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Direito Moral e Justiça

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DIREITO, MORAL E JUSTIÇA 
Muito se discute sobre se a moral criou as regras do direito ou se o direito criou as regras morais. No entanto, e seguindo a maioria dos autores, temos que as regras morais são anteriores às regras do direito, uma vez que a regra moral deriva do interior não necessitando de um evento externo para existir. Além do mais, as regras morais não possuem o mesmo poder punitivo das regras jurídicas, ou seja, uma autoridade pública para fazer valer seus mandamentos e sanções. A moral tem uma punição somente de consciência, rejeição social, vergonha. A moral não é sancionada ou possuem um processo complexo e rígido como as regras jurídicas, mas é determinada pela própria sociedade através dos costumes.
A principal diferença entre regras de direito e regras de moral é que as primeiras têm por objeto as relações entre pessoas, já as regras morais tem como objeto o homem como individuo. Ainda, como característica da regra jurídica tem a coerção, a bilateralidade, atributividade e para a regra moral temos a espontaneidade, consciência, unilateralidade, conduta interior.
As regras de direito e as regras morais podem vir em consonância ou dissonância entre elas, ou seja, estar diante de uma regra de direito moral ou imoral. Salienta-se que mesmo a regra de direito sendo imoral, ela ainda possui o poder coercitivo e punitivo, sendo exigível e obrigando a todos, sendo tão valido quanto o direito moral. 
No entanto essa regra de direito imoral pode vir a ser reformulada ou até mesmo revogada, de acordo com os anseios da sociedade. Por este motivo dissemos que as regras de direito advém das regras morais. E, por sua vez, o direito intervém nas relações sociais. 
O direito tem seu surgimento a partir da moral e convive com a mesma diariamente, criando novos conceitos e normas jurídicas, alterando as existentes. Assim a moral é o fim do direito quando moraliza as atitudes humanas na relação individuo/sociedade a, ao mesmo tempo, fundamenta sua validade obrigatória na moral.
A estreita relação entre direito e moral pode ser percebida fortemente na reparação civil por danos morais, uma vez que protege a esfera íntima da pessoa, inclusive sua moral (honra objetiva, subjetiva, autoestima, conceito social) punindo na forma de indenização o sofrimento moral injustificado causado a outro. 
A própria Constituição Federal determinou a indenização pelo abalo moral no seu art. 5º, X, é a defesa da pessoa humana em face de ofensas ao seu direito personalíssimo.
O objetivo da indenização por dano moral é a manutenção e preservação da personalidade humana. O quantum da indenização é fixado pelo julgador, não podendo ser fonte de enriquecimento da vitima nem ínfimo ou simbólico e terá objetivo de compensação pelos danos causados e como caráter social e preventivo desestimulando novos atentados no futuro.
ÉTICA, PLURALISMO DE VALORES E DIVERSIDADE
O fundamento do sistema ético é que apesar de prescrever limites e medidas para o comportamento humano, esquematizando toda a ação humana, ainda assim o sistema é tolerante . É a ética no plural, não excluindo outras éticas por grupos contextualmente predominante. 
Isso se dá justamente para garantir e defender o desenvolvimento de outras éticas, não fazendo valer a expressão “faço de minha vontade a vontade de todos”, pois ética não é um sistema arbitrário. As diferenças são um ponto favorável para o crescimento do que é comum a todos.
Estamos falando aqui de vários sistemas éticos, se um sistema prega o preconceito, por exemplo, de raça, cor, sexo, idade..., não estamos diante de um sistema ético, uma vez que é um principio básico. Não se pode chamar de sistema ético o sistema de valores que impõem acabar com outro valor, uma vez que todo o sistema ético deve saber administrar as diferenças e igualdades. Não podemos utilizar um sistema sob pretexto de ser ético, para eliminação de outras opiniões, ideias e comportamentos éticos.
Pessoas, o ser humano é essencialmente diferentes entre si, faz parte da condição humana as diversidades de pensamento, atitudes, valores. 
No entanto como reduzir ou abolir com o desentendimento que venham a ocorre entre indivíduos ou grupos com valores éticos diferentes? Uma das soluções seria através do diálogo, força pulsionante do entendimento e solução racional para esses desentendimentos. A linguagem racionaliza o convívio e solidariza a relação entre as pessoas. Não se pode governar sob a ideia de consenso absoluto, mas sim através do consenso possível, construído pelo diálogo.
ÉTICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO E SUAS TENDÊNCIAS
Modernidade
No século XVIII, o paradigma da ética foi pautado no iluminismo (movimento cultural, intelectual, conhecimento, debate cientifico, contra a intolerância) colocando o homem no centro das questões morais como conhecedor da razão. Inicia uma valorização do homem e da razão em contraposição à fé.
O iluminismo pregava ainda a autonomia das escolhas do individuo, substituindo as crenças religiosas, ou seja, as escolhas do homem passam a ser a resposta as questões que até então eram justificadas unicamente pela fé.
 Immanuel Kant filosofo percursor das questões éticas era iluminista.
