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Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. I – Efeitos fisiológicos do fungicida - 317 RAPP – Volume12, 2004 EFEITOS FISIOLÓGICOS DE FUNGICIDAS SOBRE PLANTAS. 1. EFEITOS FISIOLÓGICOS DO FUNGICIDA PYRACLOSTROBIN Wilson Story Venancio Universidade Estadual de Ponta Grossa, DEFITO, 84035-330 Ponta Grossa, PR wsvenanc@uepg.br Marco Antônio Tavares Rodrigues, Edson Begliomini BASF S.A., Estrada Samuel Aizemberg, 1707, 09851-550 São Bernardo do Campo, SP marco-antonio.tavares-rodrigues@basf-sa.com.br edson_begliomini@basf-sa.com.br Nilton Luiz de Souza FCA-UNESP, Proteção de Plantas, Fazenda Lajeado, Cx. Postal, 237, 18603-970 Botucatu, SP niltonsouza@fca.unesp.br RESUMO A interferência das doenças de plantas resulta em perdas significativas na produtividade e na qualidade dos produtos obtidos. Esta situação torna-se crescente e progressiva em função do melhoramento vegetal visando aumento de produtividade e do aumento das fronteiras agrícolas, disponibilizando, desta forma, alimentos mais suscetíveis para os fitopatógenos durante todas as estações do ano. Como conseqüência desta ação de microorganismos, o homem se obriga a ações que neutralizem este efeito negativo, associando às demais técnicas disponíveis os fungicidas. Até recentemente, os fungicidas tinham como foco o controle de fitopatógenos visando exclusivamente a redução do inóculo. A partir do lançamento das estrobilurinas, e com a evolução deste grupo de produtos químicos, o conceito de controle ganha novas perspectivas, principalmente considerando as vantagens obtidas pela ação de efeitos fisiológicos positivos deste sobre as plantas. Durante a última década de intensa pesquisa sobre propriedades fungicidas das estrobilurinas, foram intensificadas as evidências sobre as influências diretas em processos fisiológicos de plantas não infectadas ou ameaçadas por patógenos. A essa atividade, denominou-se “efeito 318 – Wilson Story Venancio et al. RAPP – Volume12, 2004 fisiológico”. Os efeitos fisiológicos do pyraclostrobin, uma nova molécula de estrobilurina, foram revisados sob diversos níveis de complexidade, desde o efeito verdejante (greening) freqüentemente mencionado e melhoria de fatores estressantes em campo e sob condições controladas, até influências de regulação hormonal e assimilação de carbono e nitrogênio pela planta. SUMMARY FUNGICIDES PHYSIOLOGICAL EFFECTS ON PLANTS. I - PHYSIOLOGICAL EFFECTS OF PYRACLOSTROBIN The interference of plant diseases results in significant losses in the productivity and quality of the products obtained. This situation is growing and progressing due to plant enhancement aimed at increasing productivity, and the increase of agricultural borders, thus providing food that is more susceptive to phytopathogens during all seasons of the year. As a result of this action of microorganisms, man is obliged to take steps to neutralize this negative effect, combining other available techniques with the fungicides. Until recently, the fungicides focused on phytopathogens control with the sole purpose of reducing inoculum. After the release of strobilurins, and with the evolution of this group of chemical products, the concept of control gains new perspectives, especially when considering the advantages obtained by the action of positive physiological effects on these plants. During the last decade of intense research on the fungicidal properties of strobilurins, the evidences of their direct influence in physiological processes of plants not infected or threatened by pathogens were strengthened. This activity was named “physiological effect”. The physiological effects of pyraclostrobin, a new molecule of strobilurin, were reviewed under several levels of complexity, from the greening effect (greening) frequently mentioned and the enhancement of stress factors in field and under controlled conditions, to the influence of hormonal regulation and assimilation of carbon and nitrogen by the plant. INTRODUÇÃO As práticas agronômicas, observadas através do aspecto fisiológico, visam maximizar a eficiência fotossintética das culturas e direcionar os fotoassimilados para a formação de grãos ou outros fatores de rendimento, em vez de outros consumos de energia, não produtivos. As infecções provocadas