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Aula 1 Processos de Negócios Nesta aula, você será capaz de: 1- Conhecer os principais conceitos de processos de negócio; 2- Definir a diferença conceitual entre projetos e processos. Introdução Todas as organizações trabalham com processos. Ainda que estabelecidos de forma improvisada, os processos são sistematizados ao longo do tempo e passam a ser a razão da existência das empresas, pois produzem resultados que atendem a objetivos propostos. Mas o que seriam processos? Vamos descobrir? O que são processos? Vamos, então, ao conceito de processos. Trata-se de atividades realizadas em uma sequência lógica, cujo objetivo é produzir um bem ou serviço que tem valor para um grupo específico de clientes. Em qualidade organizacional, o processo é entendido da seguinte maneira: Qualquer conceito ou conjunto de atividades que usa, repetitivamente, recursos para transformar entradas em saídas, através da identificação de necessidades e gerenciamento de projetos inter-relacionados e interativos, a fim de que a organização funcione de forma eficaz. Mas qual é a relação da animação de Monstros S.A. com processos? Vejamos um pequeno trecho do filme. ATENÇÃO Um processo é um conjunto definido de passos para a realização de uma tarefa; Um processo definido é aquele descrito em detalhes, de modo que possa ser consistentemente repetido; Processos definidos auxiliam no planejamento e na execução de um serviço. Enfoques de processos Retomando a história de Sulley e Mike e do comercial da empresa Monstros S.A., observamos que processos são: Atividades realizadas em uma sequência lógica, cujo objetivo é produzir um bem ou serviço com valor para um grupo específico de clientes. Atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona valor a ele e fornece um output a um cliente específico. Ordenação específica das atividades de trabalho no tempo e no espaço, que possui um começo e um fim, além de entradas e saídas claramente identificadas. Enfim, trata-se de uma estrutura para ação. Michael Hammer Em 1990, escreveu um artigo na Harvard Business Review intitulado "Don't Automate, Obliterate". Na época, poucos levaram a sério o autor; apenas um professor do MIT chamado Michael Hammer. Três anos depois o best-seller Reengineering the Corporation, escrito com James Champy, trouxe-lhe notoriedade internacional e ele passou a ser conhecido como o profeta da reengenharia. Nos anos seguintes à publicação do livro, Hammer tornou-se o guru mais bem pago do mundo e passou a maior parte do seu tempo a animar seminários sobre o tema por todo o mundo. Fundou igualmente a sua própria consultora em formação: a Hammer & Company. Bibliografia: The reengeniring revolution handbook. Harper 1996. Beyond reengenering. Harper 1997. RACCA, Felix. Business services orchestration. Cambridge 2003. The agenda. Random House 2003. CHAMPY, James. Reengeniring the corporation. Harper 2004. A revolução da reengenharia. Rio de Janeiro: Campus. Reengenharia – revolucionando a empresa. Rio de Janeiro: Campus. Além da reengenharia. Rio de Janeiro: Campus. A agenda. Rio de Janeiro: Campus, 2001. Definição de Processos Consolidando algumas informações... Toda organização possui um grupo de processos que é executado por pessoas em uma instalação, através de equipamentos, recursos materiais etc. Esses elementos podem ter concepções diferentes, e suas combinações geram distintos resultados. Não existe um produto ou serviço oferecido por uma empresa sem um processo. Embora nem sempre estejam documentados (mapeados), eles são conhecidos e executados dentro das organizações. Processos são atividades logicamente relacionadas aos recursos do negócio, que produzem resultados reais, adicionando valor a cada etapa. Trata-se de uma sequência de ações interligadas que se caracterizam por apresentarem insumos mensuráveis (inputs), atividades que agregam valor e saídas (outputs). Além disso, os processos compreendem atos destinados a produzir um bem ou serviço intermediário ou final. Estamos nos referindo à cadeia de agregação de valor: todo processo deve contribuir para a satisfação do cliente – interno ou externo –, e cada etapa deve agregar valor à anterior. Processo x projeto É comum confundirmos o significado das palavras processo e projeto, por sua proximidade e relação com objetivos organizacionais. Para evitarmos essa confusão, definiremos, claramente, ambos os conceitos e onde podem ser aplicados. Veja, a seguir, um quadro comparativo: Processo Projeto É permanente. Acontece em um período determinado de tempo. É repetitivo e padronizado em passos, em uma sequência lógica. É pontual. Objetiva produzir um bem ou serviço que tem valor para um grupo específico de clientes. Objetiva gerar um produto e um resultado único e específico. É uma ação repetitiva e gera o mesmo produto várias vezes. É uma ação com início e fim determinados. Corresponde à forma como a organização funciona. Busca, em última análise, melhorar os processos de rotina. Agrega valor a seus clientes e cumpre sua finalidade de modo rotineiro. É executado para produzir ruptura com o status quo. Um projeto é desenhado para gerar melhorias e, consequentemente, atender a seus objetivos, que devem estar sincronizados com os processos da organização. Dessa forma, os resultados colhidos pelos projetos devem redesenhar os processos para que os ganhos sejam direcionados aos clientes externos e internos da empresa. Isso é Gestão por Processos! Processo x projeto: Atividade de reflexão Assista ao trecho da animação Monstros S.A.: De acordo com esse trecho, dê um exemplo de processo e outro de projeto. O processo: Realmente, o processo é sempre o mesmo, repetitivo. Transformando a matéria prima em algo de valor. Já o Projeto: é único. Obter um produto com qualidade e cada vez mais, aumentar a produção com a qualidade garantida. Atividade proposta Diante de sua experiência de trabalho ou de vida, assinale as opções que apresenta os principais elementos de um processo de negócios: Resposta: Recursos humanos, instalações e recursos materiais. Feedback Portanto, processo de negócios é... Aquele que possui os seguintes elementos: Insumo – objetivo; Recursos humanos – pessoas; Instalações; Recursos materiais – leis, padrões; Dinâmicas repetitivas; Resultados. Conceituando processos de negócios “...também conhecido por Business Process Management (BPM), os processos de negócios possibilitam a identificação de problemas e ineficiências dentro da empresa. Esse conceito une a Gestão de Negócios e a Tecnologia da Informação, o que permite uma melhoria nos resultados das organizações e em seu planejamento estratégico. Em função disso, a empresa poderá definir quais são os processos e as ações relevantes que contribuirão para seu crescimento.” Conheça a Gestão de Processo de Negócio Por MS Brasil em 4 de fevereiro de 2011 em Administração, Consultoria empresarial | 1 comentário Gerenciamento de processos de negócio, também conhecido por BPM (Business Process Management) é o conceito que possibilita a identificação de problemas e ineficiências dentro da empresa. Ele une gestão de negócios e tecnologia da informação, o que permite uma melhoria nos resultados das organizações e em seu planejamento estratégico, já que a empresa poderá definir quais são os processos e ações relevantes que poderão contribuir para o seu crescimento. Conseguir que as estratégias tomadas pelas empresas obtenham os resultados esperados é um desafio para qualquer organização,por isso os gestores estão sempre em busca das melhores soluções para uma mudança organizacional considerável. Conheça algumas ações relacionadas a Gestão de Processo de Negócio: Mapeamento dos processos – tem como objetivo coletar dados quantitativos, priorizar o detalhamento e identificar os atributos dos processos e sua eficácia. O monitoramento através de indicadores de desempenho – mede e melhora os modelos de controle que serão utilizados, consolidando os dados e gerando informações úteis. O ciclo de melhoria contínua – acompanha o atendimento e seu alinhamento com as metas estratégicas da organização, o que garante um modelo de operação que não ofereça perda de eficiência ou riscos ao negócio. Para o sucesso do BPM, é necessário que se assuma uma nova postura com foco principalmente nas pessoas, afinal, este é um processo organizacional que precisa ser avaliado e alinhado a certos princípios de evolução e atualização. Ele precisa da participação de todos, desde funcionários até gerentes e sócios, além da integração de um software específico que atenda a demanda de trabalho da organização. Apesar da implantação da gestão de processos de negócio nas organizações ser algo abrangente e complexo, quando bem aplicada, traz diversos benefícios, como a agilidade nas operações e resultados mais eficientes dos negócios. Planejamento acão controle planejamento Avaliado/ajustado = organizado, ordenado, produtivo, eficiente. Gestão de Negócios Aliada à Tecnologia da Informação, a Gestão de Negócios tem como objetivos: Melhorar os processos das organizações, por meio do uso de métodos, técnicas e ferramentas; Mapear, analisar, modelar, publicar e gerenciar processos operacionais, de apoio e de gestão, abarcando recursos humanos, aplicações, documentos e outras fontes de informação; Alinhar