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22_1544_Texto PEDD - TÓPICOS DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

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TÓPICOS DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
INTRODUÇÃO
A História da Educação no Brasil inicia-se no período colonial, quando começam as primeiras relações entre Estado e Educação, por meio dos jesuítas que chegaram em 1549, chefiados pelo Padre Manoel da Nóbrega. Em 1759, com as reformas pombalinas, houve a expulsão dos jesuítas, passando a ser instituído o ensino laico e público, e os conteúdos basearam-se nas Cartas Régias. Muitas mudanças ocorreram até que se chegasse à pedagogia dos dias de hoje. As principais reformas foram Benjamim Constant (1890), Epitácio Pessoa (1901), Rivadávia Correia (1911), Carlos Maximiliano (1915), João Alves da Rocha Vaz (1925), Francisco Campos (1932), Gustavo Capanema (1946) e as Leis de Diretrizes e Bases de 1961, 1968, 1971 e 1996.
	Considerando os três grandes períodos da história do Brasil, os principais acontecimentos relacionados a organização da educação são os seguintes:
No Período Colonial:
- A Educação organizada pelos jesuítas.
- O Rátio studiorum (1599) e a formação da elite colonial brasileira
- As Reformas Pombalinas (Marques de Pombal, 1759) – expulsão dos jesuítas do Brasil (fim do Ratio studiorum).
- As Aulas régias (latim, grego, retórica...) – crise da educação
Período Imperial
- O Ato Adicional de 1834 – as províncias ficam responsáveis pela educação.
- As províncias não dão conta de cuidar da educação e o Estado Federal se omite.
Período Republicano
- Reforma Francisco Campos (1931) – tentativa de organização legal do ensino.
- Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932). Manifesto assinado por 26 educadores denunciando os problemas da educação e em defesa da escola pública (laica, gratuita e obrigatória).
-Leis Orgânicas da Educação (1942 – 1945) – vários decretos de Getúlio Vargas (ministro Gustavo Capanema) tentam organizar todos os níveis da educação nacional.
- 1ª LDB – Lei 4024 de 1961
 - Período Democrático
	- Organização do ensino: primário, ginásio, colégio / científico / clássico
- 2ª LDB – Lei 5692 de 1971
	- Período da Ditadura Militar
- Tentativa de organizar o ensino em consonância com o esenvolvimento econômico.
- 3ª LDB – Lei 9394 de 1996
	- Período democrático.
	- Torna a organização do ensino mais flexível 
O RÁTIO STUDIORUM
Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio atque Instituto Studiorum, chamado abreviadamente de Ratio Studiorum. Os jesuítas não se limitaram ao ensino das primeiras letras; além do curso elementar eles mantinham os cursos de Letras e Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior, para formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava·se Gramática Latina, Humanidades e Retórica; e no curso de Filosofia estudava·se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Os que pretendiam seguir as profissões liberais iam estudar na Europa, na Universidade de Coimbra, em Portugal, a mais famosa no campo das ciências jurídicas e teológicas, e na Universidade de Montpellier, na França, a mais procurada na área da medicina
PERÍODO POMBALINO (AS REFORMAS PROMOVIDAS PELO MARQUES DE POMBAL) – de 1760 a 1808
No momento da expulsão, os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, além de seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional.
Com a expulsão, saíram do Brasil 124 jesuítas da Bahia, 53 de Pernambuco, 199 do Rio de Janeiro e 133 do Pará. Com eles levaram também a organização monolítica baseada no Ratio Studiorum. Desta ruptura, pouca coisa restou de prática educativa no Brasil. Continuaram a funcionar o Seminário Episcospal, no Pará, e os Seminários de São José e São Pedro, que não se encontravam sob a jurisdição jesuítica; a Escola de Artes e Edificações Militares, na Bahia, e a Escola de Artilharia, no Rio de Janeiro.