por fungos prejudicam a eficiência das culturas reduzindo a área fotossintética Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. I – Efeitos fisiológicos do fungicida - 319 RAPP – Volume12, 2004 e inibindo a translocação de assimilados desde sua fonte de produção até as áreas de crescimento e deposição de material de rendimento (grãos, frutos, etc.). As doenças também desviam os fotoassimilados para consumos não produtivos de crescimento e metabolismo fúngicos, reações de defesa da planta e respiração de tecidos lesionados, que podem ser consumidoras consideravelmente maiores de recursos do que a respiração em tecidos não infectados. O ataque de fitopatógenos apresenta, dessa forma, um forte impacto sobre diversos processos fisiológicos da planta. Pulverizações com fungicidas previnem estes distúrbios de funções na planta. Desta forma, a mais importante contribuição que a molécula de pyraclostrobin proporciona para atingir o desejo do agrônomo deriva também de sua atividade fungicida de amplo espectro (Ammermann et al., 2000). Entretanto pelo fato de que certa quantidade do fungicida aplicado é absorvida pela planta, alterações em seu metabolismo e crescimento podem ocorrer, sem nenhuma relação com a defesa da planta contra fungos. Experimentos conduzidos à campo tem revelado que cereais tratados com pyraclostrobin apresentam aumentos significativos na produção, algumas vezes maiores do que os devidos apenas a seu efeito fungicida (Köehle et al., 2003). Assim, o fungicida apresenta efeitos adicionais sobre a fisiologia da planta, os quais levam a uma influência positiva na produção. Esses efeitos observados freqüentemente com fungicidas do tipo estrobilurina foram inicialmente descritos para o cresoxin- metílico, sendo algumas das relações dinâmicas complexas no processo de formação da produção amplamente discutidas (Köehle et al., 1997a,b; Clark & Leandro, 1998; Grossmann & Retzlaff, 1997). O MODO DE AÇÃO NAS PLANTAS. Pyraclostrobin é um fungicida do grupo das estrobilurinas, age inibindo da respiração mitocondrial pelo bloqueio da transferência de elétrons no complexo III (complexo bc1) da corrente transportadora de elétrons mitocondrial (Ammermann et al., 2000). Como o complexo bc1 persiste em todos eucariontes, ao menos uma inibição parcial no transporte de elétrons deve ser esperada também em células de plantas após a absorção do fungicida. Conforme verificado, para outras moléculas do grupo e compostos relacionados, a seletividade de inibidores de respiração tipo estrobilurina depende menos da diferença de sensibilidade de complexos mitocondriais de diversas fontes, mas principalmente em termos de biodisponibilidade ou abundância no sítio alvo, que é modificada por absorção, partição e degradação metabólica em processos dinâmicos. Assim dentro da classe química de estrobilurinas, os compostos variam em seus efeitos de acordo 320 – Wilson Story Venancio et al. RAPP – Volume12, 2004 com suas propriedades biocinéticas (Köehle et al., 1994). Uma influência transitória na mitocôndria da planta não resulta necessariamente em fitotoxicidade, porque a toxicidade ao nível de organismo é determinada pela importância da respiração mitocondrial para o suprimento de energia,a qual varia com condições do ambiente e com o estádio de vida do organismo (Sauter et al., 1995). As estrobilurinas, por exemplo, causam maior grau de dano celular por vazamento de eletrólitos, quando discos de folha são incubados por algumas horas no escuro, quando comparadas com a incubação na presença de luz. Discos de folha não tratados, não mostram significante vazamento sob as mesmas condições (Köehle et al., 2003). Embora tenha estudado os efeitos das estrobilurinas em plantas por mais de sete anos, não há evidência de qualquer interação direta de pyraclostrobin com enzimas ou sistemas receptores outros que respiração mitocondrial (Köehle et al., 2003). ABSORÇÃO, REDUÇÃO E ASSIMILAÇÃO DE NITROGÊNIO É de especial interesse para as práticas agrícolas o aumento em biomassa e produção, obtidos por aplicação de pyraclostrobin, mesmo em plantas não infectadas por fungos. No campo, na comparação com outros fungicidas adequados que controlam diferentes fungos patogênicos, isso pode ser quantificado por espectroscopia remissiva (Rouse et al., 1974). As parcelas tratadas