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DEGOMAGEM 
 
 
OS DIFERENTES PROCESSOS DE DEGOMAGEM 
 
A maior parte dos óleos contem fosfolipídeos, também conhecidos como fosfatídeos ou 
simplesmente gomas. Estes fosfatídeos são excelentes agentes emulsificantes e também 
aumentam as perdas durante o processo de refino. Os fosfatídeos também estão ligados com 
parte dos metais existentes no óleo bruto. Por esta razão, ambos os constituintes, gomas e 
metais, são responsáveis pela baixa estabilidade dos óleos desodorizados ou refinados 
fisicamente. 
 
Existem dois tipos de gomas, as hidratáveis e as não hidratáveis. 
 
Os diferentes tipos de óleos e gorduras contém quantidades variáveis de fosfolipídeos. 
Alguns óleos com seus conteúdos típicos de gomas são listados na tabela 1. Quando da 
determinação do conteúdo de fosfatídeos, é analisado o conteúdo de fósforo no óleo e 
expresso em ppm. Este valor multiplicado pelo fator 25,4 nos dá o conteúdo de fosfatídeos 
no óleo. Este fator é derivado da relação entre o peso específico do fósforo e dos 
fosfatídeos. 
 
Tipo de óleo Fosfatídeos (ppm P) 
Óleo de soja 700 - 1000 
Óleo de canola 450 - 500 
Óleo de milho 250 - 300 
Óleo de girassol 300 - 1000 
Óleo de arroz 450 - 700 
Óleo de palma 20 - 30 
 
 
A composição típica dos fosfatídeos do óleo de soja bruto é mostrada na tabela 2. 
 
Fosfolipídeo Porcentagem 
Fosfaditil colina (PC) 22 
Fosfaditil etanolamina (PE) 23 
Fosfaditil serina (PS) 2 
Fosfaditil inositol (PI) 20 
Ácido fosfatídeo (PA) 5 
Fitoglicolipídeos (PGL) 13 
Outros fosfolipídeos 15 
 
 
 
 
 
Tabela 1: 
 
Conteúdo típico de gomas 
de alguns óleos brutos. 
Tabela 2: 
 
Composição dos 
fosfatídeos (sem o óleo) 
para óleo de soja. 
 
Os fosfatídeos hidratáveis podem ser facilmente removidos pela adição de um volume de 
água equivalente ao volume de gomas. As gomas hidratáveis são insolúveis no óleo e 
podem ser separadas. 
 
Os fosfatídeos não hidratáveis são sais de ferro, sódio e magnésio do ácido fosfatídico e 
somente podem ser condicionados a uma fase hidratável e portanto insolúvel no óleo, por 
tratamento com um ácido concentrado. O conteúdo de gomas não hidratáveis é muito 
diferente nos diversos óleos e também depende da qualidade das sementes das quais o óleo 
foi extraído. O conteúdo de fosfatídeos não hidratáveis cresce, por exemplo, durante a 
estocagem nas sementes danificadas ou úmidas. 
 
Dependendo do método de refino aplicado, diferentes métodos de degomagem são 
utilizados. O refino físico, em particular, requer quase 100% de remoção dos fosfatídeos. 
Por este motivo, alguns processos, bastante complicados foram desenvolvidos. Em seguida 
serão descritos os diferentes processos que podem ser oferecidos pela Westfalia. 
 
 
1 . DEGOMAGEM COM ÁGUA 
 
A degomagem com água é a forma mais simples de redução de fosfatídeos. Entretanto, 
apenas as gomas hidratáveis podem ser removidos com este método. Se o óleo for a seguir 
refinado quimicamente, este processo é normalmente adequado pois os fosfatídeos não 
hidratáveis são removidos com a borra durante a neutralização dos ácidos graxos livres com 
soda cáustica. 
 
Complementarmente, a degomagem com água deve sempre ser aplicada se a lecitina deve 
ser recuperada o que é o caso normal do óleo de soja. 
 
