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1 UFCD_8622 25 Horas Coaching e comunicação Página 2 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 ÍNDICE Objetivos e conteúdos .................................................................................................................................................................. 3 Introdução ao Coaching ............................................................................................................................................................... 5 O processo de Coaching ............................................................................................................................................................... 5 As áreas do Coaching .................................................................................................................................................................... 6 Os papeis do Coach ..................................................................................................................................................................... 12 Coaching e comunicação .......................................................................................................................................................... 13 “Perguntas poderosas” e feedback ....................................................................................................................................... 18 Sistemas de representação ...................................................................................................................................................... 21 Estabelecimento do rapport ................................................................................................................................................... 22 Comunicação humana integrada - verbal e não-verbal ............................................................................................... 24 Necessidades humanas ............................................................................................................................................................. 27 Identificação e análise das necessidades humanas ....................................................................................................... 27 O Coaching e a satisfação das necessidades humanas ................................................................................................. 32 Princípios e práticas de Coaching ......................................................................................................................................... 36 Princípios e deontologia ........................................................................................................................................................... 36 O processo de estabelecimento de objetivos ................................................................................................................... 38 Modelo Roda da Vida ................................................................................................................................................................. 40 Modelo GROW ............................................................................................................................................................................... 43 Outras práticas de Coaching ................................................................................................................................................... 46 Bibliografia e netgrafia .............................................................................................................................................................. 47 Página 3 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Objetivos: ✓ Identificar os princípios fundamentais do processo de Coaching. ✓ Reconhecer a importância da comunicação para a eficácia do processo de Coaching. ✓ Definir ou implementar as diversas etapas do processo de Coaching. ✓ Identificar e aplicar um conjunto de modelos e práticas estruturadas de Coaching. ✓ Identificar, situacionalmente, o modelo/técnica mais apropriada para facilitar o processo de Coaching. Conteúdos ✓ Introdução ao Coaching ➢ O processo de Coaching ➢ As áreas do Coaching ➢ Os papéis do Coach ✓ Coaching e comunicação ➢ Escuta ativa ➢ “Perguntas poderosas” ➢ Feedback ➢ Sistemas de representação ➢ Estabelecimento do rapport ➢ Comunicação humana integrada - verbal e não-verbal ✓ Necessidades humanas Página 4 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 ➢ Identificação e análise das necessidades humanas ➢ O Coaching e a satisfação das necessidades humanas ✓ Princípios e práticas de Coaching ➢ Princípios e deontologia ➢ O processo de estabelecimento de objetivos ➢ Modelo Roda da Vida ➢ Modelo GROW ➢ Outras práticas de Coaching Página 5 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Introdução ao Coaching O processo de Coaching A palavra coaching na língua inglesa (Coach) foi utilizada pela primeira vez na cidade localizada no condado de Komárom-Esztergom na Hungria, para designar as coches de quatro rodas. Essas coches começaram a ser produzidas no século XVI e tornaram-se as mais cobiçadas da época por seu conforto – foram as primeiras a ser produzidas com suspensão feita de molas de aço. Assim, as coches de Kocs eram chamadas de kocsiszeker. Os nativos dessa cidade também são chamados de kocsi. E é esse vocábulo que os ingleses entendiam como "coach". Com o passar do tempo, surgiu uma metáfora. Do mesmo modo que a carruagem leva as pessoas aos diversos campos geográficos, o coach era a forma como se chamava o tutor que conduzia outras pessoas pelos diversos campos do conhecimento. Conta-se também que as famílias muito ricas, quando em longas viagens pela Europa, levavam servos no interior da carruagem, que liam em voz alta para as crianças o que elas tinham de aprender. Esse servo passou a ser chamado de coach também. No século XVIII os nobres universitários da Inglaterra iam para suas aulas, em suas carruagens, conduzidos por cocheiros – Coachs. Por volta de 1830, o termo Coach passa a ser utilizado na Universidade de Oxford como gíria de “tutor particular”, aquele que “carrega”, “conduz” e “prepara” os estudantes para seus exames. Sendo assim, o termo coaching refere- se ao processo em si, o Coach àquele que conduz, e o Coachee à pessoa conduzida na direção do objetivo que deseja alcançar. Página 6 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Existem vários conceitos de coaching, abaixo enumeram-se alguns exemplos que englobam a maioria dos significados que foram atribuídos ao termo. Ajudar a pessoa a mudar na maneira que ela quer, ajudando-a a caminhar na direção que ela quer ir. O coaching apoia a pessoa em todos os níveis do processo de tornar-se quem ela quer ser e ser o melhor que ela pode. O coach garante o apoio que faz as pessoas brilharem, ajudando a descobrirem e atravessarem a ponte entre seus sonhos, metas e sua realização. Ampliam a tomada de consciência e autoconhecimento, identificando com clareza o estágio atual e o que desejam alcançar e, como alcançá-lo, levando a ação. Resultado de métodos comprovados de fácil aplicação para motivação, ajudando a eliminar obstáculos, abrindo caminho para o alcance de metas definidas através de um plano de ação”. ➢ Propicia um veículo que conduz a ocorrência do aprendizado organizacional e à busca ativa dos interesses legítimos de todos os stakeholders por parte das pessoas em toda a empresa.” ➢ É a metodologia que troca uma cultura de “poder sobre” as pessoas por outra onde se desencadeia o “poder dentro” das pessoas. Nota-se que o conceito de coaching gira em torno de alguém ou uma empresa tornar outra pessoa melhor, tentando estimular o mesmo, para que consiga mudaras suas atitudes, descobrindo assim o potencial que existe dentro de cada um, fazendo que esta pessoa cresça no campo profissional e/ou pessoal. O