com pyraclostrobin mostraram valores maiores do IVF = índice de vitalidade foliar (Rouse et al., 1974), (figura 1a,b), relacionando com o aumento na produtividade de grãos (figura 2). Contrastando com a situação observada com cresoxim-metílico (Köehle, 1997b), pyraclostrobin causou só uma pequena alteração no ponto de compensação de CO2 das plantas tratadas. Resultados indicaram um aumento transitório da rota alternativa (AOX) pode sobrepor à redução esperada na emissão de CO2 devido à inibição de respiração mitocondrial. Como um aumento de biomassa também requer maior assimilação de nitrogênio, considera-se a enzima NADH-nitrato redutase (NR; EC 1.6.6.1) que catalisa o primeiro passo na assimilação de nitrato, como o alvo relevante para o aumento na produção causado pelo uso de pyraclostrobin (Köehle et al., 2003). Trabalhos demonstraram um forte efeito de ativação NADH-nitrato redutase de cresoxim-metílico, a curto prazo, num sistema de modelo simples, usando discos flutuantes de folhas de espinafre em solução tamponada contendo a estrobilurina (Glaab & Kaiser, 1999). A redução de nitrato a nitrito Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. I – Efeitos fisiológicos do fungicida - 321 RAPP – Volume12, 2004 Figura 1. Aumento do índice de vitalidade foliar (IVF) e produção de plantas de trigo por tratamento com pyraclostrobin (F 500) em distintos estádios de crescimento. 322 – Wilson Story Venancio et al. RAPP – Volume12, 2004 Figura 2. Relação entre perda média de vitalidade da folha por dia e produção (curso de tempo: estádio de crescimento BBCH 71 – 79) Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. I – Efeitos fisiológicos do fungicida - 323 RAPP – Volume12, 2004 é vista como passo limitante na assimilação de N e por isso altamente regulada. Além de regulagem de transcrição e traslado, uma modulação direta de atividade enzimática é necessária para rápida adaptação a condições ambientais mutantes (Kaiser, 1999). Nenhuma influência direta de pyraclostrobin na atividade da enzima NADH-nitrato redutase isolado in vitro foi mensurada. Entretanto, quando plantas de trigo (Triticum aestivum L.) da cultivar Kanzler, produzidas em cultura hidropônica, foram pulverizadas com pyraclostrobin, em doses normalmente usadas para o controle de fungos a campo, verificou-se o acúmulo de nitrito e amônia nas folhas durante o primeiro período noturno seguinte à aplicação. Esse fato deve-se, provavelmente, pela não ativação da enzima NADH-nitrato redutase no escuro, como ocorrido em plantas testemunhas. Embora os níveis de redução de nitrato in vivo tenham sido inalterados durante o dia, a redução in vivo aumentou cerca de 100 % durante o período noturno. Esse incremento na redução do nitrato persistiu por três noites após uma única aplicação de pyraclostrobin (figura 3) (Köehle et al., 2003). Köehle et al. (2003) observaram que pyraclostrobin estimulou a absorção do nitrato in vivo. Embora sete dias após a aplicação o conteúdo de nitrato no tecido de brotos reduziu cerca de 10 %, indicando que ele havia assimilado para metabólitos mais complexos (figura 4a), as plantas demonstraram um claro incremento na biomassa em cerca de 20 %, duas semanas após a aplicação do fungicida (figura 4b). Para Köehle et al. (2003), a assimilação de nitrato nas plantas pulverizadas com pyraclostrobin aumentou, em comparação com as plantas da testemunha, não pulverizadas. Nem o conteúdo relativo de proteína nem a relação C/N foram diferentes em plantas testemunhas sem pulverização e tratadas com o fungicida, indicando que a absorção adicional e a redução do nitrato favoreceu o crescimento de plantas tratadas, explicando a observação de que freqüentemente, o efeito mais proeminente no desenvolvimento do trigo é atingido quando o fungicida é aplicado durante a fase em que a demanda de nitrogênio é máxima. ALTERAÇÕES HORMONAIS A estrobilurina cresoxim-metílico mostrou inibir a biossíntese de etileno através da redução da atividade de 1-aminociclopropano-1-ácido carboxílico (ACC)-sintase em tecidos de brotos de trigo (Grossmann & Retzlaff, 1997). Esse fato foi relacionado com o atraso da senescência de folhas e, por conseqüência, de uma prolongada atividade fotossintética dos tecidos verdes e um melhor manejo em condições estressantes (Köehle et al. 324 – Wilson Story Venancio et al. RAPP – Volume12, 2004 Figura 3. Aumento da nitrato-redutase in vivo. Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. I – Efeitos fisiológicos do fungicida - 325 RAPP – Volume12, 2004 Figura 4. Estimulo de assimilação de nitrato in vivo e crescimento de plantas de trigo desenvolvidas em cultura hidropônica. A) Após um retardo, a absorção de nitrato por raízes aumentou quando as folhas foram tratadas com pyraclostrobin. B) O aumento na absorção de nitrato foi seguido por incremento no crescimento da planta. 326 – Wilson Story Venancio et al. RAPP – Volume12, 2004 1997a; Grossmann & Retzlaff, 1997; Grossmann et al., 1999). O etileno pode ser produzido em quase todas as partes dos tecidos vegetais, embora a sua taxa de produção dependa do tipo de tecido e do estádio de desenvolvimento da planta. Em geral, as regiões meristemáticas e as regiões dos nós são as mais ativas na produção de etileno. Contudo, a produção de etileno aumenta também durante a abscisão foliar, a senescência da flor e o amadurecimento dos frutos. Qualquer tipo de lesão pode induzir a biossíntese de etileno, assim como o estresse fisiológico provocado por inundação, por resfriamento, por doenças, por temperatura ou por estresse hídrico (Taiz & Zeiger, 2004). O etileno é ainda reconhecido como sendo o mediador hormonal primário da senescência de plantas a reações de estresse (Taiz & Zeiger, 1998). Em culturas como o trigo, o estresse por etileno prejudica a produção de grãos, pela promoção de senescência foliar e inicio da maturação prematura dos grãos, diminuindo a produção de assimilados e enchimento dos grãos. A enzima chave na biossíntese de etileno é ACC-sintase, que converte S-adenosil-metionina para ácido 1-aminociclopropano-1-carboxílico (ACC) (Abeles et al., 1992). Köehle et al. (2003),confirmaram o efeito de pyraclostrobin na atividade da ACC-sintase e síntese de etileno sob condições de estresse e senescência, em trigo. Também níveis hormonais de ácido indol-3-acético (IAA) e ácido abcissico (ABA) foram determinados. Plantas novas de trigo (Triticum aestivum L.) da cultivar Kanzler tiveram suas folhas tratadas com pyraclostrobin por 3 horas. Em seguida submetidas a estresse por seca permitindo que brotos destacados perdessem peso fresco sob condições de umidade reduzida (Grossmann & Retzlaff, 1997). Durante 1 hora de estresse, o peso fresco de brotos destacados diminuiu cerca de 6 % enquanto a atividade da ACC-sintase aumentou cerca de 80 vezes em relação aos brotos intactos, não estressados. Para os autores, pyraclostrobin inibiu a atividade da ACC-sintase e os níveis de ACC no tecido em até 63 % a 10 -4 M. Em contrapartida, pyraclostrobin em concentração de 10 -8 a 10 -4 M não alterou a atividade da ACC-sintase in vivo usando enzimas extraídas de brotos destacados e submetidos à seca. Isso indica que o fungicida pode inibir de novo a síntese de enzimas (figura 5). O RETARDO DA SENESCÊNCIA Folhas destacadas de uma planta perdem lentamente a clorofila, o RNA, os lipídios e as proteínas, mesmo mantidas úmidas e supridas de minerais. Esse processo de envelhecimento programado, que leva o vegetal à morte é denominado senescência (Taiz & Zeiger, 2004). Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. I – Efeitos fisiológicos do fungicida - 327 RAPP – Volume12, 2004 Figura 5. Inibição da atividade da ACC sintase. Efeitos de pyraclostrobin sobre a atividade da 1-aminociclopropano-1-ácido carboxílico (ACC) sintase e níveis de ACC em brotos de trigo. Plantas foram tratadas com o composto por 3 horas. Brotos foram isolados e submetidos a estresse de água. Colunas verticais representam desvio da média. 