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Facebook Prof Mauro Argachoff Twitter @MauroArgachoff 2 Ameaça (Crime contra a liberdade individual) Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. - Mal injusto ( se permitido pela legislação - conduta atípica. Ex. dizer que irá executar judicialmente devedor). - Mal grave. - Verossímil . 3 Ameaça • Crime subsidiário. • Crime de forma livre. • Dolo • Mal atual ou futuro? Posicionamento nos dois sentidos. • Sujeito ativo: crime comum. Funcionário público (abuso de autoridade) • Sujeito passivo: “alguém”. Tem que compreender o significado da ameaça. • Animus jocandi • Nervosismo/embriaguez 4 Ameaça • Vitima se sentir intimidada: desnecessário/ posicionamento em contrário. • Presença da vítima: desnecessário. • Consumação: ao tomar conhecimento. Crime formal. • Tentativa: possível. • Ação penal: pública condicionada a representação. 5 Sequestro e Cárcere Privado (Crime contra a liberdade individual) Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de um a três anos. - Sequestro - Cárcere privado - Crime permanente. - Dolo. - Sujeito ativo e passivo: crime comum (inclusive o incapaz de se locomover). 6 Sequestro e Cárcere Privado § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; - Não se aplicam as agravantes genéricas do artigo 61, II, “e” - Taxativa (não se aplica a padrasto, irmão, tio, etc.) - Entrou em cativeiro antes dos 60 anos (crime permanente) II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; - Abrange asilo. 7 Sequestro e Cárcere Privado III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. - inclui-se o dia do começo (art. 10 do CP) IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; -agente dever ter conhecimento dessa circunstância ... 8 Sequestro e Cárcere Privado V – se o crime é praticado com fins libidinosos - Lei 11.106/05 revogou o rapto violento do art. 219 do CP - Falava em “mulher honesta”. - Vítima pode ser homem. - Desnecessidade de que o ato libidinoso seja efetivamente praticado, consumando-se com a captura. - Praticados os atos responde por estupro e sequestro. 9 Sequestro e Cárcere Privado § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: Pena - reclusão, de dois a oito anos - Vítima em local úmido; quente; companhia de ratos; falta de alimentação; sofrendo agressões físicas, etc. - No caso de lesões graves ou morte, responde em concurso com o sequestro. - Se presente hipótese do §1º e § 2º, aplica-se o último por ser mais grave. - Lei de tortura: se praticada mediante sequestro tem pena aumentada de um sexto a um terço (art. 1º, § 4, III, da 9455/97). 10 Violação de Domicílio Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. - Casa asilo inviolável (CF., art. 5º, XI) - Entrar - Permanecer - Clandestinamente (vitima não percebe. Ex. muro, janela) - Astuciosamente/fraude (uniforme falso, por exemplo) 11 Violação de Domicílio - Habitação coletiva com oposição de um dos moradores: há crime. - Marido e mulher. - Condomínios com autorização de um só dos moradores: área comum não há crime. - Elemento subjetivo: dolo - Consumação: com o ingresso ou não retirada (mera conduta). - Tentativa: possível por ser plurissubsistente. 12 Violação de Domicílio § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. - Noite:maior dificuldade em coibir (não se exige repouso) - Ermo - Emprego de arma: própria/imprópria. Tem que utilizar. - Emprego de violência: contra pessoa ou coisa. Entendimento contrário. - Concurso de pessoas: desnecessário que todos ingressem. 13 Violação de Domicílio § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. - Fora dos casos legais: ingresso sem mandado - Formalidades em lei: ex. há mandado, mas é noite - Abuso de poder: funcionário extrapola o tempo necessário - Funcionário público: divergência (a- só abuso de autoridade – Lei 4.898/65; b-violação simples e abuso de autoridade; c- violação do §2º, mais abuso de autoridade). 14 Violação de Domicílio § 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. Excludente de ilicitude - Prisão em flagrante: qualquer hora do dia ou da noite (pode haver discriminante putativa –art. 20,§1º no caso de não haver crime sendo praticado). 15 Violação de Domicílio § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; -casas, aptos, barracos, traillers, etc. II - aposento ocupado de habitação coletiva; - Quarto de hotel, motel, pensão III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade - Sala da gerência de uma loja; parte interna de oficina ou de bar. 16 Violação de Domicílio § 5º - Não se compreendem na expressão "casa": I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. - Casa de prostituição: localidade, em tese, onde se pratica crime habitual (art. 229 do CP). 17 Invasão de Dispositivo Informático Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa 18 Invasão de Dispositivo Informático Condutas: - Invadir: fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações; - Instalar vulnerabilidades: vírus, cavalo de troia, etc. Consumação: com a realização da conduta, independentemente do resultado. Computador conectado ou não à internet. Dolo (não existe a figura culposa) Tentativa: possível (vitima não abre programa, e-mail). 19 Invasão de Dispositivo Informático § 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput. § 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico - No caso do § 2º (programas do computador são danificados; arquivos apagados; site de vendas inviabilizado, etc). - O crime do art. 154-A é subsidiário. 