os processos de negócios com as estratégias de correção; Maximizar os resultados e o desempenho dos processos; Aumentar resultados financeiros; Obter vantagem competitiva; Reduzir custos; Garantir padrão de qualidade Esses objetivos são concretizados através de práticas aplicadas! Voltemos ao filme Monstros S.A. para mais uma comparação com o conteúdo estudado. Função dos Processos de Negócios Os processos de negócios estão vinculados à essência do funcionamento de uma organização. Eles são o DNA da empresa: seu Core business ou Core competence. Em outras palavras, trata- se do negócio principal da organização. Se os utilizarmos como “receita de bolo” para qualquer situação, ou instituição, com certeza, poderemos “solar” o resultado. Core business ou Core competence: Conceito que surgiu pela primeira vez em 1990, na Harvard Business Review, em um artigo intitulado “The Core competence of the Corporation”, de Gary Hamel e C. K. Prahalad. Afinal, os processos estão baseados em identidade, cultura e histórias próprias, sistemas e projetos específicos de determinadas organizações – que, muitas vezes, repetem-se há décadas. Por serem multifuncionais, eles aperfeiçoam as diversas funções da empresa, gerando uma interdependência entre elas. Entretanto, o impacto de seu insucesso acontecerá dentro da organização, o que pode comprometer seus resultados operacionais. Fases dos Processos de Negócios Vejamos, então, quais são as três fases de um processo de negócios: Primeira fase: DOCUMENTAR – ORGANIZAR – MELHORAR – SIMULAR Segunda fase: IMPLANTAR – GERENCIAR – MELHORAR Terceira fase: AUTOMATIZAR – GERENCIAR – MELHORAR Atividade Proposta Os processos são constituídos de três fases. Podemos considerar como ações da primeira fase: Reposta: Primeira fase: DOCUMENTAR – ORGANIZAR – MELHORAR – SIMULAR Feedback Conforme estudamos, melhorar e documentar são ações da primeira fase de um processo de negócios. Analisando os processos de negócios, podemos concluir que: I. Os processos de uma empresa podem ser utilizados por outra organização. II. Os processos de negócios são multifincionais, no sentido de otimização. III. Os processos de negócios são interdependentes de todas as funções de que são servidos. Dentre as proposições anteriores, estão corretas: ( ) As afirmativas I e II ( ) As afirmativas II e III (X) As afirmativas I e III ( ) Apenas a alternativa I ( ) Apenas a alternativa II Feedback Conforme estudamos, os processos de negócios são multifuncionais, no sentido de otimização, e interdependentes de todas as funções de que são servidos. O site do Ministério do Governo, Planejamento e Gestão, conta com uma página sobre Processos de Gestão! Vale a pena conferir! http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/e-ping-padroes-de-interoperabilidade/guia-de- gestao-de-processos-de-governo Nesta aula, você pôde entender melhor o significado de processo, a sua comparação com projetos e o significado de processos de negócio. Na próxima aula, você estudará sobre os seguintes assuntos: Conceito de gestão por processo; As unidade de negócio de uma organização e respectivos exemplos. Aula 2 Introdução à Gestão de Processos Ao final desta aula, você será capaz de: 1- Definir o que é Gestão por Processos; 2- Diferenciar Unidade de Negócio de organização. Introdução A Gestão por Processos chega às organizações em forma de rotina para que seus sistemas funcionem como uma grande “rede” interdependente que busca resultados eficazes e alcancem o sucesso através de novas maneiras de trabalhar coletivamente. Sendo assim, as empresas que seguem o modelo tradicional de Gestão – ainda muito orientado a realizar tarefas e pouco a gerar resultados – não conseguem competir no mercado atual, no qual as mudanças são constantes. Além de uma estruturação meramente burocrática, essas empresas necessitam do estabelecimento de metas e atribuições, a fim de não limitarem a agilidade de seus resultados. Modelos de Gestão Para dar início a esta aula, vamos observar, através dos vídeos a seguir, os distintos modelos de gestão: Modelo tradicional – muito orientado a realizar tarefas e pouco a gerar resultados. Modelo que estabelece metas, atribuições, projetos e processos. Definição de Gestão por Processos Agora que você percebeu algumas características específicas das organizações em diferentes modelos de Gestão, veja algumas definições de Gestão por Processos: “A excelência do desempenho e o sucesso no negócio requerem que todas as atividades inter- relacionadas sejam compreendidas e gerenciadas de acordo com uma visão de processos. É fundamental que sejam conhecidos os clientes desses processos, seus requisitos e o que cada atividade adiciona de valor na busca do atendimento a esses requisitos.” “Nesse sentido, a Gestão por Processos consiste no enfoque administrativo que busca a otimização e a melhoria da cadeia de processos da empresa. O objetivo é atender necessidades e expectativas das partes interessadas, assegurando o melhor desempenho possível do sistema integrado a partir da mínima utilização de recursos e do máximo índice de acerto.” Critérios de Excelência – Prêmio Nacional da Qualidade, 2003. Organização funcional X organização por processos A Gestão por Processos diferencia as organizações desde sua estrutura até os projetos que geram seus resultados. Comparemos, então, a organização funcional e a organização por processos: VISÃO FUNCIONAL ATRIBUTOS VISÃO POR PROCESSOS CHEFIA FOCO CLIENTE CADEIA DE COMANDO RELACIONAMENTO CLIENTE FORNECEDOR HIERARQUIA ORIENTAÇÃO PROCESSO GERÊNCIA QUE TOMA DECISÃO TODOS OS PARTICIPANTESAUTORITARISMO ESTILO PARTICIPATIVO REDUÇÃO DO CUSTO OBJETIVO PREVENÇÃO DO CUSTO ATENÇÃO A hierarquia oferece barreiras naturais ao atributo orientação, enquanto o processo perpassa toda a organização. Isso se torna possível em razão da estrutura ordenada de atividades sequenciais de trabalho – que apresenta começo, meio e fim, facilitando sua análise ao longo do tempo e do espaço. Além disso, suas entradas e saídas são facilmente identificadas, o que gera produtos ou serviços. Identificação dos processos Já sabemos que a organização gerida por processos é a ideal, pois trabalha com o coletivo em uma sequência de atividades que busca resultados eficazes. Mas quais são os melhores processos? Você se lembra do trailer do filme Bee Movie que assistimos no início da aula? A personagem-abelha Barry era um colaborador indicado para trabalhar, fazendo mel, nas organizações Honex. Embora esse processo fosse bem gerenciado, nem todos os funcionários reconheciam, com clareza, a importância de suas atividades nas entradas e saídas da produção. A abelha não compreendia a relevância de seu trabalho para a organização. Refletindo sobre esse exemplo, concluímos que mudar os nomes, o foco ou o relacionamento entre os processos não altera as tarefas que serão realizadas pelos profissionais. A mudança está na forma de pensar e identificar o processo ideal de cada organização e a melhor maneira de executá-lo. CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS Os processos empresariais podem ser classificados em três categorias básicas: DE NEGÓCIOS Aqueles em que a atuação da organização está caracterizada – como, por exemplo, a fabricação de produtos ou a prestação de serviços. Esses processos são primários por incluírem as atividades que geram valor para o cliente (MARTIN apud GONÇALVES, 2000a). Mas devemos lembrar que, por serem processos de transformação, são, por consequência, potenciais geradores de resíduos (MOHRMAN apud GONÇALVES, 2000a). ORGANIZACIONAIS Aqueles responsáveis pelo funcionamento dos vários subsistemas da organização e que estão em busca de um desempenho geral, garantindo o suporte adequado aos processos de negócios (GONÇALVES, 2000a). GERENCIAIS Aqueles que incluem as ações de medição e ajuste do desempenho da organização e que têm foco nos gerentes e em suas relações (GARVIN apud GONÇALVES, 2000a). Quanto ao tipo, esses processos podem ser de: • Direcionamento – definição de metas; • Negociação – definição de preços com fornecedores; • Monitoração – acompanhamento do planejamento e do orçamento. Além disso, tais processos também dão apoio aos processos produtivos. A organização e suas unidades de negócios Cada empresa deve buscar o melhor modelo que divide seu gerenciamento, levando em conta suas características próprias. Para algumas empresas, essa divisão é muito clara; para outras, é necessário um estudo mais apurado. Tal segmentação pode ser feita por produto, por clientes e por distribuição geográfica. Atualmente, as empresas buscam estruturar-se em torno de suas competências essenciais, gerando uma vantagem competitiva baseada em aptidões. Dessa forma, as negociações que cada empresa realiza não estão mais limitadas às vendas de seus produtos ou serviços finais. A empresa do futuro é aquela que junta o QUE sabe a QUEM interage ativamente com esse conhecimento. Essa nova visão estratégica valoriza ainda mais a Gestão por Processos e permite à empresa avaliar seus processos sem alterar, de forma significativa, sua estrutura. Sendo assim, a organização apenas compõe suas competências, de modo a interagir mais intensamente com seus parceiros de negócios. Atividade proposta Considerando a organização e suas unidades de negócios, podemos afirmar que: I. A organização da empresa por unidades de negócios foi considerada uma inovação em gestão de empresas, na década de 90. II. A maioria das empresas atua em negócios que podem envolver vários segmentos. III. A segmentação visa ao melhor gerenciamento dos negócios e pode-se apresentar de diversas formas. Dentre as proposições anteriores, está(ão) correta(s): ( ) As afirmativas I e II. (X) As afirmativas II e III. ( ) As afirmativas I e III. ( ) Apenas a afirmativa I. ( ) Apenas afirmativa II. Nesta aula, compreendemos como as empresas se estruturam e quais são as diferenças básicas entre a Gestão tradicional e a Gestão por Processos. Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, sugerimos a leitura das seguintes publicações: GONÇALVES, J. E. L. As empresas são grandes coleções de processos. Revista de Administração de Empresas (RAE), v. 40, n. 1, p. 6-19, jan./mar. 2000. ______. Processo, que processo? Revista de Administração de Empresas (RAE), v. 40, n. 4, p. 8-19, out./dez. 2000 Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos: A visão sistêmica das organizações; O desdobramento de metas estratégicas em níveis de processos. Aula 3 Visão estratégica Ao final desta aula, você será capaz de: 1- Obter uma visão sistêmica das organizações; 2- Identificar as ferramentas que permitem o desdobramento de metas estratégicas em níveis de processos. Introdução Nesta aula, compreenderemos melhor o funcionamento da estratégia dentro das organizações. Em função disso, identificaremos como as empresas podem gerar ganhos significativos – valorizando seu negócio e, por consequência, seus processos – e como os processos podem contribuir para a implementação da estratégia. Gestão estratégica Você conhece o conceito de Gestão Estratégica? Trata-se do conjunto de decisões e ações estratégicas que determina o desempenho de uma corporação a longo prazo. Atualmente, a Gestão Estratégica evoluiu a tal ponto que seu principal valor consiste em ajudar a organização a operar, de maneira bem-sucedida, em um ambiente dinâmico e complexo. Para serem competitivas nesse contexto, as corporações estão tornando-se menos burocráticas e mais flexíveis. A Gestão Estratégica é cada vez mais necessária nas organizações, principalmente se considerarmos o alto índice de competitividade existente no mercado, que se tornou um grande desafio nos dias de hoje. No contexto empresarial atual, as mudanças ocorrem muito rapidamente e sem que as percebamos. Por isso, conduzir uma organização complexa nesse ambiente altamente volátil e dinâmico requer da gestão executiva informações precisas para o monitoramento dessas condições fugazes. Muitas organizações já implantaram sua Gestão Estratégica, incluindo visão, missão, valores e objetivos. Mas, infelizmente, não basta a definirmos no papel. Precisamos ter a coragem de colocá-la em prática! As mudanças constantes dos ambientes empresariais ocasionam uma série de consequências para o controle gerencial das organizações. A Administração Estratégica pode solucionar esses desajustes causados tanto nas organizações privadas quanto nas públicas. A estratégia é elaborada com o objetivo de analisar fatores, ambientes internos e externos, oportunidades e ameaças, de maneira que garanta à organização o alcance do patamar futuro desejado. Exemplo de missão, visão e valores Para exemplificarmos a implantação da Gestão Estratégica dentro das organizações, vamos apresentar a missão, a visão e os valores da Estácio: Missão Promover a formação e ascensão profissional dos nossos alunos através de uma educação de qualidade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atuamos. Visão Ser o maior grupo privado de educação superior do mundo em número de alunos até 2015,com equipes de alto desempenho, excelência na prestação de serviços e em rentabilidade. Valores Foco no aluno - O aluno é nossa razão de ser. Trabalhamos para seu desenvolvimento pessoal, profissional e social; Gente e meritocracia - As pessoas são nosso maior capital. Estimulamos o alto desempenho e o trabalho em equipe. Valorizamos e conhecemos o mérito como forma de construir uma organização perene; Qualidade - Perseguimos a excelência na prestação de serviços dentro e fora da sala de aula; Simplicidade - Devemos ser simples para ser ágeis e austeros; Inovação - Devemos criar e ousar sempre; Resultado - Agimos como “donos”, colocando paixão no que fazemos, buscando superar metas desafiadoras de modo sustentável; Ética - Somos verdadeiros, transparentes e responsáveis em todas as nossas relações para manter a credibilidade. Não toleramos desvios de conduta. Estratégia empresarial A missão e os objetivos gerais da organização a conduzem à formulação de estratégias em níveis empresariais; posteriormente, em Unidades de Negócios e, finalmente, em nível funcional. De acordo com Bateman e Snell (1998), em todas as organizações – independentemente de seu porte –, há três níveis de planejamento. São eles: Estratégico – Alta direção (Por que e quando – Organização como um todo) O nível estratégico compreende: • Os altos executivos da organização – responsáveis pela definição dos objetivos e planos da empresa; • A tomada de decisões quanto às questões de longo prazo da empresa – tais como sua sobrevivência, seu crescimento e sua eficácia. Tático - Gerentes (Onde e como – Cada divisão ou unidade) No nível tático, o planejamento é utilizado para traduzir os objetivos gerais e as estratégias da alta diretoria em objetivos e atividades mais específicos. O principal desafio é promover um contato eficiente e eficaz entre os níveis estratégico e operacional. Operacional – Trabalho executor (O que? – Cada tarefa ou operação) Já no nível operacional, o processo possui menor amplitude: o foco é trabalhar junto aos funcionários não administrativos, implementando os planos específicos definidos no planejamento tático. Fonte BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração: construindo vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1998. Estratégia empresarial Buscando determinar a abrangência da função do planejamento estratégico, Steiner (1969) estabelece cinco dimensões para o planejamento. 1 A primeira dimensão corresponde ao assunto abordado no planejamento, que pode compreender: produção, pesquisa, novos produtos, finanças, marketing, instalações, Recursos Humanos etc. 2 A segunda dimensão corresponde aos elementos do planejamento, entre os quais podemos citar: propósitos, objetivos, estratégias, políticas, programas, orçamentos, normas e procedimentos, entre outros. 3 A terceira dimensão corresponde ao tempo do planejamento, que pode ser, por exemplo, de longo, médio ou curto prazos. 4 A quarta dimensão corresponde às unidades organizacionais, nas quais o julgamento é elaborado. Nesse caso, pode haver planejamento corporativo, de subsidiárias, de grupos funcionais, de divisões, de departamentos, de produtos etc. 5 A quinta dimensão corresponde às características do planejamento, que podem ser representadas por complexidade ou simplicidade, qualidade ou quantidade, o que o define como estratégico ou tático, confidencial ou público, formal ou informal, econômico ou caro. Ainda de acordo com Steiner (1969, p. 12), “o planejamento não deve ser confundido com previsão, projeção, predição, resolução de problemas ou plano”. Para o autor, esses conceitos se diferem da seguinte maneira: Previsão: Esforço para verificar quais serão os eventos que poderão ocorrer, com base no registro de uma série de probabilidades. Projeção: Situação em que o futuro tende a ser igualado ao passado em sua estrutura básica. Predição: Situação em que o futuro tende a ser diferente do passado, mas a empresa não tem nenhum controle sobre seu processo e desenvolvimento. Resolução de problemas: Aspectos imediatos que procuram, tão somente, a correção de certas descontinuidades e certos desajustes entre a empresa e as forças externas que lhe sejam potencialmente relevantes. Plano: Documento formal que constitui a consolidação das informações e atividades desenvolvidas no processo de planejamento. Trata-se do limite da formalização do planejamento, da decisão em que a relação custo/benefício deve ser observada. Exercício de fixação Antes de continuar esta aula, vamos fazer um exercício para testar seu conhecimento! A respeito da visão estratégica das organizações, analise as afirmativas a seguir: I. A gestão estratégica consiste em um conjunto de profissionais que pratica acoes estratégicas que determinarão o desempenho de uma organização a longo prazo. II. Muitas organizações já implantaram sua gestão estratégica incluindo visão, missão, perspectivas e alternativas. III. Conduzir uma organização complexa, em um ambiente altamente volátil e dinâmico, no qual mudanças ocorrem muito rapidamente, requer uma administração estratégica. (X) As afirmativas I e II estão corretas ( ) As afirmativas II e III estão corretas ( ) As afirmativas I e III estão corretas ( ) Apenas a afirmativa I está correta ( ) Apenas a afirmativa III está correta Processos e cadeia de valor agregado A cadeia de valor agregado pode ser entendida como o conjunto de vantagens competitivas que uma empresa possui como resultado da satisfação do cliente. A vantagem competitiva surge, fundamentalmente, do valor que determinada empresa