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As bases da psicanálise freudiana

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes 
Departamento de Psicologia 
Teorias e Sistemas 
Professor Rodolfo Manabe 
Bianca Fernandes de Souza 
Júlia Aleixo de Brito 
 
 
 
 
AS BASES DA PSICANÁLISE FREUDIANA 
 
 
 
 
 
 
João Pessoa 
2016 
 
 
BIANCA FERNANDES DE SOUZA 
JÚLIA ALEIXO DE BRITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS BASES DA PSICANÁLISE FREUDIANA 
 
 
 
Trabalho a ser apresentado requisito da 
terceira avaliação da disciplina de Teorias e 
Sistemas no curso de Psicologia da 
Universidade Federal da Paraíba. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
João Pessoa 
2016 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 
2 BASES DA PSICANÁLISE ....................................................................................... 4 
2.1 Instintos .............................................................................................................. 4 
2.2 Instâncias da Personalidade .............................................................................. 5 
 2.3 Fases do Desenvolvimento ............................................................................... 6 
2.3.1 Complexo de Édipo e Complexo de Electra ............................................ 7 
 2.4 Mecanismos de Defesa ..................................................................................... 8 
 2.5 Métodos de Pesquisa ......................................................................................... 8 
3 Críticas ..................................................................................................................... 9 
4 Conclusão .............................................................................................................. 10 
5 Referências ............................................................................................................ 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A nova psicologia foi iniciada por Wilhelm Wundt, devido à construção do 
primeiro laboratório de psicologia experimental do mundo em Leipzig em 1870, que 
abrangia apenas o método experimental, logo não se tinha espaço para uma área 
tão complexa como seria mais tarde a de Freud: a personalidade. Seguindo por essa 
história, a abordagem seguinte foi o behaviorismo, esta que continuou sem dar 
enfoque à personalidade, utilizando apenas da experimentação do comportamento 
evidente, mas com uma diferença, os behavioristas reduziram a personalidade ao 
que se podia observar, mas ainda sem incluir a teoria do inconsciente e do 
consciente, tratando a personalidade apenas como uma combinação de respostas 
aprendidas. Foi apenas quando Sigmund Freud começou com a psicanálise que o 
estudo do inconsciente foi iniciado. 
Em um período em que a psicologia estava tendo grande foco na Alemanha, 
e começava à chegar aos Estados Unidos, Sigmund Freud (1856-1939) estava em 
Viena dando os primeiros passos da sua formação para o surgimento da 
psicanálise. Mesmo vindo de uma família de oito filhos e que era bastante pobre, 
não faltou apoio de sua família para que sua formação do colégio até a universidade 
de medicina ocorresse, pois Freud era considerado o prodígio dentro de sua família. 
Freud na última década do século XIX, teve o auge da sua carreira. Morou em Viena 
por 80 anos, até ter que se mudar para Londres por causa da invasão nazista 
(VILLARI, 1999). Completando o curso, ele se viu em um impasse, pois queria 
continuar com uma carreira de pesquisador acadêmico, mas não possuía condições 
financeiras para tal, então voltou-se para trabalhos em clínicas e hospitais – onde 
melhorou consideravelmente sua condição de vida. 
Durante o desenvolvimento de sua carreira, Freud entrou em contato com 
estudiosos como Josef Breuer (1842-1925) e Jean Martin Charcot (1825-1893) e 
ambos o influenciaram a desenvolver a psicanálise através das bases sexuais da 
neurose. Isso ocorreu através de estudos que começaram com a investigação da 
histeria realizada por Breuer, com a paciente que ficou conhecida como Anna O, e 
posteriormente com os estudos de Charcot sobre a sexualidade e a questão dos 
genitais. Charcot e Breuer aceitavam os fatores sexuais propostos por Freud como 
4 
 
