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ManualOtorrino versao final

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Domingos H. Tsuji
Luiz Ubirajara Sennes
Rui Imamura
Adriana Hachiya
Ouvido • Nariz • Garganta
Office Editora e Publicidade Ltda.
São Paulo - Brasil
2007
Domingos H. Tsuji
Luiz Ubirajara Sennes
Rui Imamura
Adriana Hachiya
Ouvido • Nariz • Garganta
Está publicação é uma cortesia da Bayer HealthCare
2 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 3
© Office Editora e Publicidade Ltda
Rua General Eloy Alfaro, 239 - 04139-060 - São Paulo - SP
Edição e Produção
Office Editora e Publicidade Ltda.
Rua General Eloy Alfaro, 239
04139-060 - São Paulo - SP
Tels.: (11) 5594-5455 / 5594-1770 / 5078-6815 /
5587-5300 • Fax: (11) 2275-6813
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra,
por qualquer meio e sistema, sem o prévio
consentimento dos editores e da editora.
Impresso no Brasil - 2007
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Domingos H. Tsuji
Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido - Nariz 
- Garganta / Domingos H. Tsuji -- São Paulo :
Office Editora, 2006.
 CDD-616.24
04-4735 NLM-WF 140
Índices para catálogo sistemático:
4 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 5
AUTORES
Domingos H. Tsuji
Professor Livre-Docente em Otorrinolaringologia e Médico 
Assistente da Divisão de Clínica Otorrinolaringológica 
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Luiz Ubirajara Sennes
Professor Livre-Docente e Associado da Disciplina de 
Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo (FMUSP).
Rui Imamura
Doutor em Otorrinolaringologia e Médico Assistente da 
Divisão de Clínica Otorrinolaringológica do Hospital das 
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São 
Paulo (HC-FMUSP).
Adriana Hachiya
Médica Otorrinolaringologista e Pós-Graduanda em Ciências 
junto à Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de 
Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
6 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 7
APRESENTAÇÃO
9
1. DOENÇAS INFECCIOSAS DO 
OUVIDO
 
13 1.1. OTITE MÉDIA AGUDA
 Considerações Gerais
 Definição
 Fisiopatologia
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico 
 Tratamento
 
18 1.2. OTITE MÉDIA CRÔNICA
 Considerações Gerais
 Definição
 Fisiopatologia
 Agentes Etiológicos
 Epidemiologia
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Audiometria
 Exames Histopatológicos
 Exames de Imagem
 Tratamento
 Complicações
24 1.3. OTITE MÉDIA SEROSA
 Considerações Gerais
 Definição
 Fisiopatologia
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Tratamento
 
28 1.4. OTITE EXTERNA
 Considerações Gerais
 Definição
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Aspectos Clínicos
 Aspectos Laboratoriais
 Exames de Imagem
 Tratamento
 Complicações
Infecções em
Otorrinolaringologia
Ouvido • Nariz • Garganta
SUMÁRIO
10 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 11
36 1.5. COMPLICAÇÕES DAS OTITES
 Considerações Gerais
 Definição
 Fisiopatologia
 Etiologia
 Epidemiologia
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Tratamento
 
2. DOENÇAS INFECCIOSAS DO 
NARIZ E SEIOS PARANASAIS
 
44 2.1. GRIPE (INFLUENZA)
 Considerações Gerais
 Definição
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Diagnóstico Diferencial
 Aspectos Laboratoriais
 Tratamento
 
48 2.2. RINOSSINUSITE AGUDA
 Considerações Gerais
 Definição
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
66 2.5. COMPLICAÇÕES DAS 
 RINOSSINUSITES
 Considerações Gerais
 Definição
 Fisiopatologia
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Tratamento
 
 3. DOENÇAS INFECCIOSAS 
DA CAVIDADE ORAL, FARINGE E 
LARINGE
72 3.1. FARINGOAMIGDALITES
 Considerações Gerais
 Definição
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Aspectos Clínicos
 Aspectos Laboratoriais
 Tratamento
 
79 3.2. ESTOMATITES
 Considerações Gerais
 Definição
 Etiologia
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Aspectos Clínicos
 Aspectos Laboratoriais
 Exames de Imagem
 Tratamento
 
54 2.3. RINOSSINUSITE CRÔNICA
 Considerações Gerais
 Definição
 Etiologia
 Epidemiologia
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Aspectos Clínicos
 Aspectos Laboratoriais
 Exames de Imagem
 Tratamento
 
58 2.4. RINOSSINUSITE FÚNGICA
 Considerações Gerais
 Definição
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Aspectos Clínicos
 Aspectos Laboratoriais
 Exames de Imagem
 Tratamento
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Tratamento
 
86 3.3. LARINGITES AGUDAS
 Considerações Gerais
 Definição
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Aspectos Clínicos
 Aspectos Laboratoriais
 Exames de Imagem
 Tratamento
 
90 3.4. SUPRAGLOTITE 
 (EPIGLOTITE)
 Considerações Gerais
 Definição
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Aspectos Clínicos
 Aspectos Laboratoriais
 Exames de Imagem
 Tratamento
 Complicações
12 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 13
OU
VI
DO1.1
Otite Média Aguda
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Definição
L� Otite Média Aguda (OMA) é definida como uma inflamação 
aguda da mucosa da orelha média, com presença de secreção 
e sinais e sintomas de doença aguda. Na otite média serosa, 
muitas vezes confundida com otite média aguda, há presença 
de secreção no ouvido médio por vários meses, mas não há 
outros sinais de infecção (febre, dor, etc.). 
Fisiopatologia
L� A função anormal da tuba auditiva é o principal fator no de-
senvolvimento da otite média. A disfunção tubária funcional 
ou mecânica (por compressão extrínseca da tuba, como no 
caso de hipertrofia de adenóides), leva ao acúmulo de líquido 
no ouvido médio que pode infectar, causando a otite média 
aguda. Infecções de vias aéreas superiores levam ao edema da 
mucosa da tuba auditiva e freqüentemente precedem episódios 
de OMA.
L� Nas crianças, a tuba auditiva é mais horizontalizada e mais 
curta, se comparada ao adulto, predispondo a infecções.
Etiologia
L� Vários microrganismos podem causar OMA e variam depen-
dendo da faixa etária acometida.
M� Em crianças (exceto neonatos):
OTITE MÉDIA AGUDA
4. DOENÇAS INFECCIOSAS DAS 
GLÂNDULAS SALIVARES
 
95 4.1 INFECÇÕES DAS 
 GLÂNDULAS SALIVARES
 Considerações Gerais
 Definição
 Fisiopatologia
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e PrevalênciaFatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Aspectos Clínicos
 Aspectos Laboratoriais
 Exames de Imagem
 Tratamento
 Complicações
 
5. DOENÇAS INFECCIOSAS 
ODONTOGÊNICAS E CERVICAIS
 
100 5.1. INFECÇÕES 
 ODONTOGÊNICAS
 Considerações Gerais
 Definição
 Etiologia
 Fisiopatologia
 Epidemiologia
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Tratamento
 Complicações
 Prevenção
 
