Buscar

Homeopatia em tratamento de doenças infecciosas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A Homeopatia Aplicada a Desordem Temporomandibular e Dor Orofacial
 
The Applied Homeopathy the Temporomandibular Disorder and Orofacial Pain
Rosy de Oliveira Nardy 1
Palavras-chaves:
Desordem Tem-
poromandibular
Dor Orofacial
Homeopatia
Resumo
Este estudo trata de uma revisão de literatura sobre os fundamentos da 
Homeopatia como possibilidade terapêutica baseada na valorização do 
indivíduo como um ser único, individualiazado, de características físicas, 
emocionais e espirituais peculiares. As possibilidades farmacológicas 
oferecidas pela Homeopatia abrangem as cacartcterísticas multidisciplinares 
necessárias para o tratamento do paciente portador de Desordem 
Temporomandibular e Dor Orofacial no Programa de Extensão e Pesquisa 
Núcleo da Dor – PROEXT / UniFOA.
Key words:
Temporomandib-
ular Disorder
Orofacial Pain
Homeopathy
Abstract
This study treats of a literature revision on the foundations of the Homeopathy 
as therapeutic possibility based on the individual’s valorization as a unique 
being, individualized of physical characteristics, emotional and spiritual 
peculiars. The pharmacological possibilities offered by the Homeopathy 
comprise the multidisciplinary characteristics necessary for the treatment 
of the patient’s bearer of Temporomandibular Disorder and Orofacial Pain 
in the Program of Extension and Nucleus Researches of the Pain - PROEXT 
/ UniFOA.
 Observando as leis universais, 
pressupõe-se que o encontro da Homeopatia 
com a DTM e DOF seria inevitável, uma 
vez conhecedores da lei da atração entre os 
semelhantes “Simillia Similibus Curentur”.
 As características multifatoriais 
desencadeantes de vários sintomas relatados 
pelos pacientes nem sempre se enquadram 
numa única classificação e, por diversas vezes, 
o paciente sofre de mais de uma desordem, 
como se a presença de uma desordem primária 
contribuísse para a perpetuação de outra. 
Okeson (2000). 
 A observação e busca incansável 
do entendimento desta nobre forma de vida: 
o ser humano, uma entidade única e livre 
em expressar-se enquanto criatura e criador 
do seu bem estar e de seu desequilíbrio 
patológico, levou o clínico da dor a ampliar 
sua visão, transpor obstáculos e unir em caráter 
cientificamente comprobatório as diversas 
especialidades médico-odontológicas. 
 No caminho desta fusão 
interdisciplinar, estava a Totalidade dos 
Sintomas, definida por Hahnemann (1989), 
como um mínimo de sintomas de valor 
máximo que caracteriza a maneira pessoal 
pela qual o doente faz sua doença, sinais e 
sintomas, estes que conduzem a escolha dos 
medicamentos que possibilitam a remoção da 
doença e a transformação em saúde. 
 Sob o domínio da DTM e DOF, cabe 
ao homeopata, agora clínico da dor, o estudo 
incessante das nuances e manifestações desta 
entidade patológica e a escolha da abordagem 
terapêutica homeopática que melhor convier 
ao paciente. Algumas destas possibilidades 
terapêuticas são descritas neste capítulos.
1. Introdução
1 Mestra - Programa Núcleo da Dor - Odontologia / UniFOA
Artigo
Original
Original 
Paper
63
C
ad
er
no
s U
ni
FO
A
ed
iç
ão
 n
º 0
5,
 d
ez
em
br
o 
20
07
2. Histórico
 A Homeopatia foi introduzida na 
humanidade por Christian Friedrich Samuel 
Hahnemann, nascido na cidade de Meissen, 
Alemanha no dia 10 de abril de 1755. Terceiro 
filho de um casal de operários, dono de uma 
inteligência rara, que lhe conferiu, como 
autodidata, o domínio de vários idiomas, o gosto 
pela medicina e uma curiosidade peculiar aos 
pesquisadores. Em 1779, defendeu sua tese de 
doutoramento em medicina na Universidade 
de Erlangen, exercendo a profissão até 17878.
 A literatura registra seu sucesso 
profissional, com vasta clientela e relativa 
prosperidade, acompanhada de profunda 
desilusão e insatisfação com os meios curativos 
de sua época, comumente, agressivos e cheios 
de efeitos colaterais, por vezes levando o 
paciente ao óbito, Hahnemann abandona 
a prática médica e dedica-se a tradução de 
obras científicas. Foi traduzindo a Matéria 
Médica de Cullen, que iniciou os estudos e 
pesquisas que iria mais tarde consolidar sob a 
forma de princípios, regras e medicamentos, a 
terapêutica homeopática. 
