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TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTARIO

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Caro Aluno
 
Seja bem vindo.
 
Nesta nossa disciplina trataremos de assuntos como a estrutura do sistema constitucional tributário definidas na Constituição federal de 1988 bem como o estudo da obrigação tributária e do crédito tributário disciplinados no Código Tributário Nacional, observando as noções básicas sobre o fenômeno da tributação com o objetivo principal de entender a importância no contexto sócio econômico do país, bem como o estudo dos princípios gerais tributários, das limitações ao poder de tributar. E é nossa expectativa que você aprenda bastante.
Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos 2 (duas) horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de auto-avaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana.
 Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo, os assuntos que deverão ser estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimo você deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior, se você acompanhar, também, a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso, ao longo dos estudos.
 
a – Conteúdos (assuntos) e leituras sugeridas
	Assuntos/módulos
	Leituras Sugeridas
	
	Fundamental
	Complementar
	1 – Introdução; Evolução do fenômeno da tributação; Conceito de direito tributário; Autonomia do direito tributário; Relações do direito tributário com outros ramos do direito.
	Conceito de Direito Tributário e espécies tributárias (Machado, Hugo de Brito)
	 (AMARO, Luciano)
	2 – Fontes do Direito Tributário e Legislação Tributária
	 Fontes do direito Tributário (AMARO, Luciano)
	 (CASSONE, Vitorio. Capítulo sobre Fontes e Legislação)
	3 – Vigência, Aplicação, Interpretação e Integração da Legislação Tributária
	 (Machado, Hugo de Brito)
	 (AMARO, Luciano: cap.I sobre vigência e aplicação)
	4– Competência Tributária
	HARADA, Kyoshi.
	AMARO, Luciano. Competência Tributária
	5- Limitações ao Poder de Tributar: Princípios Constitucionais Tributários e Imunidade Tributária
	 CARRAZA, Roque Antonio. Curso de Direito constitucional tributário.
	 AMARO, Luciano.
	6 - Obrigação Tributária e Responsabilidade Tributária.
	 MACHADO, Hugo de
Brito.
	 ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência tributária.
	7 - Crédito tributário e Causas Suspensivas, Extintivas e Exclusivas do crédito tributário.
	MACHADO, Hugo de Brito.
	 AMARO, Luciano.
	8- Garantias, Privilégios e Preferência do Crédito Tributário
	MACHADO, Hugo de Brito
	 AMARO, Luciano.
Nota: ver as referências bibliográficas, para maior detalhamento das fontes de consulta indicadas
 
 
b – Avaliações
Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, cabendo a você tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das datas das suas provas, dentro dos períodos especificados.
Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os exercícios de auto-avaliação, disponibilizados para você neste sistema de disciplinas on line. O que tem que ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada avaliação não são a repetições dos exercícios da auto-avaliação.
Para sua orientação, informamos na tabela a seguir, os assuntos que serão requeridos em cada uma das avaliações às quais você estará sujeito:
 
Conteúdos a serem exigidos nas avaliações
	Avaliações
	Assuntos
	Exercícios de auto-avaliação relacionados
	NP1
	Da Noções Gerais do direito tributário(módulo 1) até Competência Tributária (módulo 4)
	Exercícios dos módulos correspondentes
	NP2
	Das Limitações ao poder de tributar(módulo 5) até Garantias, privilégios e preferências do crédito tributário (módulo 8)
	Exercícios dos módulos correspondentes
	Substitutiva
	Toda a matéria
	Todos os exercícios
	Exame
	Toda a matéria
	Todos os exercícios
C – Referências bibliográficas
 
 Livro texto
 
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. São Paulo: Saraiva.
 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. São Paulo: Malheiros.
 
Outras referências
 
CARRAZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. São Paulo: Malheiros.
 
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. São Paulo: Malheiros.
 
CASSONE, Vitorio. Direito tributário. São Paulo: Atlas.
 
 Módulo 1 - Noções Gerais do Direito Tributário: Conceito de Tributo e Espécies Tributárias
FENÔMENO DE TRIBUTAR – CONCEITO DE TRIBUTO E ESPÉCEIS TRIBUTÁRIAS
 
1. Noções Gerais
 
Se Direito consiste no conjunto de normas, regras e princípios que disciplinam as relações sociais, é correto dizer que Direito Tributário é o conjunto de normas, regras e princípios que disciplinam a relação jurídica tributária.
Tal afirmação decorre do fato que toda e qualquer matéria do direito para que receba a qualificação jurídica de disciplina jurídica deve ter normas, regras e princípios jurídicos próprios que proporcionem o estudo de forma didaticamente autônoma.
Por tais razões se diz que o direto tributário é um conjunto de normas, regras, proposições e princípios jurídicos próprios que tem por fim a disciplina da instituição, fiscalização e arrecadação de tributos.
 
2.Origem
 
Em direito Administrativo se aprende que o Estado é um ente político e como tal é uma pessoa jurídica de direito público. Ora, todas as pessoas precisam de dinheiro para sobreviver. Os Estados realizam gastos para manutenção de sua existência e para oferecer conforto a seus cidadãos. Prover e manter as Forças Armadas para a defesa de seu território, serviços diplomáticos para suas relações com outros Estados e serviços administrativos internos e ainda, procuram melhorar a qualidade de vida de sua população, oferecendo-lhes serviços de assistência social e previdência, saúde, educação e muitos outros. 
Todos esses gastos demandam dinheiro. Nesse sentido, é necessário que o Estado tenha um sistema de finanças públicas para realizar e suportar os dispêndios, em moeda, para sua manutenção e de seu povo.
Há algumas possibilidades para arrecadar dinheiro aos cofres públicos: exploração do patrimônio estatal, arrecadação de tributos e mecanismos financeiros, por exemplo. Atualmente, a mais importante fonte de geração de receitas para o Estado é a tributária. Por isso, as normas jurídicas que têm por objeto os tributos despontam em importância no quadro das normas de direito público. As normas tributárias são agrupadas no que se convencionou chamar de direito tributário.
A cobrança do fisco sempre existiu, desde a Antiguidade antes de Cristo já existia o dever das pessoas em pagar tributos. Na Idade Média, a instituição da corvéia, representou a primeira noção de tributo. Existia um feudo com a cerca em volta que davam segurança para quem vivesse dentro do feudo, e para isso era preciso pagar a corvéia. Ela era o período de 3 dias trabalhado em favor do senhor feudal ou do estado. Ela era imposta ao cidadão. Daí a origem da palavra imposto. Quem não pagava era colocado para fora do feudo ou era jogado aos animais, para que servisse de exemplo para os demais.
A doutrina esclarece que o nascimento do tributo na disciplina legal foi com a Magna Carta de 1215, que trazia não só a possibilidade de tributação pelo monarca, como também impunha limites ao poder absolutista da coroa, trazendo assim garantias ao contribuinte.
Entretanto a noção de direito tributário só nasceu com o conceito de Estado Moderno, pois é com este conceito que surge regramentos mais claros
acerca do dever do estado, de seu poder e suas limitações. São essas novas regras que criam condições para um estudo acerca da instituição, da fiscalização e da arrecadação dos tributos.
Devemos salientar ainda que a primeira codificação do direito tributário foi realizada por Enno Becker, somente em1909, na Alemanha com a RAO (Reichsabgabenordnung).
 
3. A autonomia do direito tributário
       
Quando se fala em autonomia de um ramo do direito, devemos ler que se trata de disciplina didaticamente autônoma. Atentem: o Direito é uno e indivisível, entretanto para facilitar aos estudantes a ciência do direito é dividida de forma didática, mas que se inter-relaciona com os demais ramos do direito.
O direito tributário não só possui autonomia didática, através dos princípios jurídicos próprios que lhe conferem tal especialidade, como também a autonomia científica, pois o direito tributário além dos princípios próprios, tem institutos específicos (conceito de tributo, lançamento, fato gerador, imunidade, isenção, elisão e evasão fiscal, etc.).
E por fim, ainda existe a autonomia legal, uma vez que o direito positivo prevê nos diferentes graus legislativos o direito tributário. (Na constituição, no código tributário nacional, nas leis específicas sobre isenção, etc.).
 