Os jesuítas foram expulsos das colônias em função de radicais diferenças de objetivos com os dos interesses da Corte. Enquanto os jesuítas preocupavam-se com o proselitismo e o noviciado, Pombal pensava em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potências européias da época. Além disso, Lisboa passou por um terremoto que destruiu parte significativa da cidade e precisava ser reerguida. A educação jesuítica não convinha aos interesses comerciais emanados por Pombal. Se as escolas da Companhia de Jesus tinham por objetivo servir aos interesses da fé, Pombal pensou em organizar a escola para servir aos interesses do Estado.
PERÍODO JOANINO (AS AULAS RÉGIAS) – de 1808 a 1821
Pelo alvará de 28 de junho de 1759, ao mesmo tempo em que suprimia as escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias, Pombal criava as aulas régias de Latim, Grego e Retórica. Criou também a Diretoria de Estudos que só passou a funcionar após o seu afastamento. Cada aula régia era autônoma e isolada, com professor único e uma não se articulava com as outras.
Portugal logo percebeu que a educação no Brasil estava estagnada e era preciso oferecer uma solução. Para isso, instituiu-se o "subsídio literário" para manutenção dos ensinos primário e médio. Criado em 1772, o “subsídio” era uma taxação, ou um imposto, que incidia sobre a carne verde, o vinho, o vinagre e a aguardente. Além de exíguo, nunca foi cobrado com regularidade e os professores ficavam longos períodos sem receber vencimentos a espera de uma solução vinda de Portugal.
Os professores geralmente não tinham preparação para a função, já que eram improvisados e mal pagos. Eram nomeados por indicação ou sob concordância de bispos e se tornavam "proprietários" vitalícios de suas aulas régias.
O resultado da decisão de Pombal foi que, no princípio do século XIX, a educação brasileira estava reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que pudesse chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educação.
ATO ADICIONAL DE 1834
A constituição de 1824 teve apenas uma única emenda, a qual ficou conhecida como o Ato Adicional de 1834, aprovado pela Lei nº. 16 de 12 de agosto. Nos seus 32 artigos, estabeleceu algumas mudanças significativas, principalmente no que se referiu ao Capítulo V da Constituição, que definia as atribuições dos Conselhos Gerais de Província. Ele extinguiu os Conselhos Gerais das províncias e criou, em seu lugar, as assembléias legislativas provinciais com poderes para legislar sobre economia, justiça, educação, entre outros. Além disso, a cidade do Rio de Janeiro foi transformada em Município Neutro, desmembrado da Província do Rio de Janeiro, que passou a ter a sede do governo em Niterói.
O Ato Adicional foi o marco que desencadeou uma vasta discussão entre centralização e descentralização no Brasil imperial, não só para os contemporâneos, mas também entre os estudiosos do período, principalmente do campo educacional. Quem teria o poder de legislar sobre educação? A quem caberia a tarefa de organizar a instrução pública? Ao governo geral ou as províncias? Foram questões que esquentaram as discussões entre políticos, administradores, professores e intelectuais.
REFORMA FRANCISCO CAMPOS
Nome da primeira reforma educacional de caráter nacional, realizada no início da Era Vargas (1930-1945), sob o comando do ministro da educação e saúde Francisco Campos, constituiu-se, portanto, na primeira iniciativa de organização nacional da educação brasileira. Essa reforma, de 1931, foi marcada pela articulação junto aos ideários do governo autoritário de Getúlio Vargas e seu projeto político ideológico, implantado sob a ditadura conhecida como “Estado Novo”. 
Dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos, estava a criação do Conselho Nacional de Educação e organização do ensinosecundário e comercial. Este último foi destinado à "formação do homem para todos os grandes setores da atividade nacional", construindo no seu espírito todo um "sistema de hábitos, atitudes e comportamentos." Dessa forma, Francisco Campos havia dividido o curso secundário em dois ciclos de cinco e dois anos, respectivamente, o primeiro fundamental, e o segundo complementar, orientado para as diferentes opções de carreira universitária. A lei de 1931 previa, ainda, a criação de um sistema nacional de inspeção do ensino secundário, a ser feito por uma rede de inspetores regionais. As universidades também sofreram uma nova orientação, voltada para a pesquisa, difusão da cultura e maior autonomia administrativa e pedagógica. 
MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA
Refere-se a um documento escrito por 26 educadores, em 1932, com o título A reconstrução educacional no Brasil: ao povo e ao governo. Circulou em âmbito nacional com a finalidade de oferecer diretrizes para uma política de educação. 
O texto do manifesto dizia que "se depois de 43 anos de regime republicano, se der um balanço ao estado atual da educação pública, no Brasil, se verificará que, dissociadas sempre as reformas econômicas e educacionais, que era indispensável entrelaçar e encadear, dirigindo-as no mesmo sentido, todos os nossos esforços, sem unidade de plano e sem espírito de continuidade, não lograram ainda criar um sistema de organização escolar, à altura das necessidades modernas e das necessidades do país". 
Segundo o documento, a causa principal dos problemas na educação está "na falta, em quase todos os planos e iniciativas, da determinação dos fins de educação (aspecto filosófico e social) e da aplicação (aspecto técnico) dos métodos científicos aos problemas de educação". Os 26 educadores entendiam que "nunca chegamos a possuir uma cultura própria, nem mesmo uma cultura geral que nos convencesse da existência de um problema sobre objetivos e fins da educação". 
O grupo defendia novos ideais de educação e lutavam contra o empirismo dominante. Para tanto, defendiam "transferir do terreno administrativo para os planos político-sociais a solução dos problemas escolares". 
A educação nova, segundo o texto do manifesto, propunha "servir não aos interesses de classes, mas aos interesses do indivíduo, e que se funda sobre o princípio da vinculação da escola com o meio social". Ou seja, o objetivo era ter um "ideal condicionado pela vida social atual, mas profundamente humano, de solidariedade, de serviço social e cooperação". 
Os educadores de 1932 que assinaram o manifesto diziam que a escola tradicional estava instalada para uma concepção burguesa, deixando o indivíduo numa autonomia isolada e estéril. O documento defendia ainda: educação como uma função essencialmente pública; a escola deve ser única e comum, sem privilégios econômicos de uma minoria; todos os professores devem ter formação universitária; o ensino deve ser laico, gratuito e obrigatório. 
A democracia no Brasil era um dos pontos importantes abordado no manifesto de 1932. A educação era vista como instrumento de reconstrução da democracia, permitindo a integração dos diversos grupos sociais. Nesse sentido, o governo federal deveria defender bases e princípios únicos para a educação, mas sem ignorar as características regionais de cada comunidade. 
LEIS ORGÂNICAS DA EDUCAÇÃO
Em 1942, por iniciativa do Ministro Gustavo Capanema, são reformados alguns ramos do ensino. Estas Reformas receberam o nome de Leis Orgânicas do Ensino, e são compostas pelas seguintes Decretos-lei, durante o Estado Novo: 
      - O Decreto-lei 4.048, de 22 de janeiro, cria o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI. 
      - O Decreto-lei 4.073, de 30 de janeiro, regulamenta o ensino industrial. 
      - O Decreto-lei 4.244, de 9 de abril, regulamenta o ensino secundário. 
      - O Decreto-lei 4.481, de 16 de julho, dispõe sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8% correspondente ao número de operários e matriculá-los nas escolas do SENAI. 
      - O Decreto-lei 4.436, de 7 de novembro, amplia o âmbito do SENAI, atingindo também o setor de transportes, das comunicações e da pesca. 
      - O Decreto-lei 4.984, de 21 de novembro, compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter, por conta própria, uma escola de aprendizagem destinada à formação profissional de seus aprendizes. 