104 5.2. INFECÇÕES 
 CERVICOFACIAIS PROFUNDAS
 Considerações Gerais
 Definição
 Fisiopatologia
 Etiologia
 Epidemiologia
 Incidência e Prevalência
 Fatores de Risco
 Quadro Clínico
 Sinais e Sintomas
 Diagnóstico
 Aspectos Laboratoriais
 Exames de Imagem
 Tratamento
 Complicações
14 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 15
OU
VI
DO
N� Streptococcus pneumoniae: corresponde a 35% dos casos; 
os tipos mais comuns em ordem de freqüência decres-
cente são 19, 23, 6, 14, 3 e 18.
N� Haemophilus influenzae: corresponde a aproximada-
mente 25% dos casos; sendo 90% das infecções causadas 
por H. influenzae não tipáveis; quadros de bacteremia 
e meningite podem acompanhar as infecções causadas 
por H. influenzae tipo B.
N� Moraxella catarrhalis: causa 15% dos quadros de OMA 
(90% das cepas de M. catarrhalis produzem beta-lacta-
mases).
N� Streptococcus do grupo A: 12%.
N� Staphylococcus aureus: 12%.
N� Em 25 a 30% dos casos não há crescimento bacteriano 
na secreção do ouvido médio.
M� Em neonatos: estreptococos do grupo B e Gram-negativos 
são importantes microrganismos encontrados. Chlamydia 
trachomatis deve ser um patógeno considerado
M� Em adultos: H. influenzae (26%) e S. pneumoniae (21%) 
são os patógenos mais comuns
EPIDEMIOLOGIA
Incidência e Prevalência
L� Aproximadamente 2/3 de todas as crianças menores de um 
ano de idade terão um episódio de OMA. 
L� Em adultos, a prevalência é de apenas 0,25%.
L� Ocorre principalmente em crianças entre 6 meses e 1 ano de 
idade. Um segundo pico de incidência ocorre entre 5 e 6 anos, 
época em que as crianças ingressam à escola. A incidência 
diminui após os seis anos e é pouco freqüente em adultos. 
L� Ocorre mais freqüentemente no sexo masculino.
Fatores de Risco
L� Crianças
L� Baixo nível sócio-econômico
L� Crianças institucionalizadas (creches, escolas, berçários)
L� Aleitamento com as crianças deitadas
L� Fenda palatina
L� Tuba auditiva patente
L� Imunodeficiências
L� História familiar
L� Tabagismo passivo
L� Aleitamento materno por pelo menos 3-4 meses está asso-
ciado a menor incidência de otite média aguda no primeiro 
ano de vida
QUADRO CLÍNICO
Sinais e Sintomas
L� Otalgia
L� Febre (pode estar ausente)
L� Hipoacusia
L� Otorréia (se a membrana timpânica estiver perfurada; neste caso 
a infecção é denominada Otite Média Aguda Supurada)
L� Vertigem, nistagmo e zumbido podem ocorrer
L� A otoscopia mostra membrana timpânica hiperemiada, opaca 
e abaulada. Aumento da vascularização no cabo do martelo é 
um sinal precoce de OMA
L� Em crianças menores de dois anos, as principais queixas são 
irritabilidade, anorexia, náuseas, diarréia e vômitos 
DIAGNÓSTICO
L� O diagnóstico da OMA é essencialmente clínico, não sendo 
necessários outros exames para confirmação do diagnóstico. 
Nos casos em que há suspeita de complicação intracraniana 
ou intratemporal, devem ser solicitadas tomografia de ossos 
temporais e de crânio (ver capítulo sobre Complicações de 
Otites).
L� A timpanocentese, realizada para definir o agente microbioló-
gico causador da infecção e para drenagem da secreção, deve 
ser considerada nas situações abaixo listadas:
M� Pacientes com infecção grave (sepse)
M� Nos pacientes não-responsivos à terapia antimicrobiana 
inicial em 48-72 horas
M� Imunocomprometidos
M� Neonatos
OTITE MÉDIA AGUDA
16 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 17
OU
VI
DO
TRATAMENTO
L� Anti-histamínicos e descongestionantes são normalmente ine-
ficazes.
L� O tratamento consiste na introdução de antibioticoterapia e 
sintomáticos.
L� Em crianças (exceto neonatos) e adultos: 
M� Droga de escolha: amoxicilina 50 mg/kg/d divididos em 3 
doses, para crianças ou 500 mg 3x ao dia para adultos por 
10 dias
M� Nos casos de alergia à penicilina, podem ser utilizados 
antibióticos macrolídeos:
N� Azitromicina: Para crianças, a dose é 10 mg/kg 1 vez ao 
dia no primeiro dia de tratamento e 5 mg/kg 1 vez ao 
dia nos dias 2 a 5. Para adultos, 500 mg 1 vez ao dia no 
primeiro dia e 250 mg do segundo ao quinto dia.
N� Claritromicina: Para crianças, a dose é 15 mg/kg/dia di-
vididos a cada 12 horas ou, para adultos, 250 a 500 mg 
2 vezes ao dia por 10 dias.
N� Eritromicina: 50 mg/kg/dia divididos a cada 6 horas (para 
crianças), ou para adultos 500 mg de 6 em 6 horas.
M� Em adultos (> 18 anos) podem ser utilizados quinolonas 
com ação para cocos gram positivos como moxifloxacino 
e levofloxacino.
M� Nos pacientes em que não houve melhora após 48-72 horas, 
utilizam-se antibióticos ativos contra B-lactamases, como:
N� Amoxicilina-clavulanato: 50 mg/kg/dia de amoxicilina 
divididos a cada 8 horas (dose pediátrica) ou para adultos 
500 mg 3 vezes ao dia por 10 dias.
N� Cefaclor: 20-40 mg/kg/dia divididos a cada 8 horas (dose 
pediátrica) ou para adultos 500 mg três vezes ao dia por 
10 dias.
N� Axetil-cefuroxima: 30 mg/kg/dia divididos a cada 12 horas 
(dose pediátrica) ou para adultos 250 mg 2 vezes ao dia 
por 10 dias.
N� Cefprozil: 15 - 30 mg/kg/dia divididos a cada 12 horas 
(dose pediátrica) ou para adultos 500 mg 2 vezes ao dia 
por 10 dias.
N� Cefixima: 8 mg/kg/dia divididos a cada 12 horas (dose 
pediátrica) ou para adultos 200 mg 2 vezes ao dia por 
10 dias.
N� Cefpodoxima proxetil: 10 mg/kg/dia divididos a cada 12 
horas (dose pediátrica) ou para adultos 100 mg 2 vezes 
ao dia por 10 dias.
N� Ceftriaxona: 50 mg/kg IM, dose única diária, por 3 dias.
N� Sulfametoxazol-trimetoprima (SMX/TMP): 8 mg TMP/kg/
dia divididos a cada 12 horas (dose pediátrica) ou para 
adultos 160 mg TMP/800 mg SMX 2 vezes ao dia por 
10 dias.
L� Em neonatos: inicialmente, a antibioticoterapia deve ser en-
dovenosa (ampicilina associada a cefalosporina de terceira 
geração).
L� Sintomáticos (analgésicos e antiinflamatórios não-hormonais) 
podem ser utilizados como terapia adjuvante.
OTITE MÉDIA AGUDA
18 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 19
OU
VI
DO1.2
Otite Média Crônica
CONSIDERAÇÕES GERAIS
DEFINIÇÃO
L� Otite Média Crônica (OMC) é um processo inflamatório crônico 
da orelha média, acometendo desde a membrana timpânica 
até as cavidades anexas à tuba auditiva, associado ou não a 
uma perfuração da membrana timpânica e otorréia crônica.
L� Dependendo das alterações histopatológicas da orelha média 
e do quadro clínico, a OMC é classificada em:
M� Otite Média Crônica Simples: É a forma mais comum de 
OMC. Caracteriza-se por perfuração permanente da mem-
brana timpânica e alterações histopatológicas reversíveis da 
mucosa da orelha média.
M� Otite Média Crônica Supurativa: Caracteriza-se por in-
flamação crônica da orelha média com otorréia persistente. 
Há alterações histopatológicas irreversíveis da mucosa da 
caixa timpânica, como osteíte das células da mastóide.
M� Otite Média Crônica Colesteatomatosa: É uma formação 
de epitélio escamoso estratificado, usualmente em forma 
de ”saco” que segue a arquitetura do ouvido médio, ático 
e mastóide, com produção exacerbada de queratina. Pode 
ser congênito ou adquirido. Nos casos congênitos, há 
crescimento de epitélio queratinizado no interior do osso 
temporal, sem perfuração da membrana timpânica, que pode 
ocorrer com a evoluçãodo processo. Os casos adquiridos 
são decorrentes de retração atical ou pela migração de tecido 
epitelial por uma perfuração timpânica.
M� Otite Média Crônica Tuberculosa: Decorrente da infecção 
da orelha média pelo Mycobacterium tuberculosis, a partir 
de um foco pulmonar.
FISIOPATOLOGIA
L� Ocorre principalmente após episódios de otite média aguda. 
Outros fatores importantes são: disfunção tubária, trauma, 
tumores, otite média serosa, entre outros.
AGENTES ETIOLÓGICOS
L� Nos casos de OMC, com ou sem colesteatoma, os agentes 
etiológicos são de flora mista (aeróbios e anaeróbios), sendo 
os mais comuns:
M� Aeróbios:
N� Pseudomonas aeruginosa
N� Staphylococcus aureus
N� Proteus mirabilis
N� Escherichia coli
N� Corynebacterium spp.
N� Klebsiella pneumoniae
M� Anaeróbios:
N� Bacteroides spp.
N� Peptococcus spp.
N� Peptostreptococcus spp.
N� Prevotella spp.
N� Porphyromonas spp.
N� Fusobacterim spp.
N� Propionibacterium acnes
EPIDEMIOLOGIA
Fatores de Risco
L� Trauma da membrana timpânica
L� Fenda palatina
L� Anomalias craniofaciais
L� Disfunção tubária
L� Baixo nível socioeconômico
OTITE MÉDIA CRÔNICA
20 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 21
OU
VI
DO
L� Condições locais que perpetuem a infecção da orelha média 
(disfunção tubária, tecido de granulação e obliteração da co-
municação entre a cavidade timpânica e antro mastóideo)
L� Populações aglomeradas (creches)
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
Sinais e Sintomas
L� A anamnese detalhada e o exame físico são muito importantes 
para o diagnóstico e diferenciação das otites médias crônicas. 
A duração e tipo de otorréia, presença de otorragia, otalgia e 
dados da otoscopia diferenciam a maioria das OMC.
L� Otite Média Crônica Simples
M� A queixa principal do paciente é de otorréia intermitente, 
usualmente associada a episódio de infecção de vias aéreas 
superiores ou a entrada de água no conduto auditivo, e 
períodos assintomáticos variáveis (meses a anos).
M� Hipoacusia de grau variável e geralmente condutiva.
M� A otoscopia mostra, nos períodos assintomáticos, perfuração 
de membrana timpânica seca, com mucosa da orelha média 
rósea e brilhante. Nos períodos de infecção, há otorréia 
fluida ou mucóide, edema leve e hiperemia da mucosa da 
caixa timpânica.
L� Otite Média Crônica Supurativa
M� A principal queixa é de otorréia amarelo-esverdeada de ca-
ráter constante, que melhora com uso de antibioticoterapia, 
retornando logo seu término. 
M� Hipoacusia de grau variável está sempre presente.
M� Otalgia pode ocorrer.
M� A otoscopia mostra perfurações grandes, marginais e hiper-
plasia da mucosa, que se encontra edemaciada e hipere-
miada. Pólipos e presença de tecido de granulação podem 
estar presentes. 
L� Otite Média Crônica Colesteatomatosa 
M� Os sintomas iniciais do colesteatoma são muito variáveis 
e dependem do tipo (congênito ou adquirido) e da loca-
lização.
M� Nos casos congênitos e do colesteatoma primário em que 
não há perfuração da membrana timpânica, a queixa inicial 
do paciente é de hipoacusia. Paralisia facial pode ocorrer 
como a primeira manifestação.
M� Otorréia crônica constante de odor fétido (odor de “ninho 
de rato”), associada ou não a otorragia, é a principal mani-