4. Relação com os outros ramos do Direito
 
O Direito Tributário se inter-relaciona com os outros ramos do Direito:
 
1. Direito Constitucional: a relação do direito tributário com esse ramo do direito é profunda e da maior significação. O legislador constituinte tem dedicado grande atenção aos tributos. Temos um longo capítulo dentro da CF/88 dedicado a eles, intitulado sistema tributário. Nele encontramos as limitações ao poder de tributar: competência tributária, princípios constitucionais tributários, imunidades etc.
2. Direito Penal: vai disciplinar as questões tributárias que ensejam a pena  privativa de liberdade ou a pena restritiva de direito, no caso dos crimes tributários, dependendo do tipo penal. Ex: sonegação fiscal.
4. Direito Civil: Na aquisição de bens ou na transmissão destes, seja através de inventário, seja por doação, deverá haver pagamento de imposto disciplinado pelo direito tributário.
5. Direito Processual Civil: será utilizado em todas as ações e processos tributários.
6. Direito Administrativo: também é muito intensa a vinculação do direito tributário com esse ramo do direito. Um importante documento tributário é o lançamento. Ele formaliza o crédito fiscal, nas hipóteses em que cabe ao Fisco a tarefa de constituí-lo. É o lançamento é um ato administrativo, da categoria dos vinculados. Como ato administrativo, ele é estudado tanto pelo direito tributário quanto pelo direito administrativo. Além de outras do estudo das taxas determinadas para o exercício do poder de polícia ou o uso de serviço público individualizado será disciplinada pelo direito tributário.
Estes são apenas alguns dos exemplos, pois o Direito Tributário acaba tangenciando todos os demais ramos do Direito.
 
5. Conceito de Tributo
De acordo com o artigo 3º do Código Tributário Nacional, tributo é “ toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
 
Vejamos cada uma das características sublinhadas apresentadas pelo conceito legal:
 
_obrigação pecuniária compulsória: na obrigação tributária o sujeito ativo é a pessoa política (União, Estado, DF e Município) que pode (direito subjetivo) exigir a prestação do sujeito passivo, que é qualquer pessoa descrita na Lei que tem o dever jurídico de cumprir a prestação, ou seja, pagar o tributo ou emitir a NF.
_ moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: deve ser prestado em moeda nacional. Mesmo se a compra for feita em outra moeda (em euro, por exemplo), deve-se fazer a conversão em moeda nacional (para real).
_não constitua sanção por ato ilícito: não tem como ser ato ilícito porque decorre da Lei. Ora, se decorre de lei, só pode ser decorrente de ato lícito. O tributo aqui, se diferencia daMULTA, que é proveniente de um ato ilícito.Ex:não emite a nota fiscal. O fiscal vai até o estabelecimento e faz a auditoria da contabilidade da empresa. Se a saída não bate com a entrada, o fiscal faz um auto de infração e emite uma multa pelo não cumprimento do dever jurídico instrumental, ou seja, por ter praticado um ato ilícito.
_instituída por lei: (“ex-lege”) por força de Lei, ou seja, só poderá exigir o tributo se houver uma Lei que o descreva, em razão do princípio da estrita legalidade, também chamado legalidade tributária (para se ter a licitude de cobrar um tributo ele tem de estar instituído em Lei). Aqui vemos a importância do Princípio da Legalidade Tributária. Assim, cada tributo deverá ser criado por lei própria aprovado no Legislativo correspondente.
_atividade administrativa plenamente vinculada: porque a forma de cobrança do tributo é o lançamento, que é um procedimento administrativo descrito na sua integralidade pela lei.
 
 6. Espécies de tributos
 
        Segundo o artigo 145 da CF e artigo 5 do CTN, são 3 (três) as espécies tributárias, isto é, os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. E é esse é o entendimento de parte da doutrina (Paulo de Barros Carvalho, Sacha Calmon Navarro Coelho). Já para Luciano Amaro, entende que as espécies tributárias são: impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios. Porém, a doutrina predominante (dentre eles Eduardo Sabbag) e posição do Supremo Tribunal Federal, adotam a teoria pentapartida (pentapartite ou quinquipartida) que distribuiu os tributos em (5)cinco autônomas exações: impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e as contribuições.
  
1)Imposto: é o tributo, previsto no inciso I do artigo 145 da CF, cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica.O artigo 16 do CTN assim determina, in verbis:
“é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
Ex: o IR não fica adstrito a uma determinada função, se paga o imposto de renda e não se sabe para onde ele vai, sabe-se somente que vai ser aplicado na educação, ou no transporte, ou em outra atividade estatal.
  
2)Taxas: cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145, II da CF e art. 77 do CTN). É vinculada à atuação estatal:
a) exercício do poder de polícia: significa que esta atividade será remunerada através de taxa. No CTN, o art. 78 traz o conceito de poder de polícia, que resumindo significa a atividade de fiscalização. É o poder de polícia que determina o limite do direito de cada um, a fronteira entre o direito de um e de outro. Disciplina tanto na esfera pública quanto na esfera privada. Assim, toda vez que houver a necessidade do poder de polícia haverá a cobrança de uma taxa. Por ser um ato vinculado, significa que tem de cumprir o ato para o qual foi paga aquela taxa. Ex: alvará de funcionamento, alvará de construção, etc., paga a taxa a autoridade tem a obrigação de dar o alvará, não pode negá-la. Simplesmente paga a taxa e alguns depois retira a licença.
 
b) utilização de serviços públicos: não é qualquer serviço público, precisa ser serviço publico específico, divisível e efetivo ou potencial, ou seja, pode estar a disposição ou ser efetivamente prestado. Ex: água.
 
                   O mais importante é saber que para que seja efetivamente cobrada uma taxa, o serviço público precisa ser prestado de forma específica e divisível, é o serviço público “uti singuli”. Toda vez que ouvir que a expressão uti singule, quer dizer que o serviço público foi prestado de forma específica e divisível.
a)Uti singuli quer dizer que a utilidade é singular, é específico, é individual, é passível de mensuração. Pode-se determinar quem o utilizou.
b) Uti universi quer dizer que o serviço público é fornecido a todos, indiscriminadamente.É prestado para todos, não é passível de mensuração, não se pode determinar quem são os destinatários finais. É o custeado por impostos.
 
                  Importante ressaltar que, segundo o art. 145 da CF, as taxas não poderão ter base de cálculo própria dos impostos.
3) Contribuição de melhoria: cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
                    Prevista pelo art. 145, III da CF e art. 81 do CTN, trata-se de um tributo vinculado à atuação estatal, porque todas as vezes que for ocorrer uma valorização patrimonial decorrente da realização de uma determinada obra pública, haverá a cobrança do tributo. Ex: metrô à valorização no imóvel.
 
4) Contribuição:  é o tributo que somente poder ser criado pela União (competência exclusiva) destinado à intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo (art. 149 da CF).
üSociaisà são as contribuições previdenciárias;
üProfissionais ou intercorrentesà são as contribuições às entidades profissionais. Ex: OAB, CRM, CREA, CRECI, etc.
ü De domínio econômico à contribuição que a União institui para regular as relações econômicas e ao mesmo tempo arrecadar fundos para um fim determinado. Ex: CIDE sobre gasolina.
 
5) Empréstimo Compulsório:é o tributo que exclusivamente só pode ser instituído pela União Federal, através de lei complementar e tem por finalidade:
(i) atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e;
(ii) no caso de interesse público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b da Constituição Federal (art. 148 da CF).
 
 
Módulo 2 - Fontes do Direito Tributário e Legislação Tributária
Fontes do Direito Tributário e Legislação  Tributária
 
Uma das acepções do vocábulo “fonte”, segundo os dicionários, é aquilo que origina, produz; é origem ou causa. A expressão “fonte do direito” retrata o ponto originário de onde provém a norma jurídica, isto é, as formas reveladoras do Direito. Desse modo, é o lugar onde nasce uma regra jurídica não existente.
Fontes do direito tributário correspondem às situações, fatos ou normas que dão subsídios ao direito tributário.
A doutrina divide as fontes de direito tributário da seguinte forma:
 
1) Fontes materiais: são as situações fáticas que dão origem à obrigação tributária, à criação, suspensão ou extinção do crédito tributário.
 