processo de Coaching é caracterizado por encontros semanais, quinzenais ou mensais entre coach (profissional) e coachee (cliente) e têm duração variável em média de 1 hora até 2 horas. Na relação com o cliente, o coach estimula a identificar os seus valores essenciais e a expressá-los, desenvolvendo uma postura de integridade pessoal; desafiá-lo a "sonhar acordado", a criar para si mesmo uma visão de futuro que o entusiasme e que utilize ao máximo a sua energia criadora e a estabelecer metas a serem cumpridas. O processo de Coaching auxilia e suporta o indivíduo a despertar o seu potencial máximo rapidamente e produzir resultados mais satisfatórios na sua vida pessoal e profissional. Página 7 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 É uma alternativa poderosa para pessoas e organizações que sabem que o sucesso pessoal não é um ponto de chegada, mas sim um caminho. Um caminho que necessita de planeamento, superação de obstáculos, excelência pessoal, motivação, equilíbrio e transformação individual. O Coaching é uma excelente alternativa para pessoas que procuram o aprimoramento das suas habilidades individuais, aumento de desempenho ou transformação pessoal. Página 8 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 As áreas do Coaching A prática e aplicabilidade do Coaching é muito abrangente. Coaching de Vida – “Life Coaching”: O Coaching de Vida aprofunda o autoconhecimento e estimula a capacidade de agir rumo aos sonhos mais desejados. Permite que as pessoas desenvolvam uma perceção melhor de si mesmas, o que é fundamental não apenas para a tomada de decisões e realização de objetivos, mas também para o cultivo da autoestima, autoconfiança e independência. Temas como Saúde, Boa Forma, Emagrecimento, Relacionamento Afetivo, Relacionamento Familiar, Relações Interpessoais, Comunicação, Administração do Tempo, Planejamento Financeiro, Produtividade pessoal, Carreira, Orientação Profissional, Educação e Lazer são abordados no processo. Ter sucesso na vida é ter equilíbrio e inteligência emocional para vencer nas situações que te fazem feliz! Pessoal ou coaching de vida (life coaching) Objetiva a capacitação das pessoas na sua auto-realização, pelo alcance das suas metas, alinhando-as para uma vida equilibrada com os seus valores, missão e propósito de vida. A meta a ser trabalhada pode estar em qualquer área da vida da pessoa, como saúde, relacionamentos, espiritualidade, finanças, carreira, administração do tempo, família, etc. O coach vai apoiar o coachee (cliente) na definição da meta, na estratégia para alcançar os resultados e também na superação dos desafios que aparecerem ao longo do caminho. Durante o processo de coaching , o foco é no presente e no futuro, e o coach trabalhará para Página 9 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 manter o coachee em ação para que, ao final, ele realize o que se propôs. O life coaching é um dos desdobramentos essenciais e a teoria das inteligências múltiplas e a programação neurolinguística servem como ferramentas de autoavaliação e, consequentemente, de autoconhecimento, estando intrinsecamente ligadas à comunicação. Atualmente existem vários nichos de coaching pessoal, entre eles: coaching de Casamento (ou de noivas), coaching para Emagrecimento,', coaching Financeiro, e afins. Coaching Executivo – “Business Coaching”: O Coaching Executivo ajuda indivíduos e organizações a melhorar seus desempenhos e alcançar excCoachingelentes resultados. Neste processo trabalha-se compromisso, produtividade, trabalho em equipa, responsabilidades, eficácia pessoal, reforço de competências, liderança, valorização e reconhecimento. Esta modalidade de Coaching permite conhecer as limitações e pontos de melhoria dos colaboradores, facilitando o alinhamento dos objetivos individuais com a filosofia da empresa. O coaching executivo: Visa a capacitar executivos no seu desempenho e excelência pessoal e nos negócios. Assiste o executivo na identificação de metas, valores, missão e propósito da empresa no mercado. Também trabalha a clareza da sua missão pessoal e empresarial, o profissional de coaching executivo objetiva o equilíbrio dos propósitos da empresa, das suas necessidades humanas e dos diferentes papeis vividos na empresa, na família e na sociedade. Expande os seus conceitos de ética, notadamente "Ética Empresarial". Habilita igualmente o executivo para reconhecer as diversas formas de assédio no seu trabalho, formando os seus Página 10 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 subordinados e combatendo as ocorrências, de forma a criar um ambiente de trabalho saudável. De desempenho: O coaching do desempenho - tem o objetivo de destravar as habilidades naturais dos profissionais. É um processo em que uma pessoa ajuda a outra a desempenhar, a aprender e a atingir objetivos e metas pelo autoconhecimento e conscientização sobre a própria responsabilidade no crescimento profissional. O mesmo atinge os seus objetivos ao identificar os bloqueios internos e ao removê-los para a obtenção de resultados. É descobrir a perspectiva e as necessidades da equipa. O coaching de desempenho é a atitude mais importante do gestor para aumentar a produtividade e atingir metas, pois é implementar a estratégia: missão, visão, valores, metas, produtos e pessoas. Além disto, é uma metodologia com resultados tangíveis e mensuráveis, e normalmente implementado em equipas de vendas e serviços. O retorno sobre o investimento (ROI) de um projeto desses reflete no desempenho no curto prazo, normalmente em 3 a 6 meses. Vantagens: O coach interno apresenta vantagens para o processo, pois o mesmo conhece o sistema e a cultura organizacional; conhece as procuras do coachee e da organização, visualizando as regras dos jogos de poder da empresa; além disto, o coachee, por estar presente na empresa, e com isto é uma pessoa de fácil acesso na empresa, por fim, o coach interno tem o custo reduzido e é uma oportunidade de valorizar os recursos e talentos internos. Já falando do coach externo tem-se como vantagem, a neutralidade no processo, que consequentemente trás a liberdade de ação, pois não participa da estrutura de poder da empresa que o contratou. Além disto, o coach externo conhece diferentes realidades e com isto há uma tendência de gerar menor resistência e assim aumentar a chance de estabelecer uma relação de confiança, tendo assim uma visão externa da situação. O mesmo é definido contratualmente e a escolha do coach/coachee é reciproca e de grande independência, pois neste caso, não há vínculo. Existe também o coaching em equipa que tem como vantagem a realização de um programa de desenvolvimento em conjunto, no qual há uma troca de experiência que possibilita o conhecimento entre todos, reproduzindo assim uma conexão entre todos da equipa, além Página 11 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 disto, o coaching em equipa proporciona o sentimento de valorização, respeito e colaboração e consequentemente a equipa começa a se desenvolver mutuamente, ajudando uns aos outros a serem melhores. Em geral o coaching é análogo a resultado e as suas vantagens referem-se não na dependência entre o profissional e o cliente, mas sim no processo de coaching em si, que tem início, meio e fim, e com isto, não se delimita a levar o cliente a atingir seus objetivos, além disto, o processo de coaching proporciona que a pessoa descubra sobre si mesmo, num processo que leva ao autodesenvolvimento e crescimento contínuo, tornado o cliente autossuficiente e com maior controlo da sua vida. Os papéis do Coach Página 12 de 47 Coachinge comunicação UFCD 8622 O Coach profissional é formado para ouvir, observar e adaptar a sua abordagem às necessidades do cliente, estimulando-o a encontrar novas saídas, estratégias e soluções. Todo o cliente é naturalmente prático e criativo e o trabalho do Coach é dar apoio ao desenvolvimento dos talentos e da criatividade que ele já tem. O Coach