Esta época é chamada de Idade Moderna e compreende a passagem do regime feudal para o regime capitalista. Há uma revolução social, com descobertas marinhas e encontro (e descoberta) de povos distintos.
A ética no período moderno se caracteriza pela liberalidade, voltada a um Estado mais inclinado às afirmações burguesas do que valores humanos. Esses princípios burgueses não atingiram os fins das propostas éticas modernas como a prosperidade social com desenvolvimento da ciência e liberdade do comércio. A ciência avançou, mas a prosperidade sociocultural não. 
Duas grandes guerras mundiais com campos de concentração, bombas atômicas (Hiroshima e Nagasaki), genocídios; ainda fome em vários continentes, desrespeito com o meio ambiente, terrorismo são alguns exemplos de ações injustificáveis ocorridas no período moderno, mesmo com a criação da Declaração do Homem e Cidadão (1789) e da Declaração dos Direitos Humanos (1947).
Pós-modernidade
O termo pós-modernidade surgiu em 1979, marcado pela quebra de paradigmas da modernidade, sendo a questão das diferenças o ponto de apoio dos movimentos pós-modernidade, num contexto democrático de novas possibilidades de informação e transferência de conhecimento. No entanto, neste período, houve certa quebra dos limites, trazendo a consciência dimensões infinitas, e, ao mesmo tempo, deslumbramento pelo ilimitado o qual originou uma crise de valores morais e políticos.
No entanto, o lado positivo da ética no período pós-moderno foi que as diferenças podem ser realçadas para que direitos fundamentais e conquistas sociais possam ser reconhecidas. Essas diferenças ou diversidade são de cunho político, ideológico, cultural, social, sexo, etc... É a garantia do convívio democrático.
Isso é chamado de raciocínio pluralista, onde há um maior espaço à liberdade, porém com alguns riscos como a relativização do comportamento (nada é totalmente proibido ou valido, mas sim relativo).
Já se fala, atualmente estamos em transição para um novo tempo chamado de “tempos hipermodernos”, com a consagração do consumismo, do hedonismo (filosofia moral baseada na concepção do prazer como felicidade para o maior número de pessoas ou ainda como busca egoísta de prazeres momentâneos), psicologismo (teoria segunda a qual os princípios lógicos têm seus valores decorrentes de causas psicológicas ou sociológicas) e da comunicação. Neste tempo tem-se como princípios o mercado de consumo e o individualismo. 
Neste tempo, a satisfação rápida das necessidades e dos prazeres é movida pela sedução e pelo mercado capitalista avançado.
Sob o ponto de vista ético, sustenta-se a necessidade da ação efetiva, chamando a atenção para a questão dos direitos humanos e desigualdades, defendendo o debate como possibilidade de redução das diferenças, criando princípios e regras a partir dos conflitos.A função moral tem papel importantíssimo neste novo contexto, pois é ela que norteará a direção que a sociedade deve seguir, analisando as diferenças e a tolerância com necessidade de solidariedade como ação defensiva das diferenças e garantia de um convívio pluralista e de inclusão, ou seja, eticamente aceitável.
Independentemente de qual período estamos atualmente ou qual nome dado, o que se percebe é a volta do tema ética por pensadores e filósofos contemporâneos. 
ÉTICA PROFISSIONAL NO ÂMBITO DAS PROFISSÕES JURÍDICAS
ÉTICA E PROFISSÕES
Ética Profissional corresponde a parte da ética aplicada, ou seja, é um conjunto de regras de condutas (morais) que deve ser observada no exercício profissional, com o objetivo de valorizar a profissão.
Seja qual for a profissão, ela deve estar a serviço do social, da ética, trazendo um benefício social. As profissões tem grande importância tanto para o individuo quanto para a sociedade, uma vez que se tem na profissão uma valoração moral e através dela pode-se mudar o ambiente, a conduta e as condições de vida das pessoas. 
PROFISSÕES E CÓDIGOS DE ÉTICA
Na maioria das profissões o código de ética tem caráter formal e jurídico, contendo princípios éticos, regras e prescrições do comportamento do profissional. Tem-se como objetivo a criação dos códigos de ética tornar concretos os princípios e deveres de cada profissional. Na verdade os códigos de ética são códigos de conduta profissional.
Porque não existe um código de ética geral para todas as profissões?
Cada código deverá levar em conta à forma como a profissão se desempenha, ao ambiente que é executada. Cada profissão exige um padrão de conduta, no entanto os conceitos éticos universais são exigíveis a todas as profissões.
Os códigos éticos transformam-se também em código legais, positivados. Isso se faz necessário para tornar clara, minucioso a forma de agir do profissional. No exercício profissional o individuo, dotado de paixões, emoções, tendências comportamentais, deve estar preparado para assumir responsabilidades que no seu foro intimo não gostaria de assumir, ou ainda agir em consonância com o código de ética de sua profissão que, sem essa codificação, não agiria de determinada forma.
