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Apostila 2 de Cálculo 1 -Limites e Continuidade- Professor: Alexandro José Correia Scopel Aracruz - Espírito Santo 2015 ÍNDICE Noção Intuitiva de Limite..................................................................................................................02 Tabelas de aproximações..................................................................................................................03 Definição de Limite...............................................................................................................................04 Teorema de D’Alembert.....................................................................................................................06 Propriedades do Limite......................................................................................................................07 Continuidade...........................................................................................................................................08 Limites Infinitos.....................................................................................................................................09 Limites no Infinito................................................................................................................................11 Limite Fundamental Exponencial..................................................................................................14 Limite Fundamental Trigonométrico...........................................................................................16 Exercícios Gerais...................................................................................................................................17 Referências...............................................................................................................................................22 Limite e Continuidade de Funções Reais de uma Variável Real Noção intuitiva de limite Considere a função tal que . Exemplo 01: Se , temos que . Dizemos que a imagem de é . Graficamente: Considere outra função tal que . Isto significa que o domínio da função não pode assumir o valor . Em outras palavras, não podemos estabelecer uma imagem para o valor 1 do domínio. Observe que: Essa situação anterior é uma indeterminação matemática, pois, quando dividimos a por b procuramos um número c tal que o produto b.c resulte em a. Se fizermos , temos que x pode assumir qualquer valor real. Daí, a impossibilidade de sua determinação. Como a variável x não pode assumir o valor 1 na função g, vamos estudar o comportamento desta função quando x está próximo (está na vizinhança) de 1. A princípio o estudo do limite visa estabelecer o comportamento de uma função numa vizinhança de um ponto (que pode ou não pertencer ao seu domínio). No caso da função f, qualquer valor atribuído a x determina imagem única, sem problema algum. Mas na função g, existe o ponto x = 1 que gera a indeterminação. Estudemos os valores da função quando x assume valores próximos de 1, mas diferente de 1. Utilizaremos as tabelas de aproximação. Observação: Podemos nos aproximar do ponto 1: • por valores de x pela direita: por valores de x pela esquerda: Tabelas de aproximações As tabelas de aproximações são utilizadas para aproximar o valor da imagem de uma função (se existir) quando a variável x se aproxima de um determinado ponto. Atribuindo a x valores próximos de 1, porém menores (pela esquerda) do que 1: 0 0,5 0,75 0,9 0,99 0,999 0,9999 1 1,5 1,75 1,9 1,99 1,999 1,9999 Atribuindo a x valores próximos de 1, porém maiores (pela direita) do que 1: 2 1,5 1,25 1,1 1,01 1,001 1,0001 3 2,5 2,25 2,1 2,01 2,001 2,0001 Observe que podemos tornar g(x) tão próximo de 2 quanto desejarmos, bastando para isso tomarmos x suficientemente próximo de 1. De outra forma, afirmamos: “O limite da função g(x) quando x se aproxima de (tende a) 1 é igual a 2” Utilizando símbolos: ou Observação: Os dois tipos de aproximações que vimos nas tabelas anteriores são chamados de limites laterais. Quando x tende a 1 por valores menores do que 1 (primeira tabela), dizemos que x tende a 1 pela esquerda, e denotamos simbolicamente por x → 1− . Temos então que: ou Quando x tende a 1 por valores maiores do que 1 (segunda tabela), dizemos que x tende a 1 pela direita, e denotamos simbolicamente por x → 1+ . Temos então que: ou Definição intuitiva de limite Seja uma função definida em um intervalo