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PADRÕES DE TOLERÂNCIA DE PATÓGENOS ASSOCIADOS À SEMENTES José da Cruz Machado Escola Superior de Agricultura de Lavras, Departamento de Fitossanidade, Caixa Postal 37, 372000-000, Lavras, MG, Brasil RESUMO O estabelecimento de padrões de sanidade em programas de certificação e de vigilância sanitária vegetal é um dos principais objetivos da Patologia de Sementes, tendo em vista a potencialidade do uso desses padrões no controle de inúmeros patógenos transmitidos por sementes. O estabelecimento de padrões é uma tarefa das mais complexas por requerer conhecimentos profundos sobre o patógeno e o hospedeiro e sobre os fatores bióticos e abióticos que intercedem neste tipo de interação biológica. Do ponto de vista de certificação, padrões de tolerância são estabelecidos para doenças em condições de campo e para patógenos nos lotes de sementes destinados a plantio. Dentre os aspectos que devem ser considerados no estabelecimento e na recomendação desses padrões, no presente artigo são discutidos os principais, organizados em quatorze itens: 1. Importância econômica do patógeno; 2. Taxa de transmissão do patógeno; 3. Modelo epidemiológico das doenças; 4. Destino geográfico das sementes; 5. Densidade de semeadura; 6. Época de cultivo; 7. Método de análise sanitária das sementes; 8. Disponibilidade de medidas de controle do patógeno; 9. Introdução de novas variedades no programa; 10. Ocorrência de novas formas variantes do patógeno; I 1. Classe de sementes dentro do sistema; 12. Viabilidade do patógeno durante o armazenamento; 13. Tamanho e natureza da amostra; 14. Objetivos do programa de sementes. SUMMARY SEED TOLERANCE STANDARDS FOR SEED-BORNE PATHOGENS The establishment of health standards towards Seed Certification and Quarantine Programs is one of the main objectives of seed pathology, having in sight the potentiality of using these standards in order to control several seed-born pathogens. The establishment of seed health standards is a complex task, demanding solid knowledge on the pathogen and the host and on the biotic and abiotic factors which may interfere in such biological interaction. From the certification standpoint, health standards are established for disease in the seed production field and for pathogens in seed lots aimed to planting. In the present paper the following aspects. considered as the most relevant in the establishment and recommendation of seed health standards, are separately considered: 1. Economic importance of the pathogen; 2. Epidemiological model of diseases; 3. Transmission rate of the pathogen; 4. Geographic destination of the seeds; 5. Seeding rate; 6. Cropping season; 7. Seed health testing; 8. Availability of disease control measures; 9. Introduction of new cultivars in the seed program; 10. Variability of the pathogen; 11. Seed category in the certification scheme; 12. Viability of the pathogen during seed storage; 13. Size and sample nature; 14. Objectives of the Certification Program. INTRODUÇÃO A utilização de sementes pelo homem com fins de propagação de plantas é uma prática universal empregada para o cultivo de cerca de 90% das espécies de importância destinadas a alimentação humana e animal (Neergaard, 1979). Especificamente para o Brasil, a importância do setor de sementes pode ser avaliada pela demanda deste insumo, necessário à produção anual de 50-60 milhões de toneladas de grãos. Eqüivale essa demanda a uma área de plantio comercial de cerca de 4 milhões de hectares (Anuário Estatístico do Brasil, 1992). Em termos econômicos, o sistema de produção de sementes no país é uma atividade em torno da qual são gerados recursos da ordem de 3 a 5 bilhões de dólares por ano, com indicações de seu crescimento de maneira acelerada nos próximos anos, à luz de metas governamentais e da própria necessidade de se produzir mais alimento. Torna-se, portanto, evidente o papel fundamental que o setor de sementes exerce para o desenvolvimento de países como o Brasil. Na condição de insumo biológico, sujeito portanto a uma série de interferências e sobre o qual recaem todos os demais fatores de produção, percebe-se que o aspecto de controle de qualidade no sistema surge como fator de extrema relevância, condicionando o sucesso ou o fracasso da atividade agrícola correspondente. Dentro deste contexto, reconhece-se que o aspecto sanitário é atualmente um dos fatores que mais tem contribuído com o segmento sementeira em todo o mundo (Menten, 1988, 1991; Neergaard, 1979). Na presente revisão, fixou-se como objetivo central a abordagem de alguns aspectos que envolvem o estabelecimento e as aplicações de padrões de tolerância de patógenos de maneira geral. Aproveitou-se também a oportunidade para apresentar, de forma simplificada, outros aspectos no âmbito da Patologia de Sementes, os quais são de importância para a melhor compreensão e avaliação do tema em pauta. Neste sentido, julgou-se válido abordar primeiramente a importância do aspecto sanitário de sementes sob alguns ângulos e, em seguida, algumas considerações sobre a dinâmica da transmissão de patógenos por sementes. O SIGNIFICADO DA ASSOCIAÇÃO DE PATÓGENOS COM SEMENTES A importância da ocorrência de patógenos em sementes pode ser avaliada sob diferentes prismas, culminando todos, entretanto, com a dimensão econômica que cada interação patógeno-hospedeiro determina. Desta forma, o significado econômico dessa associação pode ser estimado tomando-se como base a própria expressão de cada doença na forma como ela ocorre na natureza e considerando-se o fato de que a maioria das doenças conhecidas pode ter seus agentes etiológicos transmitidos eficazmente pelas sementes de seus hospedeiros (Machado, 1988). Julga-se de extrema importância o fato de que os danos decorrentes da associação de patógenos com sementes não se limitam apenas a perdas diretas de população no campo, mas abrangem também uma série de outras implicações que, de forma até mais acentuada, pode levar a danos irreparáveis a todo o sistema agrícola. Para grande número de doenças de natureza devastadora, as sementes portadoras de seus agentes causais se constituem a sua única forma de disseminação e de perpetuação na natureza (Tanaka & Machado, 1985). Compilações publicadas periodicamente pela International Seed Testing Association (ISTA) (Noble et al., 1958; Richardson, 1979) dão conta de que em torno de 1500 espécies de agentes patogênicos podem associar-se às sementes de seus hospedeiros. Esse valor seguramente tem sido acrescido, à medida que se conhece melhor as relações entre os patógenos e seus hospedeiros e