conduz um processo de avaliação, questionamento, descoberta pessoal e feedback, estruturado para aumentar o nível de consciência, de clareza na definição de metas e de objetivos e de responsabilidade pela própria vida. Alinha-se com as metas e objetivos definidos pelo cliente e colabora para que ele se responsabilize em atingi-los. Orienta o cliente para a expansão de suas crenças, de sua identidade e do seu poder interno, e o estimula a ter novos comportamentos, habilidades e atitudes que o apoiam na conquista dos seus objetivos. Importante: O trabalho do Coach NÃO tem foco no alívio de sofrimentos psicológicos, tratamentos cognitivos ou de desordens emocionais. Página 13 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Coaching e comunicação Escuta ativa A comunicação é um fenómeno tão antigo como o homem, é uma condição sine qua non da vida social e da vida organizacional. A palavra “comunicação” deriva do latim “communicare”, que significa pôr em comum, associar, entrar em relação, estabelecer laços, tornar comum, partilhar. Troca de ideias, opiniões e mensagens, sendo que contempla o intercâmbio de informação entre sujeitos ou objetos. É um fenómeno espontâneo e natural, que usamos sem darmos conta que esconde um processo muito complexo, que envolve a troca de informações, e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este fim. Estão envolvidos neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar. ➢ Comunicar é viver, assim se pode traduzir o conceito comunicacional. ➢ O que significaria a vida se não houvesse comunicação? ➢ Poderemos também questionar se existiria, alguma vez, vida social e educacional se os seus membros não tivessem forma de comunicar entre si e, com as entidades externas. A comunicação é uma das dimensões principais no universo Homem. A capacidade de comunicar oferece a cada ser humano a possibilidade de concretizar o seu desenvolvimento psíquico e social pleno, e permite a existência de grupos, organizações, sociedades e culturas. Podemos definir comunicação como o processo de transmissão de informação entre dois ou mais indivíduos ou organizações. Página 14 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 É um fenómeno dinâmico e evolutivo, cujo principal objetivo é permitir a interação entre indivíduos ou grupos. Neste sentido, o processo comunicativo diz respeito ao conjunto de técnicas verbais e não- verbais de influenciar ou manipular o ambiente social. Da comunicação gerada no seio do grupo em formação depende o sucesso da dada aprendizagem, o concretizar dos objetivos pedagógicos, o clima afetivo e o nível motivacional do grupo e a realização pessoal do educador. Torna-se vital para o educador conhecer os fundamentos do processo comunicativo e algumas das suas implicações, para que lhe seja possível gerir a comunicação de forma positiva, desenvolvendo uma relação pedagogicamente eficaz com os seus educandos. A comunicação é imprescindível á socialização, ao desenvolvimento da cultura e do conhecimento, da formação e da educação do indivíduo. É a comunicar que nós adquirimos consciência da nossa pessoa, de quem somos, do que fazemos, do que sabemos, do que queremos saber, dos valores das normas da sociedade e da cultura em que desempenhamos os nossos papéis (sociais, profissionais, familiares e particulares). Aquilo que somos e aquilo que queremos que os nossos sejam depende da comunicação. Este processo depende sempre da nossa capacidade de realização, da nossa predisposição, aptidão, vontade de darmos aos outros aquilo que é nosso. Não é segredo para ninguém que os fatores de índole pessoal e psicológico assumem importância excecional na comunicação oral. Há pessoas com mais facilidade que outras em expor as suas ideias, a defendê-las ou em as fazer aceitar. A aparência pessoal, postura e o movimento corporal, o contacto visual, a expressão facial, a voz, são fatores de índole pessoal do emissor que facilitarão, ou dificultarão a receção e aceitação da mensagem por parte dos recetores Por outro lado, temos a considerar também fatores de ordem psicológica que afetam a comunicação: educação, cultura, crenças, normas sociais (a sociedade é geradora de preconceitos e impulsiona os indivíduos para aceitarem só o que a maioria aceita),dogmas religiosos (a religião é, por norma, um fator impeditivo de confronto de ideias), a deformação profissional (cada profissão cria o seu código e a sua interpretação do universo que a rodeia),o medo (um estado psicológico permanente nas sociedades modernas). Página 15 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 A comunicação obedece a um planeamento: ➢ Ter objetivos específicos ➢ Levar em conta a pessoa do interlocutor; ➢ Estudar a oportunidade e a melhor forma de comunicar. A comunicação obedece a um controlo: ➢ Conseguir a atenção do ouvinte; ➢ Fazer a comunicação de maneira lógica; ➢ Confirmar o que foi dito (perguntas, recapitulações, etc.); ➢ Prestar atenção; Acompanhar (verificar se a pessoa fez o que devia) É impossível não comunicar: Página 16 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 ➢ Comunicar é essencial para o homem, porque se trata de um processo que faz dele aquilo que ele é e permite que se estabeleça a relação interpessoal. ➢ Todos os seres humanos comunicam através de sinais, que correspondem às suas necessidades específicas de cada grupo social e cultural. Logo a comunicação difere entre os povos e os grupos sociais A escuta ativa é uma atitude de disponibilidade para receber as mensagens dos outros e tentar compreende-las. A escuta ativa encoraja o recetor a explicitar as suas necessidades, ao mesmo tempo que dá a quem atende a certeza de estar a compreender o que ele está a dizer. De facto, temos a tendência para ouvir o que queremos ouvir e ver o que queremos ver. Quando usamos a escuta ativa, estamos a enviar um sinal ao recetor de que confiamos nele, de que damos importância às suas palavras e de que o estamos a ouvir. Isto faz com que em troca, o cliente se sinta mais confiante e tenha prazer em estar com quem o atende. Regras para uma escuta ativa Saber deixar falar; Colocar-se em empatia com o outro; Página 17 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Centrar-se no que é dito; Manter os canais abertos; Eliminar qualquer juízo imediato; Não interromper o outro; Reformular; Utilizar as capacidades cerebrais. “Perguntas poderosas” e feedback Como já o dissemos, o Coach é um profissional parceiro do Coachee (cliente), que o auxilia a descobrir os caminhos que poderão levá-lo a seu estado desejado. O Coach jamais dirá o que é certo ou o que é errado e, sempre honrando e respeitando a história do Coachee — assim como as suas decisões e escolhas — ajudará o Coachee a encontrar as suas melhores opções. Página 18 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 O caminho escolhido pelo Coachee dependerá da amplitude do seu autoconhecimento e clareza sobre sua identidade, pontos fortes, fraquezas, gostos, preferências e motivações verdadeiras. Nesse sentido, o Coaching apresenta-se como um processo poderoso de desenvolvimento pessoal e profissional, que vai estimular o indivíduo a encontrar as suas respostas internas a partir de um processo altamente reflexivo, baseado em perguntas poderosas. A técnica de perguntas poderosas é capaz de gerar resultados extraordinários: trata-se de uma indagação feita da forma certa, na horacerta, para a pessoa certa. A sua aplicação requer um nível de compreensão amplo sobre o indivíduo e das suas particularidades comportamentais, além de uma capacitação em Coaching. Quando o indivíduo recebe uma pergunta realmente poderosa, entra em estado de alta conexão com os seus pensamentos e emoções, acessando o subconsciente e provocando insigths – ideias e soluções que podem gerar mudanças significativas na sua realidade, impulsionando o alcance dos seus resultados desejados num curto espaço de tempo. Cada pergunta é aplicada de acordo com o