciso fazer perguntas abertas, permitindo que a outra pessoa revele as respostas. O coach deve estimular as ideias da outra pessoa. Deve oferecer sugestões, mas não esquecer que a visão é do cliente. O coach deve dedicar todo o tempo necessário para o cliente aprofundar a visão e perceber quanto o projeto vai ajudá-lo a realizar-se na vida. Lembre-se o coaching é uma relação de empowerment. O papel do coach é estimular a pessoa a atingir o máximo de realização no trabalho e na vida. Exercício 7 Com base nos conceitos aqui apresentados, responda: 7.1 A dinâmica das relações humanas se estabelecem por meio de três dimensões comportamentais. Explique como essas dimensões se apresentam no processo de coaching. 7.2 Conceitue o que é feedback e qual a importância desse no processo de coaching. 7.3 Qual a importância da declaração da visão, no processo de coaching? 105 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 13.4 O PROCESSO DE COACHING – 3º Etapa 3- Revisando a Bagagem de mão Coaching é uma jornada, é a travessia de uma ponte que começa na intenção de realizar algo e acaba no momento em que o objetivo é atingido. É como uma viagem, na qual o destino final é o sucesso do outro, o momento em que a pessoa está no pódio. Para isso, é necessário revisar a bagagem antes da partida. Excesso ou falta de itens essenciais na bagagem comprometem toda a viagem e sua finalização. (ARAUJO, 1999) O papel do coach é ajudar a pessoa a revisar sua bagagem: desvencilhar-se do que é inútil, prover o necessário e descobrir seus talentos e recursos desconhecidos. Quando o processo evolui bem, o cliente passa a fazer o mesmo pelo coach e os papéis se alternam com alguma frequência. Por isso é imprescindível que coach e cliente conheçam bem a bagagem um do outro. Os valores, as atitudes e hábitos que atendem as necessidades básicas são os elementos permanentes de uma bagagem. Eles podem facilitar ou dificultar o processo de realização do cliente. Se ele for muito apegado à segurança, é pouco provável que deseje correr riscos. E, eventualmente, sem correr riscos, ele não poderá superar os desafios do seu projeto. O ser humano muitas vezes se apega a padrões e hábitos, e isso muitas vezes o impede de crescer. O coach deverá estimular seu cliente a desapegar-se das coisas que não lhe servem mais, mesmo que tenham servido no passado. (JUDGE, & COWELL, 1997) 106 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 13.4.1 A importância da visão de futuro Explica Araújo (1999) que é muito importante observar em quais paradigmas estão ancorados os sonhos dos clientes. Quando se incorporam os paradigmas de outras pessoas que pouco ou nada têm a ver com as crenças mais profundas do cliente, isso distorce a visão do que ele quer para o futuro. Assim, o cliente pode vir a realizar objetivos, mas não sentir nenhuma realização pessoal. É imprescindível que o coach e cliente conheçam bem a bagagem do outro. Segundo Araújo (1999), não é necessário que eles relatem a vida inteira um ao outro, mas é importante que falem sobre a trajetória de realizações de ambos na área em questão. 13.4.2 Conceito de sucesso e realização O conceito de sucesso e, consequentemente, o de fracasso são passíveis de muitas interpretações. O que é sucesso para um sujeito pode não ser para outras pessoas. O conceito de sucesso depende do objetivo de cada um. Para alguns, sucesso é representado por bens materiais; para outros, por desenvolvimento espiritual ou realização de feitos memoráveis. Também se entende por sucesso um evento, situação o produto que agrada ou atende às necessidades e aos desejos de muitas pessoas. Nos dizeres de Araújo (1999, p.81), “sucesso acontece quando algo que desejamos se torna realidade.” Portanto, está relacionado à intencionalidade e determinação. O sucesso pode ocorrer de forma previsível, comoquando um analista é promovido após um período de bom desempenho. Mas também pode advir de um esforço pessoal adicional, como uma equipe esportiva que, diante da derrota 107 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. iminente, reúne todas as suas