se considera a coevolução natural dessa interação biológica (Baker & Smith, 1966). Dentre os agentes patogênicos que podem associar-se às sementes de plantas, os fungos formam o maior grupo, seguido das bactérias e, em menor proporção, dos vírus e dos nematóides. De forma esquemática, na Figura 1 são apresentadas algumas das implicações danosas que decorrem da interação patógeno-sementes, ressaltando que, dependendo da visão de cada segmento que compõe os sistemas de produção, cada uma dessas implicações pode revestir-se de um significado diferente. Figura 1. Representação esquemática das implicações decorrentes de associações de patógenos com sementes. Embora as conseqüências enumeradas na Figura 1 sejam todas de grande importância no âmbito da Sanidade de Sementes, percebe-se que algumas delas , por apresentarem um papel mais destacado do ponto de vista epidemiológico, merecem maior atenção em termosde estabelecimento de padrões de tolerância. Vê-se, por exemplo, que a introdução aleatória e precoce de inóculo em áreas de cultivo, assim corno a prática de semeadura de compensação em determinadas ocasiões, são causas freqüentes de ocorrência de sérias epidemias nessas áreas. Vale aqui lembrar os modelos epidemiológicos de algumas doenças, como a antracnose do feijoeiro, causada por Colletotrichum lindemuthianum, e a requeima da ervilha, causada por Ascochyta pisi, cujo baixo nível de inóculo, associado às sementes, quase sempre determina danos incalculáveis a esses hospedeiros. Por serem agentes que raramente causam a morte das sementes na fase pré-emergente no solo e que se disseminam deforma explosiva a partir de plantas jovens infectadas, torna-se evidente que o controle desses patógenos no estádio de sementes é uma medida de grande alcance. Em termos de preservação do inóculo, o papel das sementes é dos mais destacados para a sobrevivência de muitos patógenos (Tabela 1). A possibilidade do declínio da viabilidade do inóculo na fase de armazenamento é um aspecto que tem merecido grande atenção dos patologistas, posto que este fato pode implicar em reflexos significativos em termos de definição de um índice de tolerância. Por outro lado, a possibilidade da transmissão de formas variantes mais patogênicas de alguns agentes fitoinfecciosos, ou até mesmo de espécies afins, de difícil identificação em sementes, pode muitas vezes, colocar em risco programas importantes de melhoramento e de certificação. Vale aqui citar os modelos da brusone do arroz, causada por Pyricularia oryzae, e a seca de vagens e de hastes da soja, causada pelo complexo Phomopsis spp. Nestes casos, a importância do inóculo nas sementes é questionada por alguns pesquisadores, mesmo quando em nível elevado, tendo como argumentos a existência de outros meios eficientes de disseminação e a sobrevivência do inóculo nas áreas de cultivo. Na impossibilidade de se identificar com precisão e rapidez formas variantes dessas espécies, por ocasião da análise em laboratório, e de se contar com medidas eficientes de sua erradicação em sementes, corre-se, nestes casos, sérios riscos no sentido de se veicular raças ou espécies afins de natureza intolerável. A recomendação de padrões de tolerância rigorosos nestas circunstâncias é, conseqüentemente, uma medida das mais prudentes e necessárias. Considerações mais detalhadas sobre as implicações que decorrem da associação de patógenos com sementes podem ser encontradas em literatura mais específica, como: Agarwal & Sinclair, 1987; Baker, 1972; Baker & Smith, 1966; Neergaard. 1979: Machado, 1988; Soave & Wetzel, Tabela 1. Longevidade de alguns patógenos em sementes armazenadas* Patógeno Hospedeir o Longevidade máxima do inóculo (anos) Alternaria brassicicola brassicas 8 Ascochyta pisi ervilha 7 Colletotrichum gossypii algodão 13,5 Pyricularia grisea arroz 4 Sclerotinia sclerotiorum diversos 7 Tilletia caries trigo 18 Xanthomonas campestris pv. phaseoli feijão 15 X. campestris pv. malvacearum algodão 4,5 Vírus do Mosaico comum feijão 30 Vírus do Mosaico estriado trigo 3 Aphbelenchoides besseyi arroz 3 Dytilenchus dipsaci aveia 8 (*) Fonte: Neegaard (1979) e Machado (1988). 1987, entre outras. ASPECTOS GERAIS SOBRE DINÂMICA DA TRANSMISSÃO DE PATÓGENOS POR SEMENTES Conforme explicitado por inúmeros autores, como Baker & Smith (1966) e Neergaard (1979), a qualidade sanitária de sementes é conseqüência da ação integrada de uma série de fatores, controláveis e incontroláveis, que acontecem durante todo o processo de produção no campo e na fase de pós- colheita, até o consumidor final. Em programas de certificação onde se busca manter a integridade genética das variedades recomendadas, através do (controle de gerações e da qualidade física, fisiológica e sanitária das sementes, duas fases são claramente distintas em cada geração do sistema: a fase de campo propriamente dita e a fase de controle de qualidade, cujo inicio se dá no próprio campo e prossegue nas etapas de colheita, até a comercialização. Em ambas as etapas, o conhecimento da dinâmica e dos mecanismos de transmissão e de dispersão de patógenos por sementes é requisito fundamental para o estabelecimento de padrões sanitários. A transmissão de patógenos, do ângulo da Patologia de Sementes, diz respeito à passagem de um patógeno de uma geração a outra, seja a partir de uma ou mais sementes, às plantas emergentes oriundas de um mesmo lote, seja a partir de plantas doentes, no campo de produção, às sementes em formação (Baker & Smith, 1966). Neste sentido, o transporte de patógenos por sementes não implica na sua eventual transmissão entre gerações subseqüentes. Por outro lado, a passagem ou a transferência de inóculo entre plantas de uma mesma geração, ou entre sementes de um mesmo lote, implica em disseminação ou dispersão de patógenos. Para que se entenda a dinâmica de transmissão de patógenos por sementes, é importante que se tenha conhecimento prévio das diferentes formas como os patógenos são veiculados em um lote (Machado, 1988; Menten & Bueno, 1987). Dependendo do tipo de patógeno, o inóculo pode ser veiculado na forma de estruturas acompanhantes, ou aderidas passivamente às sementes ou, ainda, embebidas nos tecidos dessas de forma superficial ou mais profunda. Entre os patógenos transmitidos por sementes existe grande variação, em termos de posicionamento preferencial do inóculo em relação às sementes, e isto faz com que o desenvolvimento das doenças correspondentes tenham modelos de ciclos diferenciados (Neergaard, 1979). Para cada etapa do sistema de produção de sementes, em condições de campo, a dinâmica de transmissão de patógeno deve