contexto, sendo que cada questão possui finalidades específicas. Exemplos: Avaliar o comprometimento do Coachee; Verificar o nível de responsabilidade; Levantar necessidades; Estimular a ação; Gerar esclarecimento; Levantar recursos; Gerar opções; Mudança do estado emocional; Segmentação do objetivo Eis uma lista de perguntas poderosas que são frequentemente utilizadas nos processos de Coaching: O que quer alcançar até o final deste processo de Coaching? Página 19 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 O que te motiva a viver? O que pode fazer para transformar uma vivência negativa em aprendizagem? Como é que essa situação negativa contribuiu para a sua vida positivamente? Enquanto estiver no caminho para atingir o seu objetivo, o que fará para não fugir do seu foco? Teve um desempenho espetacular neste período, o que acha que foi determinante para isso? E se você descobrisse que existe outro modo de perceber uma dada situação, você adotaria uma nova postura? O que tem realizado para alcançar o seu objetivo? De 0 a 10, qual o seu nível de compromisso com a sua tarefa? Quanto é que você está efetivamente empenhado com este processo? O feedback é a reação do recetor ao comportamento do emissor. Fornece informação ao emissor sobre o impacto da sua ação sobre o recetor, sobre o sucesso na realização do seu objetivo comunicativo. Ao responder, o recetor exerce controlo sobre as futuras mensagens que o emissor venha a codificar, promovendo a continuidade da comunicação. O feedback é, assim, um poderoso instrumento de influência ao nível de quem envia informação. Se o feedback for compensador, o emissor mantém o seu comportamento; se não for, este modifica-o, a fim de aumentar as suas probabilidades de êxito. O bom uso do Página 20 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 feedback aumenta a eficácia da comunicação interpessoal. As pessoas que são consideradas “boas comunicadoras” normalmente estão atentas aos sinais comunicativos do interlocutor, são boas observadoras de reações. O feedback deve ser: ➢ Específico: concreto e objetivo, e não de carácter geral, para que o educando possa perceber a pertinência da informação; ➢ Aplicável: pertinente (há caraterísticas pessoais dos educandos que são incontornáveis e, portanto, não faz sentido apontá-las); ➢ Oportuno: há situações em que faz sentido aguardar até que o educando esteja recetivo para aceitar o feedback; no entanto, muitas vezes, será tão eficaz quanto mais imediato for (adiá-lo pode levar à diminuição do seu impacto); ➢ Solicitado: existem pistas verbais e não-verbais que nos indicam se o educando se encontra ou não disponível para recebê-lo; ➢ Neutro: baseado em factos, evitando-se a emissão de opiniões ou julgamentos de valor; ➢ Direto: dirigido à pessoa ou pessoas envolvidas, sendo que o uso de intermediários pode levar à deturpação da mensagem; ➢ Comprovado: é essencial que o formador se assegure de que a descodificação da mensagem pelo formando está em concordância com a intenção comunicativa. Sistemas de representação As modalidades sensoriais ou sistemas de representação (VACOG) são os diferentes canais através dos quais representamos a informação, usando para isso os nossos sentidos: Página 21 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 visual, auditivo, cinestésico, olfactivo e gustativo. São também o nosso estilo favorito de como nos exprimimos no mundo: tipo de linguagem, tonalidade e expressão corporal. O sistema de representação preferido de alguém, é o sistema que um indivíduo tipicamente usa para pensar, organizar a sua experiência e exprimir-se. Para além dos “sistemas de representação” que se referem à filtragem da informação e estilo de comunicação, temos as “pistas de acesso oculares” que obtiveram muita popularidade em PNL. As pistas de acesso referem-se à maneira de procurar e lidar com a informação armazenada na mente e traduz-se nos movimentos oculares. É conveniente distingui-los. Embora possa haver uma correlação entre os dois, são coisas diferentes. Estabelecimento do Rapport Rapport é um termo de origem francesa, e utilizado na psicologia, que significa “relação”. Trata-se de uma técnica utilizada para gerar empatia com outra pessoa, com a intenção de estimular uma sensação de bem-estar durante o diálogo. Página 22 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 No processo de Coaching, o Rapport é uma das técnicas mais importantes e fundamentais, pois propicia uma relação de confiança e harmonia na qual o coachee (cliente) fica mais aberto e recetivo para interagir, trocar e receber informações. É importante referir que o Rapport pode ser utilizado em todo e qualquer ato de comunicação — seja em relações profissionais, amorosas, familiares e de amizade —, pois estimula o estabelecimento de relacionamentos saudáveis e construtivos. Esta técnica representa uma intenção verdadeira de gerar sintonia entre as partes envolvidas numa conversa. Não significa que o indivíduo tem obrigação de aceitar todas as opiniões do outro, mas deixa claro que compreende, honra e respeita os seus valores e sua história de vida. TÉCNICAS PARA GERAR RAPPORT O primeiro passo é a observação. Cada pessoa tem a sua forma de receber e captar as informações, além de ver o mundo a partir da sua história de vida. Nesse sentido, antes de iniciar a conversa com o indivíduo, é preciso perceber as suas particularidades para se conseguir conectar com ele da melhor maneira. Segundo passo é o “Espelhamento”, em que a pessoa que está a gerar o Rapport reproduz o comportamento físico da outra por meio da sua linguagem corporal, como gestos, expressões faciais, respiração e postura. É fundamental manter a subtileza para que a pessoa não perceba e acabe por se irritar. VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO RAPPORT Gerar Rapport é uma habilidade necessária a todos aqueles que almejam estabelecer relações mais significativas, seja na vida pessoal ou profissional. Algumas vantagens da utilização desta prática no dia a dia: Página 23 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 ❖ Relacionamentos interpessoais mais produtivos; ❖ Facilidade em conhecer novas pessoas; ❖ Habilidade em lidar com pessoas conflituosas; ❖ Estabelecimento de confiança e reciprocidade; ❖ Negociações mais fluidas; ❖ Estímulo da colaboração do outro. É importante atentar-se à sua postura corporal e gestos durante uma conversa, pois a comunicação não-verbal também interfere positivamente ou negativamente na geração do Rapport. Caso a intenção em gerar harmonia seja percebida como algo não genuíno, o indivíduo terá o comportamento contrário do desejado: irá bloquear e vai sentir-se incomodado em dar continuidade à conversa. Página 24 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Comunicação humana integrada - verbal e não-verbal A comunicação é um mecanismo extremamente importante para a transmissão de valores, ideias, sentimentos e muito mais. No entanto, a arte de se comunicar bem é composta por diversas competências que, em muitos casos, precisam de ser desenvolvidas ou aprimoradas. No entanto, a boa comunicação é composta por vários elementos que formam, um conjunto de ações que levam a uma interpretação.O coaching desenvolve as competências fundamentais para o desenvolvimento da comunicação. Competências referentes à capacidade de transmitir e compreender mensagens. Para isso, é preciso um reportório de habilidades, atitudes e comportamentos composto por: ❖ Domínio da linguagem verbal e habilidade de falar de forma clara e concisa; ❖ Consciência e controlo da linguagem não verbal; ❖ Escuta ativa e observação com atenção; ❖ Convencimento e empatia; ❖ Estímulo do ouvinte em compreender e dar a resposta desejada; ❖ Receção e processamento da mensagem de modo a fornecer a outra pessoa uma resposta adequada. A comunicação é absolutamente importante em todos os aspectos da vida. As competências básicas de um coach em termos de comunicação