consegue criar para seus clientes e que ultrapassa os custos de produção. Como exemplos de vantagem competitiva, podemos citar: A qualidade superior de determinado produto ou serviço; A produção com baixo custo; Os serviços agregados ao produto – tais como instalação gratuita, suporte, manutenção etc.; O alto valor de marca; A ampla distribuição; O foco no cliente. SERVIÇO DE SUPORTE FRETE GRATIS PROGRAMAS GRATUITOS O MAIS MODERNO DO MERCADO Cada componente na cadeia de valor pode oferecer uma vantagem competitiva e melhorar o produto ou serviço final. Os valores são agregados aos processos na fase de transformação, em que as diversas variáveis atuam buscando atingir valores percebidos pelos clientes. O gerenciamento de processos pode identificar atividades não requeridas pelos clientes e outras que não precisariam existir – aquelas que podem ser descartadas, pois nada acrescentam à empresa. Dessa forma, o processo será otimizado. Portanto, a análise de valor agregado oferece à organização uma melhora na eficiência de seu processo produtivo e no monitoramento da eliminação do desperdício de recursos. Trata-se, também, de uma importante ferramenta para auxiliar programas em um sistema de Gestão Ambiental. Informações - Mão de Obra EntradaCliente Insumos – Tecnologia Gestão de Processos como diferencial competitivo A gestão eficiente dos processos oferece muitas vantagens à organização, tais como: Criar condições para prever, promover e controlar mudanças organizacionais; Aperfeiçoar e maximizar o uso dos recursos disponíveis; Dispor, de forma mais ágil, de meios para efetivar mudanças operacionais; Desenvolver uma visão sistêmica de suas atividades; Criar condições para gerenciar, com qualidade, suas equipes de trabalho; Prever e minimizar a ocorrência de erros e problemas; Presumir como as entradas (insumos) se transformarão em saídas (produtos); Definir e aplicar indicadores de desempenho do processamento e da agregaçãode valor; Adotar controles de custos adequados. Atividades básicas do planejamento estratégico O planejamento estratégico envolve atividades de vital importância para a organização atingir sua plenitude, entre as quais citamos: O diagnóstico do ambiente em que a organização está inserida; A análise das mudanças desse ambiente e seus reflexos para os próximos anos; A avaliação da organização em relação a sua missão e visão, a seus recursos e a suas competências essenciais; A análise de possíveis alterações no ambiente externo que possam gerar oportunidades aos objetivos da organização; A implementação do plano estratégico; As ações evolutivas; A adequação do plano. A organização precisa avaliar seus processos essenciais – aqueles que podem valorizar suas competências. Quando uma empresa é observada como uma continuidade – desde seu planejamento estratégico até seus processos no pós-venda –, é possível definir, com objetividade, a contribuição de cada uma dessas ações, além de reavaliar, facilmente, os processos empresariais e a posição estratégica da organização junto ao mercado. Em um mercado extremamente competitivo como o que enfrentamos atualmente, isso é muito importante! Nesta aula, verificamos a grande contribuição da Gestão de Processos à elaboração de estratégias dentro das organizações. Para saber mais sobre planejamento estratégico, leia o texto disponibilizado pela Revista FAE (Curitiba, 2000): O planejamento estratégico dentro do conceito de Administração Estratégica. Aula 4 Modelagem de Processos de negócios Ao final desta aula, você será capaz de: Identificar os processos-chave de um negócio; Listar os componentes da documentação de um processo. Introdução Nesta aula, apresentaremos a modelagem de processos de negócios e suas diversas etapas, dando orientações sobre levantamento, identificação, seleção e descrição de processos. Bom estudo! Introdução O domínio completo de todas as etapas de um negócio, suas particularidades, suas deficiências e dificuldades deve fazer parte do cotidiano de seus gestores. Através de uma análise permanente e frequente, esses profissionais devem buscar a associação de todo o progresso tecnológico que temos, atualmente, à disposição para otimizar a produção. Esse contexto nos conduz à visão de modelagem dos processos – também já chamada de Reengenharia. Precisamos analisar o processo de diversos ângulos e por diversas óticas, buscando, a cada dia, superar nossas expectativas. Ao modelarmos um processo, temos de buscar uma disciplina maior, uma visão mais objetiva de padronização, consistência e segurança, cuja base seja mais científica. Em outras palavras, precisamos fugir um pouco de nossa preocupação em simplesmente terminar uma tarefa. Esse entendimento sobre o processo traz à nossa mente todas as informações coletadas junto a seus diversos atores, que o representam de forma clara e objetiva, sem perda de seu propósito central e final. Tal disponibilidade de um modelo completo permite uma análise mais crítica e consciente dos modelos existentes, o que possibilita a melhoria e a racionalização dos projetos. Essa ação deve ser medida para nos certificarmos de seus resultados, unindo e otimizando os esforços pessoais e tecnológicos em prol de um mesmo objetivo. Levantamento de Processos Para que possamos fazer um levantamento dos processos existentes em nossa empresa – ou mesmo de novos processos –, temos de considerar alguns pontos importantes, tais como: • Os objetivos de nosso negócio; • Os resultados que esperamos; • Os fatores críticos de sucesso associados a ele. Esses elementos podem ser levantados por meio de entrevistas com os principais atores do processo, ou seja, aqueles que o executam. O analista documenta as informações em um texto e, depois, representa esse conteúdo por meio de modelos – como, por exemplo, o fluxograma – para que os executores o refinem e possam apresentá-lo o mais próximo possível da realidade. ATENÇÃO É importante que esse procedimento seja efetuado com um cuidado extremo, pois as demais etapas se apoiarão nessas informações iniciais para dar continuidade à modelagem. Para obtermos o resultado máximo e com eficiência do levantamento de processos, é fundamental identificarmos quais são os tipos existentes em uma organização. Entre esses processos, devemos selecionar os mais importantes para o negócio – aqueles que agregam valor ao cliente –, a fim de que neles possamos focar esforços de melhoria contínua. Para termos certeza de quais são os processos-chave, basta considerarmos: • Aqueles relacionados à essência do negócio – core business; • Aqueles capazes de proporcionar valor significativo para o cliente. Na identificação dos processos-chave da organização, não podemos deixar completamente de lado os processos de apoio, que dão suporte ao funcionamento dos primeiros. Como exemplos desse tipo de processo, podemos citar aqueles da área de Recursos Humanos, os processos financeiros e os contábeis. Dependendo da organização, os processos de apoio podem-se tornar processos-chave! Por exemplo, em uma empresa de consultoria de RH, a atividade de treinamento e desenvolvimento é um processo-chave. Aperfeiçoamento de processos Albrecht (1995) afirma: “A finalidade do aperfeiçoamento dos processos é fazer com que a realidade se iguale ao sonho de alinhar todos os sistemas e processos organizacionais na direção do propósito final de entregar valor para o cliente”. O autor ainda assegura que os processos críticos para a qualidade do serviço são todos aqueles processos organizacionais utilizados para entregar valor para os clientes internos ou externos. Tais processos geram impacto significativo sobre a referida percepção de valor! De acordo com Albrecht (1995), existem três maneiras de aperfeiçoar um processo crítico para a qualidade de um serviço oferecido por uma empresa. São elas: Fazê-lo melhor: trata-se de agir da melhor forma, empregando o mínimo de recursos possível, sem prejudicar a qualidade do serviço entregue ao cliente. Fazê-lo de forma diferente: trata-se de reduzir os números de etapas e de pessoas com as quais o cliente precisa entrar em contato, além de melhorar em o fluxo de informações, focalizando sempre a satisfação das necessidades e expectativas do consumidor. Eliminá-lo: trata-se de uma forma de satisfazer o cliente sem passar pelo processo. Processos-chave Dentre os processos críticos, é necessário identificar aqueles que são fundamentais para o aumento imediato da satisfação do cliente. Estes serão considerados processos-chave – prioritários para as ações de aperfeiçoamento da qualidade do serviço prestado. Tais processos estão mais fortemente relacionados com as dimensões do serviço. Nesse caso, consideramos o grau de importância de cada dimensão para o cliente e seus níveis de satisfação. A definição de prioridades nesse processo de aperfeiçoamento contínuo ocorre através da identificação de tarefas, de procedimentos (atividades) ou de sistemas-chave. De acordo com diversos autores, existem quatro tipos de processos-chave, quais sejam: PROCESSOS-CHAVES CLIENTE CRIAR PRODUTO GERAR PEDIDO PROCESSAR PEDIDO PÓS-VENDA CLIENTE PROCESSO DE APOIO Levantamento de elementos relativos aos processos A etapa de levantamento de elementos consiste na identificação e na visualização das partes essenciais aos processos de trabalho. Esses elementos