2)Fontes formais: assim conhecida, a fonte básica do direito é a LEI em sentido lato. Pelo princípio básico da legalidade, ninguém pode fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei, e isso também se aplica ao direito tributário. As fontes formais do Direito Tributário correspondem ao conjunto de normas no Direito Tributário, estando inseridas no art. 96 do CTN, sob o rótulo de “Legislação Tributária”. É importante, para a boa compreensão do tema, que se traga a lume o artigo 59 da CF.  As fontes formais dividem-se em:
 
a) Fontes formais principais ou primárias: são as leis, em suas várias formas, das quais originam se a maioria dos impostos. (Constituição Federal, Constituições Estaduais, leis complementares, leis ordinárias, decretos etc.)
 
b) Fontes formais secundárias: são os atos administrativos como circulares, portarias, regulamentos, etc.
  
Vejamos as fontes formais principais do Direito Tributário:
 
1-  Constituição Federal
Nela encontram-se as principais normas sobre tributos. É ali que está moldado o sistema tributário. (arts. 145/162).
A CF não cria tributos. Ela os prevê e defere a instituição e arrecadação para as pessoas políticas competentes.
 
2- Lei Complementar
O que é? É a espécie normativa autônoma, expressamente prevista na CF, que versa sobre a matéria subtraída ao campo de atuação das demais espécies normativas do nosso direito positivo, demandando, para sua aprovação, um quorum especial de maioria absoluta dos votos dos membros das duas Casas do Congresso.
A mais importante LC é a Lei 5.172/66, o CTN.
3- Lei ordinária
E a ela que cabe instituir, aumentar e extinguir tributos, descrever o fato gerador da obrigação, determinar alíquota e base de cálculo, os sujeitos ativos e passivos do tributo e a definição das penalidades por não cumprimento da obrigação tributária. Vejam CTN, 97.
 
4- Decreto
É norma jurídica que integra a expressão “legislação tributária” (art. 96), sendo ato normativo emanado da autoridade máxima do Poder Executivo (Presidente da República, Governador ou Prefeito).
Sua tarefa primordial é regulamentar o conteúdo das leis, conforme o art. 84, IV da CF – daí a denominação “decreto regulamentar” ou de execução -, orientando os funcionários administrativos na aplicação da lei.
Sua função está concentrada, precipuamente, na atividade regulamentadora da lei, tendo grande importância no Direito Tributário, em face de suas inúmeras aplicações, tais como : veicular (ou instituir) os Regulamentos (RIR, RIPI, RICMSS, entre outros), veicular as alterações de alíquotas de alguns tributos tais como: II, IE, IPI, IOF, CIDE-Combustível e ICMS-Combustível.
 
5- Lei Delegada
A lei delegada representa ato normativo de confecção do Poder Executivo, que recebem para tanto, uma delegação do Poder Legislativo. A propósito, o art. 68 da CF dispõe que as leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. Equipara-se a lei ordinária, diferindo desta apenas na forma de elaboração. É que a delegação reveste-se da forma de resolução do Congresso Nacional.
Cabe esclarecer, que segundo o § 1º do art. 68 da CF, as matérias reservadas à lei complementar não poderão ser objeto de delegação.
 
6- Medida Provisória
Prevista no artigo 62 da CF. E cabe relembrar que a EC 32/01, trouxe, inúmeras modificações nesse dispositivo. E segundo o § 2º do artigo 62, a MP é meio idôneo para instituição e majoração de imposto. O comando é claro: pode haver MP para criar um imposto e pode haver MP para aumentar um imposto.
 
7- Decreto Legislativo
É ato emanado do Congresso Nacional, em decorrência do exercício de sua competência, não estando sujeito à sanção do Presidente da República.
No Direito tributário, os decretos legislativos mais importantes são os da União, como meios idôneos à aprovação de tratados, acordos ou atos internacionais (art. 49, I, CF) em matéria tributária, demarcando sua aceitabilidade e integração na ordem jurídica interna. E também expressivo papel no disciplinamento das relações jurídicas decorrentes das medidas provisórias não convertidas em lei (art. 62, §§ 3º e 11, CF).
 
8- Resolução
É ato legislativo emanado do Congresso Nacional (ou de uma das Casas), em decorrência do exercício da sua competência, não estando sujeita à sanção do Presidente da República.
Em matéria tributária, é o Senado que baixa resoluções. Vejam: CF, 155, § 2º, IV; art, 155, I e § 1º, IV
 
9- Tratados e Convenções Internacionais
O artigo 84, VIII da CF preconiza que compete privativamente ao Presidente da República celebrar tratados – ou convenções internacionais-, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. Um importante acordo internacional em matéria tributária ao qual o Brasil aderiu é o GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio), substituído pela OMC (Organização Mundial de Comércio), que entrou em vigor em 1/1/1995, regulando a tributação de mercadorias exportadas ou importadas e a bitributação.
 
Vejamos agora as fontes formais secundárias do Direito Tributárioou Normas complementares:
 
Normas complementares – art. 100 do CTN:
a)          Atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas – são comandos dos órgãos do Poder com o objetivo de propiciar a correta aplicação da lei, do tratado ou do decreto. São atos internos, ostentando caráter geral, com objetivo de conferir orientação universal aos contribuintes, esclarecendo as dúvidas, e instituir os servidores públicos encarregados da efetivação dos atos e procedimentos administrativos referentes aos tributos. Exs: portarias ministeriais, circulares, instruções normativas, ordens de serviços etc.
 
b)         Decisões administrativas - Proferidas em processos administrativos. Ex.: decisões do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT), no Estado de São Paulo, quanto ao ICMS.
c) Práticas reiteradas – usos e costumes adotados iterativamente pela Administração. Traduz-se na praxe administrativa, marcada pela adoção de procedimentos de observância reiterada pela Administração, desde que não colidam com a jurisprudência firmada pelo Poder Judiciário
d) Convênios – A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio de suas Administrações Tributárias, poderão celebrar convênios para execução de suas leis, serviços ou decisões. Trata-se de ajustes  ou convênios de cooperação entre duas ou mais pessoas de Direito Público para a prática ou omissão de determinados atos, visando ao aprimoramento da arrecadação e fiscalização.
 
 Módulo 3 - Vigência, Aplicação, Interpretação e Integração da Legislação Tributária
VIGÊNCIA, APLICAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
 
I- Vigência da Legislação Tributária
 
Esse assunto é tratado nos artigos 101 a 104 do CTN.
 
Vigência é o atributo da lei que lhe confere plena disponibilidade para sua aplicação.
 
a) Vigência da legislação tributária no tempo
 
 Em princípio, vale o disposto na Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro - LINDB (Decreto Lei n. 4657, de 04.09.1942 com a alteração da Lei 12.376 de 30.12.2010), “salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada” - artigo 1.º - 45 dias da publicação.
Quando a vigência da lei não coincide com a da publicação, o período que se intercala entre a publicação e a vigência é chamado vacatio legis, isto é, vacância da lei.
Sabe-se que a maior parte das leis tributárias tem sua data de publicação coincidindo com a data da vigência. Ex.: Lei X aumenta o ISS em 15 de março de 2012. Publicação: 15/03/2012.Vigência: 15/03/2012
            No direito tributário, contudo, há exceções às regras da LICC como, por exemplo, o Princípio da Anterioridade Geral e Anterioridade Nonagesimal -  artigo 150, III, “b” e “c” da CF.:
 
            Art. 150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
            III- cobrar tributos; (...)
            b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
            c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicado a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea “b”; “
 
               
Todavia, existe ainda outra exceção que não se aplica a Lei de introdução ao Código Civil, mas sim o disposto no artigo 103 do Código Tributário Nacional. Os atos administrativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor na data da sua publicação, salvo disposição em contrário (art. 103, I CTN). As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativas, a que a lei atribua eficácia normativa, entram em vigor 30 dias após a data da sua publicação, salvo disposição em contrário (art. 103, II CTN). E quanto aos convênios, entram em vigor na data que estabelecerem, salvo  disposição em contrário (art. 103, III CTN).
 