etiologia das neuroses, mas não que eles seriam a única causa, fazendo com que 
ocorressem as divergências em suas teorias. 
Além de tudo, Breuer teve grande influência na vida de Freud pois introduziu a 
ele a cura falada e o método da catarse, que foi a base para o desenvolvimento da 
técnica de livre associação, onde o paciente era encorajado a falar abertamente 
sobre qualquer ideia que surgisse em sua mente (BOCK et. al, 1999). Com o papel 
do sexo como fator determinante para o surgimento de neuroses, Freud começa a 
investigar seus pacientes e a investigação psicanalítica toma um rumo para 
a concretização na visão freudiana. 
Outro ponto de grande influência para a ênfase nas bases sexuais proposta 
por Freud foi a sua própria sexualidade e principalmente as questões apresentadas 
em sua infância. Sua relação com sua mãe e seu pai foram primordiais para 
o desenvolvimento de vários tópicos em sua teoria do desenvolvimento 
psicossexual. Assim como seu relacionamento sexual com sua esposa Martha que 
contribuiu para um de seus maiores trabalhos, a interpretação dos sonhos. Ou seja, 
para Freud, seu principal paciente foi ele mesmo (SCHULTZ; SCHULTZ,1992). 
 
2 BASES DA PSICANÁLISE 
Com o aprimoramento das técnicas de análise e, logo, da psicanálise, Freud 
se aprofunda no estudo da personalidade. Para início, Freud adentra no conceito 
dos instintos, sendo estes as forças que alavancam e determinam o comportamento. 
Ou seja, são uma espécie de energia orgânica formada a partir das necessidades do 
corpo e da mente (SCHULTZ; SCHULTZ, 2005). E seria através da utilização e dos 
deslocamentos dessa energia psíquica para a satisfação que a personalidade 
poderia ser determinada. 
 
2.1 Instintos 
Com isso, Freud reuniu os instintos em duas categorias, sendo elas: instintos 
de vida e instintos de morte. Os instintos de vida estão relacionados com o 
desenvolvimento e sobrevivência do indivíduo e a energia psíquica que se mostra 
presente é a libido, essa que encaminha o indivíduo para comportamentos e 
pensamentos prazerosos, sendo eles a necessidade de: água, ar e, principalmente, 
sexo. Ou seja, as pulsões de sobrevivência vêm de um imperativo de satisfação das 
necessidades para que possa haver a “homeostase psíquica” (Bock et al., 1999). A 
5 
 
energia libidinal pode ser investida em objetos e pessoas, surgindo assim o conceito 
de catexia. E os instintos de morte, que são os impulsos voltados para a destruição, 
mais especificamente, impulsos agressivos, podendo esses serem interiores dos 
indivíduos ou externados. Freud completou esse conceito dizendo que as forças da 
agressão são tão importantes para a personalidade quanto as forças sexuais. A 
teoria dos instintos de morte não foi tão bem aceita por outros psicanalistas, tendo 
sido esse um dos erros de Freud. 
 
2.2 Instâncias da Personalidade 
Ao aprofundar a teoria psicanalítica na personalidade, Freud a dividiu em três 
níveis: consciente, pré-consciente e inconsciente (SCHULTZ; SCHULTZ, 2005). 
Sendo o consciente as sensações e experiências em que o indivíduo se encontra 
ciente o tempo todo, o inconsciente é o nível em que a maior parte é invisível e onde 
se encontram os instintos,ou seja, toda a força para o comportamento humano, e 
por fim, o pré-consciente é o depósito de fácil acesso, isto é, o pré-consciente 
contém lembranças, ideias e percepções que o indivíduo não está ciente em todos 
os momentos, mas pode acessá-las rapidamente quando necessário. 
 Com o desenrolar de sua teoria juntamente com a marcante influência de 
Charcot e sua noção de que a sexualidade era muito mais importante do que os 
estudiosos da época faziam parecer, Freud segue adiante nesse caminho e 
desenvolve as três instâncias da personalidade baseadas na formação psicossexual 
alterando os três níveis para as três instâncias da personalidade, sendo ela: id, ego 
e superego. 
 O id é o reservatório de energia psíquica onde se localizam as pulsões: as de 
vida e as de morte. É formado pelo conteúdo que, pela censura interna, foi reprimido 
(BOCK et al., 1999) e também pelo conteúdo puramente inconsciente. O id 
armazena as pulsões e a libido, ou seja, o princípio do prazer e a redução da 
tensão; a busca pela satisfação das necessidades (SCHULTZ; SCHULTZ, 2005). O 
id representa o “inconsciente” e é atemporal, ou seja, não possui noção de passado 
ou presente. 
O superego também tem seu alicerce no inconsciente e representa a moral. 
Diferentemente do id e do ego, não é inato e é formado a partir da resolução do 
complexo de Édipo. A moral vigente, as regras sociais e culturais são internalizadas 
pelo indivíduo, trazendo a pressão de ser moralmente bom. Esse senso de moral é 
6 
 