A figura 1 é uma ilustração esquemática de uma instalação contínua de degomagem com 
água. O óleo bruto que pode ser um óleo somente de extração ou uma mistura de óleo de 
prensagem e extração, é inicialmente aquecido até a temperatura ótima de processo. Aqui 
um compromisso deve ser atingido com respeito à temperatura ótima de degomagem e de 
separação. Uma baixa temperatura irá produzir uma melhor degomagem, mas, a custa de 
maiores perdas de óleo nas gomas. A uma alta temperatura as perdas serão reduzidas, mas 
mais gomas permanecerão em solução e não serão separadas no processo. A temperatura 
ótima de processo demonstrou ser na faixa de 70 a 80oC. 
 
Um volume de água quente correspondente ao conteúdo de gomas é adicionado ao óleo 
aquecido e de e ser intensivamente misturado com o óleo. A Westfalia Separator 
desenvolveu um misturador centrífugo para esta finalidade com excelentes resultados. Ele 
mistura tão intensamente que ocorre a hidratação expontânea dos fosfatídeos como resultado 
da fina dispersão da água no óleo. Por esta razão, o tanque de hidratação mostrado na figura 
1 entre o misturador e o separador não é normalmente requerido. Se solicitado pelo cliente, 
ou se for utilizado um misturador menos intensivo, o tanque com agitação pode ser utilizado 
com um tempo de residência de aproximadamente 10 a 30 minutos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As gomas hidratadas, uma pasta muito viscosa, é agora separada do óleo em um separador 
de pratos. Modernamente são aplicadas centrífugas auto limpantes, que, se dotadas de 
sistema clean-in-place, praticamente nunca necessitam de limpeza manual. Esta máquina 
oferece ainda a vantagem de que os sólidos separados no tambor podes ser descarregados 
separadamente das gomas através das descargas parciais. Isto é uma vantagem se as gomas 
devem ser secas e vendidas como lecitina, pois serão mais puras e portanto mais valiosas. 
 
Se as gomas forem adicionadas ao farelo no tostador, centrífugas de parede fixa serão uma 
solução mais econômica. Fornecendo um óleo de boa qualidade com não mais de 0,1% de 
sólidos, estas máquinas podem funcionar por 1 a 2 semanas antes de ser necessária a limpeza 
manual. As gomas viscosas arrastam a maior parte dos sólidos com elas. 
 
Se o óleo degomado for para venda ou estocagem, é recomendado a secagem do mesmo. 
Após a separação, o conteúdo de água pode ainda chegar a 0,3 - 0,4% o que pode resultar 
numa subsequente hidratação de parte das gomas durante um longo período de estocagem. 
 
Com a degomagem aquosa somente os fosfatídeos hidratáveis podem ser removidos. Não é 
possível remover os não hidratáveis. Como já foi mencionado, seu conteúdo depende da 
qualidade do óleo bruto, não é possível definir ou prever o conteúdo absoluto do residual de 
gomas no óleo degomado. No caso do óleo de soja ele irá flutuar entre 80 e 250 ppm de 
fósforo. O primeiro número, porém, somente é atingível com óleo de sementes de primeira 
linha, como o encontrado normalmente na América do Norte e também na América do Sul. 
 
óleo bruto 
água quente 
óleo 
degomado 
gomas 
Fig, 1 – Instalação de degomagem com água 
A tabela 3 mostra alguns óleos com seu conteúdo típico de gomas após a degomagem com 
água. Estes dados se baseiam em refinarias européias. 
 
Tipo de óleo Fosfatídeos (ppm P) 
Óleo de Soja 150 - 200 
Óleo de colsa 150 - 200 
Óleo de girassol 80 - 120 
 
 
2. DEGOMAGEM ÁCIDA 
 
Como mencionado anteriormente, somente os fosfatídeos hidratáveis podem ser removidos 
com instalações de degomagem com água. Se quisermos remover também gomas não 
hidratáveis, estas devem ser condicionadas para uma forma hidratável. Isto significa que os 
complexos metal/fosfatídeo são cindidos através de ácidos em sais metálicos insolúveis em 
óleo e ácido fosfatídico. O ácido fosfórico demonstrou ser a melhor alternativa entre os 
vários ácidos. Deve-se ressaltar que somente ácido fosfórico recuperado termicamente é 
usado pois contém menor quantidade de cloretos e portanto é menos corrosivo. Ácido 
clorídrico e sulfúrico são comparativamente mais agressivos e causam reações secundárias 
indesejáveis no óleo. Se for utilizado ácido cítrico para a degomagem, as gomas separadas 
podem ser utilizadas como lecitina em certas condições. 
 