festação dos colesteatomas adquiridos.
M� A hipoacusia é geralmente condutiva e progressiva.
M� A otoscopia pode mostrar:
N� Otorréia com descamação perlácea e material querati-
nizado
N� Retração atical
N� Perfuração ampla com otorréia esverdeada
N� Pólipos no conduto auditivos, provenientes da orelha 
média, podem estar presentes
N� No colesteatoma congênito, a membrana encontra-se 
inicialmente íntegra e é visualizada massa esbranquiçada 
na porção anterior da membrana timpânica
L� Otite Média Crônica Tuberculosa
M� Manifesta-se de forma aguda com destruição total da mem-
brana timpânica, edema de mucosa, destruição de ossículos 
e invasão de ouvido interno. Na forma crônica, as princi-
pais manifestações são hipoacusia e otorréia. A otoscopia 
mostra perfurações múltiplas da membrana timpânica que 
coalescem, formando uma única perfuração.
DIAGNÓSTICO
L� O diagnóstico da OMC na maioria das vezes é clínico, e por 
isso é importante a anamnese detalhada, enfocando a periodici-
dade da otorréia, se melhora ou não com o uso de antibióticos 
tópicos e a presença de dor e de sintomas associados, como 
vertigem, paralisia facial e otorragia.
L� A otoscopia é de igual importância. Muitas vezes é necessária 
a aspiração da otorréia para visualização da mucosa da orelha 
média com auxílio de microscópio. A visualização de lamelas 
de colesteatoma, presença de erosão atical e erosão de ossículos 
fazem o diagnóstico de OMC Colesteatomatosa.
L� São critérios para diagnóstico da OMC Tuberculosa:
M� OMC resistente a tratamentos com antibióticos
M� Tecido granulomatoso em ouvido médio, indo até o conduto 
auditivo externo
OTITE MÉDIA CRÔNICA
22 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 23
OU
VI
DO
M� Disacusia de condução importante
M� História prévia de tuberculose, ativa ou em tratamento
M� Linfadenite regional
M� PPD positivo
M� Presença de paralisia facial
L� A presença de três dos critérios enumerados sugere a doença e 
a presença de cinco ou mais critérios faz o diagnóstico clínico, 
autorizando o médico a introduzir o esquema tríplice contra 
tuberculose.
Audiometria
L� Audiometria tonal e vocal é importante para avaliar o compro-
metimento auditivo do paciente e caracterizar perda condutiva 
e neurossensorial.
L� A diferenciação de cada tipo de OMC não é possível apenas 
pela audiometria.
Exames Histopatológicos
L� Se há suspeita de OMC Tuberculosa ou tumor, a biópsia pode 
ser necessária. Durante mastoidectomia, material deve ser 
enviado para anatomopatológico para o diagnóstico de coles-
teatoma ou outras doenças.
Exames de Imagem
L� Nos casos de OMC simples, não é necessária a realização de 
tomografia computadorizada. Nos casos de OMC supurativa 
e OMC colesteatomatosa ou em casos de suspeita de tumores 
ou outras infecções granulomatosas da orelha média, deve ser 
solicitada tomografia para avaliação da extensão da doença e 
planejamento cirúrgico.
L� Ressonância nuclear magnética: deve ser solicitada se há sus-
peita de tumor ou complicações intracranianas.
TRATAMENTO
L� Todos os pacientes com OMC devem ser orientados a não mo-
lhar o ouvido. Normalmente pedimos para o paciente proteger 
o ouvido com algodão embebido em óleo (neutro, amêndoas) 
ou vaselina líquida antes de tomar banho para evitar a entrada 
de água pelo conduto.
L� Otite Média Crônica Simples 
M� Na fase aguda da doença, utiliza-se antibioticoterapia tópica 
(gotas otológicas) por 10 dias. Se há comprometimento 
sistêmico ou presença de dor, antibiótico via oral deve ser 
utilizado (amoxicilina-clavulanato, cefaclor). 
M� A timpanoplastia com reconstrução ou não da cadeia tim-
pânica é o tratamento indicado. O ouvido deve estar seco 
por pelo menos 3 meses antes da cirurgia.
L� Otite Média Crônica Supurativa
M� Na fase de exacerbação da otorréia utilizamos antibiótico 
sistêmico e tópico.
M� O tratamento definitivo é cirúrgico. O objetivo é conseguir 
remover todo o tecido doente e fechar a perfuração da 
membrana timpânica (timpanomastoidectomia).
L� Otite Média Crônica Colesteatomatosa 
M� Aspiração das lamelas com auxílio de microscópio e uso 
de gotas secativas (à base de ácido bórico) são importantes 
como medida inicial antes do tratamento cirúrgico. 
M� Pode ser utilizada a fórmula manipulada (10 ml de água 
oxigenada 10 volumes, 2 ml de ácido bórico e 1 g de ci-
profloxacino).
M� A cirurgia consiste em remover todo o colesteatoma e manter 
a cavidade mastóidea ventilada, objetivos conseguidos com 
a realização de mastoidectomia radical.Cuidado deve ser 
tomado na manipulação próximo à janela oval e redonda e 
nervo facial.
L� Otite Média Crônica Tuberculosa
M� Avaliação em conjunto com infectologista
M� Esquema para tuberculose e cuidados auriculares: 
N� Adultos: Pirazinamida 2 g/dia durante 2 meses.
 Isoniazida 300 mg/dia durante 6 meses.
 Rifampicina 600 mg/dia durante 6 meses.
N� Crianças: Pirazinamida 15-30 mg/kg/dia durante 2 
 meses.
 Isoniazida 10-20 mg/dia durante 6 meses.
 Rifampicina 10-20 mg/dia durante 6 meses.
COMPLICAÇÕES
L� As complicações de OMC serão abordadas em outro capitulo.
OTITE MÉDIA CRÔNICA
24 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 25
OU
VI
DO1.3
Otite Média Serosa
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Definição
L� Otite Média Serosa (OMS) é definida pela persistência de efusão 
na orelha média por vários meses, sem outros sinais sistêmicos 
e locais de infecção.
Fisiopatologia
L� A função anormal da tuba auditiva é o principal fator no de-
senvolvimento da otite média serosa. A tuba auditiva tem três 
funções principais relacionadas à orelha média: equalização 
do gradiente de pressão em relação à nasofaringe, drenagem 
e clearance de secreção da orelha média e proteção quanto à 
entrada de secreção proveniente da nasofaringe. 
L� A disfunção tubária, funcional ou mecânica (por compressão 
extrínseca) causa aumento da pressão negativa da orelha média, 
hipóxia ou hipercapnia e transudato de capilares.
L� Há acúmulo de líquido na orelha média e se mantida a pressão 
negativa há atelectasia da membrana timpânica. 
Etiologia
L� A cultura de secreção de OMS é positiva em 30-50% dos 
casos. 
 Os principais germes são: 
M� Streptococcus pneumoniae
M� Haemophilus influenzae
M� Moraxella catarrhalis
M� Streptococcus do grupo A
M� Staphylococcus aureus
EPIDEMIOLOGIA
Incidência e Prevalência
L� O pico de incidência da Otite Média Serosa ocorre durante o 
segundo ano de vida.
L� Até os dois anos, os episódios são bilaterais. 
L� A OMS em adultos é uma doença pouco freqüente, ocorrendo 
após episódios de IVAS. Efusão de orelha média persistente e 
unilateral deve ser investigada, para descartar tumores (naso-
faringe, linfomas, adenoma pleomórfico). 
Fatores de Risco
L� Crianças
L� Fenda palatina
L� Tuba auditiva patente
L� Imunodeficiências
L� História familiar
L� Hipertrofia de adenóide
L� Infecções de vias aéreas superiores
L� Alergia
L� Anomalias craniofaciais
L� Tabagismo passivo
L� Aleitamento materno por 3-4 meses está associado a menor 
incidência de otite média aguda no primeiro ano de vida
QUADRO CLÍNICO
Sinais e sintomas
L� Na maioria das vezes é assintomático
OTITE MÉDIA SEROSA
26 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 27
OU
VI
DO
L� Hipoacusia (há perda de aproximadamente 25 dB na orelha 
acometida)
L� Plenitude auricular
L� Vertigem e zumbido podem estar presentes
L� A otoscopia pode mostrar:
M� Membrana timpânica opaca, apresentando coloração azulada 
ou amarelada (indicando efusão na orelha média)
M� Bolhas de ar na orelha média que se movem quando se 
realiza manobra de Valsalva
M� Nível hidroaéreo do líquido na orelha média
M� Bolsas de retração e áreas de atelectasia da membrana 
timpânica que em casos mais graves pode estar aderida ao 
promontório
M� Mobilidade da membrana timpânica reduzida
L� Otalgia é incomum
DIAGNÓSTICO
L� O diagnóstico da OMS é através da otoscopia.
L� Audiometria tonal, vocal e impedanciometria devem ser sempre 
solicitadas. Os achados da audiometria são:
M� Perda condutiva com gap de 25 a 40 dB
M� Pode haver perda neurossensorial associada
M� Impedanciometria com curva tipo B, refletindo a diminuição 
da mobilidade da membrana timpânica
M� Reflexo do estapédio ausente
L� Exames complementares para avaliação de doença associada 
devem ser realizados:
M� Raio X de cavum: para avaliar hipertrofia de adenóide
M� Nasofibroscopia: avaliar obstrução da tuba auditiva (tumores, 
hipertrofia de adenóide) e processos infecciosos e inflama-
tórios nasossinusais
M� Teste cutâneo e RAST para avaliação de quadros alérgicos 
associados
M� Tomografia de seios paranasais: na suspeita de processo 
expansivo.
TRATAMENTO
L� O tratamento consiste na introdução de antibioticoterapia e 
sintomáticos.
L� Uso temporário de antibióticos e corticosteróides apresenta be-
nefício temporário. Utilizam-se os mesmos antibióticos usados 
na OMA (amoxicilina, ampicilina, cefalosporinas), em doses 
terapêuticas, por um período de no mínimo 12 dias. Corticos-
teróides (prednisona, metilprednisolona) podem ser utilizados 
(necessitam de esquema de retirada em doses decrescentes 
quando utilizados por mais de 10 dias).
L� Descongestionantes nasais associados a anti-histamínicos são 
úteis em pacientes com quadro alérgico associado.
L� Indicações de colocação de tubo de ventilação:
 Efusão por um período superior a 4-6 meses
M� perda auditiva condutiva com gap aéreo-ósseo maior que 
25 dB
L� Avaliação quanto à necessidade de procedimentos associados 
(ex: adenoidectomia).
OTITE MÉDIA SEROSA
28 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 29
OU
VI
DO1.4 
Otite Externa
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Definição
L� Otite externa é termo genérico usado para definir todo processo 
inflamatório ou infeccioso do pavilhão auricular e conduto 
auditivo externo, podendo variar desde uma simples infecção 
localizada na orelha até doenças possivelmente fatais.
Etiologia
L� Diferentes grupos de microrganismos podem causar otite ex-
terna
L� Viral: Herpes simplex e Herpes-zoster
L� Bacteriana: Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus epidermi-
dis, Staphylococcus aureus, Mycobacterium otidis, Mycobacte-
rium alconae, Staphylococcus alconae, Staphylococcus caprae, 
Staphylococcus auricularis, Enterococcus faecalis, Enterobacter 
cloacae, Staphylococcus haemolyticus, Proteus sp. 
L� Fúngica: Aspergillus sp e Candida sp.
EPIDEMIOLOGIA
 