efetiva incluem escutar ativamente, desafiar, sintonizar e utilizar o reforço empático. O coaching oferece inúmeros benefícios para quem deseja potencializar competências relacionadas à comunicação efetiva, desenvolvendo habilidades cruciais para bons resultados tanto na vida pessoal quanto na profissional. A comunicação é uma ferramenta fundamental para o Coaching, compreender alguns dos seus aspectos é necessário para qualquer Coach. Página 25 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Comunicamo-nos de duas maneiras: Verbal Não verbal Coaching em comunicação verbal é um processo de orientação para o desenvolvimento das competências de comunicação verbal que tem por premissa levar o cliente a atingir uma meta ou objetivos profissionais e/ou pessoais na melhoria das suas habilidades de falar em público ou fazer apresentações eficazes. Tem como objetivo: Possibilitar ao cliente o superar de barreiras e dificuldades de falar em público; Promover a oportunidade de fazer apresentações de sucesso para públicos variados. Desenvolver no participante as habilidades de comunicação para que ele tenha segurança ao falar em público, de forma clara, natural, convincente e que transmita credibilidade. Os benefícios: Adquirir segurança, superar a timidez, transmitir credibilidade, alcançar projeção profissional e ter uma liderança eficaz. Desenvolver a habilidade de comunicação tanto a verbal quanto a não verbal: Utilizar o próprio “poder pessoal” para envolver e conquistar o público; Saber quando “despertar o interesse”; Saber “manter a atenção”; Perceber se está “a gerar o interesse” no público; Conquistar o público incondicionalmente; Página 26 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Sabemos que falar não é a única forma encontrada pelos seres humanos para se relacionar em e se comunicarem. A emissão e a receção das mensagens podem-se dar por meio de gestos, toques e pela postura adotada por cada pessoa. Esse tipo de comportamento é chamado de linguagem corporal, e pode ser tão importante quanto o uso das palavras. Não é muito difícil observar durante uma conversa, seja no trabalho ou entre amigos, uma distonia entre as palavras empregues e as expressões gestuais adotadas. Albert Merabian no seu livro Silent Messages, o poder de influência das palavras não passa de 7%, enquanto a forma como as palavras são ditas e a fisiologia representam 38% e 55% deste poder, respetivamente. Albert Merabiam no seu livro Silent Messages afirma que: 55% do impacto da comunicação é não-verbal (postura, gestos e contacto visual), 38% do impacto da comunicação deve-se ao tom de voz, 7% do impacto da comunicação deve-se às palavras propriamente ditas. “Não é o que dizemos, mas como dizemos que faz a diferença.” Página 27 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Necessidades humanas Identificação e análise das necessidades humanas A hierarquia de necessidades de Maslow, é uma divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de “escalar” uma hierarquia de necessidades para atingir a sua autorrealização. Maslow define um conjunto de cinco necessidades: Necessidades fisiológicas (básicas), tais como a fome, a sede, o sono, o sexo, a excreção, o abrigo; Necessidades de segurança, que vão da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida; Necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube; Necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos; Necessidades de autorrealização, em que o indivíduo procura tornar-se naquilo que ele pode ser: “What humans can be, they must be: they must be true to their own nature!”. É neste último patamar da pirâmide que Maslow considera que a pessoa tem que ser coerente com aquilo que é na realidade “… temos de ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolver os nossos potenciais”. Entretanto existem várias críticas à sua teoria, a principal é que é possível uma pessoa estar autorrealizada, contudo não conseguir uma total satisfação das suas necessidades fisiológicas. Página 28 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Necessidades Fisiológicas: São relacionadas às necessidades do organismo, e são a principal prioridade do ser humano. Entre elas estão respirar e alimentar-se. Sem estas necessidades supridas, as pessoas sentirão dor e desconforto e ficarão doentes. Necessidades de Segurança: Envolve a estabilidade básica que o ser humano deseja ter. Por exemplo, segurança física (contra a violência), segurança de recursos financeiros, segurança da família e de saúde. Necessidades Sociais: Com as duas primeiras categorias supridas, passa-se a ter necessidades relacionadas à atividade social, como amizades, aceitação social, suporte familiar e amor. Necessidades de Status e Estima: Todos gostam de ser respeitados e bem vistos. Este é o passo seguinte na hierarquia de necessidades: ser reconhecido como uma pessoa competente e respeitada. Em alguns casos leva a exageros como arrogância e complexo de superioridade. Necessidade de Auto Realização: É uma necessidade instintiva do ser humano. Todos gostam de sentir que estão a fazer o melhor com as suas habilidades e superar desafios. As pessoas neste nível de necessidades gostam de resolver problemas, possuem um senso de moralidade e gostam de ajudar os outros. Suprir esta necessidade equivale a atingir o mais alto potencial da pessoa. Página 29 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 O líder que conhece bem a sua equipa saberá identificar quais são as necessidades de cada um e poderá aplicar os meios de motivação adequados. Por exemplo, se uma pessoa está a passar por grandes dificuldades financeiras e a estabilidade da sua família está em risco, não adianta tentar motivá-lo dizendo que seu caso de sucesso será publicado no jornal da empresa. Da mesma forma, um profissional que está no auge da sua carreira e em alta evidência na organização não se entusiasmará muito com a ideia de uma pequena mudança no seu plano de saúde que envolva alguns benefícios adicionais. O gerente de projeto tem a responsabilidade de fazer um planeamento adequado dos recursos humanos nesse projeto. Isto envolve desde identificar os que podem trazer os melhores resultados para o projeto, conhecer a realidade de cada um e encontrar as formas corretas de motivá-los para a obtenção de resultados. A teoria dos dois fatores Frederick Herzberg (Lynn, Massachusetts, EUA, 18 de Abril1923 – 19 de Janeiro de 2000, Salt Lake City, Utah) foi o autor da “Teoria dos Dois Fatores” que aborda a situação de motivação e satisfação das pessoas. Página 30 de 47 Coaching e comunicaçãoUFCD 8622 Nesta teoria Herzberg afirmava que: A satisfação no cargo é função do conteúdo ou atividades desafiadoras e estimulantes do cargo, são os chamados “fatores motivadores”; A insatisfação no cargo é função do ambiente, da supervisão, dos colegas e do contexto geral do cargo, enriquecimento do cargo (ampliar as responsabilidades) são os chamados “fatores higiénicos”. Fatores Higiénicos Estes fatores são aqueles que se referem às condições que rodeiam o funcionário enquanto trabalha, englobando as condições físicas e ambientais de trabalho, o ordenado, os benefícios sociais, as políticas da empresa, o tipo de supervisão recebido, o clima de relações entre a direção e os colaboradores, os regulamentos internos, as oportunidades existentes etc. Correspondem à perspetiva ambiental. Constituem os fatores tradicionalmente utilizados pelas organizações para se obter motivação dos colaboradores. Herzberg, contudo, considera esses fatores higiénicos muitos limitados na sua capacidade de influenciar poderosamente o comportamento dos empregados. Este, escolheu a expressão “higiene” exatamente para refletir o seu caráter preventivo e profilático e para mostrar que se destinam simplesmente a evitar fontes de insatisfação do meio ambiente ou ameaças potenciais ao seu equilíbrio. Quando esses fatores são ótimos, evitam simplesmente a insatisfação, uma