328 – Wilson Story Venancio et al. RAPP – Volume12, 2004 Grossmann & Retzlaff (1977) observaram que após a exposição de discos de folhas de trigo ao pyraclostrobin, a perda de clorofila como parâmetro de progressão de senescência foi inibida à medida que aumentou a concentração de estrobilurina (Figura 6). Máximo retardo de senescência foliar, com até 82 % do maior nível de clorofila total em relação ao controle, foi observado a 10 -4 M de pyraclostrobin. A resposta à dose no atraso da senescência por pyraclostrobin teve próxima correlação com níveis decrescentes de formação de ACC e etileno e aumento de IAA (figura 7). O ácido indol-3-acético (AIA) é a forma mais comum de ocorrência natural de auxina fitohormonal (Taiz & Zeiger, 1998). Para Köehle et al. (2003) o aumento de níveis endógenos de AIA pode ser resultado do metabolismo do pyraclostrobin, uma vez que essa estrobilurina degrada para o precursor natural de AIA, L-triptofano, em trigo. Baixos níveis de auxina são conhecidos por retardar a senescência foliar e adicionalmente favorecer a produção através do estímulo de formação de tecido vascular, partição de assimilado, formação de broto floral e desenvolvimento de fruto (Taiz & Zeigler, 1998). Como outro efeito de pyraclostrobin observa-se aumentos dependentes da concentração de níveis endógenos de ácido abcissico (ABA) até um máximo de 269 % sobre a testemunha (figura 6). O ABA inibe o crescimento e a abertura estomática, em especial quando a planta encontra-se sob estresse ambiental, melhorando, desta forma, o aproveitamento de água sob condições de estresse hídrico e a adaptação a baixas temperaturas (Taiz & Zeiger, 1998; Grossmann et al., 1999). O ABA foi isolado originalmente como um fator causador de abscisão, e também promove senescência foliar, em altas concentrações (Grossmann, 2000). ESTRESSE OXIDATIVO EM PLANTAS Ambientes desfavoráveis (estressantes) estimulam a formação de radicais, especialmente de formas de oxigênio reativo e aumentam o potencial oxidativo em tecidos de plantas (Bartosz, 1997; Wingsle et al., 1999). Em alguns cereais, e particularmente em algumas variedades de cevada suscetíveis à mancha fisiológica das folhas, as formas reativas de oxigênio podem induzir a sua formação (Wu & Tiedemann, 2001, 2002a,b), causando severas perdas na produtividade de grãos (Baumer et al., 2001) enquanto que as plantas resistentes respondem ao estresse oxidativo com aumento da atividade de enzimas antioxidativas, como o superóxido- dismutases, as catalases a as peroxidases (Larson, 1997). Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. I – Efeitos fisiológicos do fungicida - 329 RAPP – Volume12, 2004 Figura 6. Atraso na senescência foliar e alterações nos níveis de fitohormônios. Efeitos de pyraclostrobin sobre o conteúdo total de clorofila, formação de etileno e níveis de fitohormônio imunorreativo em discos de folhas de trigo senescentes após 48 horas de tratamento no escuro. 330 – Wilson Story Venancio et al. RAPP – Volume12, 2004 Figura 7. Influência do fungicida pyraclostrobin (F 500) sobre a necrose foliar e atividade peroxidase. A. Sintomas de mancha fisiológica das folhas apresentadas como necrose foliar 33 dias após tratamento com o fungicida. Pyraclostrobin foi aplicado em 6 de maio, (estádio de crescimento EC 49). B. Atividade de guaiacol peroxidase determinada de extratos de folha bandeira cinco dias e 30 dias após tratamento fungicida. Não se observou sintomas de mancha fisiológica das folhas antes de 24 dias após tratamento (30 de maio). Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. I – Efeitos fisiológicos do fungicida - 331 RAPP – Volume12, 2004 Em testes de campo realizados na Alemanha, plantas de cevada de inverno tratadas com pyraclostrobin não desenvolveram sintomas, enquanto que a folha bandeira e folhas inferiores de plantas não tratadas, ficaram cobertas com sintomas da mancha fisiológica das folhas (figura 7a), indicando que algumas reações bloqueadoras de radicais se opuseram ao estresse oxidativo. Quando a atividade da peroxidase na folha bandeira foi avaliada, as plantas tratadas com pyraclostrobin mostraram quase dupla atividade enzimática (figura 7b), o que pode contribuir para tolerância ao estresse. É interessante que esse efeito, iniciado cinco dias após o tratamento com fungicida, persistiu por mais de quatro semanas (Köehle et al., 2003). Com base nos resultados Köehle et al. (2003) concluíram que pyraclostrobin altera o status de fitohormônios em tecidos de brotos de trigo. A alteração mais notável foi a inibição da biossíntese de etileno pela redução de atividade da ACC sintase. Junto com um aumento na auxina endógena, essa mudança no balanço hormonal explicaria a senescência retardada de folhas e a melhoria na tolerância ao estresse. Adicionalmente, pyraclostrobin estimulou níveis de ABA, o que para os autores, isso poderia favorecer a tolerância ao frio e a adaptação à condição de déficit de água. O