ser, portanto, analisada em separado nas etapas de “Semente à Planta” e de “Planta à Semente”. Os principais fatores que interferem na transmissão do patógeno nestas duas rotas estão sumarizados esquematicamente nas Figuras 2 e 3. Por sua vez, os fatores que podem intervir na dispersão ou disseminação de inóculo infectivo entre plantas, em população no campo, e entre sementes na fase de pós-colheita, podem ser visualizados na Figura 4. Para informações mais pormenorizadas sobre mecanismos e dinâmica de transmissão de patógenos por sementes, são recomendadas as publicações clássicas de Patologia de Sementes, sendo Baker (1972), Baker & Smith (1966) e Neergaard (1979) as mais indicadas. CONCEITO E APLICAÇÕES DE PADRÕES DE TOLERÂNCIA O conceito de padrão de tolerância de um patógeno em sementes de uma dada espécie vegetal pode ser assumido como sendo o nível de ocorrência do patógeno em um dado lote de sementes abaixo do qual danos econômicos, a curto, médio ou longo prazos, são aceitáveis. Por sua vez, o padrão de tolerância em campos de produção de sementes corresponde ao número mínimo de plantas infectadas, acima do qual os surtos epidêmicos são iminentes, comprometendo o sucesso do cultivo naquela safra. É válido lembrar que a tarefa de se definir um índice de tolerância é dinâmica, na medida que um fator componente da interação patógeno-hospedeiro-ambiente seja intencional ou naturalmente introduzido, modificado ou removido do sistema de produção correspondente. O estabelecimento de padrões de tolerância de patógenos em sementes é uma tarefa complexa, por envolver uma interação entre dois agentes biológicos, onde se aplicam princípios interdisciplinares, com destaque para a Fitopatologia, enfatizando mais especificamente a Epidemiologia e a Tecnologiade Sementes. O padrão de tolerância de patógenos é, portanto, um indicador que deve ter o respaldo de informações sólidas de pesquisa conduzida, levando-se em consideração os diversos fatores que atuam nessa interação. Em algumas circunstâncias, a definição ou a determinação do nível de tolerância de patógenos é assumida, levando-se em consideração, entretanto, a experiência de profissionais que atuam nas áreas de produção e o bom senso que cada caso recomenda ou exige. Esse tipo de atitude justifica- se em ocasiões em que se tem como alvo maior de um Programa a proteção do Sistema como um todo, em face a certos riscos que devem ser evitados. A adoção de padrões de tolerância de patógenos em sementes é, na concepção de Controle Integrado de Doenças, uma das medidas que tem Figura 2. Representação esquemática dos principais fatores que interferem na transmissão de patógenos, a partir das sementes, às plantas emergentes. Figura 3. Representação esquemática dos principais fatores que interferem no processo de infecção/contaminação das sementes a partir da planta mãe infectada. Figura 4. Representação esquemática dos principais fatores que interferem na transferência de inóculo de patógenos entre plantas em população (A) e entre ganho importância acentuada na prática. De maneira geral, o conhecimento de padrões sanitários tem sua aplicação mais direcionada a Programas de Certificação, onde se busca a melhoria da qualidade das sementes, em suas diversas etapas, bem como a Programas de Vigilância Sanitária Vegetal, em que se busca interceptar agentes exóticos, e a esquemas de tratamento de sementes, em que os padrões são recomendados como ponto referencial, conforme relatam Jorgensen (1983) e Bradal (1993). Do ponto de vista de controle de qualidade em programas de certificação, a adoção de padrões sanitários se presta essencialmente para a tomada de decisão em termos de aprovação ou de rejeição de campos de produção e de lotes produzidos, destinados a plantios, em função de sua condição sanitária. Do ponto de vista ecológico, vê-se que com o uso de padrões sanitários busca-se reduzir o uso sistemático, quase sempre necessário, de outras medidas com características poluidoras do ambiente, que põem em risco a saúde do homem e dos demais seres vivos. Em termos de Defesa Fitossanitária, a adoção de padrões de tolerância, baseada em análise de sanidade de sementes, tem sido uma forma eficaz de se impedir a introdução ou a circulação de inúmeros patógenos de natureza epidêmica em locais ainda isentos desses agentes. Historicamente, a literatura relata informações sobre interceptação de patógenos quarentenários em sementes por ocasião da sua comercialização no plano internacional (Neergaard, 1979, 1980; Wetzel, 1988). Vale ressaltar que, em se tratando de organismos quarentenários, os testes de sanidade devem ser dotados de maior sensibilidade, capazes de detectar patógenos em níveis considerados até mesmo desprezíveis do ponto de vista de certificação. Na Tabela 2 são apresentados alguns exemplos de aplicações bem sucedidas de padrões sanitários a programas de certificação de sementes em diferentes partes do mundo. ASPECTOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS NO ESTABELECIMENTO DE PADRÕES DE TOLERÂNCIA EM PROGRAMAS DE SEMENTES Conforme já ressaltado anteriormente, o estabelecimento de um padrão de tolerância para um dado patógeno em um hospedeiro é uma tarefa das mais complexas que depende da consideração integrada de inúmeros fatores e aspectos, de natureza diversa. Tal complexidade faz com que a abordagem desse tema seja de certa forma dificultada, levando a inevitáveis sobreposições e à repetição nas argumentações utilizadas. Tabela 2. Exemplos de índices de tolerância de patógenos adotados em alguns programas de certificação de sementes Patógeno/hospedeiro Classe de sementes Índice de tolerância Referência I. Padrões em sementes Alface Vírus do Mosaico comum B e C 0,02 % 0,0033 % Ball, 1991 Ball, 1991 Grogan, 1983 Brassicas Phoma lingam Pr e C 0,01 % Ball, 1991 Cereais temperados Claviceps purpurea B C 1 escl./500 g 2 escl./500 g Ball, 1991 Ball, 1991 Ustilago nuda Vírus do Mosaico estriado B e C B 0,5 % 0 % Carrol, 1983 Colza Sclerotinia sclerotiorum Todas 5 escl./70 g Ball, 1991 Ervilha Aschochyta spp. B e C 5,0 % Ball, 1991 Feijão vagem Colletotrichum lindemuthianum B 0,16 % Ball, 1991 Pseudomonas seringae pv. phaseolicola B 0,02 % Ball, 1991 Girassol Botrytis spp. Todas 5,0 % Ball, 1991 Arroz Aphelenchoides besseyi - 30 exemplares 100 sementes Huang, 1983 Feijão Pseudomonas phaseolicola - - 0,005 % 0,006 % Schaad, 1983 Guthrie et al., 1965 X. campestris pv. phaseoli - 1,0 % Sheppard, 1983 C. lindemuthianum - B e C 0 % 0 % Sheppard, 1983 Yorinori, 1988 Continuação Tabela 2. Patógeno/hospedeiro Classe de sementes Índice de tolerância Referência