forças e exibe um desempenho extraordinário, atingindo finalmente o seu objetivo. Enquanto que alguns sucessos são previsíveis, materializa-se a concretização do que o sujeito deseja ardentemente. (MILARÉ, 2003) O sucesso também varia no tempo e no espaço. O que ontem era sucesso para uma empresa, como o estilo de gestão ou sistema de distribuição, hoje pode ser uma ameaça se a empresa não souber mudar a tempo. Conforme define Araújo, uma das maiores dificuldades relacionadas a sucesso ou fracasso é o apego. O apego às velhas fórmulas de sucesso é o pior inimigo da excelência no campo da realização, pois ele cega as pessoas. (ARAUJO, 1999) É essencial que o coach tenha essas considerações em mente durante o processo. Nem sempre seus padrões de sucesso ou o que ele interpreta como fracasso corresponde ao que o seu cliente pensa que é. Por isso é importante observar qual é o conceito de sucesso do cliente e como ele evoluiu ao longo de sua trajetória. 13.4.3 Três indicadores de sucesso Existem três fatores importantes ao analisar se um desempenho individual pode ou não ser considerado um sucesso, que são eficácia, eficiência e efetividade. Araújo (1999) assim as explica: Eficácia: é o atingimento do resultado em si. Um vendedor diz que vai conquistar dois novos clientes e, de fato, termina a visita a esses clientes com novos pedidos. Eficiência: é o processo que ele usou para isso, como ele conseguiu os pedidos. Se ele forçou a venda, pode ter criado problemas de relacionamento mais difíceis de resolver do que a própria venda dos produtos. 108 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. E por último, a efetividade, isto é, o que ficou para as partes envolvidas. Se o vendedor se aproveitou de uma situação de necessidade dos clientes, isso poderá ter sérias implicações para a imagem da empresa no mercado. 13.4.4 Diferenças no processo de coaching No processo de coaching o leque de diferenças pode se estender desde uma diferença de ponto de vista, perfeitamente assimilável e de razoável contribuição para o projeto, até uma diferença inconciliável de valores e atitudes. Diferenças, quando bem mapeadas e utilizadas, dão a um time harmonia equilibrada e permitem que todos sejam valorizados no que sabem fazer de melhor. Pode também ocorrer, na relação entre coach e cliente, momentos no qual ambos são teimosos e irredutíveis, resultando em discussões intermináveis, incompreensão e ressentimentos. Ou quando ambos são controladores, ou, pior, tem enorme dificuldade com controle e não fazem acompanhamento de nada. (ARAUJO, 1999) Em contrapartida, semelhanças de estilo ou percepção podem facilitar o processo de coaching, economizando horas de explicações e adaptações. Coach e cliente devem levar em conta em que e quantos são semelhantes ou diferentes e avaliar que impacto isso poderá ter no relacionamento deles. Como nem sempre é possível prever tudo, uma boa dose de flexibilidade e interesse mútuo ajudará a aproveitar a experiência conjunta. Lidar bem com a diversidade não é contorná-la nem confrontá-la, mas sim conhecê-la e amadurecer com esse conhecimento. Quando alguém viaja para outro país, não pode dizer que o conhece se não experimentou seus hábitos básicos. Conhecer é experimentar, viver um pouco como se fosse o outro. Comer a sua comida, viver em suas casas, entrar na sua rotina, conhecer seu passado, sua história e aprender a admirá-la. (FLEURY & FLEURY, 1997) 109 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. No processo de coaching, existe o desafio de se conhecer o outro, compreender a sua história, suas premissas, seu sistema de crenças e valores por meio do comportamento do cotidiano. Demonstrar respeito pelo cliente sinaliza a posição do coach em ser um verdadeiro apoio. 