 
 
b) Vigência da lei tributária no espaço
 
Toda regra jurídica é editada para imperar em determinado espaço territorial: as leis de uma país só valem dentro daquele país, as leis estaduais só têm aplicação no território daquele Estado, as leis distritais só alcançam o Distrito Federal, assim como as leis municipais só são aplicáveis dentro do território municipal.
A legislação tributária, quanto ao espaço, submete-se ao princípio da territorialidade. Assim, ela vale, em tese, nos limites do território da pessoa jurídica que edita a norma.
Nesse sentido, é o que determina o artigo 102 do CTN, a lei tributária federal vale em todo o território nacional. As leis tributárias estaduais, as do Distrito Federal e as municipais vigoram nos limites dos respectivos territórios, salvo convênio celebrado entre eles ou determinação de lei sobre normas gerais expedida pela União que lhes reconheça validade fora daqueles limites territoriais.
 
 
II- Aplicação da Legislação Tributária
 
            Aplicar o direito é ato mediante o qual alguém interpreta a norma geral, fazendo-a incidir no caso particular, criando a norma individual.
            A regra de aplicação está contida no CTN, 105, segundo a qual a lei tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes.
 
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos gerados futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do artigo 116.
 
            Como regra, a legislação não retroage. Todavia, Há, porém, duas exceções previstas no artigo 106 CTN. A primeira exceção refere-se à lei interpretativa e, a outra quando for mais benéfica.
 
 
III – Interpretação da legislação tributária
           
            Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma. Diante do caso concreto (fato jurídico), o que se faz é procurar identificar a norma a ele aplicável. Duas dificuldades podem surgem neste momento:  a) falta de informações sobre o caso concreto, que pode ser solucionada através das presunções legais e da prova; b) indeterminação dos conceitos contidos na norma.
            Diante destas dificuldades, surge a necessidade da interpretação.  
 
Para orientar esta interpretação, o CTN estabeleceu as regras contidas nos artigos 107 a 112.
 
 
1- Métodos de Interpretação
 
a) Quanto ao sujeito que a realiza
Autêntica: é feita pelo Poder Legislativo por meio de leis interpretativas (lei posterior interpretando lei anterior). O art. 106, I, do CTN dispõe que a lei tributária interpretativa retroage à data da entrada em vigor da lei tributária interpretada.
Doutrinária: é feita pelos juristas.
Judicial: é feita pelo Poder Judiciário por meio de suas sentenças e seus acórdãos. A cristalização das decisões judiciais forma a chamada jurisprudência.
 
b) Quanto aos meios de que se vale o intérprete
          Gramática ou literal:  é a simples leitura da lei. É um trabalho preliminar.
          Lógica: vale-se de elementos sistemáticos e teleológicos.
 
c) Quanto aos resultados que produz
Extensiva: vai além da lei.
Restritiva: fica aquém da lei.
Declaratória: fica nos estritos limites da lei. Utilizada nos dias de hoje; no caso de dúvida, devem prevalecer os estritos limites da lei (in dubio pro lege).
 
 
IV- Integração da legislação tributária
 
Quando, através da interpretação, não se encontra uma solução contida na norma para enquadramento de uma situação de fato, o que resta é socorrer-se da integração, que é o preenchimento da lacuna existente no sistema jurídico.  
Neste caso, estará o aplicador empregando recursos de integração. No direito tributário, tais recursos ou métodos estão estabelecidos no artigo 108 do CTN:
 
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a eqüidade.
§ 1º - O emprego da analogia não poderá resultarna exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º - O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
 
Usar analogia é aplicar a um fato a legislação que trata de hipótese similar. Evidentemente por força do Princípio da Estrita Legalidade e, por isso, nem precisaria estar registrado no CTN, do emprego da analogia não pode emergir a exigência de tributo.
Depois da analogia, o Código prevê o uso dos “princípios gerais de direito tributário”, na seqüência, apresenta “os princípios gerais de direito público”, e por fim, a eqüidade.
Cabe frisar, que não cabe o emprego da equidade para dispensar o pagamento do tributo devido. O tributo é criado por meio de lei, sua dispensa deve igualmente atrelar-se à lei (Princípio da estrita legalidade).
Módulo 4 - Competência Tributária
Competência Tributária
 
 
Competência tributária é a faculdade atribuída pela Constituição Federal às pessoas jurídicas de direito público com capacidade política (que desfrutam de poder legislativo próprio) para criarem tributos. São elas: a União, os Estados os Municípios e o Distrito Federal.
 
Assim, é na nossa Lei Maior onde estão prescritos taxativamente quais tributos podem ser criados por cada uma das Pessoas Políticas. A isto se chama “Discriminação Constitucional de Rendas”. Não obstante, para que um Ente possa cobrar um tributo a ele discriminado, não basta dispor da competência tributária conferida pela Constituição. Ela (a competência) deve ser exercida mediante Lei do próprio Ente.
 
Para criar o tributo, estas pessoas devem observar o processo legislativo que culmina na edição de um lei tributária, isso é, que contenha a definição da hipótese de incidência, a base de cálculo, a alíquota e a discriminação dos sujeitos ativo e passivo. 
 
A competência tributária não se confunde com a capacidade tributária ativa,ou seja, com capacidade de ser sujeito ativo da relação jurídica tributária.  Vejamos:
 
Art. 7º – A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
 
Isso porque a pessoa de direito público, a União, por exemplo, pode atribuir a alguém a capacidade de figurar no pólo ativo de uma relação jurídica tributária, como acontece com o INSS, ao cobrar a contribuição previdenciária. Note-se que, a despeito de se tratar de uma Autarquia Federal, é com base neste dispositivo que o INSS fiscalizava e arrecadava diversos tributos (no caso, contribuições) da competência tributária da União.
 
1-   Características ou atributos da competência tributária
 
a) Indelegabilidade - competência tributária é indelegável a terceiros. Pode-se até não exercê-la, mas nunca delegá-las. Ver art. 7º co CTN;
b) Irrenunciabilidade – não há razão para permitir a renúncia, que poderia justificar desvios de propósitos;
c) Incaducabilidade-  a competência tributária não decai caso não seja exercida;
d) privatividade – cada ente político recebeu suas competências privativas;
e) Inalterabilidade: a competência tributária não pode ser ampliada pelo ente político que a detém.
 
 
2. Repartição das competências tributárias:
 
Como vimos, a competência tributária é, em síntese, a competência legislativa conferida a uma Pessoa Política – dotada, portanto, de Poder Legislativo – para instituir tributos discriminados a ela pela Constituição Federal.
 
A instituição de tributos é normalmente realizada por meio de lei ordinária. Há, porém, várias exceções, como a instituição por lei complementar do imposto sobre grandes fortunas. Tais exceções, contudo, devem ser expressas.
 
2.1- Competência da União
 
A União detém a competência comum com os Estados, Distrito Federal e os Municípios para instituir taxas e contribuições de melhoria. (art. 145, II e III da CF).
 
 
É competência privativa da União: os empréstimos compulsórios (art. 148), a grande maioria das contribuições especiais (art. 149) e, os sete impostos previstos no artigo 153 da Constituição Federal ( II, IE, IR, IPI,IOF, ITR, IEG).
 
Só a União possui competência residual para instituir  impostos  outros além daqueles de sua competência privativa. É o artigo 154, inciso I, da Carta Constitucional que a prevê:
 
Art. 154 – A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.
 
Vale destacar que os impostos, pelo exercício desta competência, devem ser instituídos por meio de lei complementar e não por lei ordinária. Não podem apresentar fato gerador ou base de cálculo dos outros impostos já expressamente discriminados, isto para evitar que a União invada a competência privativa das outras Pessoas Políticas. Ressalte-se que a competência residual diz respeito a impostos, e não a tributos em geral.
 