vez que sua influência sobre o comportamento, não consegue elevar substancial e duradouramente a satisfação. Porém, quando são precários, provocam insatisfação. Fatores Motivacionais Estes fatores são aqueles que se referem ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos deveres relacionados com o cargo em si. São os fatores motivacionais que produzem algum efeito duradouro de satisfação e de aumento de produtividade em níveis de excelência, isto é, acima dos níveis normais. O termo motivação, para Herzberg, envolve sentimentos de realização, de crescimento e de reconhecimento profissional, manifestados por meio do exercício das tarefas e atividades que oferecem um suficiente desafio e significado para o trabalhador. Quando os fatores motivacionais são ótimos, elevam substancialmente a satisfação; quando são precários, provocam ausência de satisfação. Página 31 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Em suma, a teoria dos dois fatores sobre a satisfação no cargo afirma que: A satisfação no cargo, é a função do conteúdo ou atividades desafiadoras e estimulantes do cargo: são os chamados Fatores Motivacionais; A satisfação no cargo é função do ambiente, da supervisão, dos colegas e do contexto geral do cargo: são os chamados Fatores Higiénicos. A Teoria de Mc Gregor (X e Y) A teoria de Mc Gregor é na verdade um conjunto de dois extremos opostos de suposições. Estes conjuntos foram denominados “X” e “Y”. Por esse motivo, também é conhecida pelo nome de “Teoria X e Teoria Y”. Para Mc Gregor, se aceitarmos a teoria “X”, e nos comportarmos de acordo com ela, as pessoas estarão preguiçosas e desmotivadas. Já se aceitarmos a teoria “Y”, as pessoas com quem interagimos estarão motivadas. TEORIA X O homem não gosta do trabalho e evita-o; Ele precisa ser forçado, controlado e dirigido; O homem prefere ser dirigido e tem pouca ambição; O homem procura apenas a segurança. TEORIA Y O dispêndio de esforço no trabalho é algo natural; O controlo externo e a ameaça não são meios adequados de se obter trabalho; O homem exercerá autocontrolo e auto direção, se as suas necessidades forem satisfeitas; A pessoa média procura a responsabilidade; O empregado exercerá e usará a sua engenhosidade, quando lhe permitirem auto- direção e autocontrole Página 32 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 O Coaching e a satisfação das necessidades humanas São cinco níveis de necessidades de Maslow (começando com a mais baixa): fisiológicas, segurança, social, autoestima e autorrealização Necessidades conhecidas de motivação. Maslow argumenta que existem cinco níveis de necessidade e que estes são hierárquicos, de modo que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das mais altas. Embora seja um bom ponto de partida, a teoria de Maslow não reflete totalmente a verdadeira complexidade da motivação humana. Usando a hierarquia das necessidades, a nossa necessidade fisiológica de alimento teria que ser cumprida antes de sentirmos a necessidade de relações sociais. Na realidade, essas necessidades não são tão independentes assim. Você pode estar com fome de amor e de comida ao mesmo tempo. Da mesma forma, pode experimentar uma necessidade de pertencer (social), ao mesmo tempo que está procurando trabalho desafiador (estima). O psicólogo Clayton Alderfer desenvolveu um novo modelo para explicar a natureza simultânea das cinco necessidades de Maslow. A Teoria da motivação, segundo Clayton Alderfer, que primeiro publicou em 1969 um artigo intitulado “Um teste empírico de uma nova teoria das necessidades humanas.” Na sua teoria, Alderfer comprimiu a hierarquia de necessidades humanas de Maslow de cinco para três, classificando-as em: - Existência - Parentesco - Crescimento Segundo Alderfer, situando-se para a existência de relacionamento e crescimento. Ele afirma que no nível mais básico as pessoas têm necessidades de existência. Este nível atende às necessidades fisiológicas e de segurança de Maslow. De seguida, a experiência necessidades de relacionamento, na qual cumprimos a nossa necessidade de bons relacionamentos interpessoais. Este nível refere-se às necessidades Página 33 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 sociais de Maslow e, na parte externa, das necessidades de autoestima, sentimo-nos bem connosco com base no que os outros pensam sobre nós. Finalmente, chegamos ao crescimento. Aqui, estamos a olhar para o crescimento e desenvolvimento pessoal, fazendo o trabalho que é de alta qualidade e de forma significativa. Isso equivale à parte interna do ser humano, segundo as necessidades de Maslow. No entanto, a teoria de Alderfer vai mais longe do que a simplificação do número de necessidades e ampliando o que cada uma abrange. Enquanto ele ainda afirma que há uma ordem geral para as necessidades, diz também que esta ordem não é tão fixa como é na hierarquia de Maslow. Mesmo que a existência das necessidades geralmente tenha uma prioridade maior do que as de relacionamento e de crescimento, elas podem mudar, dependendo da pessoa e da situação. A teoria de Alderfer possui três diferenças principais da teoria de Maslow: Sugere que as pessoas podem ser motivadas por necessidades de mais de um nível ao mesmo tempo. Não há necessariamente uma progressão de um nível para o outro. Reconhece que a importância das necessidades varia para cada pessoa e de acordo como as circunstâncias mudarem. Algumas pessoas podem colocar um valor maior no crescimento que as relações em certas fases de suas vidas. Tem uma análise que afirma que, se a pessoa permanecer insatisfeita em um dos níveis mais altos, se sentirá frustrada e voltará a requerer as necessidades de nível mais baixo novamente. Utilizando a Teoria de Alderfer: A flexibilidade da teoria torna muito prática a sua explicação. Diz-nos que as pessoas não podem concentrar-se em satisfazer apenas um tipo de necessidade de qualquer indivíduo. Fatores motivadores dentro de um ambiente de trabalho ou na vida pessoal têm que ser muito particulares, e focados nos valores inerentes de cada indivíduo. Geralmente as organizações têm de fornecer boas condições de trabalho (necessidades existência), bem como incentivar relações de trabalho positivas (necessidades de relacionamento) e oferecer oportunidades de crescimento (necessidade de crescimento). Página 34 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Também sugere que mudanças nas circunstâncias pessoais das pessoas vão dizerque o seu trabalho muda de prioridades. Coisas como um nascimento ou morte na família, de casamento ou divórcio, transferência de emprego, promoção ou problemas de saúde trarão mudanças nas necessidades de uma pessoa e motivações, logo, afetando a sua motivação. Estamos diretamente a falar dos nossos valores, que podem e mudam a hierarquia de acordo com as circunstâncias como as citadas acima. Alguém que está satisfeito com o seu trabalho e relacionamentos provavelmente será focado no crescimento e desenvolvimento pessoal ou outro valor. Mas se essa pessoa subitamente enfrenta um divórcio, a sua mudança de necessidades e necessidades de existência certamente prevalecerá. Claro que isto não significa que ele ou ela abandonou a necessidade de relacionamento ou de crescimento por completo. Mas, a curto e em médio prazo, a mudança de prioridades e a energia da pessoa serão dedicadas em grande parte à necessidade de garantir o futuro para si mesmo e para os filhos envolvidos, caso tenha. Há também algumas pessoas que simplesmente não se encaixam no modelo hierárquico. A procura da satisfação pessoal (crescimento) sobre a existência pode ser visto naqueles que procuram vocação, como uma vida religiosa, ou optar por viver na pobreza, para que possam trabalhar como artistas. Este caminho é reconhecido dentro do modelo da teoria de Alderfer porque permite às pessoas que não seguem o caminho sequencial, através do parentesco existência e crescimento, mas estão motivados quase inteiramente