contendo a, exceto possivelmente no próprio a. dizemos que o limite de quando x se aproxima de a é , e escrevemos , se, e somente se, os limites laterais à esquerda e à direita de a são iguais à L, isto é, . Caso contrário, dizemos que o limite em a não existe. Com relação a função estudada anteriormente e à luz da definição, concluímos que , pois, . Estudaremos a seguir como realizar cálculos de limites sem o auxílio das tabelas de aproximação. Cálculo de uma indeterminação do tipo Sempre que nos depararmos com uma indeterminação do tipo , deveremos simplificar a expressão da função envolvida. Em seguida, calculamos o limite da função substituindo, na expressão simplificada, o valor de x. Exemplo 02: Determine , com . Exemplo 03: Determine . Exemplo 04: Determine Exemplo 05: Determine Exemplo 06: Determine Exemplo 07: Determine Teorema de D’Alembert: Um polinômio é divisível por , , se, e somente se, a é uma raiz de , ou seja, Exemplo 08: Determine Exemplo 09: Determine Algumas fórmulas que auxiliam as simplificações nos cálculos dos limites. Produtos notáveis: Quadrado da soma: Quadrado da diferença: Produto da soma pela diferença: Cubo da soma: Cubo da diferença: Fatorações: Fator comum: Diferença de quadrados: Trinômio do segundo grau: onde, e são as raízes da equação do segundo grau . Soma de cubos: Diferença de cubos: Conjugado de radicais: O conjugado de é , pois, . O conjugado de é , pois, Unicidade do limite “Se e , então . Se o limite de uma função existe num ponto, então ele é único.” Propriedades dos Limites Se e existem, e k um número real qualquer, então: P1) P2) P3) P4) , desde que . P5) P6) para qualquer inteiro positivo n. P7) , se e n inteiro positivo par ou se e n é um inteiro positivo ímpar. P8) se . P9) P10) P11) Proposição: Se para todo x em um intervalo aberto contendo a, exceto possivelmente e , e se , então, . Exemplo 10: Calcule usando as propriedades. Exemplo 11: Calcule Continuidade Definição: Seja um ponto do domínio de uma função . Dizemos que é contínua no ponto se: Exemplo 12: Considere a função tal que . Esta função é contínua no ponto , pois, . Podemos observar que esta função é contínua para todos os reais, ou seja, para todos os valores do seu domínio. Exemplo 13: Algumas funções que não são continuas no ponto . a) b) c) Exemplo 14: Verifique se as funções abaixo são contínuas nos pontos indicados: para para Exemplo 15: Se determine as descontinuidades de . Propriedades das funções contínuas Se as funções e são contínuas em um ponto , então: é contínua em . é contínua em . é contínua em desde que . Limites infinitos Exemplo 16: Calcule . Para o solicitado, basta fazer a substituiçãopara encontrarmos . Até aí, não temos problema algum, pois, para todo . Considere a seguinte situação: se, na substituição encontrarmos como resposta com . Como proceder? Acompanhe o próximo exemplo. Exemplo 17: Estude o limite . Aproximação de zero pela direita: 1 0,1 0,01 0,001 0,0001 1 10 100 1000 10000 Aproximação de zero pela esquerda: -1 -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 -1 -10 -100 -1000 -10000 Na primeira tabela observamos que Na segunda tabela observamos que Gráfico da função Pelo exposto acima, podemos concluir que não existe limite para a função quando x tende a zero, pois os limites laterais são diferentes. Generalização Se na substituição do valor de x no cálculo de um limite acontecer com , dizemos que a resposta do limite é: se ocorrer com e se ocorrer com se ocorrer com e se ocorrer com Exemplo 18: Determinar . Exemplo 19: Determinar , e . Limites no infinito Estamos interessados em estabelecer o comportamento de uma função quando a variável x cresce indefinidamente () ou quando ela decresce indefinidamente (). Em algumas situações, a função se aproxima de um valor numérico (figura 1), noutros pode crescer indefinidamente (figura 2) ou decrescer indefinidamente (figura 3). Figura 1 Figura 2 Figura 3 Exemplo 20: Na figura 1 temos: Na figura 2 temos: Na figura 3 temos: Abaixo temos tabela que apresenta situações de operações envolvendo o infinito frequentes no cálculo de limites. Produto Soma Produto por constante se se se se Soma com constante para Quociente Potencias Se n é um número natural não nulo, então: Expressões indeterminadas Indeterminação do tipo Exemplo 21: Considere os limites abaixo: Note que, em todos os itens anteriores, temos como resultado a indeterminação do tipo . Dessa forma, não podemos atribuir valores a elas. Porém, se as simplificarmos