13.4.5 Pontos importantes no processo de coaching Ao compartilharem das histórias, coach deve analisar junto do cliente o conteúdo da bagagem dele. Essa análise deve ser feita tomando como referência o projeto que o cliente quer realizar e não deve ser uma sessão de avaliação do cliente. Deve-se observar: Experiências anteriores do cliente que podem ser úteis para resolver seu problema/projeto; Experiências bem ou mal resolvidas que podem comprometer seu desempenho futuro; Como ele faz para atingir seus objetivos (padrões de comportamento); Reações mais comuns diante de obstáculos e o que ele faz para mudar a situação; Se o cliente já tem um plano de carreira/negócio ou um plano de desenvolvimento pessoal. 13.4.6 Identificando os Padrões de Desempenho do Cliente Considera-se que identificar os padrões de comportamento e captar sinais de rigidez são passos básicos no processo de coaching. Como já dito, não são a 110 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. semelhança ou diferença que importa e sim quão bem são aproveitadas na dinâmica pessoal de ambos. Nem sempre o melhor coach é o que se parece com o cliente, por exemplo, em termos de ritmo. Algumas vezes, um coach mais rápido auxilia o cliente a dar mais velocidade ao projeto. Nesse caso, a diferença traz equilíbrio a dupla. Noutras vezes, a semelhança dá melhor resultado. O coach deve observar alguns elementos de funcionamento do cliente, que seriam: - Grau de abertura do cliente Baixo: o coach deve observar se o cliente se comporta assim em outras situações, ou seja, se esse é o estilo dele ou se ele está reticente em socializar informações. Lembre-se, quanto mais o coach se abrir, mais chance terá de proporcionar um canal comunicativo com o cliente. O coach deve estimular perguntas amplas, instigando o cliente a falar. Se a situação persistir, o coach deve revelar a sua percepção e aguardar a reação do cliente. Em hipótese alguma se deve criticar o cliente por isso. “ninguém se abre por decreto” Alto demais: o cliente pode estar precisando de apoio emocional ou de foco. O coach deve observar um pouco mais ou dividir com o cliente suas impressões, permitindo com que ocorra a compreensão. - Grau de determinação do cliente Como e quanto o cliente toma iniciativa e pede ajuda aos outros para realizar tarefas e tomar decisões. Para estabelecer um padrão, deve-se verificar a frequência do comportamento, e, para avaliar esse padrão, observar quanto o comportamento é apropriado ao contexto. 111 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Baixo: o cliente tem dificuldade de tomar iniciativa, não decide nada sozinho. Se esse for um padrão de comportamento, é preciso que o coach o ajude a compreender porque ele faz isso e o que ele ganha com isso. O coach deve estimulá-lo a agir e elogiá-lo por isso, mesmo que algumas ações não sejam aprincípio perfeitas. O cliente vai melhorar com a experiência e com o suporte oferecido. Alto: o cliente nunca ou raramente solicita o apoio dos outros, tende a agir sozinho. O coach deve observar o resultado. Talvez o cliente seja bem maduro ou seu projeto atual não exija muito dele. O coach deve desafiá-lo. Pode ser um comportamento arrogante, decorrente da insegurança não revelada. O coach deve tentar aproximar-se mais do cliente e, se necessário, falar diretamente sobre isso com ele. Não deve temer uma eventual reação agressiva, o que seria pura defesa. O coach deve notar o que estimula o cliente, o que o faz entrar em ação mais facilmente. - Grau de reação a erros, críticas e elogios O coach deve identificar logo possíveis problemas nessa área, evitando assim, surpresas com reações do cliente ao feedback, quer do próprio coach, quer de outros. - Baixa sensibilidade a erros crítica ou elogios demonstra que o cliente está evitando refletir com mais profundidade sobre os reflexos do seu comportamento, o que seguramente o induzirá a cometer mais erros ainda e a ouvir mais críticas. Alta sensibilidade em geral indica que o cliente carece de referência própria podendo alterar suas estratégias ao menor sinal externo. Poder errar é poder aprender. Talvez ele tenha muita coisa em jogo ou o projeto seja tão importante que lhe tire o equilíbrio. Se for isso, o coach deve analisar com ele se não é o caso de alterar o projeto. 