pelo seu crescimento e necessidades. Finalmente, a “frustração e a regressão”. Esta teoria tem aplicações interessantes para a motivação no trabalho. Se o seu trabalho não oferece oportunidades suficientes ou desafios para satisfazer o crescimento que os membros da equipa precisam, eles ficarão frustrados. Começarão a focar a sua atenção em satisfazer as necessidades de nível inferior para compensar essa frustração. Isso pode significar regredir para baixo para as necessidades de relacionamento e olhar para as condições de trabalho flexíveis que lhes ofereçam mais tempo para o lazer. Ou eles podem colocar uma nova prioridade nas necessidades de existência e começar a exigir maiores ordenados e melhores benefícios. Como coach, é preciso estar ciente de que, seja qual for a teoria aplicada (a de Maslow ou a de Alderfer, com cinco pilares ou com três pilares as necessidades humanas), durante os processos de coaching o cliente só avança rumo à sua meta quando tem estas necessidades Página 35 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 atendidas. Isso significa que no raking de prioridades, ou melhor dizendo, necessidades, a meta do seu cliente fica em sexto lugar na teoria de Maslow e em quarto lugar na teoria de Alderfer. Ou seja, apenas quando entendem que as suas necessidades estão atendidas é que os coachees (clientes), de facto partem para praticar ações para o alcance de usas metas. Seja qual for a sua meta, ela está hierarquicamente posicionada, após as suas necessidades humanas. Página 36 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Princípios e práticas de Coaching Princípios e deontologia Os 10 pressupostos internacionais do Coaching são princípios gerais orientadores da prática do Coaching pelo mundo. Princípios éticos que devem ser seguidos e respeitados na prática nas sessões de Coaching. As perguntas. “O Coach tem as perguntas e o cliente as respostas”. Significa que o Coach parte do princípio que o cliente tem sempre as respostas e que cabe ao Coach a realização de perguntas poderosas para terem o impacto necessário no Coachee. O respeito. “O mapa não é um território.” Ou seja, o Coach tem total respeito e sigilo ético pela maneira de ser do Coachee e pelo seu ‘mapa-mundo’. O Feedback. “Não há falhanço, só há Feedback.” O feedback constante dado ao Coachee é vital para este ir ajustando os resultados obtidos. Estes resultados não são vistos como ‘falhanços’ mas como um caminho, através de tentativa e erro, para chegar a um fim. Os recursos. “Todas as pessoas têm os recursos dentro delas, ou podem adquiri-los.” O Coach parte do princípio que o Coachee tem todos os recursos necessários, disponíveis dentro dele ou possíveis de serem adquiridos por este. A melhor opção do momento. “As pessoas optam sempre pela melhor opção que têm disponível no momento tendo em conta o seu contexto.” Tal como nós, que tomamos a escolha que melhor satisfaz determinada questão, consoante o contexto e os recursos disponíveis no momento, também o Coachee. E nesse sentido, o Coach deverá respeitar, com humildade e sem julgamento, a decisão do Coachee. Página 37 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Causa / efeito. “Cada pessoa cria a sua própria realidade.” O que está a acontecer ao Coachee, a realidade que este está a viver, é criada por ele. A ação. “Se queres compreender, age.” É a única forma para se compreender todo o processo é com ação. Aje e toca tudo à tua volta. A flexibilidade. “Se não estás a ter resultados, faz de outra maneira.” A flexibilidade, aliada ao feedback, permite alterar, ajustar, fazer as coisas diferente para ter resultados diferentes. O positivo. “Todo o comportamento tem por detrás uma intenção positiva.” Aqui não se trata de bons ou maus comportamentos mas de intenções ou seja, todo o comportamento, toda a ação, têm na sua origem uma intenção positiva. A não imposição. “Nenhum destes pressupostos são para impor ao teu cliente.” Nada é imposto ao Coachee. “As coisas não mudam – nós mudamos.” – Henry David Thoreau Página 38 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Princípios e deontologia A prática de coaching deve respeitar o código de ética e as 11 competências da ICF – International Coach Federation. Segundo este organismo, coaching é uma parceria com os clientes num processo criativo e desafiador do pensamento que os inspira a maximizar o seu potencial pessoal e profissional, o que é particularmente importante no ambiente incerto e complexo de hoje. Os coaches honram o cliente como o perito na sua vida e no seu trabalho e acreditam que cada cliente é criativo, tem recursos e é completo. Assim, é responsabilidade do coach: descobrir, esclarecer e alinhar com o que o cliente quer alcançar; incentivar a autodescoberta do cliente; promover soluções e estratégias geradas pelos clientes, e fazer com que o cliente seja responsável e responda pelos seus resultados. As 11 competências ICF: Princípios éticos e profissionais Contrato de coaching Confiança com o cliente Presença Escuta ativa Perguntas poderosas Comunicação direta Desenvolvimento da consciencialização Definição de planos de ação Planeamento e estabelecimento de objetivos Acompanhamento do progresso e autorresponsabilização Página 39 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 O coaching assenta num processo que apoia pessoas individuais ou em grupo a construírem mudança feliz, isto é, é um percurso de transformação que acontece com o apoio de um profissional responsável e consciente (coach). Para isso, fazemos avaliação da situação presente do coachee (cliente que procura coaching) – ponto A, e ponderamos com ele a direção para onde quer ir – ponto B. Essa trajetória é feita tendo em conta o equilíbrio dos valores, crenças e objetivos do coachee. Um programa de coaching respeita a individualidade de cada um, permitindo que a mudança se faça ao seu ritmo. Porém, estes processos só são úteis e benéficos para pessoas comprometidas com a sua realização e felicidade. Página 40 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Modelo Roda da Vida A felicidade plena depende de diversos fatores de nossa vida como a maneira que nos vemos, como são os nossosrelacionamentos, como lidamos com o nosso emprego, como nos portamos diante do mundo e a maneira que nos vemos. Pensando nisso, os Hindus chegaram à conclusão de que era necessário ter um sistema onde a pessoa pudesse avaliar cada parte importante de sua vida para entenderem quais pontos estão satisfatórios e quais precisam de atenção e, assim, criaram a Roda da Vida, que é uma técnica de avaliação pessoal separada em setores que são essenciais para encontrarmos um equilíbrio pessoal. A Roda da Vida trata-se de um círculo dividido em oito, dez ou doze partes como um gráfico de pizza, representando, geralmente, os aspectos pessoais abaixo: Amigos e Familiares: a maneira como nos relacionamos com pessoas próximas, se somos abertos com essas pessoas, qual a frequência afetiva recebida, como é o diálogo e como os conflitos são resolvidos. Lazer: o tempo que gastamos com atividades que nos dão prazer e nos relaxem e se aproveitamos os momentos de lazer com qualidade. Vida Financeira: aqui iremos avaliar se o rendimento financeiro é o suficiente para suprir as necessidades básicas, se é o suficiente para que tenhamos uma vida confortável ou se é um problema constante na nossa vida. Intelecto: o tempo que gastamos a inverstir na nossa educação, se o conhecimento que temos é satisfatório, se fizemos algum curso e o grau de satisfação com a nossa vida académica. Espiritualidade: avaliar a nossa força interna, a maneira com que lidamos com a nossa fé e preceitos que acreditamos e se eles estão alinhados com a visão que nós temos de moral e se são coerentes com os nossos valores. Página 41 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Amor: o relacionamento afetivo que temos com outra pessoa. Aqui iremos avaliar os sentimentos, o respeito mútuo, as