Incidência e Prevalência
L� Podem ocorrer em qualquer faixa etária, mas idosos são mais 
acometidos.
L� Otite externa maligna é mais comum em imunodeprimidos e 
diabéticos descompensados.
L� Otite externa difusa aguda é mais comum em nadadores.
Fatores de Risco
L� Ausência de cerúmen: perda da proteção física e do pH ácido, 
inóspito aos patógenos.
L� Traumatismos: causam rompimento da barreira epitelial, per-
mitindo a invasão de patógenos.
L� Supurações de orelha média: predispõem a dermatite secun-
dária de pele do conduto auditivo externo.
L� Substâncias cáusticas: como uso de detergentes.
L� Queimaduras: como fagulhas elétricas e óleo quente.
L� Corpos estranhos: impedem a aeração do conduto e produzem 
irritação local.
L� Lavagens repetidas: provocam estagnação de água e remoção 
do filme lipídico (que possui ação bactericida e fungostática).
L� Pós-operatório de mastoidectomia e otoplastia: predispõem a 
pericondrite e condrite.
QUADRO CLÍNICO
Sinais e Sintomas
L� Otite Externa Difusa Aguda
M� Causada principalmente por Pseudomonas aeruginosa (50%) 
e por estafilococos como Staphylococcus epidermidis, Sta-
phylococcus aureus
M� Caracteriza-se por dor intensa irradiada para região tempo-
ral e mandibular e sensibilidade aumentada à palpação de 
pavilhão e manipulação da orelha
M� Hipoacusia e plenitude auricular podem ocorrer pelo acú-
mulo de debris celulares e secreção
M� Ao exame físico observam-se edema e hiperemia de conduto 
OTITE MÉDIA EXTERNA
30 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 31
OU
VI
DO
com estenose e coleção flegmonosa. A membrana timpânica 
pode se apresentar descamativa
M� Febre e linfonodomegalia pré e pós-auricular podem ocorrer 
em quadros mais graves
L� Otite Externa Aguda Localizada (Furunculose)
M� É uma infecçãoaguda causada principalmente por S. au-
reus, limitada a uma área do conduto, geralmente no terço 
externo, onde há glândulas sebáceas e folículos pilosos
M� O quadro clínico caracteriza-se por dor localizada, edema 
e eritema de conduto e possível ponto de flutuação
M� Hipoacusia e plenitude auricular podem ocorrer se o furún-
culo ocluir todo o canal auditivo externo
L� Otite Externa Granulosa
M� Causada principalmente pelo Proteus sp e P. aeruginosa
M� Consiste em exsudação purulenta no terço interno do con-
duto e membrana timpânica
M� O quadro clínico consiste em otorréia purulenta, hipoacusia 
e prurido leve
M� A otoscopia mostra placas granulosas sésseis ou massa 
granulosa em terço interno ou apenas otorréia purulenta
L� Otomicose
M� Causada principalmente por Aspergillus sp e Candida sp.
M� A queixa principal é prurido intenso 
M� A otoscopia pode mostrar otorréia purulenta ou presença de 
fungo no conduto (hifas brancas, conídeos negros, verde-
azulados ou acinzentados)
L� Otite Externa Maligna
M� Trata-se de uma otite externa necrotizante associada a 
osteomielite da base do crânio. Ocorre principalmente em 
pacientes imunodeprimidos ou diabéticos
M� Causada principalmente por P. aeruginosa e Aspergillus sp.
M� Pode levar à paralisia de nervos cranianos, trombose do 
seio sigmóide, meningite e morte
M� O quadro inicia-se semelhante a uma otite externa difusa 
aguda, porém a dor que o paciente apresenta é despropor-
cional ao exame físico e a otorréia é persistente 
M� O exame físico pode mostrar apenas edema e eritema de 
conduto auditivo externo, que podem se alastrar para o 
pavilhão auricular e o paciente apresentar pericondrite 
associada e acometimento de articulação têmporo-man-
dibular
M� A otoscopia pode mostrar tecido de granulação no assoalho 
do conduto, principalmente na junção osteocartilaginosa
M� Avaliação de nervos cranianos (VII, VIII, IX, X e XI) pode 
revelar alterações
L� Otite Externa Bolhosa (Miringite Bolhosa)
M� Causada pelo Mycoplasma sp.
M� Caracteriza-se por otite extremamente dolorosa
M� A otoscopia mostra presença de bolhas na porção óssea do 
conduto auditivo externo e na membrana timpânica, que 
quando rompem causam otorréia sanguinolenta
L� Pericondrite e Condrite
M� Trata-se de infecção polimicrobiana (S. aureus, Proteus sp 
e outros Gram-negativos) do pericôndrio e cartilagem do 
pavilhão
M� O quadro clínico caracteriza-se pela presença de dor im-
portante na orelha e sensibilidade aumentada à palpação
M� O pavilhão auricular encontra-se eritematoso, endurecido 
e doloroso à palpação. Áreas de flutuação podem estar 
presentes
L� Otite Externa Herpética
M� Causada pelo vírus herpes simplex ou herpes-zoster
M� O paciente apresenta vesículas em pavilhão, dor e sensa-
ção de queimação. Antes do aparecimento das vesículas, 
o paciente pode apresentar prurido ou adormecimento da 
região
M� Nos casos de vírus latente no gânglio geniculado, o paciente 
apresenta vesículas em concha e terço anterior do conduto, 
paresia ou paralisia facial, podendo também apresentar 
vertigem e hipoacusia, caracterizando a síndrome de Ram-
say-Hunt
L� Erisipela
M� Infecção aguda do pavilhão auricular, causada pelo S. au-
reus, secundária à otite externa difusa aguda ou trauma
M� O pavilhão auricular apresenta-se congesto, com aspecto 
áspero, lembrando “casca de laranja”
M� Sintomas sistêmicos como febre, taquicardia e calafrios 
podem estar presentes
OTITE MÉDIA EXTERNA
32 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 33
OU
VI
DO
L� Otite Externa Eczematosa
M� Várias patologias dermatológicas podem cursar com aco-
metimento da orelha externa, como Dermatite Atópica, 
Dermatite Seborréica, Dermatite de Contato, Psoríase, Lúpus 
Eritematoso, entre outras
M� A queixa mais comum do paciente é prurido intenso
M� A otoscopia mostra presença da pele do conduto auditivo 
externo hiperemiado, com descamação da pele. Otorréia ama-
relada pode estar presente quando há infecção superposta
DIAGNÓSTICO
L� Os principais objetivos ao se avaliar um paciente com otite 
externa são:
M� Identificar se há comprometimento sistêmico 
M� Identificar os casos de otite externa maligna
M� Diferenciar os subtipos de otite externa para conduzir o 
tratamento
Aspectos Clínicos
L� A história clínica e o exame físico ajudam na maioria dos 
diagnósticos.
L� Há quatro características fundamentais presentes nos casos de 
Otite Externa maligna: otalgia maior que um mês de duração, 
diabetes ou presença de qualquer outra condição que leve à 
imunodepressão, otorréia purulenta persistente com tecido de 
granulação em conduto por várias semanas e acometimento 
de pares cranianos.
Aspectos Laboratoriais
L� Geralmente não são necessários exames laboratoriais para 
diagnóstico de otite externa.
L� Na suspeita de otite externa maligna devem ser pedidos bac-
teriologia da otorréia, glicemia de jejum e VHS.
Exames de Imagem
L� Os exames de imagem são solicitados nos casos de suspeita 
de otite externa maligna para diagnóstico de osteomielite de 
base de crânio:
M� Tomografia computadorizada: mostra espessamento de 
partes moles, velamento da mastóide, envolvimento da 
articulação têmporo-mandibular, erosão da parede anterior 
do CAE e osteólise do osso temporal até a base do crânio. 
Tomografia normal não exclui o diagnóstico
M� Ressonância nuclear magnética: é útil no diagnóstico inicial. 
Pode mostrar acometimento intracraniano e aumento e 
processo inflamatório de partes moles
M� Cintilografia com Tecnécio 99m: faz diagnóstico precoce da 
osteomielite, pois se fixa nas áreas de osteogênese. Perma-
nece positivo por um ano, não sendo um bom exame para 
seguimento do paciente
M� Cintilografia com Gálio: apresenta boa sensibilidade e 
especificidade. Monitoriza a evolução clínica, pois o gálio 
se impregna nos polimorfonucleares e com a melhora há 
negativação do exame
TRATAMENTO
L� A maioria dos pacientes não necessita de internação, podendo 
ser tratados em ambiente domiciliar.
L� Medidas gerais
M� Evitar molhar o ouvido enquanto o processo inflamatório 
estiver ativo. Orientamos o paciente a colocar um algodão 
embebido levemente em óleo (neutro, amêndoa ou vaselina 
líquida) antes de tomar banho e evitar mergulhos em piscina 
ou mar até avaliação com otorrinolaringologista
M� Evitar traumas, como colocação de hastes de algodão no 
ouvido ou outros materiais
M� Antiinflamatórios e analgésicos podem ser utilizados
L� Nos casos de Otite Externa Difusa Aguda é indicado uso 
de gotas otológicas (com corticóide e antibiótico). Utilizam-se 
usualmente 3 gotas na orelha acometida três vezes ao dia por 
10 dias.
L� Nos pacientes em que há comprometimento sistêmico ou 
acometimento de estruturas como pavilhão, articulação têm-
poro-mandibular ou presença de linfonodos, é necessário uso 
de antibióticos sistêmicos.
L� Nos casos de Otite Externa Difusa Aguda Localizada em que 
OTITE MÉDIA EXTERNA
34 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 35
OU
VI
DO
há a presença de ponto de flutuação, é realizada a drenagem 
do abscesso. Cefalexina é prescrita por 10 dias.
L� Na Miringite Bolhosa, o tratamento de escolha é a eritromi-
cina por 10 dias. Os novos macrolídeos, como roxitromicina, 
azitromicina e claritromicina são outras opções antimicrobianas. 
Rompimento das bolhas melhora a dor, mas pode predispor a 
infecção secundária.
L� Nos casos de Otomicose, é importante a remoção cuidadosa 
do fungo e da secreção presente no ouvido através de curetas 
delicadas ou aspiração. São utilizados antifúngicos tópicos com 
clorfenesina ou clotrimazol.
L� Na presença de vesículas em pavilhão é utilizado aciclovir 
ou valaciclovir por 10 dias. Na Síndrome Ramsay-Hunt, o 
paciente deverá ser internadopara administração endovenosa 
do antiviral.