112 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Observar o estilo de comunicação O cliente comunica facilmente suas ideias, argumenta com consistência? Ele é direto e claro? Ele leva em conta como o outro reage ao que ele diz? Ele tem energia, presença? Observar os pontos fortes e as fraquezas Este tópico deve ser analisar do ponto de vista do coach, assim como, sob o ponto de vista do que é necessário para o projeto atual do cliente. Dentre as experiências profissionais do cliente, quais foram as mais significativas e por quê? Que hábitos favorecem ou dificultam a sua realização? Quais são as competências e talentos do cliente? Quais são as dificuldades e com que velocidade o cliente as supera? O coach deve estar atento para quanto o cliente está consciente de seu potencial e dificuldades. Isso dará maior credibilidade aos relatos que ele faz do impacto do desempenho do cliente nos outros. O coach deverá elogiar o cliente, mostrando-lhe que é reconhecida sua força de vontade e sua capacidade. Observar como o cliente toma decisões Três indicadores auxiliam nesse tópico: - Eficácia: o que decide é relevante? Consegue resolver seus problemas? - Eficiência: suas decisões são rápidas, simples e econômicas? É intuitivo e/ou racional, capaz de envolver pessoas, tem senso de oportunidade; e - Efetividade: maturidade e consequências, para ele mesmo e para outras pessoas. 113 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 13.4.7 O Coach deve Oferecer Feedback Quando se completar o processo, o coach deve oferecer ao cliente o feedback. O coach deve ser específico, ilustrar as situações dando exemplos. Esse será um momento rico para o cliente aprofundar o autoconhecimento e reconhecer dificuldades e áreas de oportunidades ainda não exploradas. Deve desafiar conceitos e premissas falsas, ajudar ele a pensar de forma objetiva e descartar histórias irrelevantes. (KILLBURG, 2000) Enquanto o coach fala, deverão prestar atenção as reações do cliente. Não para nortear a fala e manipulá-lo, mas para treinar-se a falar para o outro, e não para si mesmo. O feedback do coach pode causar constrangimento, agressividade ou indiferença, ou mesmo surpresa e gratidão. Seus momentos de abertura pessoal podem ajudar o cliente a relaxar e colocar-se mais a vontade. Aliás, o coach pode escolher qualquer ambiente para realizar o processo de coaching, mas devem assegurar privacidade. (ARAUJO, 1999) Ao final dessa etapa do processo, o coach deve estimular a autoavaliação do cliente. Deve-se recomendar que ele dedique um tempo para rever tudo o que precisa para atingir o seu intente e como pensa em fazê-lo. Deve sugerir que reflita sobre os benefícios e custos das diferentes alternativas de ação. E por fim, agendar a próxima sessão: a elaboração do plano de ação. A seguir, apresenta-se a metodologia da intervenção do coach junto do cliente. Por que revisar a bagagem? Identificação dos padrões de comportamento e sinais de rigidez Apoio para o cliente compreender sua trajetória sem se apegar a ela Ao final da sessão Cada indivíduo - grau de Aceitar o cliente Oferecer 114 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. carrega constantemente, de forma consciente ou não, a sua história de vida, a trajetória das suas realizações. Na bagagem carrega coisas úteis e inúteis. Devido a isso, deve-se revisá-la de tempos em tempos. abertura; - grau de determinação; - como reagem a erros, críticas e elogios; - estilo de comunicação; - pontos fortes e fraquezas; - como o cliente toma decisões. como ele é pode ajudá-lo a aceitar- se. Empatia é fundamental. feedback e estímulo a autoavaliação. O coach deve prestar atenção aos níveis de abertura e ao escutar. Coach deve solicitar ao cliente que faça uma análise da diferença entre a sua situação atual e o futuro desejado. Esboçar um plano de ação. Marcar a próxima sessão. 13.5 O PROCESSO DE COACHING – 4º Etapa 4 ELABORANDO O PLANO DE AÇÃO A partir do momento em que o coach conhece o cliente e a trajetória deste, estará pronto para realizar o diagnóstico da situação e analisar alternativas de ação, que guiarão sua atuação como coach durante a implementação da visão do cliente. 