Trigo Anguina tritici Tilletia indica C - 0 % 0,25 % Khare, 1992 Khare, 1992 Soja Mancha púrpura Mancha café Todas Todas 10,0 % 20,0 % Yorinori, 1988 Yorinori, 1988 II. Padrões em campo de produção Colza Requeima foliar (Alternaria) B C 0,1 % 0,2 % Khare, 1992 Khare, 1992 Ervilha Mosaico comum B C 0,5 % 1,0 % Khare, 1992 Khare, 1992 Milheto C. purpurea B C 0,02 % 0,04 % Khare, 1992 Khare, 1992 Trigo Ustilago nuda B 0,1 % Khare, 1992 Feijão comum Antracnose Mosaico comum Mancha angular Mofo branco Alternariose Bacteriose B e C B e C B e C B e C B e C B e C C 0 % 0 % 20 % 0 % 20 % 20 % 5 %* Yorinori, 1988 Yorinori, 1988 Mehta, 1986 Metha, 1986 Mehta, 1986 Mehta, 1986 Sheppard, 1983 Algodão Murcha de Fusarium e Murcha de Verticillium B C 0,2 % 0,5 % Mehta, 1986 Mehta, 1986 Milho e sorgo Sclerospora sorghi Todas 0 % Mehta, 1986 B = Básicas, C = Certificadas. (*) Referente a Pseudomonas phaseolicola. O destaque dos 14 itens apresentados nesta seção é uma tentativa de englobar os principais aspectos que envolvem o estabelecimento e a recomendação final de padrões de sanidade de maneira geral. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DO PATÓGENO A forma como esse parâmetro influencia a definição de um índice de tolerância de um patógeno está intimamente ligada a sua natureza epidêmica e ao grau em que ocorre associado às sementes. Obviamente, a dimensão da importância econômica de um patógeno deve ser analisada em termos não só dos danos que causa à cultura hospedeira em uma dada safra, como também da sua atuação subseqüente em termos de cultivos futuros deste e de outras plantas de interesse econômico. Dentre os patógenos transmitidos por sementes, vários são reconhecidos pela sua elevada capacidade de se tomarem epidêmicos. O aspecto econômico deve ser, portanto,avaliado caso a caso, sendo uma informação circunstancial que torna-se extremamente variável em função de inúmeros aspectos (Agrios, 1978; Neergaard, 1979; Chiarappa, 1992). Alguns exemplos de patógenos transmitidos por sementes, de grande importância econômica no Brasil na atualidade, são: Sclerotinia sclerotiorum, em diversos hospedeiros; o complexo Phomopsis, em soja; Colletotrichum lindemuthianum, em feijoeiro; C. gossypii var. cephalosporioides, em algodão; Clavibacter michiganensis, em tomateiro; vírus do mosaico comum, em alface; e inúmeros outros de igual importância em todo o mundo. TAXA DE TRANSMISSÃO DO PATÓGENO Estudos sobre as relações patógeno-hospedeiro têm revelado que a simples presença de um patógeno em um lote de sementes ou no campo de produção, não é suficiente para assegurar a sua transmissão às gerações subseqüentes (Machado, 1988). Inúmeros trabalhos têm demonstrado que a ocorrência de doenças no campo, em grande parte, não se correlaciona com o nível de inóculo nas sementes (Dhingra & Kushalappa, 1980; Dhigra et al., 1986; Machado, 1988; Neergaard, 1979; Pizzinato, 1988; Tanaka, 1990). Este fato decorre da interferência de uma série de fatores de natureza biótica e abiótica, a maioria dos quais já destacados nas Figuras 2 e 3. A determinação da taxa de transmissão, para cada combinação patógeno-hospedeiro, é uma tarefa, portanto, das mais complexas, requerendo estudos ao nível de região e repetidos por um período representativo da gama de variação das condições edafoclimáticas que predominam nas áreas de cultivo. Delineamentos mais complexos, embora sejam mais precisos do ponto de vista epidemiológico, são, muitas vezes, substituídos por esquemas mais simplificados que, de certa forma, proporcionam a segurança que o Sistema requer (Hewett, 1991). A taxa de transmissão de um patógeno, considerada na rota semente à planta, corresponde à relação matemática entre o nível de ocorrência deste patógeno presente na amostra de laboratório, determinado por um teste de sanidade, e o desenvolvimento do processo infeccioso nas plantas, em condições de campo. Tal relação raramente atinge o valor numérico 1, tendo em vista as limitações que existem em termos de metodologia de detecção de inóculo infectivo em laboratório e os diversos fatores que atuam nessa fase e que restringem a ação do patógeno (Agarwal & Sinclair, 1987; Neergaard, 1979). Vale lembrar que a taxa de transmissão é um parâmetro que diz respeito à transferência do patógeno de uma geração a outra, não levando em conta a taxa de dispersão do inóculo entre plantas em população, que é um outro parâmetro importante no estudo do modelo epidemiológico das doenças, conforme já tratado no item anterior. Um dos exemplos, envolvendo o conhecimento da taxa de transmissão de um patógeno via sementes, é o Nomograma (Figura 5), elaborado por Taylor (1970) em estudos realizados com Pseudomonas phaseolicola, em feijoeiro comum. Percebe-se com este estudo a relevância de se conhecer com profundidade o comportamento das doenças a partir de sementes infectadas ou contaminadas. De capital importância no estudo da transmissão de patógenos, via sementes, é estabelecer a intensidade com que ela ocorre, apoiando-se em parâmetros como tipo, quantidade e posição do inóculo associado às sementes no lote e a extensão do processo de transferência deste inóculo às plantas emergentes (Colhoun, 1983). Patógenos cujo inóculo se localiza com mais freqüência nas superfícies das sementes são mais sujeitos à ação de inúmeros fatores ambientais, com destaque para antagonistas. Em outros casos, como para algumas espécies de Ustilago, cujo inóculo se localiza normalmente nos tecidos embrionários das sementes, há menor influência desses fatores externos. Vale aqui considerar que a probabilidade de transmissão de um dado patógeno a partir das sementes é tanto maior na medida em que o seu inóculo se localiza mais internamente nessas estruturas. Em sua grande maioria, o inóculo de fungos transmitidos por sementes se localiza preferencialmente nos tecidos mais superficiais, no tegumento e no endosperma. Embora seja evidente a relevância deste tipo de estudo com vistas à determinação de padrões de tolerância, vale registrar o reduzido número de publicações neste campo, determinado seguramente pela pouca integração de profissionais que atuam nas áreas de Epidemiologia e nas demais Figura 5. Nomograma para interpretação e previsão de epidemias causadas por Pseudomonas phaseolicola em feijoeiro. Efeitos medidos com base na redução do inóculo inicial na semente e na redução da taxa da epidemia através de pulverizações foliares. (Nomograma preparado por Taylor, Phelps e Dudley, 1979, citado por Hewett, 1983). especialidades afins, conforme ressaltam Maffia et al. (1988). Exemplos clássicos sobre o tema em apreço são