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TGPp16_Do concurso de ações

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
FACULDADE DE DIREITO
TEORIA GERAL DO PROCESSO
 Tema 16 -	Do concurso de ações e cumulação de ações. Cumulação objetiva e subjetiva.
No sentido jurídico-processual, admitem alguns que o concurso de ações abrange a cumulação de ações, como se o concurso fosse o gênero e a cumulação uma espécie. Daí prelecionar Amaral Santos (obra citada, pág. 184):
“Para uns, concurso de ações é coexistência de várias ações à disposição e escolha do titular do direito; para outros, é reunião, ajuntamento de ações no mesmo processo, é cumulação, que pode ser objetiva e subjetiva; para terceiros, na expressão concurso de ações se compreendem aquilo e isto. Há, entretanto, os que reconhecem haver três figuras processuais distintas : concurso, cumulação de ações (cumulação objetiva) e litisconsórcio (cumulação subjetiva).
	Estamos com estes últimos. Distinguimos concurso de ações - coexistência de ações à escolha do titular do direito - de cumulação de ações - reunião de ações no mesmo processo. Estes são temas próprios da doutrina das ações e que se distinguem do litisconsórcio - reunião de vários litigantes, cumulação subjetiva - que é tema que se enquadra na doutrina da relação processual, do que tratar-se-á oportunamente.”
Ou ainda, mais explicitamente, segundo as teorias modernas :
a)	Coexistência de ações para tutela do direito (mais de uma ação à disposição do titular para a defesa de um direito - concurso).
	b) Reunião de ações em um só processo (cumulação objetiva).
c)	Reunião de vários autores ou réus num processo único (litisconsórcio/ cumulação subjetiva).
Na reunião de ações em sentido objetivo teríamos o ajuntamento de várias ações em um único processo. No sentido subjetivo, teríamos a reunião de vários litigantes, no mesmo processo (litisconsórcio).
Buscando, assim, uma sistematização mais simples, reconhecem outros a perfeita distinção entre concurso, cumulação e litisconsórcio, sendo que os dois primeiros são temas das ações e o último se enquadra como figura da relação processual. Didaticamente admite-se esta colocação, embora reconhecendo a interpenetração de fatores caracterizantes e interligantes, nestas duas últimas figuras processuais. É bem certo que o litisconsórcio se enquadra na doutrina da relação jurídica processual, e a cumulação e o concurso sejam tema da doutrina das ações, mas não há como desconhecer a possibilidade da coexistência entre a cumulação objetiva e o litisconsórcio. Neste caso, conjugam-se ações autônomas (diversas relações jurídicas de direito material) em um mesmo processo, com pluralidade de partes. O que se pode afirmar, porém, é que não são em todos os casos de litisconsórcio que preexiste, necessariamente, uma cumulação objetiva de ações (cumulação de ações), como bem exemplifica o litisconsórcio em que a relação jurídica de direito material é uma só. Única portanto.
Damos como exemplos de litisconsórcio, as ações de despejo contra vários inquilinos pelo mesmo senhorio. Ou ações requeridas por diversos funcionários contra o Estado, reivindicando direitos autônomos de cada um dos autores.
Isto posto, passamos ao estudo das três figuras distintas:
Concurso de Ações
Concurso de ações : Em geral, dir-se-ia que a cada direito corresponde uma ação que o assegura. É a velha regra de direito clássico esposada no anteiror Código Civil, art. 75 - “A todo o direito corresponde uma ação, que o assegura”. Princípio clássico-civilista, em que se via a AÇÃO COMO PARTE CONSTITUTIVA DO PRÓPRIO DIREITO MATERIAL: Era o direito em atitude defensiva. O vocábulo “ação”, aí, é tomado no mesmo sentido de processo em sua compreensão menos técnica. Todavia na concepção moderna, pode-se dizer que para cada direito material deve corresponder meios processuais adequados para se obter judicialmente a sua tutela.
O Código de Processo Civil, regulando o processo de conhecimento (Livro I), dispõe no art. 271 que : “Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei especial;” E, imediatamente no art. 272, o mesmo diploma arremata : “O procedimento comum é ordinário ou sumário”. No Livro IV, ele regula os procedimentos especiais. Ainda, nos Livros II e III disciplina, respectivamente, o processo de execução e o processo cautelar. Diante desses exemplos, pode-se afirmar que em um conflito de interesses pode o CPC colocar à disposição do titular do direito, meios processuais adequados, suficientes para satisfação do direito material. 
Assim, pode acontecer que um direito possa ser defendido por via de mais de uma ação, enquadrando-se tanto em ação de procedimento comum, com auxílio do cautelar, como ação de execução, em alguns casos, ou ação monitória, uma vez que a primeira abrange a defesa de todo e qualquer direito, com ressalva das execuções .
 