É da competência residual também o poder conferido à União de criar outras contribuições para a seguridade social além daquelas previstas expressamente no art. 195 da Constituição Federal. É o que determina o parágrafo 4° deste artigo.
 
À semelhança da competência residual, só a União dispõe de competência extraordinária prevista no inciso II do mesmo artigo 154:
Art. 154 – A União poderá instituir:
(...)
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
 
         O motivo da criação: guerra externa. ( não é possível a criação de impostos extraordinários na hipótese de guerra civil, isto é, guerra contra grupos nacionais).
 
Cabe frisar que tal imposto deve ser suprimido, gradativamente. A CF não estabelece o prazo, ficando o disposto no CTN, no artigo 76: cinco anos a partir da celebração da paz.
 
2.2- A competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
 
         Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispõem de competência comum para instituírem taxas e contribuições de melhoria.
 
A CF confere aos Estados e ao Distrito Federal, a competência privativa para instituir os três impostos discriminados no artigo 155 (ICMS, IPVA e ITCMD).
 
Cabe aos Municípios, a competência privativa para instituir outros três impostos previstos no artigo 156 (IPTU, ISS, ITBI).
 
Além de o Distrito Federal possuir a mesma competência dos Estados, segundo o artigo 147, possui também a competência para instituir os impostos municipais. Portanto, os Estados têm a competência para instituir: ICMS, IPVA, ITCMD + IPTU, ISS e ITBI.
Módulo 5: Limitações ao Poder de Tributar: Princípios Constitucionais Tributários e Imunidades
Limitações ao Poder de Tributar: Princípios Constitucionais Tributários e Imunidade Tributária
 
 
Introdução
 
Vimos que os tributos são criados conforme a aptidão (competência tributária) que a CF confere aos entes. Essa outorga de competência, obviamente não é sem fronteiras. A CF fixa vários balizamentos que resguardam valores por ela reputados relevantes, com especial atenção aos direitos e garantias individuais. 
Conjunto de normas e princípios que disciplinam esses balizamentos são as chamadas limitações ao poder de tributar.
Essas limitações desdobram-se nos princípios e nas imunidades.
A Constituição trata das limitações constitucionais ao poder de tributar nos artigos 150 a 152 e, constituem garantias postas em favor dos contribuintes cujos limites devem ser observados pelo legislador na feitura de leis de imposição tributária.
A mais visível das Limitações desdobra-se nos princípios constitucionais tributários. Vejamos:
 
1- Princípio da estrita legalidade – poderíamos dizer que o princípio da legalidade (CF, art. 5, II) vigora em relação a todos os ramos do direito. É verdade, mas em relaçãoao Direito Tributário vigora o princípio da estrita legalidade (art. 150, I da CF). Não basta uma lei introduzir um tributo no ordenamento jurídico. É necessário que esta lei descreva o fato jurídico tributário ( a regra de incidência do tributo) e todos os demais dados caracterizados da obrigação tributária (hipótese de incidência; a base de cálculo; a alíquota; sujeitos passivo e ativo da obrigação). É esta a exigência maior que caracteriza a tipicidade tributária.
Quando se fala em reserva de lei para a disciplina do tributo está a se reclamar lei material e formal
Aparente exceção: art. 153, § 1º da CF; ou seja, os impostos do art. 153, I, II , IV e V.
2- Princípio da anterioridade – significa que o tributo criado ou aumentado não pode vigorar no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que criou ou o aumentou. O principio da anualidade não existe mais no direito brasileiro, de tal modo que uma lei instituidora ou majoradora de tributos pode ser aplicada no ano civil seguinte: 1/1 a 31/12.
Exceções: arts. 148, I, 154, II, 195, § 6º e 153, I, II, IV e V.
A EC/42 acrescentou a “noventena” ou “anterioridade mitigada” – art. 150, II , “c”
Exceções: art. 148, I, 154, II, 153, I, II, III e V, e a base de cálculo dos impostos: IPVA e IPTU
3- Princípio da Irretroatividade – Vejam artigo 150, III, a da CF.
A norma jurídica projeta sua eficácia para o futuro. Art. 6º LICC. Porém , em certas situações , e de modo expresso a lei reportar-se a fatos pretéritos ,
Princípio irretroatividade relativa da lei – art. 5º XXXVI.
Em matéria tributária - a lei não está proibida de reduzir ou dispensar o pagamento de tributo a fatos do passado ( cautela + respeito ao principio da igualdade)
Para aumentar tributo – o princípio é inafastável: a lei não pode retroagir, aplica-se tão só aos fatos futuros.
 
4- Princípio da uniformidade geográfica – Vejam art. 151, I, II e III da CF. – Expressão particularizada do princípio da igualdade.. A CF estabelece a uniformidade dos tributos federais em todo território nacional, veda a distinção ou preferência em relação a Estado, ao DF. E ao Município em detrimento de outro.
 
5- Princípio da isonomia – vejam 150, II da CF. Diante da lei X toda e qualquer pessoa que se enquadre na hipótese legalmente descrita ficará sujeita ao mandamento legal. Não há pessoas diferentes que possam, sob tal pretexto, escapar do comando legal ou ser dele excluídas.
 
6- Princípio da Capacidade contributiva – art. 145, § 1º da CF. inspira-se na ordem natural das coisas: onde não houver riqueza é inútil instituir imposto, do mesmo modo que em terra seca não adianta abrir poço à busca de água.
 
7- Princípio da proibição de confisco – vejam art. 150, IV da CF. Confiscar é tomar para o fisco desapossar alguém de seus bens em proveito do Estado. A CF garante o direito de propriedade e proíbe o confisco
 
 
Imunidades Tributárias
 
 
Além das limitações genéricas representadas pelos princípios que analisamos, há casos de limitações específicas.  São as imunidades. Vejamos:
 
 Imunidade – é uma classe finita e imediatamente determinável de normas jurídicas, incompetência das pessoas políticas de direito constitucional interno para expedir regras instituidoras de tributos que alcancem situações específicas e suficientemente caracterizadas.
         A CF confere aos entes a competência de tributar, não obstante, não quer a CF que determinadas situações materiais sejam oneradas por tributos ( ou por alguém tributo em especial). A CF exclui certas pessoas, certos bens ou serviços, ou situações, deixando-os fora do alcance do poder de tributar. 
O fundamento das imunidades é a preservação de valores que a CF reputa relevantes (a atuação de certas entidades, a liberdade religiosa, o acesso á informação, a liberdade de expressão) que faz com que se ignore a eventual (ou efetiva) capacidade econômica revelada pela pessoa.
 
São 4 os casos de imunidade previstos nos incisos VI do artigo 150 da CF, com as observações contidas nos seus parágrafos:
a) instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros (imunidade recíproca).;
b) instituir impostos sobre os templos de qualquer culto;
c) instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Os requisitos da lei complementar (CF, 146, II). Vejam também o artigo 14 do CTN;
d) instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
 
Outras hipóteses de imunidades: CF, 153, § 3º, III, § 4º 153; 153, § 5º; 15, X, a; 155, X, b; 156, § 2º, I, 184, § 5º.
Módulo 6 - Obrigação Tributária e Responsabilidade Tributária
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
 
 
 
INTRODUÇÃO
 
Ao contrário da maior parte das obrigações de Direito Privado, entretanto, a obrigação tributária situa-se entre aquelas classificadas como ex-lege, isto é, para seu surgimento basta a ocorrência de certos fatos ou situações previstos em normas legais, sendo irrelevante a vontade das partes.
 
Sobre a obrigação tributária, assim dispõe o artigo 113 do CTN:
 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
 
 
Como se vê, o CTN, classifica as obrigações tributárias em principal ou acessória. A obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, ao passo que a obrigação acessória tem por objeto as prestações positivas ou negativas previstas como forma de auxiliar as atividades de arrecadação e fiscalização tributárias. Infere-se daí a primeira distinção marcante entre as duas espécies de obrigação tributária:
 
- principal é uma obrigação de dar (dar dinheiro em pagamento), assumindo um cunho eminentemente patrimonial;
 
- acessória que é uma obrigação de fazer ou não fazer e, portanto, de característica não-patrimonial, como, por exemplo, emitir nota fiscal (fazer) ou não transportar mercadoria desacompanhada de documentação fiscal (não fazer).
 