os estudos de Taylor (1970), de Hewett (1973) e de Strider (1969), que relatam taxas de transmissão de 10 % de P. phaseolicola e de X. phaseoli var. fuscous, em feijão, de 4-8 % de Ascochyta fabae, em feijão fava, e de 1-4 % de Clavibacter (Corynebacterium) michiganense, em tomate, respectivamente. Ao nível de Brasil, vale lembrar entre outros os estudo seguintes: Huang (1983), Lima et al. (1985), Machado et al. (1985), Pizzinato (1988), Tanaka (1990), Faiad (1992), Oliveira et al. (comunicação pessoal). Algumas dessas informações são, às vezes, discordantes, provavelmente pela falta de padronização dos métodos empregados para este tipo de estudo. Ao nível de campo, um fator de grande relevância, que condiciona a transferência do inóculo a partir da planta mãe para as sementes em formação, é a época de infecção da planta. Infecções tardias ou muito precoces, a par dos demais fatores, podem não corresponder a altas taxas de transmissibilidade do inóculo. Infecções muito precoces podem provocar abortos, ou impedir que sementes sejam concebidas, pelo ataque direto do patógeno aos tecidos de órgãos reprodutivos, sendo produzido nestas circunstâncias um menor número de sementes (Machado & Carvalho, 1975). Vale lembrar que, para a maioria das espécies de plantas cultivadas, o período de florescimento é relativamente prolongado e isto pode predispor a planta a períodos favoráveis e desfavoráveis de ambiente para o desenvolvimento de patógenos. Por outro lado, infecções tardias da planta mãe podem encontrar barreiras de natureza estrutural e/ou química, formadas pelo próprio hospedeiro (Neergaard, 1979; Araujo, 1988). Ausência de conexões vasculares e de outros canais de ligação entre os tecidos embrionários da semente e a planta mãe, na fase avançada de desenvolvimento deste processo, é uma das hipóteses lançadas para explicar o baixo percentual de transmissão de vírus, por sementes, na prática (Bennet, 1969; Neergaard, 1979). Condições favoráveis à ocorrência tardia de certas doenças no campo levam, também, geralmente à produção de inóculo, que pode acompanhar as sementes no lote ou se estabelecer na superfície destas. MODELO EPIDEMlOLÓGICO DA DOENÇA Do ponto de vista da Patologia de Sementes, os patógenos podem ser agrupados de, modo geral, em diferentes categorias quanto a sua natureza epidemiológica. Leva-se em consideração nesse agrupamento alguns parâmetros de maior peso, como: grau de dependência do patógeno, em relação às sementes, para sua disseminação inicial; grau de sobrevivência do inóculo no solo e restos culturais; capacidade de multiplicação; grau de parasitismo (Neergaard, 1979). Deve-se ressaltar também que tal agrupamento não apresenta delimitações claras,podendo um mesmo patógeno pertencer a mais de uma categoria. Portanto, com base no aspecto epidemiológico, são reconhecidos os seguintes grupos de patógenos: a. “patógenos que dependem exclusiva ou quase exclusivamente das sementes para serem disseminados” - neste grupo, o vírus do mosaico estriado da cevada, a maioria das espécies causadoras de carvões em cereais e algumas espécies de Colletotrichum, de Drechslera e de Alternaria são exemplos típicos; b. “patógenos que se estabelecem e se desenvolvem preferencialmente no solo ou em restos culturais” - como exemplo, podem ser citadas espécies de Fusarium, de Rhizoctonia, de Macrophomina; c. “patógenos com elevada taxa de multiplicação e dispersão na parte aérea, partindo-se de baixo nível de inóculo presente nas sementes” - aqui estão enquadradas algumas espécies de Colletotrichum, como C. lindemuthianum, em feijoeiro, de Ascochyta, caso de A. pisi, em ervilha, e de Xanthomonas, em hospedeiros como o feijoeiro, o algodão e as brassicas; d. “patógenos cujas fases reprodutivas assexuada e sexuada) exercem, ambas, papel fundamental na produção de inóculo infectivo no decorrer do ciclo produtivo do hospedeiro” - típicas desse grupo são as espécies Sclerotinia sclerotiorum e Mycosphaerella pinnodes; e. “patógenos com elevada capacidade de multiplicação mas que dependem de outros meios para sua dispersão”. Enquadram-se neste grupo um grande número de vírus causadores de Mosaicos, os quais dependem, em grande escala, de vetores para sua disseminação rápida no campo (os agentes causais das ferrugens também podem ser enquadrados nesta categoria, pela sua alta dependência de correntes aéreas para disseminação de inóculo); f. “patógenos colonizadores do sistema vascular de plantas nas quais os sintomas produzidos não são facilmente reconhecidos” - algumas espécies de Fusarium, de Verticillium, de Colletotrichum, de Xanthomonas etc. se enquadram nesta categoria; g. “organismos ou agentes, considerados patógenos fracos, mas que, dependendo das circunstâncias, podem causar danos econômicos” - esta categoria engloba espécies de Aspergillus e de Penicillium, com maior freqüência, e considera a fase de armazenamento das sementes. Do ponto de vista de certificação, a adoção de padrões de tolerância estabelecidos para aqueles patógenos com maior grau de dependência das sementes (grupo a) faz com que a aplicação desta medida possa, por si somente, determinar o controle destes organismos (Hewett, 1979). Dependendo do modelo epidemiológico em que os patógenos se enquadram, torna-se fácil, portanto, visualizar a influência que ele exerce na definição dos respectivos padrões de tolerância. Para muitos dos patógenos que associam-se às sementes, a adoção de padrões de tolerância assume importância maior, considerando-se o aspecto de proteção das áreas de cultivo, sendo recomendados, para alguns deles, índices com valor zero. DESTINO GEOGRÁFICO DAS SEMENTES Dentro de certo limite, o cultivo de urna mesma espécie, ou de variedade de um vegetal, pode ser praticado com sucesso em diferentes regiões geográficas com características edafoclimáticas distintas. Isto faz com que algumas doenças e pragas com limitada faixa de condições favoráveis ao seu desenvolvimento possam ser efetivamente controladas em níveis toleráveis. Evidencia-se, desta forma, o fato de que para muitos desses patógenos conhecidos torna-se possível a adoção de padrões de tolerância diferenciados. Neste sentido, os exemplos clássicos conhecidos em todo o mundo são a antracnose do feijoeiro e alguns mosaicos causados por vírus em uma série de hospedeiros. No primeiro caso, índices mais elevados de Colletotrichum lindemuthianum, em sementes, podem teoricamente ser insignificantes em regiões com predominância de temperaturas elevadas e de atmosfera com baixa umidade relativa (Galves, 1976). É válido lembrar que as regiões com oscilações bruscas de temperaturas