são encadeados sequencialmente, como mostra o seguinte esquema: Fornecedor: Pessoa, área ou instrumentode trabalho que envia, fornece ou disponibiliza o insumo necessário para a realização de determinada etapa do processo. Entrada/insumo: Informação, documento ou material necessário para que se desenvolva a etapa do processo, sem o(a) qual não é possível realizá-la. Processo Saída/produto: Informação, documento ou material produzido pelo executor da etapa do processo – aquilo que representa o resultado do trabalho. Cliente/usuário: Pessoa, área ou instrumento de trabalho a quem se destinam resultados – aquele que receberá o que foi gerado pelo executor da etapa do processo. Adaptado de: BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração: construindo vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1998. Desenvolvimento de Processos Veja, agora, algumas questões que ajudam a identificar os elementos de um processo: Elementos de Processo Questões Fornecedor De onde vem? – Quem envia as informações, os recursos ou materiais para a execução da etapa? Quem é o fornecedor dos insumos? Entrada/Insumo O que vem? – O que é preciso para executar a etapa? Quais informações, recursos ou materiais são insumos para a etapa? O que entra para que seja processado? Saída/Produto O que sai? – O que é produzido na etapa? Qual é o resultado de sua execução? O que é gerado? Cliente/Usuário Para onde vai? – A quem se destina o resultado da etapa? Quem recebe o produto gerado? Uma vez respondidas as questões de identificação dos elementos do processo, começaremos a ter um pouco mais de clareza sobre as diversas possibilidades de interações/interfaces dos processos. Podemos identificar para uma etapa várias entradas – O que vem? – e vários fornecedores - De onde vem?. O mesmo pode acontecer com os elementos Saída/Produto – O que sai? – e Cliente/Usuário – Para onde vai?. Nessa ocasião, precisamos ter o cuidado de identificar, numericamente, as entradas e saídas com relação à etapa analisada, na tentativa de garantir o entendimento em leituras posteriores. Ao analisarmos o conjunto de fases de um processo, podemos identificar que uma etapa depende de uma entrada – O que vem? – advinda de outro subprocesso ou que a saída de um subprocesso – O que sai? – é destinada, também, a outro subprocesso. Seguindo esse passo, saberemos onde, quando e como os processos, subprocessos e as etapas interagem, e quais são suas interfaces. Fonte: GESPÚBLICA. Identificação dos elementos do processo. In: ______. Guia “d” simplificação. Disponível em: <http://www.gespublica.gov.br>. Acesso em: 4 mar. 2013. Processo Subprocesso – Subprocesso – Subprocesso Descrição do processo – script Para termos uma ideia prática de como ocorre um processo, vamos pensar em algo que utilizamos em nosso dia a dia: a lata de alumínio – originada de uma série de processos industriais. O processo de transformação da bobina de alumínio em lata é bastante extenso e complexo, e apresenta as seguintes etapas: Passo 1 O primeiro passo consiste na formação do corpo, em que o alumínio laminado, em formato de bobina, entra na prensa de estampagem, que lhe dá a forma de um copo. Nesse estágio, o alumínio ainda apresenta a espessura original em que se encontrava na bobina. Passo 2 No estágio seguinte, os copos seguem para outra prensa – momento em que suas paredes externas sofrerão um estiramento. Nessa fase do processo, tais paredes diminuirão de espessura e, na saída da prensa, as bordas serão aparadas, o que fará com que todas as latas tenham a mesma altura. Passo 3 Em seguida, na lavadora, as latas recebem vários banhos e, após passarem pelo forno de secagem, estarão limpas, secas e esterilizadas. Para rotulá-las, o processo de impressão utilizado é a flexografia, no qual as latas podem obter diversas cores simultaneamente. Em cada máquina, é possível imprimir até 2.200 latas por minuto. Passo 4 O passo seguinte é o revestimento interno, no qual as latas recebem uma camada de proteção que impossibilita o contato da bebida com o alumínio. Após essa aplicação, as latas passam pelo forno de secagem. Passo 5 A última etapa do processo de fabricação é a moldagem do “pescoço” e do perfil da borda da lata para o encaixe da tampa. Esse processo tem o intuito de diminuir o diâmetro da tampa, gerando economia de matéria-prima e, consequentemente, redução no custo da embalagem. Nesta aula, compreendemos melhor como lidar com os processos, buscando elementos para sua análise e melhoria. Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos: Modelos e mapa de processos; Etapas de modelagem de processos. AULA 5 FERRAMENTAS DE MODELAGEM Ao final desta aula, você será capaz de: 1- Descrever um organograma hierárquico funcional; 2- Criar um modelo de processos usando UML, SIPOC ou IDEFO. Introdução Nesta aula, continuaremos a apresentar a modelagem de processos de negócio em suas diversas etapas, dando orientações sobre levantamento, identificação, seleção e descrição de processos. MODELO DE PROCESSO A estrutura empresarial baseada em processos confunde-se com uma estrutura funcional, cujas áreas são bem definidas. Mas sabemos que, na prática, isso não é viável, pois, muitas vezes, pessoas participam de mais de um projeto simultaneamente. Na organização estruturada por processos, há áreas funcionais, mas a integração aos processos essenciais permite ao gestor aperfeiçoar sua equipe de trabalho, com foco no objetivo central da empresa. Por isso: As funções NÃO devem ser priorizadas em detrimento dos processos essenciais. Nesse caso, a estrutura por processos é mais objetiva, prevalecendo à organização o trabalho em equipe, a cooperação e a responsabilidade individual, além da disposição em fazer SEMPRE o melhor. Apesar do cumprimento de tarefas, todos têm uma visão do todo e pensam objetivamente no processo. Veja um exemplo de hierarquia nas organizações que NÃO apresenta uma estrutura por processos: GERENTEEXECUTIVOSDEPARTAMENTOSO RESTO DUARTE, Sandra. Hierarquia. Charge, 2005-2013. Diante do exposto, você pode questionar: Mas, afinal, o que é modelagem de processos? Trata-se de uma análise e específica do processo, que gera um modelo de seu funcionamento, a fim de atingir um objetivo – como, por exemplo, a automação ou o acompanhamento a longo prazo. Várias são as ferramentas que possibilitam essa análise mas, estudaremos alternativas de fácil entendimento, contribuindo pela efetiva melhoria do processo. Vejamos, então, alguns desses modelos que serão detalhados a seguir: Organograma Hierárquico Funcional Diagramas UML Mapa de Processos SIPOT IDEFO ATENÇÃO Os organogramas hierárquicos funcionais não representam a melhor opção para a análise de processos, pois não foram concebidos para essa finalidade. Por isso, não o descreveremos. DIAGRAMAS UML UML: Unified Modeling Language A ferramenta de diagramas de UML caracteriza-se como uma linguagem de modelagem, o que a difere de uma metodologia de desenvolvimento. Em outras palavras, esse mecanismo de análise de processos não hierarquiza as tarefas ou projeta seu sistema. Sua função é facilitar a visualização dos processos e a comunicação entre tais atividades. Usamos os diagramas de UML para ajudar a conceber nossas ideias em relação ao desenvolvimento ou ao planejamento de projetos de sistemas. Também podemos apresentá- los em reuniões, a fim de auxiliar a interação entre grupos de trabalho e a discussão sobre processos. Trata-se de uma forma de registrar pensamentos bem definidos e consolidados para que todos possam compreendê-los. Enfim, esse instrumento servepara especificar, construir e documentar artefatos de software, modelagem de negócios e outros sistemas não computacionais. Observem alguns diagramas: Diagramas de casos de uso (use case) Este tipo de diagrama se aplica à modelagem de requisitos do usuário. Diagramas de atividades Este tipo de diagrama se aplica à modelagem lógica de processos, capturada por um caso de uso ou de regras de negócios. Sua representação – por grafo orientado cíclico – pode conter nós de diferentes tipos. As arestas do grafo definem a ordem de execução entre as atividades e os objetos. MAPA DE PROCESSOS O mapeamento de processos é uma das ferramentas de modelagem que possui características gerenciais, analíticas e de comunicação objetiva, cuja finalidade é implantar uma estrutura dentro da organização para melhorar seus processos. Esse mecanismo facilita a observação da situação atual da empresa, gerando tensão estrutural e impulsionando a mudança organizacional, o que, aliado à identificação de possíveis problemas, permite a modelagem da solução. Tal forma de modelar os processos utiliza a linguagem de gráficos – disponível em uma variedade de ferramentas facilmente encontradas na internet. Essa linguagem vem sendo desenvolvida desde quando as organizações trabalhavam manualmente – sem o uso da Tecnologia da Informação – e utilizavam suas áreas de Organização e Métodos para criar tais gráficos. O resultado foi a ampliação do poder de ação, que possibilitou simulações como instrumentos de análise e otimização de processos. Vamos observar um exemplo de mapa de processos: Gestão de Recursos As técnicas de modelagem e mapeamento não podem ser confundidas: uma NÃO substitui a outra. A meta da modelagem de processos é entender as relações