advindo primordialmente do pai, por ser a figura de autoridade e de “saber o que é 
certo”. Portanto, mesmo que alguma ação não seja sócio-moralmente errada, se for 
internalizada do pai como errada, será tida assim pelo filho, acarretando um 
sentimento de culpa. 
O ego proporciona o equilíbrio entre o id e o superego. O ego ajuda o id a 
satisfazer suas pulsões de um modo socialmente e moralmente aceito, assim como 
ordena o superego (SCHULTZ; SCHULTZ, 2005). Essa ajuda que o ego oferece é 
feita através de adiamento e redirecionamento, pois o ego é a racionalidade e a 
reflexão, ou seja, o mediador entre o constante e contínuo conflito entre o id e o 
superego. Esse método do ego é chamado princípio de realidade, ao qual se opõe o 
princípio do prazer do id. O ego existe porque precisa-se de proteção contra a 
dominação do id, assim como da dominação da realidade. 
Quando se trata de id e ego, remete-se aos dois princípios que representam 
suas estruturas e devem ter seu conhecimento aprofundado, sendo eles o princípio 
do prazer e da realidade. Por se tratarem de duas instâncias da personalidade 
opostas, esses princípios são também antagônicos. O princípio do prazer é referente 
à maximização do prazer e redução da tensão, ou seja, ele trabalha de forma direta 
e “amoral, insistente e impulsiva” (SCHULTZ; SCHULTZ, 2005). Já o princípio da 
realidade trabalha para frear – limitar – os instintos presentes no id de forma 
orientada e prática. O princípio de realidade presente no ego é necessário para 
impedir a dominação do princípio de prazer presente no id, impedindo assim 
a dominação pelo id irracional. 
O desenvolvimento das três instâncias da personalidade se dá na infância, até 
os cinco anos e, conforme Freud, determinam toda a personalidade da vida adulta 
 
2.3 Fases do Desenvolvimento 
São cinco as fases do desenvolvimento da personalidade segundo Freud. A 
primeira delas é a fase oral, cuja zona erógena é a boca. Nesse estágio, a criança 
morde, suga e engole qualquer objeto que estiver a sua disposição. Isso é explicado 
pelo fato de a criança ter encontrado o seu primeiro objeto de libido (SCHULTZ; 
SCHULTZ, 2005), que geralmente é a mãe, mas pode ser qualquer cuidador. É a 
partir daí que a criança irá ter suas primeiras impressões do mundo, pois elas estão 
refletidas na mãe. 
7 
 
 Esse estágio pode ser dividido em duas partes: o comportamento 
oral incorporativo ou de sucção, no qual a criança incorpora o alimento e a 
presença e o amor de sua mãe; a segunda parte é o comportamento oral sádico ou 
agressivo, que tem início quando os dentes da criança começam a nascer e, 
provocando dor, causa na criança uma raiva da mãe, por não saber separar 
totalmente ainda quem ela é de quem é a mãe do que é o alimento (MARCONDES, 
1992). É ao longo desse estágio que o ego se diferencia do id. 
A segunda fase é a fase anal, cuja zona erógena se apresenta no ânus. Como 
agora a criança está um pouco maior, também está desenvolvendo suas habilidades 
motoras, o que lhe dar mais poder para explorar o ambiente. Isso, junto ao fato da 
criança estar sendo ensinada a usar o banheiro, ela descobre que pode estimular o 
ânus através da retenção e liberação das fezes. Além disso, percebe que os 
cuidadores são rapidamente atraídos quando veem que foram liberadas as fezes. O 
valor das fezes é simbólico: serve para punir ou recompensar, pois depende do 
tratamento dos pais para com a criança; sendo elas então um “presente” ou um 
“castigo” e igualmente com sua retenção (MARCONDES, 1992). Com isso, ela 
percebe que tem um poder de controle de algo que pode ser usado contra os pais. 
Nessa fase, o ego está se formando justamente por conseguir agora atrasar 
as pulsões do id. E com as imposições e o medo da punição, há o começo da 
internalização do certo e errado, caracterizando o início da formação do superego. 
Logo após a fase anal, vem a fase fálica, em que a zona erógena são os 
órgãos genitais. Até esse momento, a sexualidade da criança era auto-erótica, agora 
possui um objeto, que será de início a mãe e depois se deslocará para o pai (no 
complexo de Electra) ou não (no complexo de Édipo). A criança apresenta 
curiosidade tanto no seu próprio genital quanto no do outro, demonstrando por meio 
de toque e até mesmo de perguntas. 
O período de latência vai dos 6 aos 13 anos de idade e é representado pela 
pausa temporária dos instintos sexuais, pois a atenção da criança está voltada para 
outras atividades, como a escola, hobbies e a convivência social. 
A última fase do desenvolvimento é a fase genital que é dos 13 anos em 
diante. Nesse estágio o indivíduo atinge a maturação sexual. Para a psicanálise é 
nessa fase que o indivíduo, dependendo da forma em que resolve seus problemas, 
vai determinar as características fundamentais da sua personalidade na vida adulta 
(SCHULTZ; SCHULTZ, 2005). 
8 
 