115 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 13.5.1 O papel do coach Num processo de coaching, o coach auxiliará o cliente: Ajudar ele a observar que em toda a mudança existem custos e benefícios. Deve estimulá-lo a tomar decisões. Não é tentar, mas sim assumir a responsabilidade por alterar sua forma de responder as situações. Deve sinalizar que o coach está disponível para acompanhá-lo, se apropriando, nas primeiras situações novas. Deve-se dar o máximo de feedback aos pontos positivos, reconhecendo-os como significativos. No que estiver errado, deve-se apontar as modificações necessárias ou perguntar-lhe que mudanças ele faria. O coach deve recomendar que o cliente focalize sua atenção na tarefa, sendo crítico consigo mesmo. Constantemente o coach deve estar fortalecendo o vínculo com o cliente. Deve, constantemente, dizer como o está percebendo e questioná-lo quanto a possíveis momentos observados. Deve sempre valorizá-lo, dizendo o quanto o admira e respeita e demonstrar a preocupação com ele. Constantemente deve-se valorizar o compromisso do cliente, estimulando-o a sua consciência por meio do feedback e elogiar cada avanço, mesmoque pequeno. Isso fará com que a pessoa se sinta incentivada a apresentar um desempenho cada vez melhor. Deve estimulá-lo a superar dificuldades valorizando o esforço do cliente. O coach deve estabelecer um canal de abertura, perguntando-lhe sempre sobre o que está acontecendo, e como está se contextualizando a situação. Sempre que houver algum problema, o coach deve auxiliar o cliente a criar alternativas para resolver os problemas. 116 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Em todos os momentos, deve ser ofertado um espaço para que o coach desabafe, conte-lhe suas próprias dificuldades de desempenho. Cada conversa tem o objetivo de aumentar a consciência e retomar a abertura e confiança entre coach e cliente. 13.5.2 Matriz Responsabilidade X Autonomia Para que os coaches percebam rapidamente o momento adequado para oferecer o seu apoio ao cliente e que tipo de ação possibilitará maior empowerment, uma boa dica é observar o equilíbrio da relação responsabilidade x competência. Dessa análise ele reduz que grau de autonomia é adequado a cada uma das ações do projeto do cliente. Quanto maior a competência, mais chances o cliente terá de atender as responsabilidades e a autonomia é natural. Quanto menor a competência, mais necessidade de acompanhamento constante, isto é, controle. Explica Araújo (1999) que, quando a relação responsabilidade x competência não está equilibrada, a resposta mais comum é o estresse manifestado sob duas formas: ansiedade e frustração. Com esses dois indicadores fica mais fácil observar quando indivíduos ou times entram em estresse, que é o prenúncio da queda de desempenho. Araújo adverte que dois pontos devem ser considerados no processo de coaching junto do cliente, a Ansiedade e a Frustração. Ansiedade: quando as pessoas assumem a responsabilidade superior as suas competências, elas podem duvidar de suas condições de atingir o resultado. Pergunta com frequência se o trabalho está bom, ficam preocupadas demais com prazos e padrões de qualidade, temem não conseguir o resultado desejado. Frustração: quando as pessoas não assumem toda a responsabilidade que suas competências permitem, ficam frustradas e tristes. Sentem-se pouco valorizadas e podem acomodar-se. É o caso de talentos mal 117 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. aproveitados que não dão certo numa empresa, mas, quando mudam de emprego, evoluem exuberantemente. 