A elaboração dos códigos de ética profissional faz-se necessário tendo em vista a complexidade comportamental e da necessidade de controle, além de trazer maior segurança na atuação profissional. A positivação dos códigos, normalmente ocorre em forma de lei, orientada pelo art. 5º inc. II da Constituição Federal: II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Assim, o profissional deve adaptar a sua ética pessoal ao que determina o código de ética de sua categoria profissional. 
Normalmente os códigos de ética profissional determinam o que não se deve ou não se pode fazer (proibições), com o objetivo de coibir condutas determinadas. Com isso a liberdade de escolha e comportamento do profissional esbarra nas proibições de sua categoria. 
Não podemos esquecer dos princípios fundamentais da ética profissional são a ciência e a consciência.
Ciência: conhecimento técnico adequado, preparo intelectual do profissional que deve dominar as regras para um bom desempenho na atividade que exerce. Deve estar atualizado com as mudanças sociais, tecnológicas e jurídicas. Além do mais deve ter conhecimento mínimo das exigências de sua profissão.
Consciência: toda profissão tem uma função social a ser desenvolvida. É o compromisso com os efeitos que sua atividade profissional gerará na sociedade. É a virtude do ser, aplicada na sua profissão. Muitas profissões ficam condicionadas, inclusive, a provas de condutas ilibadas (imaculadas, incorruptas, puras), passando a ser exigência para o exercício de determinada profissão (Juiz de Direito, por exemplo). 
ÉTICA E PROFISSÃO JURÍDICA
Os operadores do direito também têm suas atividades profissionais estruturados em princípios e regras chamados Deontologia Jurídica ou Deontologia Forense. Deontologia Jurídica é a ciência dos deveres profissionais e fundamentos da ética e valores jurídicos. 
Os profissionais da área jurídica devem-se orientar profissionalmente pela conformidade com a realidade social na qual se insere. Seja o Advogado, o Promotor de Justiça, o Juiz de Direito, o pesquisador, o professor do direito devem estar preocupados não somente com a norma jurídica formal, mas sim com os efeitos (social, cultural, político, econômico, ambiental) dessas normas na prática, pois essas profissões tem natureza de “ciência social”.
Todo ato praticado pelos profissionais jurídicos tem influencia em outras áreas (social, econômica, cultural, politica, ambiental) tem-se assim um instrumento que além de jurídico é um instrumento ético e social na medida em que interfere na conduta e no comportamento das pessoas.
As profissões jurídicas não são de livre exercício, mas sim um exercício de deveres, obrigações e comportamentos regrados, tendo em vista o caráter de interesse social dessas profissões. Podem ser regulamentados por leis, códigos de ética, portarias, decretos, regimentos internos, circulares.
Cada profissão jurídica tem sua regulamentação, no entanto alguns princípios são gerais e comuns a todas as carreiras jurídicas:
- Princípio da cidadania: Proteção da Constituição, que contém os princípios que protegem o cidadão.
- Princípio da efetividade: efetividade aos atos jurídicos profissionais praticados para que surtam os efeitos desejados.
- Princípio da Probidade: o profissional com zeloso comportamento na administração do que é seu e dos outros.
- Principio da liberdade: o profissional jurídico deve ser independente, tanto em suas convicções pessoais, seu modo de agir e refletir.
- Princípio da defesa das prerrogativas profissionais: o profissional deve proteger a sua categoria.
- Princípio da informação e solidariedade: objetivo é dar clareza, publicidade nas relações profissionais.
Os operadores do direito, além de possuírem princípios específicos por conta da importância e caráter social das profissões, tem ainda um controle por órgãos com poder decisórios e punitivos. Esses órgãos são constituídos em turmas ou grupos com a função de favorecer o zelo e o comprimento dos deveres profissionais. Exemplos desses órgãos: Corregedorias (tribunais, Ministério Público, Procuradoria), comissões de éticas e disciplina (OAB), cuja função é punir comportamentos desviantes do profissional.
Esses órgãos possuem poder de averiguação dos atos considerados incompatíveis com o exercício profissional. No entanto os procedimentos de averiguação (sindicâncias) são limitados pela legislação e pelos princípios constitucionais inerentes aos processos administrativos ou judiciais como o direito da ampla defesa e contraditório.
PROFISSÕES JURÍDICAS E SEUS CAMPOS DE ATUAÇÃO
- Advogado: Lei 8.906 de 04 de julho de 1994 - Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil. Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil. Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil. Constituição Federal/88 – Capitulo IV Das Funções Essenciais à Justiça. 
- Magistratura: LOMAN Lei de Orgânica da Magistratura Nacional – Lei Complementar 35 de 14 de março de 1979. Código de Ética da Magistratura. Constituição Federal/88 - Capitulo III Do Poder Judiciário.
- Ministério Público: LONMP Lei Orgânica Nacional do Ministério Público - Lei 8.625 de 12 de fevereiro de 1993. Lei Complementar 75 de 20 de maio de 1993 – Estatuto do Ministério Público da União. Constituição Federal/88 – Capítulo IV Das Funções Essenciais à Justiça.
- Agentes Públicos: Decreto 1.171 de 22 de junho de 1994 – Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Lei 8.112 de 11 de dezembro de 1990.

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