L� Nos casos de Pericondrite, Condrite e Erisipela de pavi-
lhão é necessário o uso de antibiótico sistêmico. A droga de 
escolha é a cefalexina e em casos mais importantes pode ser 
utilizada o ciprofloxacino, ambas por 10 dias. Se há pontos de 
flutuação é necessária a drenagem do abscesso e realização 
de curativo compressivo para evitar recoleção, que é comum. 
Na suspeita de Otite Externa Maligna, o paciente deverá ser 
internado para medicação endovenosa. A droga de escolha é 
o ciprofloxacino (dose de adulto: 400 mg EV de 12/12 horas). 
Cefalosporinas antipseudomonas (ceftazidima) e rifampicina 
podem ser utilizadas. Nos casos em que é isolado o Aspergillus 
sp, é necessário o uso de antifúngicos como a anfotericina. O 
tempo de tratamento varia de 6 a 9 semanas. Em casos mais 
graves, debridamento cirúrgico às vezes é necessário.
L� Na Otite Externa Eczematosa são utilizados agentes quera-
tolíticos ou cremes à base de corticóide. Gotas otológicas com 
antibiótico também podem ser utilizadas, principalmente em 
casos em que há infecção secundária.
COMPLICAÇÕES
L� As complicações variam desde o comprometimento de estruturas 
adjacentes até quadros mais importantes com risco de vida.
L� As complicações mais comuns são:
M� Estenose de conduto
M� Miringite com conseqüente perfuração da membrana tim-
pânica
M� Celulite auricular
M� Condrite e pericondrite, com deformação do pavilhão
M� Otite externa maligna
OTITE MÉDIA EXTERNA
36 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 37
OU
VI
DO1.5
Complicações 
das Otites
CONSIDERAÇÕES GERAIS
DEFINIÇÃO
L� Trata-se da extensão do processo inflamatório ou dos produtos 
da inflamação para outras regiões do osso temporal (mastóide, 
região petrosa, labirinto), para o pescoço ou para o crânio 
(meninges e parênquima cerebral). Pode ocorrer após episódios 
de Otite Média Aguda (OMA) ou na evolução de Otite Média 
Crônica (OMC).
L� São subdivididas em:
M� Complicações intratemporais:
N� Mastoidite coalescente
N� Abscesso subperiostal
N� Abscesso de Bezold
N� Abscesso temporal
N� Petrosite
N� Labirintite
N� Fístula labiríntica
N� Paralisia facial
M� Complicações intracranianas:
N� Meningite
N� Abscesso extradural
N� Tromboflebite de seio sigmóide
N� Abscesso subdural
N� Abscesso cerebral
N� Abscesso cerebelar
N� Hidrocéfalo Óticus
FISIOPATOLOGIA
L� O processo infeccioso do ouvido médio dissemina-se por 
periflebites e tromboflebites, erosão óssea ou extensão por 
contigüidade.
L� A via mais comum de um microrganismo atingir o espaço 
subaracnóide, parênquima cerebral, seios da dura-máter e 
espaço subperiostal é através das periflebites e tromboflebites. 
Os vasos da orelha média e mastóide comunicam-se com os 
vasos do espaço subaracnóide e parênquima cerebral. Por esta 
via, as complicações geralmente são precoces, ocorrendo em 
torno de 10 dias da manifestação inicial da doença.
L� Quando a secreção da mastóide e antro não drena para a 
orelha média, há aumento da pressão local levando a osteíte 
e osteonecrose. A erosão das trabéculas ósseas na mastóide 
leva a mastoidite coalescente.
L� Na extensão direta ou por contigüidade, a infecção dissemina-se 
por aberturas normais entre a orelha média e interna (janela 
oval) ou entre a orelha interna e o espaço subaracnóideo 
(aqueduto coclear, aqueduto vestibular, conduto auditivo ex-
terno). Pode também ocorrer disseminação direta através de 
seio sigmóide deiscente. 
ETIOLOGIA
L� Nas complicações da OMA, os microrganismos costumam ser 
os mesmos das otites médias não complicadas, como o Strep-
tococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae não tipável 
COMPLICAÇÕES DAS OTITES
38 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 39
OU
VI
DO
Porém, outras bactérias, como Gram-negativos, Staphylococcus 
aureus e Haemophilus influenzae tipo B, que não são usuais 
na OMA, são isoladas em culturas de secreção de otites com-
plicadas.
L� Nas complicações de OMC, a flora é mista, sendo a Pseudo-
monas aeruginosa o aeróbio mais comum e o Bacteroides e 
Peptococcus os anaeróbios mais freqüentemente isolados.
EPIDEMIOLOGIA
Fatores de Risco
L� Idade (crianças são mais suscetíveis)
L� Diabetes mellitus
L� Imunodepressão
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
Sinais e Sintomas
L� As complicações ocorrem em OMC de longo período ou 2 
a 3 semanas após OMA. Os sinais e sintomas sugestivos de 
complicações são:
M� Vertigem com náusea e vômitos e presença de nistagmo 
horizontal
M� Perda de audição recente
M� Paralisia facial
M� Dor retroorbitária (petrosite)
M� Febre em OMC (sinal precoce de complicação intracra-
niana)
M� Edema e dor retroauricular (mastoidite)
M� Cefaléia recente e letargia
M� Papiledema
M� Confusão mental
M� Abaulamento e rigidez cervical
L� Mastoidite Aguda Coalescente 
Trata-se da complicação mais comum, em que há erosão das 
trabéculas ósseas.
M� O Streptococcus pneumoniae é o microrganismo mais co-
mum, seguido do S. aureus e S. pyogenes 
M� Otalgia e dor retroauricular
M� Febre
M� Otorréia pode estar presente nos casos em que há perfuração 
de membrana timpânica
M� Abaulamento no quadrante póstero-superior da membrana 
timpânica
M� Edema e hiperemia retroauricular, causando protrusão au-
ricular com desaparecimento do sulco retroauricular
L� Abscesso Subperiostal 
 Coleção purulenta adjacente à mastóide que resulta após OMC 
ou OMA.
M� Pavilhão auricular deslocado ântero-inferiormente, eritema 
e ponto de flutuação na pele
M� A membrana timpânica pode estar íntegra ou com perfuração 
drenando secreção purulenta
L� Abscesso Temporal 
 Erosão da raiz do arco zigomático levando ao acúmulo de 
secreção na fossa temporal.
M� Processo inflamatório em pavilhão que se encontra hipere-
miado e endurecido (plastrão inflamatório)
M� Febre
M� Abaulamento da fossa temporal, com edema local, rubor, 
podendo haver ponto de flutuação na pele
M� A membrana timpânica está íntegra na maioria dos casos
L� Petrosite
M� Há infecção do ápice petroso, podendo levar a outras com-
plicações como meningite, abscesso extradural, cerebral e 
labirintite supurativa
M� Dor facial profunda
M� Tríade de Gradenigo pode estar presente: paralisia do nervo 
abducente (VI), dor facial profunda e otorréia
L� Labirintite
M� Pode decorrer da liberação de produtos tóxicos (labirintite 
serosa), da presença de bactérias e exsudato purulento no 
espaço perilinfático (labirintite supurativa) ou pela presença 
de tecido mole, geralmente colesteatoma, no espaço peri-
linfático
M� Vertigem severa de início súbito
M� Hipoacusia neurossensorial
COMPLICAÇÕES DAS OTITES
40 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 41
OU
VI
DO
M� Presença de nistagmo com a fase rápida batendo para o 
lado comprometido
M� Náuseas e vômitos
L� Fístula Labiríntica
M� Hipoacusia neurossensorial 
M� Vertigem
M� Pode ser assintomática (10% dos pacientes com colesteatoma 
têm fístula sem provocar sintomas)
L� Paralisia Facial 
M� Nas crianças é mais comum após episódios de OMA e nos 
adultos é mais freqüente ocorrer após crises de reagudização 
de OMC
M� Desvio da rima labial (pelo comprometimento do músculo 
orbicular da boca)
M� Fechamento ocular incompleto (comprometimento do mús-
culo orbicular do olho)
M� Hiperemia ocular por exposição do olho e redução do 
lacrimejamento
M� Alterações gustativas
M� Intolerância a sons altos
L� Meningite
M� Ocorre mais em crianças após episódios de OMA, sendo 
os agentes etiológicos mais freqüentemente encontrados o 
H. influenzae, S. pneumoniae e estreptococos beta-hemo-
lítico do grupo A
M� Sinais de hipertensão intracraniana (cefaléia, fotofobia, 
letargia, náuseas, vômitos)
M� Rigidez de nuca
M� Sinal de Brudzinski(flexão involuntária do tornozelo, joelho 
e quadril quando o pescoço é flexionado)
M� Sinal de Kernig (a flexão do quadril sobre abdome impede 
a completa flexão do joelho)
L� Abscesso Extradural
 Coleção purulenta entre o osso e a dura-máter.
M� Febre baixa, cefaléia e dor profunda na mastóide são os 
principais sintomas
M� Pode apresentar poucos sintomas, sendo um achado de 
exame durante a realização de tomografia, principalmente 
em otomastoidite aguda
L� Tromboflebite do Seio Sigmóide
M� Febre
M� Otalgia
M� Cefaléia 
M� Diminuição do nível de consciência
M� Quando a trombose progride para o bulbo da jugular, pode 
ocorrer a Síndrome do Forame Jugular, que se caracteriza 
por hipertensão intracraniana e acometimento dos nervos 
cranianos IX, X e XI
L� Abscesso Subdural
 (Abscesso intrameníngeo, no espaço subaracnóideo).
M� Raramente associado à otite média
M� Cefaléia
M� Rigidez de nuca
M� Rebaixamento do nível de consciência
M� Convulsões
M� Sinais focais (hemiparesia)
L� Abscesso Cerebral
M� Geralmente decorre de otite média crônica colesteatomatosa
M� A flora é polimicrobiana com bactérias Gram-positivas (Strep-
tococcus sp e Staphylococcus sp), bacilos Gram-negativos 
(Proteus, E. coli, Pseudomonas sp e Klebsiella sp) e anaeró-
bios (Peptococcus, Peptoestreptococcus e Bacteroides)
M� Os sintomas iniciais são febre baixa, perda da concentração, 
cefaléia e astenia
M� Na evolução do quadro há redução do nível de consciência, 
piora da cefaléia, vômitos e sinais neurológicos focais
M� Fundo de olho mostra papiledema
L� Abscesso Cerebelar
M� Sinais de hipertensão intracraniana são mais intensos
M� Podem ocorrer sinais localizatórios, hipermetria e ataxia
L� Hidrocéfalo Óticus
 (Aumento da pressão intracraniana associada à OMA ou OMC 
sem meningite ou abscesso intracraniano; ocorre provavelmen-
te devido à trombose do seio sigmóide).
M� Cefaléia
M� Rigidez de nuca