diurnas e noturnas, provocando a formação de orvalho, devem ser descartadas para produção de sementes sadias. Por sua vez, regiões com características desfavoráveis ao desenvolvimento de insetos vetores devem ser preferidas, visando o controle de alguns vírus. Um aspecto extremamente limitante para o estabelecimento e para a recomendação de padrões de tolerância diferenciados para um mesmo patógeno, com base no destino geográfico das sementes, é a incerteza sobre o nível de adoção deste tipo de medida, por parte do sistema como um todo. Nestas circunstâncias é fácil prever os riscos que este tipo de falha pode gerar. DENSIDADE DE SEMEADURA O maior ou menor grau de desenvolvimento de doenças de natureza epidêmica no campo depende, em grande escala, do número e do padrão de distribuição do inóculo primário por área plantada. Para uma mesma taxa de transmissão, vê-se pelo Nomograma da Figura 3 que a quantidade de inóculo primário é um fator condicionador da maior ou menor incidência da doença no campo de cultivo (Hewett, 1983b). Em situações onde a densidade de plantio pode ser reduzida, criam-se condições desfavoráveis a certas doenças e isto possibilita definir padrões de tolerância mais flexíveis. Para alguns casos, vale aqui registrar as implicações de se praticar semeadura de compensação. Em se tratando de baixo estande inicial, tendo como causa a ação de agentes patogênicos, há de se prever conseqüências desastrosas nestas circunstâncias. Enquadra-se, também, nestes casos a prática de semeaduras mais adensadas com o intuito de se proceder ao raleamento em pós-emergência, como acontece com o algodoeiro, em certas regiões, e com algumas hortaliças. É preciso que se tenha em mente o fato de que a semeadura de 400.000 sementes por hectare, de feijão, por exemplo, apresentando um índice de ocorrência de patógenos, dos tipos Sclerotinia sclerotiorum e Colletotrichum lindemuthianum, da ordem de 0,25 %, significa a introdução de 1000 focos primários de infecção na referida área. ÉPOCA DE CULTIVO A exemplo do que ocorre em termos de variação entre regiões geográficas, espécies vegetais de interesse econômico podem ser cultivadas em diferentes épocas do ano, algumas podendo apresentar 3 a 4 ciclos produtivos. Este fato, a exemplo do que se referiu no item anterior, faz com que o manejo da época de cultivo ofereça a possibilidade de se evitar a incidência, ou mesmo reduzir a ação mais danosa, de inúmeras doenças. Com base neste fato, é possível admitir que padrões de tolerância para alguns patógenos podem também ser passíveis de diferentes valores. Subentende-se também nesses casos que o estabelecimento de padrões de tolerância deve ser apoiado em estudos epidemiológicos realizados nas próprias regiões de cultivo. É provável que o cultivo de feijoeiro, em épocas alternativas mais quentes, desfavoráveis ao desenvolvimento do mofo branco causado por Sclerotinia sclerotiorum, seja uma das estratégias de se evitar esta doença, reduzindo, com isso, as chances de ocorrência do patógeno junto aos lotes destinados a plantio. MÉTODO DE ANÁLISE SANITÁRIA EM SEMENTES A sensibilidade e a reprodutibilidade por parte dos testes de sanidade de sementes são, ainda, aspectos que têm merecido de Associações de âmbito internacional, como a ISTA (International Seed Testing Association) e nacional, como a ABRATES (Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes), uma crescente atenção, considerando-se que a recomendação destes testes deve ser precedida de embasamento estatístico, através da participação de laboratórios credenciados em esquema de aferição (Hewett, 1983a; Franken & Sheppard,1993). Desta forma, testes de reprodutibilidade questionável devem ser evitados em favor de outros que preencham este princípio estatístico. Portanto, teoricamente, para testes com sensibilidade e/ou reprodutibilidade mais baixas, os padrões de tolerância devem ser mais rigorosos. Na impossibilidade de se utilizar testes com maior sensibilidade, por razões econômicas e operacionais, os valores dos padrões para um dado patógeno devem ser mais baixos do que os dos padrões recomendados para os métodos de maior precisão. É oportuno salientar que para expressivo grupo de patógenos ainda não se conta com métodos de detecção que sejam confiáveis ou mesmo viáveis de aplicação em procedimentos de rotina. Incluem-se aqui os fungos causadores de míldios inferiores, como é o caso de Peronosclerospora sorghi, em milho, e de Plasmopara halstedii, em girassol, entre outros. Uma das sérias limitações ainda existentes no campo da metodologia de detecção de patógenos em sementes é a dificuldade que se enfrenta para desenvolver métodos viáveis que forneçam informações percentuais. Isto se aplica aos grupos das bactérias, dos vírus e dos nematóides, em que a simples constatação da presença ou ausência dos patógenos, pelos testes adotados, é utilizada para aprovar, ou não, o lote em teste. A recomendação de padrões de tolerância na forma de valores percentuais, nestes casos, fica na dependência da aplicação de princípios estatísticos que estimam os valores quantificados com certa segurança (Taylor et al., 1993). Outra limitação que se percebe na maioria dos testes de sanidade conhecidos, é a falta de informações que estes conferem em termos de quantidade de inóculo por sementes individuais. Em algumas circunstâncias, níveis percentuais mais baixos de um dado patógeno podem ser mais prejudiciais do que níveis mais elevados. Por sua vez, tratando-se de campo de produção de sementes, é presumível também notar as dificuldades existentes para a definição de padrões de tolerância para certas doenças, considerando-se a complexidade de seu quadro sintomatológico. Soma-se a este aspecto o fato de que a época e a freqüência de inspeções de campo, visando avaliar a identidade genética da variedade e a presença de plantas invasoras indesejáveis em certificação, nem sempre coincidem com as épocas mais apropriadas para inspeções de sanidade. DISPONIBILIDADE DE MEDIDAS DE CONTROLE DO PATÓGENO Em termos de controle de qualidade dentro de um programa de certificação, inúmeros patógenos de importância econômica podem ser erradicados ou reduzidos a níveis toleráveis, através do tratamento ou do manejo das sementes. Com o tratamento das sementes, em que se empregam princípios físicos, químicos e biológicos, tem sido possível controlar com eficácia inúmeras doenças. Trata-se de urna medida de simples execução, que, ao lado de outros méritos, busca preservar a integridade do ambiente. Dependendo, pois, da disponibilidade de métodos eficazes de tratamento de sementes, os valores