A seguir são apresentadas as descrições de diferentes processos de degomagem ácida. 
 
2.1 DEGOMAGEM ÁCIDA SIMPLES 
 
O processo de degomagem ácida simples ilustradona figura 2 é somente aplicado 
atualmente para óleos que tem conteúdo de fosfatídeos relativamente baixo, porém contém 
outras impurezas, como pigmentos coloridos, proteínas, etc. Óleo de palma, óleo de coco, 
palmiste e oliva são os que pertencem a esta categoria, porém, gorduras animais também são 
representadas. Antes do refino físico ou hidrólise, estes produtos devem ser degomados com 
ácido e lavados de forma a serem processados economicamente no estagio subsequente de 
branqueamento. 
 
Dependendo do produto e requerimentos, este tratamento pode reduzir o consumo de terra 
de branqueamento em até 30% o que significa um rápido retorno do investimento. É de 
conhecimento geral que os custos de operação de plantas de branqueamento são altos tanto 
devido ao custo de aquisição das terras como o custo para dispor do material exaurido. É 
também demostrado que a estabilidade à oxidação de óleos pré-tratados desta forma é 
substancialmente melhor do que os degomados via seca. 
 
 
 
 
 
Tabela 3 
Conteúdo típico de 
gomas de alguns óleos 
degomados com água 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 2: Instalação de degomagem ácida simples 
 
O óleo bruto é inicialmente aquecido a 80 - 90oC com vapor saturado e a seguir é adicionado 
0,1 a 0,3% em volume de ácido fosfórico concentrado, usualmente a 75%. Após intensiva 
mistura do ácido com o óleo em um misturador centrífugo, segue-se um tempo de reação de 
cerca de 5 minutos. Finalmente é adicionada ao óleo 2 a 5 % de água quente e 
intensivamente misturada em um segundo misturado centrífugo. Óleos e gorduras com um 
conteúdo baixo de fósforo podem ser alimentados diretamente ao separador centrífugo; no 
caso de óleos com um conteúdo alto de fosfatídeos, é recomendado incorporar-se um tanque 
de residência com cerca de 20 minutos de tempo de retenção e agitação, após a adição da 
água. 
 
A centrífuga utilizada na separação das gomas deve ser preferivelmente uma centrífuga auto 
limpante, pois os sólidos do óleo bruto e os produtos precipitados pelo ácido (por exemplo 
proteínas) podem rapidamente bloquear os tambores dos separadores de parede fixa. 
 
Antes da estocagem ou de processamentos subsequentes, o óleo degomado deve ser seco a 
vácuo. A disposição das gomas ácidas deve ser discutida para cada caso individual. Em 
alguns casos, é possível adicionar-se ao farelo, isto é, o destinado a ração animal, se a 
plantas for equipada com uma instalação de extração e a legislação específica assim o 
permitir. 
 
 
 
 
 
 
óleo 
degomado 
óleo 
bruto 
Goma
s 
água quente Dosagem de 
ácido fosfórico 
 
2.2 DEGOMAGEM ESPECIAL 
 
O processo de degomagem especial (que as vezes é chamado de degomagem intensiva ou 
refino ácido) foi desenvolvido para óleos com altos teores de fosfatídeos como óleo de soja, 
de colsa, girassol ou milho. O processo foi inicialmente descoberto por acaso. 
Posteriormente as reações químicas foram investigadas mais extensivamente. 
 