20 Invasão de Dispositivo Informático § 3o Se da invasão resultar a obtenção deconteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave. - Obter, por exemplo, a senha bancária e efetuar saques haverá furto mediante fraude. 21 Invasão de Dispositivo Informático § 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos. § 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: I - Presidente da República, governadores e prefeitos; II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. 22 Invasão de Dispositivo Informático Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos. 23 Crimes Contra o Patrimônio 24 Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. - Coisa móvel (inclusive animal). Valor econômico ou sentimental. - Coisa alheia: deve ter dono. - Res nullius(coisa de ninguém); res derelicta (coisa abandonada) não tem dono. - res desperdicta (coisa perdida), tem dono (artigo 169, parágrafo único, II do CP). 25 Furto Sujeito ativo: crime comum Sujeito passivo: dono da coisa, além do possuidor, caso sofra prejuízo econômico. Posse ilegítima: ladrão que furta ladrão (a vítima é o dono da coisa) Consumação: quando a coisa é tirada do local em que se encontrava, ficando o agente por alguns minutos sem o risco de ser pego. Desnecessidade de posse mansa e pacífica. 26 Furto Tentativa: possível em todas as modalidades (simples, privilegiado e qualificado). Reparação do dano com pagamento de valor correspondente: Há crime (Arrep. Posterior, art. 16 CP). 27 Furto Furto Noturno § 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. - Causa de aumento de pena - Somente aplica-se ao furto simples (formas qualificadas estão nos §§ 4º e 5º) - Repouso noturno. ... 28 Furto - Ausência de moradores na residência: divergência. STJ entende que aplica-se por tratar-se de repouso da coletividade. - Veículo estacionado na rua: divergência. - Estabelecimento comercial: fechado/aberto. 29 Furto Furto Privilegiado § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. -Requisitos: primariedade e valor do bem. - Primário: não reincidente. Bons antecedentes? Não exige- se. - Pequeno valor da coisa: critério objetivo (salário mínimo vigente à época do crime). Vários bens (somatória) - Juiz pode=deve (direito subjetivo). Princípio da insignificância: furto de bagatela. (atipicidade material da conduta).Não se confunde com o furto privilegiado. 30 Furto § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. - TV a cabo: Julgado STF considerando não ser energia. - Sinal telefônico: aplica-se. - Sêmen (energia genética). 31 Furto Seres Humanos: não são coisa. Órgãos para transplante: Lei 9.434/97. Cadáver ou parte: pode ser o art. 211 do CP. Se pertencer a museu ou faculdade: art. 155 do CP. Se for de partes do cadáver para fins de transplante sem autorização: aplica-se a Lei 9.434/97. Violar sepultura para subtrair ouro de arcada dentária ou próteses: 1ª Corrente: furto qualifcado; 2ª Corrente: Violação de sepultura. 32 Furto Furto de uso: o agente não tem a intenção de manter a coisa em seu poder ou passá-la adiante. Deve ser demonstrado, desde o momento do apossamento, o uso momentâneo da coisa. Furto famélico: cometido para saciar a fome ou satisfazer necessidade vital (tem que ser o único recurso que resta) – haverá estado de necessidade. 33 Furto Furto qualificado § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; - Destruição (danificação completa); Rompimento (danificação parcial). - arrombamento; explosão de caixa eletrônico. - Dano: absorvido - Obstáculo como parte integrante da coisa: não qualifica. Existência de posicionamento em contrário do STJ. 34 Furto II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; - Grande confiança. Caso contrário agravante genérica do art. 61, II, f do CP “prevalecendo-se das relações domésticas”. - Fraude: artifício, engodo. (No estelionato o agente entrega) - Escalada: via anormal. Esforço incomum. - Destreza: habilidade. Tem que ser da coisa que o agente traz consigo 35 Furto III - com emprego de chave falsa; - Imitação da verdadeira feita clandestinamente - Qualquer instrumento capaz de abrir fechadura, sem arrombar. - Ligação direta não é chave falsa IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. - Maior facilidade na prática delituosa. Pode haver menor. - Necessidade ou não da presença no local: Divergência. - Associação criminosa: Tendência em admissão.36 Furto Furto qualificado privilegiado Doutrina tende a ser contra. STF já entendeu possível. "Súmula 511 do STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva." 37 Furto Concurso de pessoas no furto e roubo - Alegação de ofensa ao princípio da proporcionalidade. - Furto a pena dobra e roubo aumenta-se de um terço até metade. - Entendimento por não ofensa: Súmula 442 do STJ. “É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo”. 38 Furto § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. - Não se refere ao meio de execução do crime, mas sim ao resultado porterior. - Intenção de transportar: deve existir no momento da subtração. - Consumação: com a entrada do veículo em outro Estado ou País. 39 Furto - Tentativa: somente se transpor a fronteira, em perseguição, sendo preso imediatamente depois. - Ex. sujeito subtrai moto. É parado em blitz na estrada. Não há tentativa furto qualificado pq o furto já se consumou e a qualificadora pressupõe que a divisa seja transposta. Haverá furto consumado, simples ou qualificado pelo parágrafo 4º. - Haveria a tentativa se o individuo estivesse sendo perseguido após subtração, vindo a cruzar a divisa e sendo preso imediatamente após. . 40
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