para padrões de tolerância podem ser estabelecidos de maneira mais flexível. Para algumas espécies de fungos pertencentes aos gêneros Alternaria, Drechslera, Phomopsis, Cercospora e Colletotrichum, podem ser definidos índices de tolerância como parâmetros referenciais, indicadores da necessidade do tratamento de sementes (Bradal, 199; Jorgensen, 1983). Ao nível de campo, a existência de métodos eficientes de controle preventivo de certas doenças, como, por exemplo, o uso de pulverizações com fungicidas, podem fazer com que a adoção de padrões de tolerância, neste estágio, seja uma providência também flexível. Por outro lado, para doenças cujo controle no campo é relativamente pouco eficiente, e se tratam de doenças importantes do ponto de vista epidemiológico, como é o caso do “mofo branco”, em feijão de inverno e em soja em altitudes elevadas, e das “murchas de Fusarium”, em diversos hospedeiros, os padrões de tolerância devem ser os mais rigorosos possíveis. INTRODUÇÃO DE NOVAS VARIEDADES NO PROGRAMA De certa forma, a abordagem deste item em separado, excluído do item anterior, justifica-se pelo enorme impacto que o lançamento de uma nova variedade dentro de um programa de certificação pode ocasionar, em termos de recomendação de padrões para alguns patógenos. Mediante o grau de resistência que este tipo de material pode apresentar a determinadas doenças, os valores dos padrões de tolerância podem sofrer alterações profundas. Torna-se evidente que a introdução de uma variedade resistente a determinado patógeno faz com que todos os fatores que aluam na sua interação com o hospedeiro tenham comportamentos diferentes. É necessário que se tenha também em mente que, ao nível de campo, o grau de resistência dos órgãos que compõem a planta hospedeira pode apresentar variações substanciais. Neste particular, nem sempre a maior severidade da doença nas partes vegetativas da planta corresponde a uma maior incidência do patógeno nas sementes em formação (Dhingra et al., 1986). OCORRÊNCIA DE NOVAS FORMAS VARIANTES DO PATÓGENO O grau de variabilidade entre os patógenos transmissíveis por sementes, ao nível de raça, de estirpe ou biótipo é uma característica que qualifica certas espécies e que influencia decisivamente a estratégia final de estabelecimento de padrões de tolerância em Programas de Sementes e de Vigilância Vegetal. De maneira semelhante, a introdução de uma nova variedade de um hospedeiro em programas de certificação e o surgimento de uma nova raça ou estirpe constituem-se fatores de modificações nas relações existentes entre este patógeno e seu hospedeiro. Nestas circunstâncias, o estabelecimento de padrões de tolerância deve ser revisto e valores mais rigorosos devem ser recomendados. Na impossibilidade de se dispor de métodos capazes de distinguir rapidamente formas variantes em análise de rotina, os padrões de tolerância para a espécie como um todo devem ser mais rigorosos. Procura-se, neste caso, conferir maior proteção a todo o sistema. CLASSE DE SEMENTES DENTRO DO SISTEMA Conforme já referido em itens anteriores, a estratégia de controle de inúmeros patógenos associados a sementes reside na adoção sistemática de padrões de tolerância para estes agentes no decorrer de todas as etapas de multiplicação e de produção de sementes. É evidente que o uso de sementes básicas ou pré-básicas contendo patógenos, objetos da certificação, irá exercer o efeito multiplicador deste patógeno junto às áreas subseqüentes. Toma-se recomendável, portanto, que os padrões de tolerância de patógenos devam ser tanto mais rigorosos nas fases iniciais de multiplicação das sementes. Esta recomendação é válida tanto para padrões de campo como para sementes na fase de pós-colheita. Vale lembrar que os valores, em ambas as circunstâncias, são independentes. Tratando-se de sementes genéticas, o controle de qualidade sanitária significa, no momento, um sério desafio, tendo em vista o reduzido volume de sementes geralmente disponível para a aplicação de testes de sanidade. Tal dificuldade faz com que a recomendação ou a adoção de padrões de tolerância para esta classe de sementes seja, de certa forma, impraticável. Este fato tem sido atualmente uma das grandes preocupações de alguns estudiosos do assunto (Diekmann, 1993; McGee et al., 1993). VIABILIDADE DO PATÓGFNO DURANTE O ARMAZENAMENTO A pesquisa em Patologia de Sementes tem demonstrado que, na prática, a viabilidade do inoculo de patógenos pode manter-se inalterada durante o período de armazenamento ou sofrer declínios, quepodem atingir, às vezes, níveis toleráveis. As informações disponíveis na literatura sobre este tema são ainda conflitantes, provavelmente em razão da falta de pesquisas básicas e de informações sobre a padronização de metodologia de investigação nesta área. A experiência de alguns patologistas revela que o comportamento de patógenos associados a sementes armazenada, pode variar em função de inúmeros aspectos, entre os quais, a posição, o tipo e o estado de dormência do inoculo associado à semente, a ação de antagonistas etc., e de fatores ligados à própria semente, como a produção de componentes desfavoráveis ao patógeno, o grau de umidade e os tratamentos diversos (Agarwal & Sinclair, 1987). Percebe-se, pois, que, dependendo de uma série de fatores, o índice de ocorrência de alguns patógenos nas sementes no período de entressafra pode variar e isto faz com que a fixação do padrão de tolerância para estes casos leve em consideração o valor real daquele índice por ocasião da semeadura. TAMANHO E NATUREZA DA AMOSTRA Tratando-se de testes de sanidade de sementes, o dimensionamento do tamanho da amostra a ser analisada é um fator dos mais preocupantes, considerando-se que, para muitos dos patógenos, uma baixa quantidade de inoculo associado às sementes é suficiente para comprometer a utilização do lote correspondente para plantio em determinadas circunstâncias. Segundo alguns estudiosos neste campo (entre eles, Russel, 1988; Roberts et al., 1993), o estabelecimento do tamanho da amostra é urna tarefa que depende fundamentalmente de informações sobre as naturezas epidemiológica e econômica de cada patógeno, havendo necessidade, portanto, de indicações de pesquisas regionalizadas. Neste sentido, o exame convencional de 400 sementes por amostra em testes de sanidade, conforme se recomenda em testes de germinação, implica urna precisão máxima de 0,25 %, o que é, para inúmeros patógenos, um índice intolerável. Em termos da natureza ou dos componentes da amostra de sementes a ser submetida à análise, visando estabelecer padrões de tolerância, deve-se considerar