 
2.3.1 Complexo de Édipo e Complexo de Electra 
 O complexo de Édipo ocorre durante a fase fálica e está associado ao 
deslocamento da libido do menino para a mãe e consequente relação de disputa 
com o pai. Contudo, a moral e a consequente formação do superego são advindas 
do pai, que é a figura de autoridade e com isso, ao mesmo tempo que o menino o 
admira por isso, o odeia por impedir a relação dele com a mãe. 
 O menino se sente enciumado devido ao relacionamento da mãe com o pai e 
começa a desejar estar no lugar do pai. Entretanto, o menino teme o pai pois o 
complexo de castração se faz presente e se origina a partir do medo de vingança do 
pai. O indivíduo receia que seu pai corte seu órgão genital (pênis), impedindo assim 
que ele satisfaça seus desejos e prazeres sexuais. A resolução do complexo se 
Édipo se dá através da repressão dos desejos voltados para a mãe, voltando assim 
sua afeição para o pai, pessoa com a qual ele se identifica e torna exemplo. 
 
2.4 Mecanismos de Defesa 
Os mecanismos de defesa são: negação, que está ligado à negar a existência 
de alguma ameaça, sendo ela externa, para proteção do ego e do 
sofrimento; projeção, onde o indivíduo transfere sentimentos perturbadores próprios 
para outra pessoa; formação reativa, expressão clara deum impulso através da 
inversão, ou seja, o indivíduo vai fazer exatamente o oposto ao que seu desejo 
realmente quer; racionalização, utilização da reformulação do comportamento para 
tornar a situação socialmente mais aceitável. Nesse caso, procura-se a justificação 
para que algo esteja ocorrendo e isso tranquiliza o ego; sublimação, onde o impulso 
é canalizado e alterado para se tornar algo socialmente aceito; deslocamento, onde 
o indivíduo, por medo de punição, altera o foco de um objeto ameaçador para um 
objeto mais “pacífico”, que não poderá ameaçá-lo; catitimia, indica a ação que as 
tendências afetivas exercem sobre a percepção, por exemplo o exagero ao contar 
uma história emocionante; regressão, indicada pela volta à um estágio de 
desenvolvimento anterior e que foi mais agradável, ou seja, o indivíduo age como se 
estivesse nessa fase sem ansiedade e frustrações. 
 
2.5 Métodos de Análise 
9 
 
Freud pode estudar e analisar seus casos a partir de seus métodos de 
avaliação do inconsciente conhecidos como método de catarse, apresentado a ele 
por Breuer, e de livre associação, desenvolvido a partir do método de catarse. Na 
catarse, o paciente expressava suas emoções, e esperava-se que as perturbações 
fossem reduzidas após essa exteriorização, ocorria uma certa purificação do 
paciente. Já na livre associação, o paciente era induzido a pensar em eventos do 
passado e era levado à dizer tudo que viesse em sua mente, como em um devaneio. 
Tudo que o paciente revelava, para Freud, tinha ligação direta com a perturbação do 
paciente, ou seja, o paciente falar inconscientemente o que o afetando. Outro ponto 
importante para a teoria freudiana da psicanálise é a análise dos sonhos. 
Freud acreditava que os sonhos eram aspectos do inconsciente trazidos à 
consciência em forma de código, representando desejos, urgências, necessidades, 
angústias, todos reprimidos. Através da técnica da Análise de Sonhos, Freud 
investigava quais os sentidos por trás dos sonhos e suas significações, mesmo que 
mais de uma para cada sonho, pois cada sonho pode ter mais de uma fonte 
(SCHULTZ; SCHULTZ, 2005). 
Além dos sonhos representarem esses desejos reprimidos, também são a 
realização deles (LOPES, 2012), pois como não estão sendo realizados na vida real, 
precisam ser aliviados de alguma forma. 
Então, justamente por serem uma “frecha” na porta da inconsciência, servem 
como acesso à interpretação de pensamentos escondidos e recalcados, desejos, 
traumas, neuroses, tudo o que o id esconde em sua infinitude. 
 