Assim, todas as obrigações impostas pelo Fisco que não sejam de pagar são consideradas obrigações acessórias.
 
 
FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL
 
Do universo dos diferentes fatos da vida, o legislador escolhe alguns (que de alguma forma denotam a capacidade econômica das pessoas a eles vinculados) sobre os quais fará incidir a cobrança de tributos.
 
Alguns autores diferenciam hipótese de incidência (descrição, feita na lei, de um acontecimento cuja ocorrência faz nascer a obrigação tributária ou o dever perante a administração de cumprir certas formalidades) de fato gerador (concretização da previsão contida na lei, ou seja, concretização da hipótese de incidência).
 
A denominação “fato gerador” é utilizada, via de regra, para designar as situações que servirão de suporte à incidência de tributos. O CTN, contudo, preferiu utilizar a mesma expressão para designar também as situações que dão ensejo à cobrança de multas, bem assim aquelas capazes de gerar o dever de cumprir determinadas prestações positivas (de fazer) ou negativas (de não fazer).
 
Assim, em razão de ter classificado a obrigação tributária em principal e acessória, o CTN procurou definir o fato gerador da obrigação principal e o fato gerador da obrigação acessória, conforme artigos 114 e 115.
 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer
situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
 
 
Há, portanto, duas situações distintas a se considerar:
 
a) a situação definida in abstracto pela lei e, portanto, de forma hipotética, potencialmente capaz de gerar uma obrigação tributária. É a descrição legal do fato gerador, ou hipótese de incidência.
b) a ocorrência concreta do fato previsto em lei como necessário e suficiente para gerar a obrigação tributária. É a materialização da hipótese de incidência. O que antes era apenas hipótese ocorre agora no plano real. E apenas então, com a concretização da previsão legal, surge a obrigação tributária.
 
Podemos identificar no fato gerador, enquanto hipótese de incidência, os seguintes elementos:
- elemento objetivo ou elemento material: trata-se do seu núcleo. É a descrição das situações capazes de dar surgimento à obrigação  tributária. Assim, o elemento material do fato gerador do imposto de renda é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza.
- elemento subjetivo: determina os sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária.
- elemento temporal: assinala o instante de surgimento da obrigação tributária.
- elemento espacial ou territorial: corresponde à determinação do local onde ocorre ou se considera ocorrida a situação prevista em lei como geradora da obrigação tributária.
- elemento quantitativo ou valorativo: é a manifestação econômica do fato gerador, e compõe-se da base de cálculo e da alíquota, possibilitando a quantificação do crédito tributário.
 
Vejamos os elementos da obrigação tributária.
 
 
SUJEITO ATIVO
 
Segundo dispõe o artigo 119 do CTN:
 
Art.119- Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir tributo.
 
Os sujeitos ativos podem ser a União, os Estados, O Distrito Federal e os Municípios, mas estas pessoas jurídicas de direito público podem delegar competência para outras pessoas integrarem o pólo ativo da relação jurídica tributária.
 
 
SUJEITO PASSIVO
           
É aquele a quem incumbe pagar o tributo (obrigação principal) e a penalidade (obrigação acessória). O CTN dedica os artigos 121 e 122 à definição do sujeito passivo das obrigações principal e acessória, respectivamente.
 
Ele pode ser o contribuinte (cidadão que paga o IR) ou o responsável (banco que recebe o valor do IR e deve repassar para a União), nos termos do CTN, 121, parágrafo único.
 
Portanto, o contribuinte é aquele que pratica o ato definido em lei como
gerador da obrigação tributária. Sua vinculação com o fato gerador deve ser pessoal e direta. O contribuinte às vezes também é identificado na doutrina como o sujeito passivo direto.
Todavia, a lei, pode atribuir a um terceiro a responsabilidade pelo pagamento do tributo, surgindo assim a figura do responsável que, mesmo sem ter relação pessoal e direta com o fato gerador, torna-se sujeito passivo da obrigação tributária. Naturalmente que o responsável deve ter alguma relação com a situação tributária que se pretende regular. Alguns autores se referem ao responsável como o sujeito passivo indireto.
            Importante ressaltar que a obrigação do responsável deve estar inequivocamente expressa em lei. (não podendo em decretos, portarias etc).
 
OBJETO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
 
            Por objeto da obrigação tributária devemos entender a prestação a que está obrigado o sujeito passivo. Assim, o objeto da obrigação principal é o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (CTN, art. 113, §1°). Trata-se de uma prestação de dar alguma coisa. Já o objeto da obrigação acessória corresponde às prestações, positivas ou negativas (fazer ounão fazer alguma coisa), previstas na legislação, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (CTN, art. 113, §2°).
 
 
CAUSA DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
 
            A causa da obrigação é a razão que justifica o poder jurídico conferido ao sujeito ativo para exigir do sujeito passivo o cumprimento de seu objeto.
 
A causa da obrigação tributária principal, conforme expresso no artigo 114 do CTN, é a lei que descreve seu fato gerador, o que significa dizer que somente a lei pode assegurar ao sujeito ativo o direito de exigir do sujeito passivo o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
A causa da obrigação tributária acessória é a legislação. É o que dispõe expressamente o CTN nos artigos 113, §2°, e 115.
 
 
SOLIDARIEDADE
 
 
Há solidariedade tributária, conforme CTN, 124, quando, na mesma obrigação, concorre mais de um devedor, cada um obrigado à dívida toda.
Existe, portanto, uma pluralidade de sujeitos passivos e uma só obrigação. Estamos tratando, aqui, da solidariedade passiva, já que não existe, nos domínios do direito tributário, a solidariedade ativa (mais de um sujeito ativo credor da mesma obrigação).
Dispõe o artigo 124 do CTN que são solidariamente obrigados: I- as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; e II- as pessoas expressamente designadas por lei.
 
A solidariedade tributária não comporta benefício de ordem. É o que dispõe o parágrafo único do artigo 124 do CTN. Isso significa que o Fisco pode cobrar a dívida toda de qualquer um dos devedores solidários, da maneira que lhe convenha, sem ter que observar qualquer ordem de precedência. E não pode o devedor escolhido alegar que os demais devedores deveriam ser cobrados primeiro, por terem relação mais direta com o fato gerador, ou por terem maior capacidade econômica.
 
O artigo 125 do CTN trata dos efeitos da solidariedade, dispondo que, salvo disposição em contrário de lei: a. o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais (inciso I), isto é, se um dos devedores paga a dívida toda, desaparece a obrigação de todos os demais perante o Fisco.
b. a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo (inciso II). c. a interrupção da prescrição em favor ou contra um dos obrigados favorece ou prejudica aos demais (inciso III).
 
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Capacidade tributária é a faculdade ostentada pelas pessoas de serem passíveis de tornarem-se sujeitos ativos ou passivos da relação jurídica tributária. NÃO HÁ CORRESPONDÊNCIA COM CAPACIDADE CIVIL.
 
Art.126 - A capacidade tributária passiva independe:
I- da capacidade civil das pessoas naturais;
II- de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III- de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
 
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
 
Domicílio é o lugar onde a pessoa responde pelas suas obrigações. A regra geral, segundo o CTN, é a eleição.
Na falta de eleição, aplicam-se as regras dos incisos I a III do artigo 127, ou seja, considera-se como domicílio:
a) quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade (inciso I);
b) quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento (inciso II); e
c) quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante (inciso III).
 
Quando não couber a aplicação de nenhuma dessas regras, considera-se o domicílio tributário como sendo o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação (art.127, §1°).
 