também cada patógeno individualmente, sendo importante ter conhecimento da forma como estes patógenos se associam às sementes. O exame da fração impura de um lote torna-se, pois, em muitos casos, indispensável, uma vez que esta porção acompanha as sementes por ocasião da semeadura. À luz desse fato, observa-se que padrões de tolerância para patógenos, tais como Sclerotinia sclerotiorum e Claviceps purpurea, têm sido recomendados em alguns programas de certificação e de defesa vegetal com base na presença de escleródios junto às sementes em teste (Ball, 1990). Segundo Neergaard (1979), o exame da fração impura de amostras de sementes deve fazer parte da análise de sanidade em programas de controle de qualidade. Como suporte a este tipo de recomendação pode ser citado o estudo realizado por Pittis e Machado (1987), no qual a presença de Rhizoctonia solani, de Sclerotinia sclerotiorum e de Phomopsis sp., na fração impura de amostras de soja, foi detectada pelo teste de sanidade. OBJETIVOS DO PROGRAMA DE SEMENTES Torna-se evidente que o estabelecimento conclusivo de índices de tolerância de patógenos em programas de sementes depende não só de informações oriundas de pesquisas como também da política ou da estratégia a ser adotada para cada sistema, à luz da necessidade de se atingir determinadas metas, não se perdendo de vista o aspecto de sustentabilidade da produção como um todo. Não se dispondo de estudos epidemiológicos completos, as informações parciais disponíveis devem ser utilizadas até que novos conhecimentos sejam adquiridos pela investigação científica na área (Hewett, 1991). Neste sentido, é oportuno referir a proposta de padrões de tolerância elaborada sob a coordenação do Comitê de Patologia de Sementes da ABRATES (1991) para as condições brasileiras, executado em caráter experimental no período 1992-93. Levou-se em conta nesta proposta (Tabela 3), além de trabalhos já conduzidos no Brasil e a experiência regional de profissionais, a necessidade premente de se iniciar de imediato, no país, um programa de controle da qualidade sanitária de sementes. Do ponto de vista de proteção fitossanitária, torna-se inaceitável subestimar a circulação, cada vez mais crescente, de sementes com qualidade sanitária questionável. Percebe-se que, apesar dos valores relativamente elevados para os padrões de alguns fungos considerados, deve-se ter em mente que a simples adoção dos testes de sanidade nestas circunstâncias representa, por si só, um passo dos mais expressivos na direção de se buscar meios visando a melhoria da qualidade das sementes no pais. Tem-se a consciência, nesse tipo de proposição, que, na medida que a pesquisa caminha em busca de informações mais seguras, tais padrões poderão ser alterados no sentido de maior ou menor rigor, dependendo da exigência de cada caso. CONSIDERAÇÕES FINAIS Na visão do Serviço de Vigilância Sanitária Vegetal, a adoção de padrões de tolerância é, também; por tudo que se discutiu anteriormente, uma medida indispensável, de extremo valor, visando o controle preventivo de muitos patógenos quarentenários (Neergaard, 1979, 1980). Tratando-se de patógenos de natureza quarentenária, os padrões de tolerância são normalmente definidos considerando-se três categorias: Tabela 3. Proposta de níveis de tolerância de patógenos em sementes para programas de certificação no Brasil - Período Experimental de 1992/93 Cultura/Patógeno Básica Certif./Fiscal. 1. ALGODÃO Colletotrichum gossypii 20,0 30,0 Fusarium oxysporum zero zero Verticillium albo-atrum zero zero 2. ARROZ Dreschslera oryzae 10,0 25,0 Pyricularia oryzae 5,0 10,0 Rhynchosporium oryzae 10,0 20,0 3. FEIJÃO COMUM Colletotrichum lindemuthianum zero 1,0 Fusarium oxysporum zero zero Sclerotinia sclerotiorum zero zero 4. SOJA Colletotrichum spp 15,0 20,0 Cercospora spp* * * Phomopsis spp* * * Sclerotinia sclerotiorum zero zero 5. TRIGO Bipolaris sorokiniana 10,0 40,0 Fusarium graminearum 5,0 10,0 Stagonospora nodorum** 10,0 10,0 Pyricularia oryzae 5,0 10,0 6. CENOURA Alternaria dauci 5,0 10,0 Alternaria radicina 3,0 5,0 OBS.: A ocorrência de patógeno em qualquer nível em recomendação do tratamento de sementes para o plantio. * Recomendado o tratamento preventivo ao Cancro da Haste e a espécies patogênicas de Cercospora. ** Sugere-se o método de fluorescência. categoria A, engloba patógenos de natureza epidêmica ainda inexistentes no país ou na região importadora; categoria B, diz respeito a patógenos com pequeno potencial de disseminação, ainda inexistentes ou com distribuição limitada na região de introdução; e categoria C, trata dos agentes que já ocorrem na região ou no país importador e para os quais existem medidas eficazes de controle. Devem ser adotados padrões de tolerância mais rigorosos devem ser adotados para patógenos pertencentes à categoria A. Vale ressaltar que a maior sensibilidade dos métodos de detecção e o tamanho adequado da amostra a ser analisada são pontos de capital importância para o sucesso de qualquer programa de vigilância vegetal. Urna das sérias barreiras neste sentido é a pequena sensibilidade dos atuais métodos disponíveis para grande número de patógenos desta natureza. Para os agentes patogênicos da categoria A, os métodos de detecção tendema ser baseados em princípios bioquímicas e moleculares em que se empregam técnicas serológicas modernas e provas de ácidos nucléicos. Finalmente, cumpre salientar que o tema em discussão pode ser abordado de diferentes maneiras, em função da sua complexidade e da visão de cada profissional. Reconhece o autor que o assunto não se encontra esgotado, entendendo que o objetivo desta revisão era de apresentar uma noção geral sobre a relevância do tema, bem como suas implicações no âmbito da produção de sementes, visando melhorar sua qualidade sob todos aspectos, principalmente em termos de sanidade. LITERATURA CITADA ABRATES. 1991. Proposta de níveis de tolerância de patógenos para programa de certificação de sementes no Brasil. In: I WORKSHOP BRASILEIRO DE CONTROLE DE QUALIDADE DE SEMENTES, Lavras, ABRATES, n.p. AGARWAL, V.K. & SINCLAIR, J.B. 1977. Principles of seed pathology. Boca Roton, CRC Press. 2v. AGRIOS, C.N. 1978. Plant pathology. 2.ed. New York, Academic Press. ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. 1992. Rio de Janeiro: IBGE, v.52. ARAUJO, E. 1988. Resistência do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) à infecção causada por Colletotrichum lindemuthianum (Sacc. et Mogn.) Sceib. e à sua transmissão pelas sementes. Viçosa, UFV. Tese de Doutorado. BAKER, K. 1972. Seed Pathology. 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