      	O ensino ficou composto, neste período, por cinco anos de curso primário, quatro de curso ginasial e três de colegial, podendo ser na modalidade clássico ou científico. O ensino colegial perdeu o seu caráter propedêutico, de preparatório para o ensino superior, e passou a preocupar-se mais com a formação geral. Apesar desta divisão do ensino secundário, entre clássico e científico, a predominância recaiu sobre o científico, reunindo cerca de 90% dos alunos do colegial (Piletti, 1996: 90). 
      	Ainda no espírito da Reforma Capanema é baixado o Decreto-lei 6.141, de 28 de dezembro de 1943, regulamentando o ensino comercial (observação: o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC só é criado em 1946, após, portanto o Período do Estado Novo). 
      	Em 1944 começa a ser publicada a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, órgão de divulgação do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos - INEP.
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA PRIMEIRA L.D.B. (Lei de diretrizes e Bases da Educação Brasileira)
Origem temática da LDB está na constituição de 1934 que dizia: “compete a união traçar diretrizes da educação nacional.” Manifestava essa lei a necessidade de organizar a educação nacionalmente, ou seja, a criação de um Sistema Nacional de Educação.
A constituição de 1937 volta ao tema no artigo 15. Atendendo a essa exigência que o ministro Gustavo Capanema elaborou as “leis Orgânicas do Ensino” (Reforma Capanema), implantada entre 1942 e 1946.
Na constituição de 1946 aparece novamente a expressão “diretrizes e bases da educação nacional”. Atendendo a constituição de 1946, depois de tramitar por 13 anos no Congresso, foi a provada a primeira LDB , a lei 4024/61.
A constituição de 1967 manteve a recomendação. Em 1971 foi aprovada a 2ª LDB, a Lei 5692/71 (que se completa com a lei 5.540 de 1968 – Lei de Reforma de Ensino Universitário)
A constituição de 1988 volta a recomendar a união, que estabeleça as diretrizes e bases da educação nacional. Em 1996 é aprovada a 3ª LDB, a lei 9394/96.
DEBATE QUE ANTECEDEU A PRIMEIRA LDB
O embate entre centralização x descentralização, por falta de entendimento entre seus ideólogos, levou ao arquivamento do primeiro projeto de LDB. A questão da centralização era vista por dois ângulos, ou seja, era lembrada com a ditadura do Estado Novo e levava muitos educadores progressistas a não encampá-la. Também, os educadores, ligados à igreja católica, entendiam que a questão da centralização dava ao Estado um controle muito grande na educação e isso contrariava os seus interesses, pois a igreja tinha um controle quase hegemônico da escola particular, na época. 
A descentralização era vista como uma necessidade por educadores de idéias novas, pois entendiam que as diferenças regionais seriam contempladas com a descentralização. Os educadores, ligados a defesa da escola pública, viam na descentralização um caminho para a privatização e por esta razão eram contra. Assim, por falta de entendimento, o projeto foi arquivado e a sociedade teve que esperar mais alguns anos para ter uma LDB. Na retomada das discussões, no início da década de 50, o confronto irá evoluir entre escola pública e escola privada. 
O confronto entre os defensores da escola pública e defensores da escola privada estava diretamente relacionado à disputa dos modelos de sociedade da época. Dessa forma, a escola pública tinha seus aliados nos grupos ideológicos que lançaram em 1959 o Manifesto dos Educadores, passando a contar também com o apoio de alguns setores das elites liberaisda sociedade. Os privatistas tinham na Igreja Católica, que hegemonizava o ensino particular na época, seu mais forte aliado e também contavam com o apoio dos setores ligados aos defensores da privatização da economia. 
LEI 4024/61 (1ª LDB)
Nessa primeira LDB, a estrutura do ensino pouco se alterou. O ensino pré-primário foi então definido como composto de escolas maternais e jardins de infância; o ensino primário com duração de quatro anos e o secundário foi subdividido em ginasial, com 4 anos e colegial, com 3 anos. O ensino normal e os técnicos (industrial, agrícola e comercial) não sofreram alterações e, no ensino superior, destaca-se, em 1961, a criação da Universidade Nacional de Brasília, protagonista de um projeto articulado com a autonomia universitária, que o golpe de 1964 inviabilizou.