Coexistindo, desse modo, mais de uma ação para a defesa do direito, resta à parte escolher uma delas, a que melhor lhe seja adequada, com a exclusão das demais. Uma ação exclui as outras. Isto, porém, não quer dizer que sendo requerida uma ação impropriamente, repelida sem resolução do mérito, fique prejudicado o direito subjetivo da parte. O direito poderá ser repetido em ação própria, adequada. Uma ação, contudo, exclui a possibilidade de o pedido ser repetido em outra ação, quando tenha havido sentença de mérito, julgando definitivamente a demanda. 
É precisamente isso o que se denomina concurso de ações.
O concurso de ações é, assim, unicamente o eletivo, isto é, quando a parte, tendo mais de uma ação para a defesa de seu direito, escolhe uma delas com a exclusão das demais. Isto porque há coexistência de ações à disposição do titular do direito.
Cumulação de Ações
A cumulação de ações, apresenta-se em nosso Código como cumulação de pedidos, e não se enquadra na espécie de concurso de ações, tanto mais quando se trata de figuras distintas. Acolhendo o princípio da economia processual e simplificação do processo, a lei permite que se possa reunir, em um só processo, vários pedidos que corresponderiam a várias ações autônomas. O princípio econômico, segundo o qual deve-se buscar o máximo resultado com o mínimo de esforço e dispêndio, simplifica o trabalho da Justiça e atende mais rapidamente aos titulares dos direitos.
Cabe a cumulação de ações ou de pedidos quando haja: identidade de parte; compatibilidade dos pedidos; competirem ao mesmo juiz; e for idêntica a forma do processo. É o que estabelece o art. 292 do Código de Processo Civil, “verbis” :
“É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação : 
I -	 que os pedidos sejam compatíveis entre si ;
II -	 que seja competente para conhecer deles o mesmo Juiz ;
III-	que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário”. 
Temos, pois, assim, que a cumulação atende à conjugação dos requisitos seguintes:
identidade de parte ;
pedidos compatíveis ;
identidade de competência ;
d) identidade de procedimento ou preferência do rito ordinário para todos os pedidos.
Muitas vezes as relações jurídicas de direito material que servem de suporte aos pedidos cumulados se encontram tão intimamente ligados que ficam estes condicionados à declaração e reconhecimento do direito relativo ao primeiro pedido. Negado este decaem os demais. Exemplificamos com as ações de investigação de paternidade cumuladas com a de petição de herança e nulidade de testamento, como também de alimentos. Negada a condição de filho, ficam os demais pedidos prejudicados. De outras vezes, os pedidos cumulados são inteiramenteautônomos, sem qualquer identidade entre as várias relações jurídicas que os autorizam. E ainda, ao contrário disso, pode ocorrer identidade de relação jurídica, isto é, de causa petendi.
Daí leciona Lopes da Costa, classificando a cumulação em : 
cumulação simples ;
cumulação sucessiva ;
	c) cumulação eventual.
Na letra a), teríamos reunidos em um só processo várias ações autônomas, isto é, que poderiam ser requeridas separadamente, sem qualquer interligação, conexão ou correlação, mas apenas compartilham-se. Na letra b), ainda que autônomas as ações, os pedidos subsequentes estariam subordinados ao primeiro. Assim, os direitos relativos aos pedidos subsequentes ficariam subordinados ao reconhecimento (procedência) do primeiro, como exemplifica a ação de investigação de paternidade, cumulada com petição de herança e com a de nulidade de testamento e com alimentos. As ações de nulidade de testamento e de petição de herança só seriam examinadas se a sentença declarasse a legitimidade da filiação. Por isso, os pedidos são examinados sucessivamente, pela subordinação que os vincula. Na letra c), os pedidos posteriores só serão examinados quando os primeiros forem repelidos, uma vez que o deferimento de qualquer um dos pedidos satisfaz o direito do autor, em razão da mesma causa de pedir. Aí, parece não ocorrer cumulação propriamente, e sim, pedidos alternativos.
Litisconsórcio
Quanto ao litisconsórcio, é oportuno absorvermos os ensinamentos de Frederico Marques, (obra citada, pág. 274) ;
“O conceito e categoria do litisconsórcio.
O litisconsórcio é o resultado da cumulação subjetiva de litígios, por atuarem vários autores contra um réu (litisconsórcio ativo), ou um autor contra vários réus (litisconsórcio passivo), ou vários autores contra vários réus (litisconsórcio misto). O litisconsórcio pode surgir desde o início do processo (litisconsórcio inicial), ou depois de instaurado este (litisconsórcio ulterior).
Por outro lado, conforme deduz do art. 47 do Código de Processo Civil. ‘Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo.’ Se isto não se der, o litisconsórcio será, de regra, facultativo ou voluntário.
Parágrafo Único . O juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos os litisconsortes necessários, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo.”
Isto, tão somente à guisa de noções, eis que o assunto será examinado, com maior profundidade, no próximo semestre.
_________________________________________________________
APOSTILA ELABORADA PELOS PROFºS MÁRIO MARQUES DE SOUZA E LUIZ SOUZA CUNHA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
José Frederico Marques	Manual de Direito Processual Civil
	1º Vol. - 13ª Edição - 1990
Moacyr Amaral Santos 	Direito Processual Civil 
	1º Vol. - 15ª Edição - 1992
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica. 
 
Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em julho/ 2008
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