aumento na capacidade antioxidativa, em seqüência ao tratamento com pyraclostrobin, poderia estar envolvido na prevenção dos sintomas da mancha fisiológica das folhas de cevada. INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA A VIRUS Vários estudos em plantas referem-se ao envolvimento da mitocôndria na resposta de defesa induzida por patógenos. Recentemente foi demonstrado que o ácido salicílico (AS) promove resistência induzida ao TMV que é sensível ao ácido salicilhidroxamico (SHAM), um inibidor alternativo da via oxidase em mitocôndrias. Além disso, os inibidores derespiração antimicina A e cianida induziram acumulo de oxidase transcrita e resistência a TMV (Xie & Chen, 2000). Um modelo de indução de resistência às viroses foi sugerido por Singh et al. (2003) (figura 8). É sabido que AS pode estimular resistência a viroses utilizando ao menos duas vias de transdução. Ele pode estimular o aumento da transcrição de RdRp1, que é encontrada aumentando a cobertura de RNA viral via mecanismos baseados em RNAi (Xie et al., 2001; Yu et al., 2003). Alternativamente, o AS pode inibir a respiração na cadeia de transporte de elétrons (Xie & Chen, 1999), levando a um aumento de espécies reativas de oxigênio (ROS) na mitocôndria. Outros inibidores da respiração no transporte de elétrons tais como antimicina A (AA), cianida (Chivasa & Carr, 332 – Wilson Story Venancio et al. RAPP – Volume12, 2004 Nucleo Aumento Expressão gênica RdRp1 Aumento de RNA viral Inibição de Replicação & Movimento viral Ácido Salicílico AOX Mitocôndria Aumento da expressão de outros genes de defesa desconhecidos? Sensor Redox -SH/S-S? ROS Cadeia de transporte de elétrons AA CN- SB Figura 8. Um modelo de indução de resistência à viroses por ácido salicílico (AS). Singh et al. (2003) Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. I – Efeitos fisiológicos do fungicida - 333 RAPP – Volume12, 2004 1998) ou fungicidas tipo estrobilurinas (Herms et al., 2002) também podem causar um aumento em ROS. A amplitude e a duração deste aumento do ROS mitocondrial estará sob regulação negativa através da oxidase alternativa (AOX). Este fato explica porquê uma planta transgênica com aumento ou decréscimo de AOX, tem sua capacidade de sinalizar, reduzida ou ampliada, respectivamente (Gilliland et al., 2003). Sinais de ROS mitocondrial podem ser detectados por um sensor de proteínas ainda não identificado, por via de um mecanismo de mudança tiol/disulfito, como proposto por Dutilleul et al (2003). Sinais subseqüentes são propostos para conduzir a indução de genes nucleares que afetam o movimento e a replicação viral. Embora não mostrado neste diagrama, a expressão do gene Aox no núcleo é transitória e estimulada pela inibição da cadeia de transporte de elétrons, levando ao aumento do acúmulo de AOX na mitocôndria. Essas observações e os efeitos descritos indicam que o fungicida pyraclostrobin também pode incrementar a habilidade de determinadas plantas na resistência ao ataque de fitopatógenos. Devido à atividade fungicida da estrobilurina, tal incremento da resistência de plantas mal poderia ser provada para uma resistência a fungos fitopatogênicos, assim o efeito de pyraclostrobin sobre resistência foi investigado em um dos melhores modelos de sistemas para estudar interações, especificamente interação entre o vírus do mosaico do tabaco (TMV) e plantas de tabaco contendo o gene N. Devido à presença do gene N de resistência a doenças em cultivares de plantas de tabaco, a difusão do TMV fica restrita a uma pequena zona em volta do sítio da infecção (Matthews, 1991). A restrição do TMV é acompanhada de morte localizada de células do tecido hospedeiro e resulta na formação de lesões necróticas visíveis (resposta de hipersensibilidade). Após a formação de lesões, plantas de tabaco desenvolvem um tipo de resistência adquirida, incrementada ao posterior ataque de TMV, perto da área da infecção primária e com freqüência por toda a planta (Dempsey et al., 1999; Ryals et al., 1996). A resistência incrementada de tabaco contra infecções de TMV fica óbvia pela formação de lesões necróticas que são substancialmente menores que as formadas em folhas de plantas de tabaco que não foram pré-infectadas por TMV (Köehle et al., 2003). Objetivando averiguar se o tratamento com pyraclostrobin de