M� Letargia 
M� Papiledema
COMPLICAÇÕES DAS OTITES
42 Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta 43
OU
VI
DO
DIAGNÓSTICO
L� Na suspeita de complicação intratemporal ou intracraniana é 
mandatória a realização de tomografia de ossos temporais e de 
crânio. A ressonância magnética traz informações adicionais.
L� Na suspeita de meningite, a punção liquórica deve ser realiza-
da após ser descartada, pela tomografia computadorizada, a 
presença de hipertensão intracraniana e abscesso, pelo risco 
de herniação durante o procedimento.
L� Na drenagem do abscesso, o material deve ser enviado para 
o bacterioscópico direto e cultura.
L� O liquor deve ser enviado para citologia e cultura.
L� Hemograma mostra freqüentemente leucocitose com desvio à 
esquerda.
L� Há aumento do VHS.
TRATAMENTO
L� Nos pacientes com complicações intratemporais e intracranianas 
com membrana timpânica íntegra, deve ser realizada a miringo-
tomia com coleta de material da orelha média para cultura.
L� Os pacientes com complicação intracraniana devem ser avalia-
dos por um neurocirurgião quanto à necessidade de drenagem 
do abscesso.
L� Pacientes com complicação devem ser internados para anti-
bioticoterapia endovenosa.
L� O antibiótico deve ser de largo espectro e que passe a barreira 
hematoencefálica. 
M� Nas mastoidites e meningites a droga de escolha é a 
ceftriaxona, pela sua boa penetração no sistema nervoso 
central.
M� Nos abscessos extradural e subdural, a antibioticoterapia 
deve ser mantida por pelo menos 3 semanas. Nos casos de 
abscessos cerebrais, a antibioticoterapia deve se estender 
por no mínimo 6 semanas. Podem ser utilizadas a penicilina 
associada ao metronidazol ou ceftriaxona. 
L� Os pacientes com complicação decorrente de OMC deverão 
ser submetidos à cirurgia (mastoidectomia) para erradicação 
do foco primário.
L� Abscessos subperiostais e temporais podem ser puncionados 
e drenados com anestesia local e internados para antibiotico-
terapia endovenosa e reavaliados posteriormente para decisão 
da necessidade de cirurgia.
L� Na trombose do seio sigmóide deve ser administrada antibioti-
coterapia endovenosa por 21 dias. O tratamento cirúrgico inclui 
mastoidectomia e abertura do seio sigmóide para drenagem da 
secreção purulenta ou material necrótico do seu interior.
COMPLICAÇÕES DAS OTITES
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2.1
Gripe (Influenza)
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Definição
L� A gripe (influenza) é uma doença respiratória aguda, que a 
cada inverno atinge 10 a 40% da população suscetível, em 
surtos que duram de cinco a seis semanas.
Etiologia
L� O agente etiológico da gripe é o Myxovirus influenzae, também 
denominado vírus influenza.
L� O Myxovirus influenzae subdivide-se nos tipos A, B e C, sendo 
que apenas os tipos A e B têm relevância clínica em huma-
nos.
L� Apresenta altas taxas de mutação, resultando em novas variantes 
do vírus, para as quais a população não apresenta imunidade.
 EPIDEMIOLOGIA
Incidência e Prevalência
L� Os casos ocorrem anualmente nos meses de outono e inverno 
e de forma epidêmica a cada 2-3 anos e como pandemias, com 
altas taxas de mortalidade, a cada 10-20 anos.
L� A maior taxa de ataque durante as epidemias de influenza 
ocorre em crianças na idade escolar, que posteriormente dis-
seminam a doença para os adultos.
Fatores de Risco
L� Idosos
L� Condições precárias de saúde
L� Ausência de anticorpos específicos contra proteínas da super-
fície do capsídeo viral
QUADRO CLÍNICO
Sinais e Sintomas
L� O período de incubação da doença é de 1-2 dias.
L� O surgimento dos sintomas da gripe ocorre em geral de maneira 
abrupta e não se limita ao trato respiratório.
L� Dor de cabeça, calafrios e mal-estar são as primeiras queixas 
dos pacientes.
L� Febre alta (38,50 a 400C) está presente na maioria dos casos e 
está presente nos primeiros 3 dias.
L� As crianças podem apresentar sintomas gastrointestinais, ca-
racterizados por vômitos e dores abdominais.
L� O quadro é acompanhado de dor de garganta, congestão nasal 
e coriza. 
L� Dores musculares são sintomas comuns da gripe.
L� O quadro é usualmente autolimitado, podendo durar de 3 a 7 
dias. Nos idosos ou em indivíduos portadores de doença crônica, 
o impacto da doença pode ser mais grave, sendo muitas vezes 
necessária internação hospitalar devido ao desenvolvimento de 
infecções secundárias (ex: pneumonia, rinossinusites, etc.).
L� Em casos severos, há desenvolvimento da Síndrome do Des-
conforto Respiratório Agudo (SRDA).
L� Miocardite e pericardite têm sido associadas com a doença.
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico Diferencial
L� Resfriado comum
L� Infecção causada pelo vírus sincicial respiratório e adenovírus
GRIPE (INFLUENZA)
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L� Broncopneumonia por pneumococo
L� Pneumonias atípicas por Legionella, Mycoplasma
Aspectos Laboratoriais
L� Os exames disponíveis para diagnóstico da infecção causada 
pelo vírus influenza são os testes rápidos de identificação do 
vírus através da imunofluorescência indireta ou ensaio imuno-
enzimático (Elisa).
L� O padrão ouro no diagnóstico é a cultura do vírus em células 
ou ovos embrionados de galinha.
L� Sorologia, através do teste de inibição da hemoaglutinação 
em amostras de pareadas no soro, pode ser realizada na fase 
aguda e de convalescença da doença.
TRATAMENTO
L� Podem ser utilizados medicamentos sintomáticos, que embo-
ra não apresentem ação específica sobre o vírus influenza, 
promovem o alívio parcial dos sintomas. São comumente 
utilizados:
M� Paracetamol
M� Dipirona
M� Ibuprofeno
M� Ácido acetilsalicílico. Evitar utilizar estes medicamentos em 
crianças menores de 12anos, já que seu uso, na presença 
de certas viroses, incluindo a gripe, está relacionado ao 
desenvolvimento da síndrome de Reye.
L� Não é necessária a introdução de antibióticos, exceto nos casos 
de infecção bacteriana concomitante.
L� Podem ser utilizados antivirais, com ação específica sobre o 
vírus:
M� Rimantadina (não comercializado no Brasil): Apresenta uso 
restrito na prática clínica, pois age apenas sobre o vírus 
influenza A, induz resistência viral precoce e apresenta 
vários efeitos colaterais no sistema nervoso central e trato 
gastrointestinal.
M� Oseltamivir e zanamivir são antivirais de segunda geração e 
agem na inibição da enzima neuramidase do vírus influen-
za tipo A e B, impedindo a infecção de novas células. Em 
adultos, a administração de um dos medicamentos dentro 
das primeiras 36 horas do início dos sintomas pode reduzir 
em 25-30% a duração da doença e em 40% a gravidade dos 
sintomas de infecções não complicadas.
N� Oseltamivir: pode ser utilizado a partir dos 18 anos na 
dose de 75 mg (1 comprimido) duas vezes ao dia, durante 
cinco dias. Os principais efeitos colaterais são: náuseas 
e vômitos.
N� Zanamivir: pode ser utilizado a partir dos 12 anos. Sua 
apresentação é na forma de pó e sua administração é 
realizada através de inalação oral. A dose recomendada 
consiste em duas inalações diárias de 5 mg em intervalos 
de 12 horas, durante 5 dias. Os principais efeitos colaterais 
são náuseas, vômitos, tosse, cefaléia e tontura.
PROFILAXIA
L� A vacinação constitui a forma mais efetiva para a profilaxia da 
gripe e deve ser administrada anualmente nos meses de março 
e abril.
L� A vacina contém em sua composição três variantes do vírus 
influenza, recomendadas anualmente pela Organização Mundial 
da Saúde, com base nos dados obtidos pela rede mundial de 
vigilância da gripe. Se há correlação entre os vírus circulantes 
e os vacinais, a eficácia da vacina é de 70% a 90% em crianças 
e adultos saudáveis. 
L� A vacina pode ser aplicada a partir dos 6 meses de idade.
L� Recomenda-se a vacina em:
M� Pacientes com doença crônica (insuficiência renal, diabetes, 
imunodepressão, doenças pulmonares, entre outras)
M� Pacientes acima de 65 anos
M� Pacientes acamados
M� Crianças submetidas a terapia de longa duração com 
aspirina
M� Profissionais da área da saúde
GRIPE (INFLUENZA)
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2.2
Rinossinusite 
Aguda
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Definição
L� Rinossinusite é um processo inflamatório da mucosa de re-
vestimento dos seios paranasais. A rinossinusite é classificada 
em aguda, subaguda e crônica, dependendo da duração da 
infecção e é anatomicamente dividida em sinusite maxilar, 
etmoidal, frontal e esfenoidal. 
M� Rinossinusite aguda: caracterizada por sinais e sintomas de 
inflamação por um período menor que 4 semanas
M� Rinossinusite subaguda: inflamação com duração entre 4 
semanas e 3 meses 
M� Rinossinusite crônica: duração superior a 3 meses (abordada 
em outro capítulo)
M� Rinossinusite recorrente: múltiplos episódios, nos quais os 
sinais e sintomas desaparecem entre um episódio e outro 
L� Outros grupos de rinossinusite são as rinossinusites nosocomiais 
e fúngicas (abordadas em outro capítulo)
Etiologia
L� A maioria dos casos de rinossinusite aguda é causada por in-
fecção bacteriana após um resfriado comum, que causa edema 
do complexo óstio-meatal e obstrução da drenagem dos seios 
paranasais. Particularmente em casos de rinossinusite maxilar, 
a causa é odontogênica em 5 a 10% dos casos. 
L� Os principais agentes da rinossinusite aguda (adquirida na 
comunidade) são:
M� Bacteriana: Streptococcus pneumoniae (~30%), Haemophi-
lus influenzae (~20%), (cepas não tipáveis). Em crianças, 
Moraxella catarrhalis é um agente causal importante, 
acometendo aproximadamente 20% dos casos (em adultos 