13.5.3 Quatro Competências de Liderança O coach precisa estar atento para algumas competências que assegurarão seu bom desempenho. Estas seriam segundo Araújo (1999): a) Gerenciar a atenção; b) Gerenciar o significado; c) Gerenciar a confiança; d) Gerenciar o Eu. a) Gerenciar a atenção Significa manter o foco na visão e nos resultados pretendidos. O coach deve solicitar que o cliente registre o enunciado da visão e cada um dos resultados claramente definidos, de tal maneira que não fique nenhuma dúvida do critério de atingimento. b) Gerenciar o significado Consiste em apoiar o cliente a comunicar a sua visão de forma que as pessoas saibam claramente o que ele deseja e o identifiquem fortemente com a visão. Se o cliente depender da colaboração das pessoas, é imprescindível que ele as inclua no plano de ação e, como primeiro passo, envolva-as no projeto. c) Gerenciar a confiança Diz respeito à credibilidade, a capacidade de prever o comportamento do outro. Para merecer crédito é preciso manter compromisso, saber honrar a palavra. Ser pontual, atender aos padrões de qualidade preestabelecidos, cumprir prazos, ter 118 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. um desempenho em constante evolução são alguns exemplos de comportamento que cultivam a credibilidade. Faça com que o cliente defina e registre, claramente, para cada um dos objetivos (resultados pretendidos), os padrões de desempenho, prazos e estratégias para atingi-los. Isso fará com que ele tenha em mente o panorama global do projeto e as responsabilidades assumidas. c) Gerenciar o Eu Este é o patrimônio verdadeiro de cada pessoa, suas qualidades, competências, talentos. Conhecer este patrimônio, saber administrá-lo e desenvolve- lo é tarefa central. O coach precisa conhecer o seu próprio patrimônio e o do cliente, assessorando-o a utilizar bem seus recursos e buscar em outras pessoas o que lhe falta no momento. Os indicadores para se saber se estamos usando bem todo o potencial de que dispomos são entusiasmo, determinação e autoconfiança baseada em consciência e não em ilusões. 13.5.4 O Plano de Ação A partir da difícil tarefa de definição das metas, inicia-se uma nova etapa, que se torna de grande relevância por ser a tradução das metas em ações que gerem transformações e alcancem resultados excelentes. Tendo claro que o desenvolvimento somente irá ocorrer quando o cliente passar pelo processo de desenvolvimento, no qual irá confrontar e vencer suas limitações, o próprio cliente irá definir o que e quando fazer. No processo de coaching o planejamento dessas ações deve estar sempre baseado na capacidade de aproximação da meta e também na capacidade de desafiar o cliente. Geralmente nesse processo o cliente conquista metas que dificilmente sem desafiar a si mesmo e a cada nova conquista de metas o cliente irá 119 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. aumentar o nível dos desafios que terá que enfrentar. Esse é o seu crescimento e seu aprendizado e somente ele é capaz de determiná-lo. Por isso não pode ser ditado por alguém de fora, mesmo que esse alguém seja o próprio coach. Na prática, o plano de ação é a representação de todo o processo de coaching, que deve gerar sempre como resultado alguma ação específica. Ou seja, apesar de toda a importância que as pessoas dirigem aos “insights”, por exemplo, no processo de coaching o mais importante é encontrar maneiras de trabalhar no que vem depois do “insight”, significa, portanto descobrir que ações poderão fazer o insight realmente ocorrer. A partir do momento em que o cliente delineou a visão, a relação entre coach e cliente está bem estabelecida e um já conhece bem a bagagem do outro. Passa-se então a preparar o plano de ação. Na abordagem tradicional, o planejamento estratégico tem sido desenhado do passado para o futuro. O risco é se deixar contaminar pelas variáveis do contexto atual seja elas aparentemente positivas ou negativas. Sugere-se que o coach e o cliente façam exatamente o inverso. Comece o planejamento a partir da data do resultado pretendido mais importante, aquele que melhor expressa a visão de futuro. (ARAUJO, 1999) Nessa perspectiva, o coach deve estar preparado para realizar, juntamente com o cliente, o planejamento desde o momento do resultado final até o presente. Permitam-se pensar livremente sobre a visão de futuro e o que ela requer para ser realizada. Ambos devem deixar a criatividade livre neste momento; quando um esboço de planejamento estiver delineado, deve-se começar a criticá-lo e revisá-los. (LYONS, 2003) Esse é um dos fatores que justificam a ineficácia de enviar
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