entre os dados elementares e entre os conjuntos de dados. Já o mapeamento de processos busca conhecer os processos atuais e futuros da empresa para alcançar maior satisfação do cliente e melhor desempenho dos negócios. Realização do produto A etapa de finalização do produto propicia a: • Visualização de interfaces críticas; • Definição de oportunidades para simulações de processos ou de rotinas; • Implantação de métodos de contabilidade baseados em atividades; • Identificação de pontos desconexos ou ilógicos nos processos. Medição, análise e melhoria A representação gráfica dos mapas permite uma exposição de detalhes, de modo gradual e controlado, o que possibilita o enfoque nas interfaces. Sistema de Gestão da Qualidade Trata-se de uma solução que reduz custos no desenvolvimento de produtos e serviços e falhas de integração entre sistemas, além de melhorar o desempenho da organização. Este sistema também facilita o entendimento dos processos atuais da empresa e elimina ou simplifica aqueles inadequados. Responsabilidade da Gestão O mapeamento exige conhecimento profundo das atividades que constituem os processos essenciais de uma organização. A modelagem, por sua vez, complementa o mapeamento, descobre os componentes essenciais e sensíveis em que as melhorias farão diferença, já que as mudanças tecnológicas são permitidas no espaço ou no tempo, auxiliadas por modelos simulados em computador e pela engenharia de processos de negócios. FERRAMENTAS PARA ENGENHARIA DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS Há várias ferramentas disponíveis no mercado para suportar e capacitar esforços para a engenharia de processos de negócios. Destacamos os seguintes exemplos: BUSINESS PROCESS REENGINEERING (BPR): Mecanismo usado para modelar e analisar processos de negócios. A representação visual dos processos e a habilidade para avaliar alternativas suportam a engenharia de processos. SISTEMAS ENTERPRISE RESOURCE PLANNING (ERP): Instrumentos que automatizam processos de manufatura, organizam livros contábeis e delimitam departamentos corporativos. Uma representação explícita do processo de negócio é usada como ponto de partida para a configuração desses sistemas. SISTEMAS WORKFLOW MANAGEMENT (WFM): ferramenta de software que permite a definição, a execução, o registro e o controle de fluxos de trabalho (workflows). Na essência, o sistema WFM é um bloco de construção genérica para suportar processos de negócios. ATENÇÃO Enquanto a ferramenta BPR suporta a reavaliação de processos de negócios, os sistemas ERP e WFM tornam a engenharia de processos possível. SIPOT E IDEFO Vamos, agora, verificar a prática de utilização de dois modelos de ferramentas para engenharia de processos de negócios: SIPOT Técnica cuja finalidade é descrever os elementos dos processos, dentre os quais citamos: • Fornecedores; • Entradas; • Saídas; • Indicadores de desempenho; • Clientes dos processos. IDEFO Técnica que serve para representar a estrutura do sistema de objetos analisados, cujos elementos básicos são: funções, entradas, saídas, controle e mecanismo. O objetivo é modelar um sistema de objetos em top-down (de cima para baixo). Os modelos de gráfico desse processo criam diagramas hierárquicos para: • Gerenciamento de configuração de modelos; • Análise de necessidades e de benefícios; • Definição de requisitos; • Modelos de aperfeiçoamento contínuo. Agora que você já aprendeu um pouco sobre modelagem e mapeamento de processos, é hora de testar seus conhecimentos! Leia o estudo de caso “A problemática dos processos de um estabelecimento hoteleiro” e faça uma relação com o conteúdo assimilado até o momento. Suponha que, para aperfeiçoar a qualidade dos serviços prestados pelo hotel, o presidente do hotel tenha resolvido contratar um experiente consultor de negocio: VOCÊ! Ajude a empresa a solucionar seus problemas, apontando, pelo menos, uma saída possível para suas dificuldades. Dentre as soluções possíveis para a problemática do hotel, podemos citar as seguintes: Promover uma espécie de reunião em que todos os funcionários envolvidos nos processos do hotel pudessem conhecer o trabalho um do outro, a fim de que houvesse integração e colaboração entre todas as áreas. Selecionar um grupo responsável por identificar as prioridades de cada processo de trabalho dentro do negócio, o que aperfeiçoaria a dinâmica dos processos-chave do hotel. Elaborar, prévia e adequadamente, um plano de trabalho que desse conta da real demanda de serviços do hotel, com o objetivo de levantar os recursos e o tempo disponíveis para a obtenção de bons resultados. Mapear todos os processos do hotel através de uma análise minuciosa das atividades realizadas pelos profissionais, da relação entre essas tarefas, das pessoas nelas envolvidas e do tempo de concretização de tais ações. Realizar uma intensa modelagem de processos do negócio para que seus executores pudessem entender sua importância enquanto profissionais dentro desse todo – o que engloba todas as opções anteriores. Nesta aula você pôde compreender melhor como gerir os processos, buscando elementos para analisá-los e aperfeiçoá-los. Na próxima aula, continuaremos a estudar a Modelagem de Processos de Negócio com a apresentação de uma de suas principais ferramentas: o fluxograma. AULA 6 FERRAMENTAS DE MODELAGEM – O FLUXOGRAMA Ao final desta aula, você será capaz de: 1- Modelar um processo utilizando fluxograma; 2- Listar as vantagens do fluxograma sobre outros modelos de processo; 3- Identificar os símbolos usados em um fluxograma. Introdução Agora que já vimos as etapas da modelagem de processo, conheceremos uma de suas principais ferramentas: o fluxograma. ESCOLHA DAS FERRAMENTAS DE MODELAGEM Como já estudamos na aula anterior,a modelagem de processos é de extrema importância para as organizações. Cada instituição deve escolher o processo mais adequado a sua necessidade, até porque há muitas ferramentas que podem ser aplicadas no ambiente empresarial. Esses instrumentos são úteis para: • O levantamento de informações; • A escolha do método; • O propósito da modelagem de processos. Mas que ferramenta devemos escolher, uma vez que o mercado oferece uma gama de opções? O grupo de ferramentas de auxílio gráfico cumpre apenas o objetivo de representação da realidade, deixando de auxiliar a análise de processos. Já o grupo com registro estruturado em um banco de dados permite a extração de informações e possibilidades de um número amplo de análise, com e sem referências metodológicas. Na verdade, mais uma vez, afirmamos que a escolha desses mecanismos de modelagem deve ser pertinente às ações da empresa. Falemos, então, de um dos modelos de processo: o fluxograma. FLUXOGRAMA Você sabe o que é um fluxograma? Veja a definição de Oliveira (2002): “Representação gráfica que apresenta a sequência de um trabalho de forma analítica, caracterizando as operações, os responsáveis ou as unidades organizacionais envolvidos no processo”. Trata-se de uma sequência de um trabalho qualquer, realizado de forma detalhada ou sintética, em que as operações ou os responsáveis e os departamentos envolvidos são visualizados nos processos. Essa ferramenta também é conhecida como: • Flowchart; • Carta de fluxo do processo; • Gráfico de sequência; • Gráfico de processamento etc. Fonte: OLIVEIRA, Djalma P. R. Sistemas, organização & métodos. São Paulo: Atlas, 2002. De forma geral, o fluxograma apresenta as seguintes funções: • Padroniza a representação dos métodos e os procedimentos administrativos; • Descreve, com maior rapidez, tais métodos através da demonstração gráfica, facilitando a leitura e o entendimento de suas rotinas; • Identifica os pontos mais importantes das atividades visualizadas, permitindo uma maior flexibilização e um melhor grau de análise. De modo específico, o fluxograma horizontal nos permite verificar a relação entre as diferentes partes de um sistema integrado. Em outras palavras, por meio dele, podemos observar os pontos positivos ou negativos do controle interno, originados da maneira pela qual as funções foram divididas entre os funcionários da empresa. TIPOS DE FLUXOGRAMA Conheça, agora, alguns tipos de fluxogramas: Fluxograma vertical ou esqueleto Este tipo de fluxograma é: • Conhecido como folha de análise ou diagrama do processo; • Formado por colunas; • Destinado à representação de rotinas simples em unidades específicas da organização. Dentre suas vantagens, estão: • Impressão como formulário padronizado; • Preenchimento rápido – através de símbolos preexistentes; • Facilidade de leitura. Fluxograma de blocos Este tipo de fluxograma apresenta as seguintes características: • É utilizado tanto para levantamento quanto para descrição de rotinas; • Suas colunas representam os setores envolvidos no processo; • Demonstra o fluxo de informações dentro e fora da organização; • Exibe maior quantidade de símbolos do que o fluxograma parcial, permitindo maior detalhamento e demonstração dos fluxos alternativos; • Estabelece se o processo é positivo ou negativo; • É o mais utilizado pelas empresas. Fluxograma sintético Este tipo de fluxograma caracteriza-se por: • Demonstrar a sequência das etapas de um processo; • Representar, genericamente, o processo, sem se preocupar em identificar os cargos, as unidades ou a localização das atividades; • Ser