3 CRÍTICAS 
Como toda grande teoria, a psicanálise freudiana não poderia passar ilesa de 
críticas. Por exemplo, criticam o fato de Freud não registrar suas sessões, pelo 
menos não enquanto ocorrem, somente horas depois, partindo da sua própria 
memória; podendo conter dados incompletos, distorcidos e até mesmo omitidos. 
Mesmo assim, a exatidão dos relatos dos pacientes não é cem por cento confiável, 
já que não há garantia de que estavam falando a verdade. 
A partir disso, existem críticas sobre os casos de abusos sexuais infantis, 
alegando que Freud sugeria aos pacientes sem ao menos eles mesmos dizerem e 
sem nem ao certo saber se havia ocorrido de fato. 
10 
 
Uma crítica séria à metodologia de Freud é que os casos que ele apresenta 
como estudos não podem ser generalizados, já que só demonstram uma ínfima 
porcentagem de pessoas de um lugar, de uma classe social, de uma cor, etc. 
Até mesmo se isso for relevado, há quem argumente sobre a discrepância 
entre as anotações de Freud e seus artigos e ainda mais, que seus casos clínicos 
não oferecem suporte para a sua teoria (SCHULTZ; SCHULTZ, 2005). 
Infelizmente, não se pode repetir os mesmos casos de Freud para comprovar 
ou não exatamente as suas teorias. 
Muitas críticas são voltadas para a concepção freudiana de mulher, que a 
colocava como um indivíduo com o superego abalado por não possuírem o órgão 
genital masculino. Há críticas também relacionadas à ênfase de Freud à sexualidade 
como força primária do indivíduo e formadora da personalidade, outros teóricos 
preferem acreditar que o sujeito tem mais controle de seu corpo do que a teoria 
freudiana faz crer. 
 
4 CONCLUSÃO 
 
Sigmund Freud teve elementos básicos em sua obra que seu desenrolar 
acarretou numa das mais populares teorias sobre a mente humana e isso deve ser 
reconhecido. 
Cada crítica à teoria freudiana levou ao desenvolvimento de vertentes ou à 
teorias completamente opostas ao direcionamento psicanalítico. Ou seja, 
concordando ou não com os apontamentos, estudos e métodos freudianos, a 
psicanálise teve – e continua tendo – grande influência dentro de diversas áreas do 
conhecimento científico e cultural. 
Mesmo com o afastamento da sociedade para as práticas de terapia 
psicanalista, por ser uma abordagem cara, com pouco entendimento leigo sobre e 
duradoura, a teoria da personalidade freudiana continua sendo muito requisitada e 
entendida, não apenas pela sociedade científica, mas por todos que se interessam 
por uma abordagem diferenciada sobre a complexidade do ser humano e que 
propõe uma discussão e reflexão inclusive sobre o lado obscuro que não se admite. 
 
 
 
11 
 
REFERÊNCIAS 
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: Uma introdução 
ao estudo da psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. 
 
LOPES, R. B. (2012). Os sonhos na concepção de Freud. Disponível em: 
https://psicologado.com/abordagens/psicanalise/os-sonhos-na-concepcao-de-freud 
Acesso em 09 de abril de 2016. 
 
MARCONDES, K. A. Sexualidade infantil: considerações relevantes para o trabalho 
pedagógico. Revista Universo Pedagógico. v. 5, n.1, p. 22-31, 1992. 
 
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. São Paulo: 
Cultrix, 1992. 
 
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. L. Theories of Personality. 8. ed. Belmont: 
Wadsworth, 2005. 
 
VILLARI, R. A. Entre Viena e Londres: uma visita à casa de Sigmund Freud. Psicol. 
cienc. prof., Brasília , v. 20, n. 3, p. 2-7, set. 2000 . Disponível em 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932000000300002&lng=pt&nrm=iso>. acessos 
em 31 maio 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932000000300002.

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