~2%). Em adultos, os bacilos Gram-negativos também são 
agentes importantes (~9%), e os anaeróbios (~6%) devem 
ser considerados em infecções de causa odontogênica. 
Staphylococcus aureus (~4%) são causas raras, assim como 
Streptococcus pyogenes (~2%).
M� Vírus: Rinovírus, vírus influenza e vírus parainfluenza são 
causas de rinossinusite aguda como agente único ou em 
combinação com bactérias, em um quinto dos casos em 
adultos.
M� Chlamydia pneumoniae (cepa TWAR) deve ser considerada 
entre os agentes etiológicos em rinossinusite adquirida em 
comunidade. 
EPIDEMIOLOGIA
Incidência e Prevalência
L� Em torno de 0,5% das infecções de vias aéreas superiores irão 
desenvolver uma rinossinusite aguda. É mais prevalente nos 
meses do outono e inverno
L� O seio mais acometido é o maxilar
L� É mais comum em adultos do que em crianças
L� Acomete igualmente o sexo feminino e masculino 
Fatores de Risco
L� Alterações anatômicas (atresia de coanas, desvio septal, pre-
sença de corpo estranho, tumores)
RINOSSINUSITE AGUDA
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L� Rinite alérgica
L� Infecções odontogênicas
L� Barotrauma
L� Irritantes químicos 
L� Imunodeficiências
L� Infecção de vias aéreas superiores prévia
QUADRO CLÍNICO
Sinais e Sintomas
L� Persistência de sintomas de trato respiratório alto (obstrução 
nasal) maior que 7-10 dias
L� Rinorréia purulenta e descarga nasal posterior
L� Tosse persistente
L� Sensação de pressão na fronte e região maxilar
L� Febre (em metade dos casos)
L� Cefaléia
L� Obstrução nasal
L� Anosmia ou hiposmia, cacosmia
L� Eritema e edema na região dos seios paranasais
L� Dor maxilar e dentária que piora quando se abaixa a cabeça
L� Dor frontal (nos casos de rinossinusite frontal)
L� Dor retroorbitária com irradiação para a região occipital
L� Dor retroorbitária e edema bipalpebral com lacrimejamento 
excessivo (rinossinusite etmoidal)
DIAGNÓSTICO
Aspectos Clínicos
L� O diagnóstico da rinossinusite aguda é clínico, por isso são 
importantes a história e o exame físico do paciente.
L� Nos pacientes com sintomas persistentes de infecção de vias 
aéreas superiores com duração maior que 7-10 dias, o diag-
nóstico de rinossinusite aguda deve ser considerado.
Aspectos Laboratoriais
L� Normalmente não são necessários exames laboratoriais para 
diagnóstico da rinossinusite aguda.
L� Em pacientes com suspeita de rinossinusite aguda complicada, 
o leucograma e o VHS (velocidade de hemossedimentação) 
podem ser pedidos para monitorização do quadro.
L� Usualmente não é necessário o isolamento do germe em cultura 
para início do tratamento. Nos pacientes imunodeprimidos e 
nas infecções recorrentes, em que germes não usuais podem 
estar envolvidos na patogênese da rinossinusite, a cultura do 
material é importante para guiar a antibioticoterapia.
Exames de Imagem
L� Transiluminação: é limitada, pois permite apenas a avaliação 
do seio maxilar e frontal e é pouco confiável. Opacificação 
completa é uma boa evidência de rinossinusite. Assimetria e 
hipoplasia dos seios podem levar a conclusões errôneas.
L� Nasofibroscopia: complementa os dados da rinoscopia anterior. 
A visualização de secreção mucopurulenta no meato médio faz o 
diagnóstico de rinossinusite. Drenagem de secreção sob o tórus 
tubário é indicativa de rinossinusite maxilar, frontal e etmoidal 
anterior. Secreção passando superiormente à abertura da tuba 
auditiva geralmente é proveniente do recesso esfenoetmoidal e 
reflete doença do esfenóide e/ou etmóide posterior. 
L� Radiografia simples (posição de Waters, Caldwell, Hirts e 
perfil): a presença de opacificação, nível hidroaéreo e espes-
samento mucoso maior que 4 mm é sugestiva de infecção 
aguda. Entretanto, a radiografia é útil apenas se analisada 
junto à história e exame físico.Apresenta baixa sensibilidade 
e especificidade. 
L� A tomografia computadorizada é muito mais sensível que a 
radiografia simples, principalmente para avaliar o etmóide e o 
esfenóide. Não deve ser um exame pedido de rotina para o diag-
nóstico de rinossinusite aguda. É especialmente importante para 
avaliar a extensão da doença e na suspeita de complicações.
 O diagnóstico diferencial da rinossinusite aguda inclui o res-
friado comum, rinite alérgica e rinite vasomotora. Nas crianças, 
é importante diferenciar o quadro com adenoidite aguda.
TRATAMENTO
L� A maioria dos pacientes não necessita de internação, podendo 
ser tratados em ambiente domiciliar.
RINOSSINUSITE AGUDA
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L� Medidas gerais:
M� Hidratação.
M� Umidificação do ambiente.
M� Lavagem nasal com solução salina isotônica (soro fisiológico) 
ou solução hipertônica (1 litro de água fervida, 2 colheres 
de sobremesa rasa de sal marinho - 20 g, 1 colher de so-
bremesa rasa de bicarbonato de sódio - 10 g; ou soluções 
hipertônicas comercializadas).
M� Descongestionantes tópicos: melhoram a obstrução nasal, 
mas devem ser usados por um curto período de tempo (até 
5 dias) para evitar rinite medicamentosa.
M� Anti-histamínicos melhoram a rinorréia e a obstrução, assim 
como as queixas de prurido e espirros, mas apresentam o 
inconveniente de deixarem a secreção nasal mais espessa 
e normalmente não são utilizados.
M� Corticosteróides sistêmicos diminuem o edema inflamatório. 
Seu uso deve ser limitado para casos selecionados (por 
exemplo, em que o edema da mucosa nasal é acentuado).
L� A escolha do antibiótico é empírica, uma vez que o isolamento 
do germe através da punção maxilar não é indicado de rotina.
L� O antibiótico escolhido deve ser de amplo espectro e cobrir 
todas as causas possíveis, mas deve ser particularmente efetivo 
contra S. pneumoniae e H. influenzae.
L� A duração do tratamento deve ser de 10 a 14 dias.
L� Drogas de escolha
M� 1ª escolha:
N� Amoxicilina 50 mg/kg/dia de 8 em 8 horas (dose pediátri-
ca) ou 500 mg 3 vezes ao dia para adultos por 10 dias
M� 2ª escolha:
N� Amoxicilina-clavulanato: 50 mg/kg/dia de amoxicilina 
divididos a cada 8 horas (dose pediátrica) ou para adultos 
500 mg 3 vezes ao dia por 14 dias
N� Cefaclor: 20-40 mg/kg/dia divididos a cada 8 horas (dose 
pediátrica) ou para adultos 500 mg 3 vezes ao dia por 14 
dias
N� Axetil-cefuroxima: 30 mg/kg/dia divididos a cada 12 horas 
(dose pediátrica) ou para adultos 250-500 mg 2 vezes ao 
dia por 14 dias
N� Claritromicina: 15 mg/kg/dia divididos a cada 12 horas 
(dose pediátrica) e 500 mg de 12 em 12 horas para 
adultos
N� Cefprozil: 15 - 30 mg/kg/dia divididos a cada 12 horas 
(dose pediátrica) ou para adultos 500 mg 2 vezes ao dia 
por 14 dias
N� Cefixima: 8 mg/kg/dia divididos a cada 12 horas (dose 
pediátrica) ou para adultos 200 mg 2 vezes ao dia por 
14 dias
N� Cefpodoxima proxetil: 10 mg/kg/dia divididos a cada 12 
horas (dose pediátrica) ou para adultos 100 mg 2 vezes 
ao dia por 14 dias
N� Sulfametoxazol-trimetoprima (SMX/TMP): 8 mg TMP/kg/
dia divididos a cada 12 horas (dose pediátrica) ou para 
adultos 160 mg TMP/800 mg SMX 2 vezes ao dia por 14 
dias
M� 3ª escolha: 
N� Clindamicina: 10-30 mg/kg/dia VO divididos em 4 doses 
via oral (dose pediátrica) e para adultos 300 mg VO de 
8 em 8 horas
N� Quinolonas respiratórias (utilizadas apenas em adultos):
 - levofloxacino 500 mg, dose única diária por 10-14 dias
 - moxiflocaxino 400 mg, dose única diária por 10-14 dias
L� Internação e administração endovenosa do antibiótico podem 
ser necessárias em pacientes com infecção grave ou na suspeita 
de complicação orbitária ou intracraniana.
L� Nas rinossinusites associadas à infecção dentária, a terapia deve 
cobrir germes anaeróbios.
RINOSSINUSITE AGUDA
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2.3 
Rinossinusite 
Crônica
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Definição
L� Rinossinusite Crônica é uma inflamação da mucosa de revesti-
mento dos seios paranasais com duração superior a 3 meses. 
L� Na rinossinusite crônica há bloqueio do óstio do seio para-
nasal acometido, impedindo a entrada de ar e obstruindo a 
drenagem de secreção produzida no seu interior. A hipóxia, 
estase de secreções e as toxinas bacterianas causam alterações 
histopatológicas que tendem a ficar progressivamente irreversí-
veis somente com o tratamento clínico, sendo freqüentemente 
necessário um tratamento cirúrgico para restaurar a patência 
dos óstios de drenagem.
Etiologia
L� A maioria dos casos de rinossinusite crônica é resultado de uma 
rinossinusite aguda inadequadamente tratada ou não tratada.
L� Na rinossinusite crônica há fatores locais que dificultam a drena-
gem da secreção pelo complexo óstio-meatal ou condições que 
facilitem a persistência das alterações, como desnutrição, imu-
nodeficiências, mucoviscidose e doença dos cílios imóveis.
L� Os microrganismos isolados na rinossinusite crônica diferem 
daqueles isolados na rinossinusite aguda. Os principais germes 
são: Staphylococcus coagulase-negativo, Staphylococcus aureus, 
Pseudomonas aeruginosa, bactérias anaeróbias e fungos.
EPIDEMIOLOGIA
Fatores de Risco
L� Alterações anatômicas (atresia de coanas, desvio septal, pre-
sença de corpo estranho, tumores)
L� Rinite alérgica
L� Infecções odontogênicas
L� Barotrauma
L� Irritantes químicos 
L� Imunodeficiências
QUADRO CLÍNICO
Sinais e Sintomas
L� Duração dos sintomas por um período maior que 3 meses.
L� Rinorréia mucopurulenta, notada nas fossas nasais ou como 
drenagem posterior. É mais evidente pela manhã e melhora 
com o passar do dia.
L� Obstrução nasal por edema da mucosa ou por alterações 
anatômicas, como desvio septal, polipose, hipertrofia de ade-