metas feitas em conjunto, a visão de futuro no relacionamento e a avaliação de dificuldades e bons momentos. Trabalho e Carreira: avaliar se o que fazemos nos traz satisfação, se é o que sempre sempre quisemos fazer, se nos traz benefícios, conhecimento e nos sentimoes no nosso ambiente de trabalho, bem como, com as atividades que exercemos. Saúde: considerada pelos hindus a parte mais importante, pois sem saúde nada flui. Aqui iremos avaliar o cuidado que temos com a nossa saúde, se realizamos exames periódicos, a maneira com que nos alimentamos, se exercitamos o nosso corpo e se temos um acompanhamento adequado. Página 42 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Roda da vida coaching Analise os diversos setores da nossa vida: Para realizar a avaliação, é necessário colocar uma nota (que vai de 0-10 ou 0% a 100%) referente à satisfação que nós temos em cada área. Com o resultado final saberemos onde precisamos dar um pouco mais de atenção e, consequentemente se nos sentimos realizados e satisfeitos com a situação que nos encontramos. Essa técnica também ajuda com que a pessoa avaliada possa fazer uma reflexão do ponto da sua vida em que se encontra e para onde quer ir, quais são suas prioridades, principais interesses e que pontos importantes estão a anular e a impedir o seu crescimento pleno. Para o sistema hindu, é necessário que cada esfera ou parte do gráfico tenha 60% de satisfação, caso contrário, torna-se numa área que precisa urgentemente ser modificada. Ao identificar qual área que apresenta deficiências, fica mais fácil de traçar um planeamento eficaz que ajudará a pessoa a trabalhar esse aspecto que está em falta, levando assim à uma vida mais prazerosa, produtiva e ao equilíbrio pessoal. A Roda da Vida é considerada uma ferramenta bem eficaz e simples, tanto que muitos coaches utilizam esse sistema para entenderem o que precisa ser trabalhado em cada pessoa e o que as tem desmotivado e impedido que elas pudessem alcançar os seus objetivos para se sentirem felizes. Essa técnica é eficaz para o Coaching de Carreiras e o Coaching de Vida, pois procura a harmonia entre o lado profissional e pessoal de cada pessoa, resultando assim um caminho que a levará à felicidade. Página 43 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Modelo GROW Um dos modelos de Coaching mais conhecidos é o desenvolvido por John Whitmore, intitulado GROW (Goals-Reality-Options-Will/Wrap-Up), que significa uma sequência de planeamento onde o Coach dirige o seu cliente (o Coachee) a iniciar uma reflexão e tomada de decisão sobre as metas que estipulou para a sua vida ou a sua carreira. Não há como negar que há um trabalho tanto emocional quanto cognitivo no processo de investigação de Coaching. A figura acima, com os seus altos e baixos, representa a “energização” e “desenergização” que o Coachee passa, quando desenvolve uma análise de Coaching. Tudo começa com a Queixa, uma insatisfação inicial. Ela é desenergizante em si mesma – o Coachee entra no trabalho de Coaching com uma sensação inicialmente negativa ou neutra acerca da sua expectativa sobre a realização do seu objetivo. O Coach reconhece isso e interage com o Coachee fazendo-o motivar-se, energizar-se – a trilha ascendente simboliza este processo. O “G” é formado pelo Sonho inicial, a avaliação do presente e o objetivo futuro. Estas três etapas são uma “montanha-russa” emocional para o Coachee, mas é importante deter-se bastante nestes itens. Já estamos dentro das etapas do Coaching propriamente dito. Há uma análise do Presente, pois um Objetivo – uma Meta Final – deve ser avaliada em função da realidade – nem uma descrição sucinta de um Sonho prescinde de uma descrição da situação inicial e só depois disso a descrição do Objetivo se torna mais definida. Página 44 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 O “R” é a Realidade, uma revista no Presente de maneira mais profunda. A partir do Objetivo é possível uma lista dos Obstáculos e dos Recursos disponíveis. Após isso, tem-se uma avaliação mais completa do que o Coachee já sabe da situação como um todo. O “O” são as Opções. A partir da compreensão dos Recursos e Obstáculos o Coachee pode pensar em como fazer para evitar possíveis problemas no momento da execução. É um pouco desestimulante falar de soluções de contingência e Plano B, mas ajuda o Coachee a antecipar frustrações e evitar desapontamentos e torna o plano de ação futuro mais sólido. E o exame dos Recursos e a consideração dos Obstáculos permite que o desenvolvimento de Alternativas seja rico. No “W”, a partir das Alternativas há um trabalho – por muitos considerado chato, mas necessário – de montar e acompanhar Indicadores de Performance, que servem de balizas para o Plano de Ação. Só a partir daí se consegue estruturar um bom Plano. A intenção deste desenho é ressaltar que estas subidas e descidas emocionais são na verdade um processo de espiral ascendente, simbolizado melhor se curvarmos o desenho em 45 graus, de tal forma que pareça ser uma escada ascendente. Desta forma o processo de aplicação do GROW fica mais claro como simbolizado: uma maneira de ajudar uma pessoa a subir uma escada. As perguntas usualmente associadas ao GROW são uma forma de colocar pé após pé num degrau mais alto. Há perguntas muito sofisticadas em uso no Coaching mas, em essência, as melhores são as mais coloquiais, mais simples. As mais eficazes estão abaixo, na sequência que se devem usar: qual é o problema? (queixa) aonde quer chegar? (sonho) quem quer ser quando chegar lá? o que é que isso lhe traz? (valores) o que é que está a acontecer agora? (presente) o que é que já tentou / experimentou? Página 45 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 quais os resultados obtidos? o que é que acha que funciona? o queé que pode interferir? (obstáculos) o que é que pode levar em conta? o que é que pode aproveitar / usar para resolver isso? (recursos) o que é que faria para evitar este problema? (plano B) quais são as alternativas viáveis?o que é que já sabe fazer e que pode aplicar aqui? o que é realista / correto / balanceado? como saberá que está a dar certo? (indicadores) o que fará primeiro? (plano de ação) qual é a sequência de ações? fazendo tudo isso consegue o que deseja? isto é justo/correto / digno de se fazer? (ecologia) o quanto está disposto a por em prática isso? (compromisso) no que mais posso ajudar? o que precisa que eu faça para isso? Página 46 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Outras práticas de Coaching Coaching é um termo utilizado para designar uma disparidade de atividades e "coisas". Por isso, consideramos de extrema importância tornar claro e informar o que é coaching. Coaching, nas suas várias aplicações, pode ser visto como a criação de um contexto onde o cliente se torna o responsável e protagonista da sua própria aprendizagem, materializada em acções concretas, com vista à obtenção de objetivos extraordinários. Ser coach ≠ Fazer coaching O exercício do coaching implica o desenvolvimento e o uso simultâneo de competências tão díspares que por vezes podem confundir-se com valores ou virtudes. Assim, a escuta, o apoio, a generosidade, a integridade, a perspicácia, a capacidade analítica, a liderança, a comunicação, a criatividade, etc., são muito mais que meras palavras para um coach, são as suas ferramentas de trabalho. Por este motivo, a formação de um coach requer a combinação de diferentes disciplinas, que garantam todas estas facetas, para além de muita, muita prática. Página 47 de 47 Coaching e comunicação UFCD 8622 Netgrafia ✓ http://coachingsp.wordpress.com/2009/06/26/ferramentas-de-coaching-grow/ ✓ http://www.wishfulthinking.co.uk/2007/08/01/the-grow-coaching-model/ ✓ http://www.mindtools.com/pages/article/newLDR_89.htm ✓ http://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching-carreira/10-livros-poderosos- crescimento-profissional
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