 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
 
           
            Em princípio, o tributo deve ser cobrada da pessoa que pratica o fato gerador.Nessas condições, surge o sujeito passivo direto (contribuinte). Em certos casos, no entanto, o Estado pode ter necessidade de cobrar o tributo de uma terceira pessoa, que não o contribuinte, que será o sujeito passivo indireto ( responsável tributário).
Responsabilidade tributária, em sentido restrito é a “submissão, em virtude de disposição legal expressa, de determinada pessoa que não é contribuinte, mas está vinculada ao fato gerador da obrigação tributária, ao direito do fisco de exigir a prestação respectiva”.
 
 
1- Espécies de responsabilidade
 
Responsabilidade dos sucessores
 
Os artigos 129 a 133 do CTN compõem a seção que trata da responsabilidade dos sucessores.
A modificação do pólo passivo da obrigação tributária, por sucessão, pode-se dar por diversos motivos, como o desaparecimento do devedor original (por morte da pessoa natural ou extinção da pessoa jurídica), pela alienação dos bens que deram origem à dívida, por incorporação de uma pessoa jurídica por outra, etc.
O artigo 130 trata da responsabilidade do terceiro que adquire bem imóvel:
“Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação”.
 
            No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço (CTN, art. 130, parágrafo único). Assim, aquele que adquire bem imóvel em leilão público, nenhuma obrigação terá de pagar eventuais tributos em atraso, cuja quitação deverá ser feita mediante a utilização do valor arrecadado no leilão.
 
O artigo 131 do CTN traz dispositivo que trata da responsabilidade pessoal do sucessor, e assim dispõe:
Art. 131- São pessoalmente responsáveis:
I- o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos
bens adquiridos ou remidos;
II- o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do
quinhão, do legado ou da meação;
III- o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
 
A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra, ou em outra, é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas (CTN, art. 132).
 
Os conceitos de fusão, incorporação e transformação são fornecidos pela Lei das Sociedades Anônimas (Lei n° 6.404, de 15/12/1976).
Da mesma forma, no caso de extinção de pessoas jurídicas
de direito privado, atribui-se responsabilidade tributária ao sócio, ou seu espólio, que continue a exploração da respectiva atividade, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual (CTN, art. 132, parágrafo único).
O artigo 133 do CTN trata da responsabilidade de quem adquire algum estabelecimento e continue a explorá-lo.
 
Art.133 - A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar, dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
 
A lei complementar n° 118, de 09/02/2005, acrescentou os seguintes parágrafos a esse artigo:
 
§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
I – em processo de falência;
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for:
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos  que preferem ao tributário.
 
O §1° acrescentado ao artigo 133, em consonância com os princípios preconizados pela nova lei de falências (lei n° 11.101/2005), procura encorajar a aquisição de empresas em processos de falência ou de recuperação judicial, ao afastar, nesses casos, a responsabilidade tributária por sucessão. Contudo, para evitar simulações que beneficiem apenas o devedor, em detrimento dos credores, o §2° desse artigo dispõe que persiste a responsabilidade tributária por sucessão na hipótese de o adquirente ser sócio, parente ou agente do devedor falido ou em recuperação judicial.
 
2- Responsabilidade de terceiros
 
            À seção que abrange os artigos 134 e 135, o CTN dá o título
de “responsabilidade de terceiros”.
 
Art.134 - Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de
ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por
eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de
pessoas.
Parágrafo único - O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório.
 
 
Ressalte-se que a responsabilidade de terceiros expressa esse artigo só ocorre nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. E, ainda assim, para se imputar responsabilidade ao terceiro, é necessário: a) sua intervenção no ato relacionado à obrigação tributária; ou b) sua omissão na prática de ato de sua
responsabilidade.
            Entretanto, se o terceiro agir de forma dolosa, praticando atos para os quais não tenha poder, ou em desobediência à lei, contrato social ou estatuto, irá responder não só pelos tributos como também pelas penalidades correspondentes, moratórias ou não. Sua responsabilidade, neste caso, deixa de ser subsidiária, e passa a ser pessoal. O assunto é tratado no artigo 135 do CTN.
 
Art.135- São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
 
3- Responsabilidade por infrações
 
Dispõe o artigo 136 do CTN que “Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensãodos efeitos do ato”.
 
Esse dispositivo representa, para muitos, a consagração do princípio da responsabilidade objetiva em matéria de infração à legislação tributária, vale dizer, a intenção do agente ou responsável não é elemento essencial para a caracterização da infração.
 
 
4- Responsabilidade pessoal do agente
 
O artigo 137 do CTN relaciona os casos em que se imputa responsabilidade pessoal ao agente que, agindo em nome e por conta de terceiros, pratica atos em proveito próprio e contra o interesse da pessoa a quem representa.
 
Art.137- A responsabilidade é pessoal ao agente:
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, proponentes ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.
 
 
Denúncia espontânea
 
O legislador prevê um tratamento benigno para aquele que, tendo cometido uma infração, espontaneamente se dirige à autoridade fazendária para denunciar sua falta.
É o que dispõe o artigo 138 do CTN:   
 
“A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do
pagamento devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração”.
 
O parágrafo único desse artigo, contudo, ressalva que “Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração”.
 
Portanto, com o início da fiscalização, o contribuinte perde a espontaneidade, que somente será readquirida após o término do procedimento fiscalizatório.
 
 
Módulo 7 - Crédito Tributário
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
 
Crédito tributário é o direito subjetivo de que é portador o sujeito ativo de uma obrigação tributária, o qual lhe permite exigir do sujeito passivo o seu objeto.
A obrigação tributária é um vínculo entre poder público e contribuinte ou responsável. O crédito tributário é o objeto deste vínculo.
Quando nasce o crédito tributário? NASCE COM A OBRIGAÇÃO QUE DECORRE DO FATO GERADOR (CTN, 113, § 1. º) E SE TORNA LÍQUIDO E EXIGÍVEL COM O LANÇAMENTO (CTN, 142).
 
1- Lançamento Tributário – artigo 142 do CTN
            É o instrumento que confere a exigibilidade à obrigação tributário, quantificando-a (aferição do quantum debeatur) e qualificando-a (identificação do an debeatur). Em outras palavras, esta, sendo ilíquida e inexigível, carece dos atributos de certeza e liquidez, que se dão pela atuação do Fisco, por meio do lançamento. É o ato administrativo de aplicação da norma tributária material ao caso concreto. Fornece a resposta das seguintes indagações:
            Quem é o contribuinte?
            Quanto ele deve ao Fisco?
            Onde ele deve efetuar o pagamento do tributo?
            Como ele deve efetuar o pagamento do tributo?
            Quando ele deve efetuar o pagamento do tributo?
            O lançamento é um ato administrativo vinculado. O agente administrativo apenas cumpre a lei. O agente fiscal é obrigado a lançar no estrito termo da lei. Aquele que descumpri-la incide em responsabilidade funcional (artigo 142, parágrafo único, do Código Tributário Nacional).
 
1.2- Alteração do lançamento – CTN, 145 e 149.
  
   Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:
   I- impugnação do sujeito passivo;
   II- recurso de ofício;
   III- iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149;
 
1.3- Modalidades de lançamento:
            De acordo com a maior ou menor participação do contribuinte na prática do ato administrativo do lançamento, esse pode ser:
direto (ofício): feito diretamente pelo Fisco. O contribuinte não é chamado para colaborar com a Fazenda Pública para que o lançamento se constitua. Exemplo: Imposto Predial e Territorial Urbano. (Art. 149, I do CTN)
misto (por declaração): feito pelo Fisco em concurso com o contribuinte. Exemplos: Imposto de Importação e Imposto de Exportação. (Art. 147, do CTN)
por homologação (autolançamento): realizado pelo contribuinte ad referendum da Fazenda Pública, que verifica os cálculos apresentados e, se aprovados, homologa-os. Exemplo: ICMS (Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação). (Art. 150 do C.T.N.)
 
