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BRANQUEAMENTO Esta importante etapa do processo de refino de óleos vegetais tem como principal finalidade a remoção de pigmentos indesejáveis. Esses pigmentos existem normalmente no óleo porém alguns outros são produzidos por modificações e decomposição da matéria prima durante a estocagem, transporte e processamento. Outras impurezas a serem eliminadas são os sabões (no caso de refino alcalino), traços de metais pesados, produtos de oxidação e finalmente, fosfatídeos e material insaponificável. O processo de branqueamento é também parte do processo de refino físico, hidrogenação (pré-branqueamento para eliminar os “envenenadores” de catalisador) ou ainda no pós- branqueamento após hidrogenação para eliminar os traços de níquel provenientes do catalisador. O branqueamento pode ser realizado de forma contínua ou descontínua. O branqueamento contínuo é o mais indicado visto que somente desta forma se pode garantir um tempo de contato constante do óleo com a terra de branqueamento. Apenas no caso de pequenas instalações de funcionamento intermitente ou eventual e no caso do pós branqueamento que segue o processo de hidrogenação são utilizados reatores descontínuos, no primeiro caso, por custo do investimento e no segundo tendo em vista que a hidrogenação na grande parte das instalações é também um processo descontínuo. FUNÇÕES DO BRANQUEAMENTO O branqueamento é sempre encarado como um processo de redução de cor do óleo e daí o termo branqueamento. Porém, excetuando-se o caso da ocorrência de um alto teor de clorofila, a cor do óleo de soja não é normalmente de grande importância, sendo que óleos de boa qualidade são obtidos (cor Lovibond menor que 20 amarelo e 1 vermelho) sem a necessidade desta etapa. No caso do óleo de soja, a redução de cor ocorre durante a degomagem, neutralização alcalina, branqueamento e na desodorização, e alguns refinadores eliminam o processo de branqueamento em vista do pequeno efeito de redução da cor. Resumidamente, as funções do branqueamento são a redução dos seguintes níveis para os óleos refinados: • Pigmentos (cor) • Produtos de oxidação • Fosfatídeos • Sabões • Traços de metais Como dito acima, a teoria do branqueamento foi inicialmente desenvolvida em torno da eficiência da redução da cor e em paralelo, dos produtos de oxidação, o que na verdade é tão importante como a redução da cor. Se para o óleo de soja a remoção dos pigmento que dão cor ao óleo não é o ponto mais importante, em contrapartida os outros benefícios que se obtém podem ser colocados na seguinte ordem de importância: 1. Decomposição dos peróxidos 2. Remoção ou modificação dos produtos de oxidação 3. Remoção de traços de fosfatídeos (gomas) e de sabões 4. Redução do conteúdo de metais 5. Remoção de pigmentos Foi também constatado há algum tempo que o branqueamento melhora o paladar do óleo desodorizado de soja, quando se utilizam argilas ácido-ativadas. Apesar de não existirem resultados oficiais de pesquisas demostrando o mecanismo por que se processa este efeito, nota-se claramente esta melhoria no caso de óleos hidrogenados onde ocorre uma significante redução ou eliminação do “gosto de hidrogenado” nas gorduras hidrogenadas desodorizadas. BRANQUEAMENTO CONTÍNUO LURGI Na seção de branqueamento as substâncias contidas no óleo como fosfatídeos e corantes serão removidas tanto quanto possível pela utilização de ácido mineral (ácido fosfórico) como adsorvente natural (terra de branqueamento). O branqueamento e (degomagem) contínuas são efetuadas sob vácuo. DESCRIÇÃO DO PROCESSO O óleo neutro é bombeado do secador da seção de neutralização ou do tanque de óleo neutro para a seção de branqueamento. Antes de entrar na seção, o óleo será aquecido até a temperatura requerido através de um trocador de calor regenerador (por exemplo da desodorização) ou por meio de vapor indireto. Do aquecedor o óleo é transferido para um tanque de ácido fosfórico para pré-tratamento. A terra de branqueamento é adicionada em quantidade pré ajustada através de um sistema de dosagem com válvulas montado no fundo do silo de terra de branqueamento. Do tanque de retenção a mistura é transferida ao branqueador por transbordamento e deste para a seção de filtração. O branqueamento se processa em um tanque com múltiplos estágios agitado com vapor e sob vácuo. Dois filtros são fornecidos parta permitir o fluxo contínuo pelo processo. Enquanto um filtro está em operação, o outro é mantido em espera até que o primeiro necessite ser limpo por estar saturado de terra. A troca de filtros é feita automaticamente. O ciclo de filtração consiste basicamente das seguintes operações consecutivas: • Enchimento do tanque do filtro • Recirculação • Filtração • Troca para o outro filtro • Sopragem com ar/vapor • Descarga do bolo filtrante Após a filtração o óleo é descarregado por gravidade para um tanque intermediário (tanque de óleo branqueado). O óleo que é recuperado da terra durante a sopragem é recebido em um tanque de coleta e retornado ao branqueador ou ao tanque de óleo bruto. Do tanque intermediário de óleo branqueado o óleo é bombeado ou para a seção de desodorização ou para o tanque depósito. Fig. 1 – Branqueamento Contínuo de Óleos Vegetais FILTRAÇÃO DO ÓLEO BRANQUEADO A finalidade do processo de branqueamento é a remoção (completa ou parcial) de pigmentos coloridos até um certo nível de cor Lovibond. Os corantes podem ser removidos pelo efeito de aquecimento do branqueamento, pela oxidação química ou pela absorção por terras naturais ou ativadas (eventualmente por carvão ativo). Geralmente as terras clarificantes são comumente usadas para o branqueamento de óleos vegetais comestíveis e o processo de branqueamento também inclui algum efeito de branqueamento por aquecimento. Entretanto, o aquecimento ou tratamento químico não são normalmente usados isoladamente para o branqueamento dos óleos devido ao risco de alterações estruturais nos ácidos graxos insaturados ou pelo aparecimento de produtos corantes de degradação. As terras clarificantes também removem traços de sabões, gomas e traços de metais do óleo. Após a filtração o óleo bruto é processado conforme mostrado no diagrama 1: 2D06 2G06 2D05 2D04 2F05 4112F04 2G09 2D02 4112F03 2D01 2G01 2E02 2E01 2G02 2G03 2G05 2G04 2D03 2F02 Vapor 2F01 Administrador Caixa de texto
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