A grande vantagem deste processo é que instalações deste tipo podem ser utilizadas tanto 
para a degomagem intensiva como para o refino alcalino convencional. Esta instalação é 
ilustrada esquematicamente na figura 3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 3: Processo de degomagem especial 
 
 
O óleo bruto é inicialmente aquecido até a temperatura de 70oC. Em seguida é adicionado 
0,1 a 0,3% em volume de ácido concentrado que deve ser distribuído no óleo tão finamente 
quanto possível. Tanto ácido fosfórico a 75 - 85% como ácido cítrico a 50% produzem 
ótimos resultados. Misturadores centrífugos Westfalia provaram ser excelentes para 
misturar o ácido com o óleo. 
 
Para intensificar a reação entre o ácido e os fosfatídeos, segue-se um tempo de reação de 3 a 
5 minutos em um tanque simples. Neste caminho, os fosfatídeos/ complexos metálicos são 
cindidos em sais de metais insolúveis e fosfatídeos em sua forma ácida. 
Subseqüentemente, uma pequena quantidade de soda cáustica diluída é adicionada para 
neutralizar o ácido adicionado. Desta forma são produzidos os componentes hidratáveis que 
podem ser precipitados pela adição de 2% de água e então separados em centrífugas. 
 
O grau de neutralização do ácido dosado é de decisiva importância para o funcionamento e 
eficiência da planta. Se o grau de neutralização é muito baixo, a viscosidade das gomas é 
tão alta que a descarga contínua dos separadores centrífugos é freqüentemente problemática. 
Ácido Soda 
Vácuo 
Água 
Óleo 
bruto 
Água 
Se o grau de neutralização é muito alto, parte dos ácidos graxos serão neutralizados. Os 
sabões formados facilitam a descarga das gomas da centrífuga mas aumentam drasticamente 
as perdas devido à emulsificação. 
 
Um grau de neutralização de 70% provou ser excelente para o funcionamento da instalação. 
 
Um misturador centrífugo deve ser usado novamente para misturar óleo e soda. Um 
misturador estático pode ser usado para adicionas água de hidratação. A hidratação se 
processa em cerca de 20 minutos em um tanque de retenção equipado com agitadores e 
bafles. Tanto centrífugas de parede fixa como auto limpantes são usadas para separar as 
gomas, embora a última seja a mais indicada. 
 
Como o óleo que sai da centrífuga ainda contém 0,3 a 0,5% de umidade, este deve ser seco a 
vácuo antes da estocagem. Se o óleo for imediatamente branqueado, isto não é sempre 
necessário. 
 
As gomas separadas não podem ser usadas como lecitina para consumo humano visto que 
são desnaturadas devido aos produtos químicos adicionados. Entretanto, é possível 
adicioná-las ao farelo. 
 
Se a planta existente é uma linha combinada com um refino alcalino, então o último estágio 
de lavagem é integrado. Neste caso, ele pode ser utilizado para lavar o óleo degomado pois 
isto pode reduzir substancialmente o conteúdo de fósforo. De um lado, isto é atribuído à 
lavagem das partículas muito finas de fosfatideos que não são separadas no separador 
centrífugo e de outro lado, devido a remoção do elemento fósforo devido a incompleta 
separação do ácido fosfórico. A análise dos fosfatídeos não pode precisar o motivo desta 
redução. 
 
Neste processo, um conteúdo de fósforo residual abaixo de 30 ppm pode ser atingido se o 
óleo não degomado de soja ou colsa for processado. No caso de óleo de girassol e de milho 
valores consideravelmente melhores foram alcançados. 
 
2.3 SUPER/UNI DEGOMAGEM 
 
A remoção dos fosfatídeos pode também ser alcançada pelo processo de super/uni 
degomagem, patenteado pela UNILEVER ou pela top-degomagem, patenteado pela 
VANDEMOORTELE. 
 
Estes processos tem as seguintes características: 
 
• Refinação alcalina simplificada com considerável redução na poluição ambiental. 
• Mínimo uso de terra clarificante para o refino físico. 
• Hidrogenação sem prévio refino. 
 
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