CAUSAS SUSPENSIVAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
 
 
Uma vez notificado do lançamento, o sujeito passivo tem um prazo para pagar o crédito tributário ou apresentar defesa administrativa.
O CTN prevê algumas situações que podem suspender a exigibilidade do crédito tributário, ficando o poder público temporariamente impedido de prosseguir com a sua cobrança. O assunto é tratado no artigo 151, cujos incisos V e VI foram incluídos pela Lei complementar n° 104, de 10 de janeiro de 2001.
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - a moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis
reguladoras do processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de
segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada,
em outras espécies de ação judicial;
VI – o parcelamento.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.
 
1- Moratória
 
Moratória é a dilação do prazo de pagamento, concedida pelo credor em favor do devedor. Na moratória, o próprio Fisco prorroga o prazo de pagamento do crédito tributário. Poderá fazê-lo, autorizando o contribuinte a pagar todo o crédito de uma só vez ou parceladamente.
            A moratória pode ser concedida em caráter geral ou individual, nos termos do artigo 152 do CTN.
 
Art. 152 - A moratória somente pode ser concedida:
I - em caráter geral:
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira;
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado.
II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior.
Parágrafo único - A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade a determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.
 
A moratória, seja geral ou individual, é sempre concedida por lei. Na moratória dita individual faz-se necessária, entretanto, a análise da autoridade administrativa com o fim de verificar se o Sujeito passivo preenche os requisitos legais necessários à sua concessão. Preenchidos os requisitos, reconhece-se, por despacho, o direito do requerente. A moratória geral, por outro lado, dispensa esse reconhecimento, não impondo a lei a necessidade de análise
prévia pela autoridade administrativa.
            Entre as moratórias em caráter geral, temos dois tipos:
a) Moratória Autonômica ou Autônoma (art. 152, I. “a” CTN) – aquela concedida pelo ente detentor da competência tributária respectiva. É a regra.
b) Moratória Heterônoma (art. 152, I, “b”, CTN) – aquela concedida pela União quando a tributos de competência dos Estados,Distrito Federal e Municípios. Trata-se de possibilidadeexcepcional e inédita nem nosso ordenamento tributário. Ademais, tal moratória é condicional, uma vez que a União deve conceder, simultaneamente, moratória dos próprios tributos federais e de suas obrigações de direito privado.
O artigo 153 do CTN enumera os requisitos mínimos a serem especificados pela lei que trate de moratória.
Art. 153 - A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:
I - o prazo de duração do favor
II - as condições da concessão do favor em caráter individual;
III - sendo o caso:
a) os tributos a que se aplica;
b) o número de prestações e seus vencimentos dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão individual;
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual.
 
2- Depósito do montante integral
 
Por vezes, inconformado com o lançamento ou com a decisão administrativa definitiva em seu desfavor, o sujeito passivo ingressa com ação judicial contra o Fisco com o fim de anular o lançamento tributário.
A simples propositura da ação, entretanto, não é suficiente para impedir que o Fisco prossiga na cobrança do crédito tributário, mediante, inclusive, o ajuizamento de ação de execução fiscal. Em outras palavras, a propositura de ação anulatória do débito fiscal, por si só, não tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
Para conseguir esse efeito, é necessário que o sujeito passivo realize o depósito do valor de toda a dívida em discussão. Apenas, então, com o depósito do montante integral, tem-se por
suspensa a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do artigo 151, inciso II, do CTN. Ressalte-se que o depósito insuficiente (valor parcial) não produz o mesmo efeito. Ver Súmula 112 do STJ, segundo o qual, o depósito somente suspende a exigibilidade do crédito se for integral e em dinheiro.
 
3- Reclamações e recursos administrativos
 
As impugnações administrativas (ou reclamações apresentadas pelo sujeito passivo contra lançamento que considere ilegítimo impedem que o crédito seja inscrito em dívida ativa até a decisão final no processo litigioso administrativo. Em geral, as leis tributárias das diversas esferas de governo costumam prever duas instâncias administrativas de julgamento. Assim, os recursos no processo administrativo fiscal, voluntários ou de ofício, também suspendem a exigibilidade do crédito tributário.
As reclamações e recursos devem ser apresentados dentro do prazo estabelecido nas leis que regulam o processo tributário administrativo que, na maioria dos casos, é de trinta dias.
 
4- Medida Liminar em Mandado de Segurança
 
O mandado de segurança é remédio jurídico garantido pelo inciso LXIX do artigo 5° da Constituição Federal: conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeascorpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.
Mas a simples propositura da ação de mandado de segurança contra a autoridade fiscal não suspende a exigibilidade do crédito tributário. Esse efeito somente é conseguido mediante a concessão de medida liminar pelo Poder Judiciário. A liminar será concedida sempre que o Juiz entender presentes os seguintes requisitos legais: a) o fumus boni júris (fumaça do bom direito), que retrata a relevância do fundamento invocado pelo impetrante e b) o periculum in mora (perigo da demora), que representa o risco de, não sendo concedida a medida, o impetrante sofrer lesão irreparável ou de difícil reparação.
 
5- Medida Liminar ou Tutela Antecipada, em outras Espécies de Ação Judicial
 
A liminar em mandado de segurança sempre existiu como causa suspensiva da exigibilidade do crédito tributário proveniente de ordem judicial. Até a LC n. 104/01, mostra-se como a única possibilidade de suspensão, proveniente de ordem judicial, constando do inciso IV do art. 151. Com o advento da LC 104/01, passou-se a ter mais essa causa suspensiva, adstrita à ordem judicial – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial.
 
6- Parcelamento
            O parcelamento é procedimento suspensivo do crédito, caracterizado pelo comportamento comissivo do contribuinte, que se predispõe a carrear recursos para o Fisco, mas não de uma vez, o que conduz tão somente à suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
            Dispõe o artigo 115-A do CTN:
O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidos em lei específica.
§1º. Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas.
§ 2º. Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória.
Por derradeiro, frise-se que o artigo 115 A do CTN, foi alterado pela Lei Complementar n. 118/05, com o acréscimo de dois parágrafos. È que, com a aprovação da Lei Ordinária n. 11.101, em 9 de fevereiro de 2005 ( a nova “Lei de Falências”), algumas alterações no CTN se fizeram necessárias. Por essa razão, publicou-se na mesma data a Lei Complementar n. 118, alterando alguns dispositivos do Código.
Observe as alterações no art. 155 A, à luz da LC n. 118/05.
Art. 115 A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica.
(...)
§ 3º. Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial.
§ 4º. A inexistência da lei específica a que se refere o § 3º deste artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica.
 
CAUSAS EXTINTIVAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
 
As principais causas extintivas encontram-se enumeradas no artigo 156 do Código Tributário Nacional:
·            pagamento;
·            compensação;
·            transação;
·            remissão;
·            prescrição e decadência;
·            a conversão de depósito em renda;
·            o pagamento antecipado e a homologação do lançamento, nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1.º e 4.º;
·            a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2.º do artigo 164;
·            a decisão administrativa irreformável, assim entendida a defendida na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
·            a decisão judicial passada em julgado;
·            a dação em pagamento de bens imóveis, na forma e condições estabelecidas na lei.
 
As causas extintivas têm o poder de liberar o contribuinte da relação de sujeição que possui com a Fazenda Pública.
 
1. Pagamento
O pagamento, vem disciplinado nos arts. 157 a 163 e 165 a 169 do CTN, é modalidade direta de extinção do crédito tributário, prescindindo de autorização por lei.
Em regra, o pagamento deve ser feito em pecúnia. Todavia o artigo 162 do CTN, prevê o pagamento por meio sucedâneos: cheque, dinheiro, vale-postal, estampilha, papel selado ou processo mecânico.
Art. 162. O pagamento é efetuado:
I- em moeda corrente, cheque ou vale postal.
II- nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico.
A Lei Complementar n. 104/2001 trouxe novidade ao CTN quando previu nova causa extintiva do crédito tributário: a dação em pagamento, constante do inciso XI do art. 156, do CTN.
O pagamento parcial de um crédito tributário, diferentemente do que acontece no Direito Civil, não importa em presunção de pagamento das demais parcelas em que ele se decomponha (art. 158, I). Da mesma forma, o pagamento total de um crédito tributário não resulta na presunção do pagamento de outros créditos, referentes

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