como segue: Cálculo dos limites dos itens a, b e c. Exemplo 22: Determinar . Exemplo 23: Determinar Observação: Para o cálculo dos limites que envolvem indeterminações deste tipo, basta dividirmos o numerador e o denominador pela variável com maior grau do denominador. Indeterminação do tipo Exemplo 24: Calcule os limites seguintes: Note que nos dois casos anteriores chegamos a indeterminação . Porém, podemos proceder como segue: Cálculo dos limites dos itens a e b. Indeterminação do tipo Exemplo 25: Calcule os limites seguintes: Note que nos dois casos anteriores chegamos a indeterminação . Porém, podemos proceder como segue: Cálculo dos limites dos itens a e b. Limite fundamental exponencial (Indeterminação do tipo ) O número e tem grande importância em diversos ramos das ciências, pois está presente em vários fenômenos naturais, por exemplo: Crescimento populacional, crescimento de populações de bactérias, desintegração radioativa (datação por carbono), circuitos elétricos, etc. Na área de economia, é aplicado no cálculo de juros. Foi o Matemático Inglês Jonh Napier (1550-1617) o responsável pelo desenvolvimento da teoria logarítmica utilizando o número e como base. O número e é irracional, ou seja, não pode ser escrito sob forma de fração, e vale aproximadamente: Como o número e é encontrado em diversos fenômenos naturais, a função exponencial é considerada uma das funções mais importantes da matemática, merecendo atenção especial de cientistas de diferentes áreas do conhecimento humano. Proposição: Para a demonstração desta proposição necessitamos de usar séries, este assunto será tratado em cálculo 2. Para a visualização deste resultado utilizaremos como auxílio tabelas de aproximação e gráfico. 100 1000 100000 ... 2,7048... 2,7169... 2,7182... --- -100 -1000 -100000 ... 2,7319... 2,7196... 2,7182... --- Gráfico: Exemplo 26: Calcule os limites abaixo: Consequências do limite fundamental exponencial com e . Exemplo 27: Calcule os dois limites anteriores. Sugestão: para o item a faça e aplique o limite fundamental exponencial. Para o item b, faça e aplique o item i. Limite fundamental trigonométrico O limite fundamental trigonométrico é uma indeterminação do tipo envolvendo a função trigonométrica . Proposição: A função é par, isto é, para todo real diferente de zero. Note que: Conclusão: se x se próxima de zero pela direita ou pela esquerda, a função apresenta o mesmo valor. Observe a tabela seguinte: 0,1 0,998334166 0,01 0,999983333 0,001 0,999999833 0,0001 0,999999998 0,00001 0,999999999 ... ... Analisando o gráfico desta função chegamos à mesma conclusão. Exemplo 28: Calcule os seguintes limites: Resultado geral De uma forma geral, , para todo k real e diferente de zero. Exercícios sobre limites – Parte I Calcular os limites seguintes: Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Aracruz Engenharia Mecânica Disciplina: Cálculo 1 Professor: Alexandro José Correia Scopel, MsC Respostas: 3 8 9 8 27 4096 6/5 5/4 2 5 -1 9/2 Exercícios sobre limites – Parte II Seja . Calcule: Seja . Calcule . Esboce o gráfico de . Seja , calcule os limites indicados, caso existam: Esboce o gráfico de . Seja . Esboce o gráfico e calcule os limites indicados, caso existam. Respostas: a) 2 b) 2 c)2 d)8 e)8 f)8 4 a)0 b)0 c)0 a)-1 b)1 c)0 d) e) não existe f) 0 g)0 h)0 Exercícios sobre limites – Parte III Calcule os limites abaixo, caso existam. Respostas: -3/2 0 1 7/2 a+1 1 -4/5 -2 4 1/8 32 8 3/10 b/2a ½ -1 1/12 -1/2 b/a 4/3 1/9 -1/3 1 Exercícios sobre limites – Parte IV Calcule os limites abaixo, caso existam. Respostas: 2 0 0 ½ -5/7 0 2/3 1 -1 0 Exercícios sobre limites – Parte V Encontre todos os valores nos quais f é contínua. Determine, se existirem, os pontos onde as seguintes funções não são contínuas. Respostas: -7, 3 Não existe Referências DEMANA, Franklin ... [et al.]. Pré Cálculo. 2 ed. São Paulo: Pearson, 2013. FLEMMING, Diva M. GONÇALVES, Mirian B. Cálculo A: funções, limites, derivação e integração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. IEZZI, Gelson. Matemática: Ciência e Aplicações. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. PAIVA, Beto. ASSIS, Leo Paulo de. FERRITE. Odimar Navas. Matemática e suas Tecnologias. Saraiva: São Paulo, 2010. SAFIER, Fred. Teoria e Problemas de Pré Cálculo. Porto Alegre: Bookman, 2003. SWOKOWSKI, Earl W. Cálculo com geometria analítica. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
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