nóide.
L� Tosse persistente é muito comum, principalmente em crian-
ças. Normalmente é seca e piora à noite, quando a drenagem 
posterior é maior, causando irritação faringolaríngea.
L� Dor não é comum na rinossinusite crônica, mas pode aparecer 
nas reagudizações. A sua localização pode fornecer pistas sobre 
o seio acometido. 
M� A sinusite frontal em geral ocasiona dores supra-orbitária e 
frontal
M� A dor da sinusite maxilar costuma aparecer na região 
malar, muitas vezes com irradiação para a arcada dentária 
superior
RINOSSINUSITE CRÔNICA
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M� A sinusite etmoidal pode provocar dor intra-orbitária
M� A esfenoidite pode ocasionar dor occipital
L� Em crianças menores de 5 anos, cefaléia é uma queixa inco-
mum, sendo a tosse seca o principal sintoma.
L� Halitose e cacosmia são sintomas freqüentes.
L� A hiposmia ocorre por obstrução nasal mecânica ou por lesão 
dos receptores da mucosa olfatória.
L� Febre é um sintoma incomum.
L� A rinoscopia anterior mostra mucosa hiperemiada e edemacia-
da, embora possa estar mais pálida, como na rinite alérgica. 
A presença de secreção mucopurulenta nas fossas nasais, 
especialmente no meato médio, é freqüente. Deve-se estar 
atento para variações anatômicas (presença de concha média 
bulosa, desvio de septo) ou inflamatórias (polipose nasal) que 
favoreçam o bloqueio do óstio sinusal.
L� A oroscopia pode mostrar drenagem posterior de secreção na 
orofaringe.
DIAGNÓSTICO
Aspectos Clínicos
L� A anamnese fornece dados importantes para o diagnóstico de 
rinossinusite crônica, mas o exame físico é importante para 
avaliar as alterações predisponentes e o planejamento tera-
pêutico.
Aspectos Laboratoriais
L� Na suspeita de imunodeficiência devem ser pedidos: Hemo-
grama completo,dosagem de imunoglobulinas, dosagem de 
complemento e pesquisa de imunodeficiências adquiridas 
(sorologia para HIV).
L� Em crianças com rinossinusites e pneumonias de repetição, deve-
se suspeitar de fibrose cística. O diagnóstico é realizado com a 
dosagem de sódio e cloro no suor (concentração de cloro no 
suor maior que 80 meq/L nos adultos e maior que 60 meq/L em 
pacientes menores de 20 anos, em duas dosagens diferentes).
L� A cultura de secreção da cavidade nasal tem pouco significado 
devido a presença de microrganismos contaminantes. Para 
isolamento do germe é necessária cultura da secreção do me-
ato médio ou, idealmente, aspiração do conteúdo dos seios, 
principalmente o maxilar, o que usualmente não é realizado 
de rotina. A cultura e o isolamento do microrganismo estão 
indicados em:
M� Sinusite nosocomial
M� Paciente imunocomprometido
M� Infecção resistente a vários antibióticos
Exames de Imagem
L� Nasofibroscopia: complementa os dados da rinoscopia anterior. 
A visualização de secreção mucopurulenta no meato médio 
faz o diagnóstico de rinossinusite. Drenagem de secreção sob 
o tórus tubário é indicativa de rinossinusite maxilar, frontal e 
etmoidal anterior. Secreção passando superiormente à abertura 
da tuba auditiva geralmente é proveniente do recesso esfeno-
etmoidal e reflete doença do esfenóide e/ou etmóide posterior. 
Observar a presença de fatores anatômicos que possam impedir 
a drenagem de secreção pelo complexo óstio-meatal.
L� Radiografia simples (posição de Waters, Caldwell, Hirtz e per-
fil): é um método bidimensional e não avalia com exatidão 
a extensão da inflamação, além de fornecer poucos dados 
anatômicos.
L� Tomografia computadorizada: deve ser pedida em todos os 
pacientes com rinossinusite crônica para avaliar a extensão da 
doença e afastar outras causas (ex.: neoplasias). O plano coro-
nal evidencia a unidade óstio-meatal e a presença de alterações 
anatômicas que possam estar predispondo à cronificação da 
infecção. A presença de duplo contorno e material de aspecto 
metálico no interior dos seios pode sugerir infecção fúngica.
L� Ressonância magnética: tem valor importante nas complicações 
orbitárias e intracranianas de doença sinusal inflamatória, bem 
como no diagnóstico diferencial com processos neoplásicos e 
na suspeita de rinossinusite fúngica.
TRATAMENTO
L� As alterações histopatológicas da rinossinusite crônica são 
progressivamente menos reversíveis com o tratamento clínico 
isolado.
RINOSSINUSITE CRÔNICA
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L� Medidas gerais:
M� Hidratação
M� Umidificação do ambiente
M� Lavagem nasal com solução salina (soro fisiológico) ou 
solução hipertônica (1 litro de água fervida, 2 colheres de 
sobremesa rasa de sal marinho e 1 colher de sobremesa 
rasa de bicarbonato de sódio ou utilização de soluções 
hipertônicas prontas)
M� Descongestionantes tópicos: melhoram a obstrução nasal, 
mas devem ser usados por um curto período de tempo (até 
5 dias) para evitar rinite medicamentosa
M� Anti-histamínicos melhoram a rinorréia e a obstrução, assim 
como as queixas de prurido e espirros, mas apresentam o 
inconveniente de deixarem a secreção nasal mais espessa 
e normalmente não são utilizados
M� Corticosteróides sistêmicos são úteis como terapia adjuvante 
no tratamento dos pacientes com rinossinusite crônica, prin-
cipalmente nos pacientes com polipose nasal. Promovem a 
redução do edema, facilitando a drenagem e a manutenção 
da permeabilidade dos óstios de drenagem. Devem ser 
utilizados por 5 a 7 dias (ex.: prednisona)
L� Nas rinossinusites crônicas, a antibioticoterapia deve ter cober-
tura para microrganismos aeróbios e anaeróbios. 
 Drogas de escolha:
M� Clindamicina
M� Outras drogas como amoxicilina-clavulanato, ampicilina-sul-
bactam e as fluorquinolonas (levofloxacino e moxifloxacino) 
também podem ser utilizadas, embora tenham menor ação 
antianaeróbica
M� Cefalosporina de primeira geração (cefalexina) ou segunda 
geração (cefaclor, cefprozil, cefuroxima) associada a metro-
nidazol
L� O tempo de tratamento clínico recomendado está entre 14 a 
21 dias.
L� A drenagem endoscópica dos seios paranasais e correção da 
obstrução do complexo óstio-meatal é o método terapêutico 
mais eficiente e definitivo, devendo ser indicado na falha do 
tratamento clínico otimizado.
2.4
Rinossinusite 
Fúngica
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Definição
L� Rinossinusite Fúngica é definida como processo infeccioso-
inflamatório dos seios paranasais e cavidade nasal causada por 
fungos. Os fungos são germes saprófitas no organismo humano 
e se tornam patogênicos em determinadas circunstâncias.
L� As sinusites fúngicas são classificadas em três formas, depen-
dendo do estado imunológico do paciente. 
M� Não-invasivas (bola fúngica, rinossinusite fúngica alérgica, em 
pacientes sem comprometimento do estado imunológico).
M� Pouco invasivas (estado imunológico normal)
M� Invasivas (em pacientes imunocomprometidos)
Etiologia
L� As formas não-invasivas são causadas por Aspergillus sp e por 
fungos do grupo dos zigomicetos.
L� Zigomicetos (Mucor sp, Rhizopus sp), Aspergillus sp, Bipollaris 
sp e Candida albicans são os principais fungos responsáveis 
pelas formas invasivas. 
RINOSSINUSITE FÚNGICA
Infecções em Otorrinolaringologia - Ouvido • Nariz • Garganta60 61
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EPIDEMIOLOGIA
Incidência e Prevalência
L� A rinossinusite é uma afecção relativamente comum. A rinos-
sinusite fúngica deve ser considerada em todos os pacientes 
com rinossinusite (aguda ou crônica) que falham após vários 
cursos de antibioticoterapia.
L� A rinossinusite fúngica alérgica ocorre mais freqüentemente na 
terceira ou quarta década de vida.
Fatores de Risco
L� Os fatores de risco têm papel importante nas formas invasivas:
M� Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS)
M� Diabetes mellitus
M� Pacientes submetidos a quimioterapia
M� Transplantados
M� Outros estados de imunodepressão
M� Antibioticoterapia prolongada.
L� Atopia está associada a rinossinusite fúngica alérgica
QUADRO CLÍNICO
Sinais e Sintomas
L� Rinossinusite Fúngica Alérgica
M� Caracteriza-se pela associação da doença polipóide infla-
matória dos seios paranasais e secreção mucóide de origem 
alérgica
M� Os pacientes apresentam queixas comuns a outras rinossi-
nusites
M� Em aproximadamente 75% dos casos há queixa de rinor-
réia purulenta, escurecida, quase marrom, que é a mucina 
alérgica
M� Polipose nasal pode estar presente
M� Há associação com asma
L� Bola Fúngica
M� Trata-se de um emaranhado de fungos que crescem no 
interior de um seio paranasal, sem invasão tecidual
M� O seio maxilar é o mais acometido
M� O fungo mais freqüente é o Aspergillus sp.
M� Acomete pacientes imunocompetentes
M� O quadro clínico é variável. O paciente pode ser assintomá-
tico ou referir dor em pressão no seio acometido. Sintomas 
semelhantes à rinossinusite crônica podem ocorrer
L� Infestação Fúngica Saprófita
M� São esporos de fungos nas crostas da mucosa nasal
M� É comum em pacientes submetidos a cirurgia, devido à 
interrupção das vias de transporte mucociliar
M� Condição assintomática 
L� Rinossinusite Fúngica Invasiva
M� São divididas em agudas (estão presentes imunodepressão, 
invasão tecidual, necrose tecidual e evolução de menos de 4 
semanas) ou crônica (pouca ou nenhuma imunodepressão 
ou invasão tecidual)
L� Rinossinusite Fúngica Invasiva Aguda
N� O sintoma mais comum é febre sem sinais localizató-
rios
N� Evolução rápida dos sintomas
N� Perda da sensibilidade do nariz representa um sinal 
precoce
N� Pode evoluir de forma dramática, com necrose de tecidos 
da região nasal, palato e face e apresentar

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