plantas de tabaco (cultivar Xanthi), influenciam sua resistência ao ataque de TMV observou-se que a resistência à infecção de TMV aumentou após uma infiltração prolongada do fungicida em folhas. De forma clara a expressão induzida dos genes PR-1 do TMV e acumulação de proteínas PR-1 foram induzidas muito antes em folhas de plantas tratadas com pyraclostrobin do que foram em folhas infectadas por TMV de plantas que não foram previamente tratadas com pyraclostrobin (figura 9). Assim o fungicida do 334 – Wilson Story Venancio et al. RAPP – Volume12, 2004 grupo das estrobilurinas, pyraclostrobin, além de servir como um potente fungicida, provavelmente também protege as plantas por aumentar sua capacidade herdada de ativar uma resposta de defesa celular, apenas induzida por ataque posterior de patógenos, conforme foi demonstrado pela ativação de genes PR-1 em plantas de tabaco infectadas por TMV (Herms et al., 2002; Köehle et al., 2003). Para Köehle et al. (2003) a resistência incrementada torna-se óbvia por uma substancial redução no tamanho de lesões de TMV, redução esta não devida a efeito inibitório de pyraclostrobin sobre o potencial do TMV de infectar tabaco. Em contraste com a indução de resistência incrementada a TMV pelo composto ácido salicílico, a resistência induzida por pyraclostrobin não foi associada com um acúmulo das assim chamadas proteínas relacionadas com patogênese (PR-1) (Herms et al., 2002; Köehle et al., 2003) que, embora sua atividade enzimática e função fisiológica ainda sejam obscuras, servem como marcadores moleculares confiáveis para resistência incrementada a doenças em várias plantas, inclusive tabaco. Com os exemplos mencionados, Köehle et al. (2003) demonstram que pyraclostrobin apresenta proeminentes efeitos fisiológicos em plantas, podendo ocorrer outros, ainda desconhecidos. Desde que seja improvável que a molécula interaja especificamente com muitos alvos bioquímicos diferentes, temos que imaginar de que maneira as reações estão ligadas ou se existe um efeito inicial e central que poderia iniciar uma cascata de conseqüências. Uma explicação possível para as mudanças fitohormonais em plantas de trigo induzidas por pyraclostrobin já foi mencionada, de que metabolismo do composto resulta em um aumento no precursor de AIA, L-triptofano. Mas isso não poderia explicar os efeitos de assimilação de nitrogênio e a indução de resistência contra ataque viral. Uma nova perspectiva foi aberta por alguns resultados preliminares mostrando que tratamento com o fungicida induz a formação de óxido nítrico (ON). Por isso os autores propõem agora outra hipótese seqüencial para explicar os múltiplos efeitos fisiológicos de pyraclostrobin, assumindo ainda que o modo primário de ação do fungicida em plantas é a inibição parcial e transitória da cadeia respiratória na mitocôndria (figuras 10a,10b). CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando em conjunto, ON (óxido nítrico) no lugar certo, ao tempo certo e com quantidades corretas, não seria referido apenas como um elemento crítico no desenvolvimento do fluxo oxidativo, resistência contra patógenos e estresse, mas poderia também atuar como peça chave e Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. I – Efeitos fisiológicos do fungicida - 335 RAPP – Volume12, 2004 pr-1 mRNA pr-1 mRNA - + pyraclostrobin (1mM, 24h) 24 35 48 5680 Tempo após infecção comTMV (h) Figura 9. Pré-tratamento com F 500 causa uma aceleração na expressão do gene PR-1 de TMV em tabaco. Metade de uma folha de uma planta de tabaco (cv. Xanthi nc) com seis semanas de idade foi infiltrada com água (-) enquanto a segunda metade da folha foi infiltrada comuma solução aquosa de pyraclostrobin (+). 