utilizado para esboçar o processo; • Ser de fácil entendimento até para quem não tem costume com fluxogramas; • Analisar, superficialmente, o processo para verificar se é necessário ou não nos aprofundarmos no caso. SÍMBOLOS DO FLUXOGRAMA Veja os símbolos mais usados na construção de fluxogramas: Conexão de página Conexão Entrada/saída Decisão Terminal Processamento Processamento pré-definido Documento Vários documentos Exibição Atraso Extrair Elaboração do fluxograma Como já vimos, os processos variam de acordo com as organizações, e sua representação também deve seguir esse princípio. Desse modo, alguns cuidados devem ser tomados na hora de elaborar um fluxograma. São eles: Identifique, no início, que fluxograma utilizará; Simplifique processos, e não apenas elimine passos; Seja detalhista no levantamento de informações; Os processos não são isolados – por isso, identifique os reflexos; Vincule a análise de processos ao estudo de leiaute – os manuais são decorrências dessa análise; Utilize alguns softwares que auxiliam no desenho de fluxogramas; Os símbolos devem ser uniformes; Os fluxogramas devem ser legíveis e inteligíveis para qualquer um, sem traços e setas excessivos que cruzem o papel e confundam o leitor; Adote a técnica – gostos pessoais e variações não são admitidos, pois destroem a linguagem padrão; A maneira de representar cada caso deve ser pensada cuidadosamente, seja por setas bifurcadas, diversos fluxogramas, notas de rodapé ou notas mais extensas em folhas anexas. ATENÇÃO Alguns questionamentos também podem auxiliá-lo a elaborar o fluxograma, como, por exemplo: • O que é feito? Isso permite verificar a relação entre as fases do processo e a utilidade de cada uma delas? • Por que a etapa é necessária? Isso terá influência no resultado do processo? Ela é realmente necessária? • Onde essa etapa deve ser aplicada? O local é este mesmo? Precisamos modificá-lo? • Quando essa fase deve ser realizada? A sequência está ou não fixada corretamente? • Quem deve executar essa fase? O executor é qualificado? Precisamos alterá-lo? • Como a etapa está sendo executada? Conseguimos identificar os recursos necessários a sua realização? Vantagens do Fluxograma Saiba, agora, quais são as vantagens do fluxograma: • Descreve qualquer tipo de processo – mesmo os mais complexos; • Permite visão ampla de todo o processo estudado; • Reproduz o funcionamento de todos os componentes do processo; • Possibilita a verificação, de maneira clara e precisa, das falhas de funcionamento, dos gargalos, da duplicidade de procedimentos e de outros problemas oriundos do processo em estudo; • Evita a dupla interpretação – graças à padronização dos símbolos utilizados – e é de fácil atualização; • Propicia a análise e modificações do processo, visando sua melhoria. O fluxograma também dá visibilidade ao procedimento em que se baseia as atividades da empresa. Por isso, ao elaborá-lo, use técnicas para orientar a direção do fluxo de cima para baixo (top- down) e da esquerda para a direita. Faça esse desenho como se fosse um pintor, utilizando: • Símbolos apropriados, de acordo com a representação do evento; • Símbolos diferentes para fluxos distintos; • Cores diversas para distinguir procedimentos ou realçar informações. Por exemplo, você pode usar as seguintes cores: ROSA: Alerta sobre pontos críticos do fluxo; VINHO: Atividades críticas; VERMELHO: Automatização; PRETO: Fluxo de materiais ou peças; AZUL: Interação sistêmica, fluxo de informação ou documentação; VERDE: Atividades manuais, fluxos ou operações de planejamento, qualificação de fornecedores, projeto. Analise o fluxograma a seguir e arraste seus itens para as colunas correspondentes, de acordo com a descrição em que se enquadra cada um deles: TERMINAL ATIVIDADES DECISÃO Início do cadastroCadastro de faixas Faixas já cadastradas? Fim do cadastro cadastro da tabela de classificação Tabelas já cadastradas? Cadastro da unidade Unidade Cadastrada? Cadastro do teste Demanda Tabela? Nesta aula, você pode conhecer a ferramenta mais divulgada e teve a oportunidade de perceber sua utilidade e principais aplicações práticas. Para maior interação com o assunto, acesse os links: http://www.softonic.com.br/s/fluxograma http://office.microsoft.com/pt-br/visio-help/criar-um-fluxograma-basico-HA010357088.aspx http://office.microsoft.com/pt-br/powerpoint-help/criar-fluxograma-HA010338012.aspx Na próxima aula apresentaremos as etapas iniciais da Modelagem de Processos de Negócio: planejamento e da execução do levantamento de processos e sua análise e simplificação. AULA 7 PLANEJAMENTO DO LEVANTAMENTO Ao final desta aula, você será capaz de: 1- Apontar a importância da metodologia na implementação da Gestão por Processos; 2- Listar as etapas da metodologia de modelagem de processos. Introdução Nesta aula, continuaremos a abordar a modelagem de processos de negócios, apresentando o planejamento e o levantamento de processos. Além disso, daremos ênfase às etapas de análise e simplificação na busca de uma melhor performance dessa ferramenta. A abordagem inicial de qualquer tipo de intervenção dentro das empresas SEMPRE deve incluir seus processos. Por isso, primeiramente, precisamos entendê-los! Somente dessa forma, teremos uma ideia exata da estratégia que devemos escolher para executar o planejamento de ações em prol de mudanças. Disso resulta a importância do levantamento de processos: as informações sobre a empresa estão segmentadas em todos eles. Essa é uma das fases mais importantes da Gestão por Processos, pois envolve as necessidades, a regra do negócio e o mapeamento de suas atividades. Trata-se de planejar ações táticas e estratégicas que serão desenvolvidas para formalizar e acompanhar a implementação das etapas de simplificação administrativa. Além de servir como instrumento de controle gerencial, o plano de trabalho deverá ser validado pela direção da unidade demandante e pelas pessoas-chave, para que as ações de simplificação da equipe tenham legitimidade e possam, de fato, ser implementadas. A equipe responsável pelo projeto se encarregará da elaboração desse plano e poderá, ainda, ser acompanhada pelos colaboradores envolvidos, direta ou indiretamente, nos processos de trabalho. Veja o quadro de simplificação administrativa. Ferramentas de qualidade Na Aula 4, estudamos um pouco sobre o levantamento de processos, mas não falamos sobre a relevância das ferramentas de qualidade nesse contexto. Alguns autores sugerem o uso das seguintes técnicas: BRAINSTORMING O brainstorming ou tempestade de ideias é uma técnica na qual um grupo se reúne para chegar a um denominador comum, à partir de opiniões, sugestões e pensamentos diferentes. Como resultado, surgem ideias inovadoras e de qualidade que levam a melhoria nos processos. FAZÊ-LO DE FORMA DIFERENTE Para obter um melhor resultado de análise e modelagem de processos, siga um checklist ou lista de verificação, como esta, por exemplo: • Identifique os processos-chave de seu negócio; • Defina, com base na Gestão por Processos, os objetivos e as metas que devem ser alcançados; • Desenvolva um plano de ação que contenha os objetivos, as atividades e os resultados de cada fase, os prazos de entrega e a equipe de trabalho; • Obtenha, junto à direção da empresa, aprovação, apoio e recursos necessários; • Faça análises críticas periódicas e procure dar feedback a todos os responsáveis; • Lembre-se de que o mapeamento de processos é um meio, e não um fim – o que deve ser atingido, de fato, são os objetivos e as metas estabelecidas; • Observe que não é preciso mapear todos os processos nem todos os seus níveis. DIAGRAMA DE ISHIKAWA O diagrama de Ishikawa é uma ferramenta gráfica utilizada para o gerenciamento e o controle de qualidade (CQ) em processos diversos em manipulação de fórmulas. Essa ferramenta também é conhecida como: Diagrama de causa e efeito; Diagrama espinha-de-peixe; Diagrama 6M. DIAGRAMA DE ISHIKAWA Vamos saber mais sobre o Diagrama de Ishikawa? Em sua estrutura, as causas dos problemas (efeitos) podem ser classificadas em seis tipos diferentes, quais sejam: Mao de obra Toda causa que envolve uma atitude do colaborador, como, por exemplo: • Procedimento inadequado; • Pressa; • Imprudência; • Ato inseguro etc. Método Toda causa que envolve o método executado no trabalho. Matéria-prima ou material Toda causa que envolve o material utilizado no trabalho. Máquina Toda causa que envolve a máquina operada. Medida Toda causa que envolve uma medida tomada anteriormente para modificar o processo. Meio ambiente Toda causa que envolve o meio ambiente em si e o ambiente de trabalho. Como exemplos de cada tipo de motivo, podemos citar, respectivamente: • Poluição, calor, poeira, etc.; • Leiaute, falta de espaço, dimensionamento inadequado dos equipamentos etc. ATENÇÃO O sistema proposto pelo Diagrama de Ishikawa permite estruturar: • As causas potenciais de determinado problema ou oportunidade de melhoria – de maneira hierárquica; • Os efeitos dessas causas sobre a qualidade dos produtos; • Qualquer sistema que necessite de resposta de forma gráfica e sintética. Disponível em:<http://www.saude.al.gov.br/gestaoemmovimento/documentos/diagramadeishikawa>. Acesso em: 21 mar. 2013. Execução do levantamento dos processos Como você percebeu, precisamos ter um correto entendimento