LEI 5692/71 (2ª LDB)
O contexto político e social sob o qual foi desenvolvida esta lei é bem conturbado, pois o país vivia o período da Ditadura Militar, um período contraditório. De um lado, o governo Médici se utilizava dos meios de comunicação para exaltar o Estado brasileiro; do outro, adotava uma política econômica atrelada ao capital internacional dentro de um discurso perpassado pela ideologia desenvolvimentista e de exaltação do “milagre econômico”, reforçado pela importância dada à educação de cunho tecnicista. Dentro deste contexto é que se cria uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação aprovada em 11 de agosto de 1971 a conhecida Lei 5692/71, que entra em vigor a partir de 1972.
A partir desta Lei, a dualidade se torna mais evidente, pois através dela se irá determinar a educação como uma preparação para o trabalho. Mas, aparentemente, esta lei dava a impressão é que todas as escolas fossem profissionalizantes, mas isto não ocorria na prática devido às condições materiais delas. “É eliminado o sistema de ensino baseado em ramos, cria um único sistema fundamental, fundindo o primário com o ginásio que será chamado de 1º grau e será feito em oito anos e implanta uma nova estrutura de ensino; A equivalência entre os ramos secundário e propedêutico é substituída pela obrigatoriedade da habilitação profissional para todos os que cursassem o que passou a ser chamado de 2º grau sendo cursado entre três a quatro anos; Os currículos do 1º e 2º graus passam a ter duas partes: uma de núcleo comum, com disciplinas obrigatórias em todo o país e outra diversificada, segundo as peculiaridades locais, planos dos estabelecimentos e diferenças individuais dos alunos.”
A lei pouco mudou em relação à 4.024/61; por exemplo, no título que trata sobre os Objetivos Gerais da Educação ela manteve os mesmos itens da lei anterior. O que a Lei 5692/71 mais destaca é a sua referência à preparação para o trabalho tanto no 1º como no 2º grau. Novamente uma lei educacional foi elaborada em consonância com interesses presentes na sociedade capitalista, havendo neste caso uma grande influência do capital internacional, já que o Brasil tinha um grande parque industrial e mais de 50% era composto por empresas transnacionais.
Bibliografia
www.wikipédia.com.br
Sugestões de leitura:
PILETTI, N. e ROSSATO, G. Educação Básica: da organização legal ao cotidiano escolar. São Paulo: Ática, 2010
RIBEIRO, Maria Luisa S. História da educação brasileira: a organização escolar. São Paulo: Cortez.
ROMANELLI, Otaíza de O. História da educação brasileira (1930-1973). Petrópolis: ed.Vozes.
SAVIANE, Dermeval. A nova lei da educação. São Paulo: autores Associados, 2002.
QUESTÕES:
No Brasil, durante o Período Colonial, a educação ficou sob os cuidados dos jesuítas até o final do século XVIII. Comente como era organizada a educação por esses religiosos.
O que foram as Reformas Pombalinas? Comente.
O que eram as Aulas Régias? Comente.
O que o Ato Adicional de 1834 dizia a respeito da responsabilidade do Estado pelo oferecimento do ensino no Brasil?
Francisco Campos, ministro de Getúlio Vargas na década de 1930, foi responsável pela primeira reforma educacional de caráter nacional. Comente as características dessa reforma.
O que foi o Manifesto dos Pioneiros? Comente.
O que foram as Leis Orgânicas da Educação? Comente.
O que é uma L.D.B. da Educação?
Qual foi a primeira LDB da Educação Brasileira? 
Quantas LDB o Brasil teve até hoje? Quais são?
Qual é a LDB da educação em vigor atualmente no Brasil? Faça um breve comentário.
No debate que antecedeu a aprovação da 1ª LDB da educação brasileira, o que estava em disputa?

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