24 h mais tarde, a folha foi infectada, em ambas as metades, com uma solução de TMV (1,55 μg/ml proteína de vírus em tampão de fosfato). O acúmulo de PR-1 de mRNA foi analisado no ponto de tempo indicado após infecção por Análise Northern Blotting com uma amostra cDNA específica de tabaco PR-1 336 – Wilson Story Venancio et al. RAPP – Volume12, 2004 Inibição do transporte de elétrons Pyraclostrobin baixos níveis celulares de ATP alto [H+] no citosol reações secundárias NO°° NAD+ NADH Ativação de AOX Sensibilização da mitocôndria para formação de poros por indução de Ca++ Rápido reconhecimento do ataque de patógeno NR aumento na assimilação de N NO2 - crescimento da planta NO3 - Legenda: ativação inibção processo Figura 10. a) Reações bioquímicas primárias em células de plantas Inibição da respiração mitocondrial por pyraclostrobin ativa a via oxidase alternativa (AOX), decresce níveis celulares de ATP enquanto [H + ] no citosol aumenta, ambos resultando numa ativação de NADH-nitrato redutase (NR) (Glaab & Kaiser, 1999). Ativação de NR resulta, de forma transitória, no aumento de níveis de nitrito e pode melhorar crescimento da planta quando a assimilação de N é limitante de nível. Também ocorre um aumento na produção de N via NR. Além disso, para o processo óxido nítrico sintase (ONS), existe uma via alternativa de produção de NO nas plantas, produto de NR com NADH a nitrito como substratos (Yamasaki, 1999). Desde que NO compete com oxigênio pela oxidase do citocromo, o consumo de oxigênio pela via do citocromo na respiração mitocondrial é inibida (Millar & Day, 1996). Por isso o efeito inicial de pyraclostrobin em plantas poderia ser mesmo auto-estimulante. Baixa concentração de ATP também sensibiliza a mitocôndria por formação induzida de poros para Ca 2+ (Jones, 2000), tendo significado no reconhecimento de ataque por patógeno (Jabs & Shusarenko, 2000). Isso poderia contribuir para um efeito “inicial” acelerando as reações de defesa contra infecções por TMV conforme descrito acima. Efeitos fisiológicos de fungicidas sobre plantas. I – Efeitos fisiológicos do fungicida - 337 RAPP – Volume12, 2004 cGMP, cADP ribose AOX Indução de resistência ao movimento e à reprodução de vírus Resistência ao estresse Resistência a fungos e bactérias PR-proteinas AS LOX Jasmonato ON°° ACC-Sintase, ACC-Oxidase Sintomas de senescência e estresse Etileno Legenda: ativação inibição processo Figura 10. b) Influência de sinalização em células de plantas via NO Sugere-se que ON e/ou peroxinitrilos possam inibir as atividades de ACC sintase e ACC oxidase, enzimas chaves da biossíntese de etileno, por inativação oxidativa de seus co- fatores. Assim, ON pode reduzir marcadamente a taxa de emissão de C2H4, com todas as implicações, incluindo manejo de estresse, “efeito verdejante” e inibição de senescência prematura. Mais geralmente ON é considerado ser componente central do mecanismo síndrome de adaptação geral (SAG) na tolerância de plantas a estresse (Leshem, 2000). Em adição, ON é conhecido por interagir com G-proteínas, levando a geração de cGMP e ADAP ribose cíclico como segundos mensageiros na resposta de defesa de plantas (Bolwell, 1999; Broillet, 1999; Wendehenne et al., 2001). O ON também parece estar envolvido na sinalização decrescente ligada de perto a AS. Como um exemplo, tratamento de folhas de tabaco com ON induziram um significativo aumento no AS endógeno requerido para indução de gene PR-1 (Durner, 1998). O relacionamento entre ON, AS e espécie de oxigênio reativo (EOR) na ativação de genes de defesa e/ou indução de morte de células hospedeiras são melhores descritas como um processo auto-simplificador durante o qual sinalização redox através de NO e ROS é estimulado por AS (Bolwell, 1999; Van Camp, 1998). O ácido salicílico inibe a formação de jasmonato, o qual, por sua vez, também resulta em decréscimo da formação de etileno e menor peroxidação de lipídios. Tudo isso também pode contribuir ao manejo de estresse, como o observado no tratamento com pyraclostrobin de plantas não infectadas. 338 – Wilson Story Venancio et al. RAPP – Volume12, 2004 mensageiro nos efeitos fisiológicos, promovidos pelo fungicida pyraclostrobin, ligando os diferentes níveis de seu aparecimento. Existem evidências crescentes que as mitocôndrias de plantas desempenham ação central como sensores de estresse. Para os autores consultados pesquisas adicionais serão necessárias para entender como os moduladores de atividade mitocondrial, incluindo este novo grupo de fungicidas, podem contribuir para as reações de defesa de plantas sob estresses bióticos e abióticos. De um ponto de vista prático, Bergmann et al. (1999), afirmam que além da proteção contra fungos fitopatogênicos, tal atividade de resistência, própria de plantas com estresse, poderiam incrementar não apenas produtividade, mas também a qualidade dos produtos. 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