da funcionalidade dos processos dentro de nossa empresa, tendo como pano de fundo as regras do negócio. Aliada ao levantamento dos requisitos e ao mapeamento de tais processos, essa compreensão é fundamental para a melhoria dos resultados obtidos ou pretendidos pela organização. Muitas vezes, não alcançamos o sucesso em nosso trabalho por negligenciarmos essa fase. Quando executamos o levantamento de processos de negócios: Reconhecemos os detalhes desse conjunto de atividades, verificando seu passo a passo; Analisamos o ambiente em que ocorrem; Apresentamos um relatório completo de suas principais deficiências, com as respectivas causas e consequências; Definimos toda a sua documentação e os possíveis relatórios neles utilizados; Identificamos seu cliente; Fazemos nossas considerações finais. Nessa fase, é necessário ter contato com a pessoa que detém os conhecimentos sobre a empresa – ou o especialista do negócio –, pois suas informações são fundamentais. Esse profissional conhece a essência da funcionalidade do processo e está a par de todos os caminhos já percorridos pela organização. Etapas do levantamento Para realizar o levantamento de processos, siga estas etapas: 1. Reúna todos os elementos relativos a cada processo – tais como relatórios, documentos, faturas, registros etc.; 2. Selecione e trabalhe um processo de cada vez; 3. Verifique a aplicabilidade dos requisitos da Norma ISO; 4. Se o processo já estiver descrito, reavalie-o; 5. Caso contrário, descreva em detalhes as etapas do processo (script); 6. Escolha a ferramenta de modelagem mais apropriada para seu objetivo. NORMA ISO International Organization for Standardization ou Organização Internacional para Padronização: Entidade de padronização e normatização que tem como objetivo principal aprovar normas internacionais em todos os campos técnicos, além de promover a normatizaçãode empresas e produtos, a fim de manter sua qualidade permanente. No Brasil, a ISO é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). PREPARAR PARA ANÁLISEENTENDER O PROCESSOIMPLEMENTAR SOLUÇÕESFORNECER MEDIDAS DE CONTROLEMELHORAMENTO CONTÍNUO Análise e simplificação do processo Ao realizarmos a análise dos processos, devemos obter informação dos processos críticos – aqueles que são vitais para a organização – e propor melhorias de curto, médio e longo prazos, justificadas através da argumentação dos benefícios que resultam dessa implementação. Por isso, é necessário atentarmos para os seguintes tópicos dessa análise: Objetivo Este tópico apresenta a finalidade da proposta que irá, fundamentalmente, servir como documento de referência para que o novo processo de trabalho seja aprovado pela autoridade competente e implementado pelas áreas envolvidas. Novo desenho do processo Com base feita à partir da modelagem de processos, elaboramos a proposta de uma nova forma de desenvolvimento do processo de trabalho. Nesse tópico, podemos apontar: As ações que devem ser incluídas, excluídas ou alteradas em sua sequência de realização; Os atores que deverão participar do novo processo; A junção ou o desmembramento de subprocessos; A inclusão de indicadores para monitoramento, etc. Pontos de melhoria As melhorias passíveis de implementação imediata que ocorrerem ao longo dos trabalhos de simplificação do processo priorizado devem ser apontadas neste tópico, com a utilização de dados comparativos – antes e depois da simplificação. Sugestões de melhoria para encaminhamento O fluxo de trabalho ideal pode depender de fatores que impeçam a implementação imediata de melhorias. Sendo assim, este tópico define as mudanças favoráveis que ainda não foram implementadas e o motivo pelo qual isso não ocorreu. Em outras palavras, aqui, deveram ser detalhadas as melhorias que dependem de: Suporte da tecnologia da informação; Articulação política interna ou externa; Condições e pressupostos necessários para a implementação do novo processo – tais como recursos, decisões, etc. Benefícios da implementação do novo desenho do processo Os dados resultantes da análise feita na etapa de modelagem dos processos poderão subsidiar a elaboração deste tópico e serão elementos para os indicadores. Logo, aqui, devem ser descritas verificações como: Redução de tempo para execução da tarefa; Redução de retrabalho; Otimização de recursos humanos e tecnológicos; Outras vantagens anteriormente observadas pela equipe de trabalho. Implementação do projeto e simplificação administrativa A simplificação administrativa introduz elementos novos no fluxo de trabalho e, por conseguinte, altera a forma como os colaboradores estavam acostumados a desenvolver suas atividades. Portanto, a implementação de um novo processo exige um esforço organizado e persistente para alcançar a situação planejada. Para isso, a equipe do Escritório de Projeto e a equipe de trabalho da unidade demandante – executora do processo – deverão realizar, pelo menos, três ações que servirão como ponto de apoio para esse trabalho. São elas: Elaboração do Manual de Procedimentos; Treinamento dos envolvidos no novo processo de trabalho; Ampla divulgação do novo funcionamento e dos benefícios gerados por ele. O primeiro passo para a implementação do projeto de simplificação administrativa é identificar quantos e quais procedimentos podem ser redigidos a partir dos subprocessos melhorados na etapa de modelagem. A descrição desses procedimentos deve conter toda a sistemática de trabalho estabelecida, de forma que o leitor compreenda, claramente, O QUE deve ser feito e COMO fazê-lo. Além disso, tal detalhamento deve delimitar a abrangência da ação de simplificação a ser executada, definindo, com exatidão: • Os produtos que serão entregues; • Os recursos disponibilizados; • Os objetos e as atividades; • O prazo final de entrega. Veja, a seguir, a especificação mínima para o escopo do projeto de simplificação: Identificação da utilidade de cada etapa do processo • Verificar as vantagens sem alterar a sequência das operações (passos); • Adequar as operações às pessoas que as executam; • Identificar a necessidade de treinamento específico. Escolha do processo alvo de análise Essa escolha se dá a partir de indicadores de problemas – tais como queixas, filas etc. Elaboração do processo de simplificação Observe, atentamente, a regra geral para a elaboração do projeto de simplificação dos processos: • Ordene as fases do processo de cima para baixo e da esquerda para a direita; • Examine o cruzamento das linhas de fluxo; • Utilize, preferencialmente, papel quadriculado; • Numere as operações de forma sequencial, para permitir referências ou comentários. Precisamos ter em mente que os objetivos de todas as organizações são: • Melhorar a qualidade; • Reduzir os tempos de ciclo; • Aumentar a produção; • Maximizar a produtividade; • Reduzir os custos de seus processos de negócios. ATENÇÃO Se não estivermos imbuídos desses princípios, de pouco vai adiantar a avaliação e a revisão dos processos. Coleta de dados e representação gráfica Na análise processual realizada através do projeto de simplificação, devemos percorrer o seguinte caminho para a coleta de dados sobre os processos: Uso de gráficos (fluxogramas) Análise dos métodos usados no processamento atual Interação com outros processos (inclusive de outras unidades) Dificuldades percebidas (reflexos de outros processos?) Modificações na sequência dos passos (criação e eliminação) Implantação do novo processo ou sistema Manualização (confecção de manuais) do novo processo Questões para reflexão Veja, agora, algumas questões a considerar na análise de processos: Por que esta fase é necessária? Ela tem influência no resultado da rotina analisada? O que é feito nesta fase? Para que serve esta fase? Onde esta fase deve ser aplicada? Uma mudança de/no local proporcionaria maior simplificação? Quando esta fase deve ser realizada? A sequência de passos está na ordem correta? Quanto tempo dura a execução desta fase? Quem deve desempenhar esta fase? Há alguém melhor qualificado para efetuá-la? Como a fase está sendo cumprida? Cadeia de valor genérica dos processos internos De acordo com Kaplan e Norton, cada organização utiliza um conjunto específico de processos, a fim de criar valor para os clientes e produzir resultados financeiros. Contudo, os autores constatam que uma cadeia de valor genérica pode servir de modelo para que as organizações possam adaptar-se a construir a perspectiva dos processos internos. Esse modelo inclui três processos principais: • Inovação; • Operações; • Serviço pós-venda. Veja, a seguir, um exemplo dessa cadeia. Aqui, apresentamos um diagrama explicativo da cadeia de valor genérica dos processos internos de uma empresa: Identificação das necessidades dos clientes Processo de inovação Identificar o mercado Idealizar oferta de produtos/ serviços Processo de operações Gerar produtos/ serviços Entregar produtos/ prestar serviços Processo de serviços pós-venda Serviços aos clientes Satisfação das necessidades dos clientes Atividade proposta Resp: Como propostas de melhoria para a empresa, podemos citar: • Melhorar a interação tanto entre os processos do setor de manutenção quanto entre processos de outras áreas da organização; • Eliminar as dificuldades percebidas de reflexos de outros
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