 Hahnemann, em 1796, publicou 
seu primeiro trabalho sobre a nova doutrina: 
“Ensaio sobre as propriedades curativas das 
substâncias medicamentosas com algumas 
considerações sobre os métodos precedentes”. 
Em 1805 e 1806 foram publicados os artigos 
“Esculápio na balança” e “medicina da 
experiência”.
 Sua principal obra foi, em 1810, 
“Organon da arte de Curar”, publicação da 
qual preparou 6 (seis) edições e foi seguida 
pelas publicações da “Matéria Médica Pura” e 
o “ Tratado das Doenças Crônicas”. Deixou, 
assim, um legado de conteúdo filosófico e 
científico que norteia a prática da homeopatia 
na humanidade até os dias de hoje.
 No ano de 1835, casa-se pela segunda 
vez aos 80 anos, deixa a Alemanha e passa 
a residir em Paris, onde obteve autorização 
para exercer a medicina. Apesar de sua idade 
avançada, dedicou-se a esclarecer sua doutrina 
e formar novos discípulos. Faleceu aos 88 anos 
de idade em Paris, no dia 02 de julho de 1843.
3. Princípios Gerais
 Como observador livre de precon- 
ceitos, o homeopata sabe que a presença de 
sinais e sintomas representa um estado de 
desordem. A doença significa somente uma 
mudança do estado de equilíbrio do indívíduo, 
Kent (1996). Para corrigir este estado, 
Hahnemann observou:
3.1 Lei dos Semelhantes
 O fenômeno da cura depende 
inteiramente da lei primária da homeopatia, 
“Similia Similibus Curentur”. 
 A Lei dos semelhantes aparece pela 
primeira vez, nos escritos de Hipócrates (460 
– 370 a.C.), “o que dá febre a um homem 
são, cura um homem doente”. Toda a postura 
filosófico–científica dos hipocráticos, a 
valorização do doente e não da doença, a 
observação clínica e individualização do ser 
humano, foram princípios influenciaram 
Platão que tomava a medicina como método 
fundamental para se adquirir conhecimento. 
Mais tarde Paracelso (1514 – 1564), químico 
competente, não se limitou em apreciar os 
efeitos dos medicamentos, buscava princípios 
ativos ocultos em cada substância para chegar 
a medicamentos puros, cuja propriedade de 
determinadas ervas e raízes, responsáveis 
pelo aparecimento de doenças, promoveriam 
em sua forma pura o tratamento para esta 
enfermidade. Já no fim do século XVII, 
Isac Newton, na análise da lei da gravitação 
universal, mostra a relação permanente dos 
semelhantes e lê–se em sua obra o princípio: 
“Similia similibus”.
 Hahnemann, sensibilizado pela 
observação dos pensadores que o precederam 
e com os registros na Matéria Médica do 
Dr. Willian Cullen da toxicologia de uma 
substância química conhecida como China 
ou extrato de quinino e sua semelhança com 
os sinais e sintomas da malária, iniciou sua 
utilização no tratamento de pacientes com esta 
doença. Estabelecendo a Lei dos semelhantes, 
“uma afecção dinâmica mais fraca é extinta de 
modo permanente no organismo vivo por outra 
mais forte, quando esta última seja semelhante 
à primeira em suas manifestações”.
3.2 Experimentações no Homem São.
 Como pesquisador, a comprovação 
da primeira lei homeopática conduziu 
Hahnemann e seus discípulos à segunda 
64
C
ad
er
no
s U
ni
FO
A
ed
iç
ão
 n
º 0
6,
 a
br
il 
20
08
máxima homeopática: “A experimentação 
no homem são”. Algumas substâncias 
na natureza, sendo elas do reino vegetal, 
animal ou mineral, são capazes de produzir 
em indivíduos saudáveis sinais e sintomas 
característicos de intoxicação, estes foram 
à base das pesquisas que Hahnemanne seus 
discípulos, considerados sadios, registraram de 
cada substância escolhida como medicamento 
homeopático. Nas suas experiências em 
40 anos consecutivos, foram estudados um 
total 61 medicamentos VASCONCELOS & 
LACERDA (1990). 
 O trabalho consistiu em experimentar 
uma mesma substância em vários indivíduos 
saudáveis, catalogar os sinais e sintomas, 
característicos de cada medicamento, 
construindo, assim, a Matéria Médica 
Homeopática. O conjunto desses sintomas 
mentais, gerais e locais é chamado Patogenesia 
do medicamento. 
 O Repertório é o dicionário em que 
estão registrados os sinais e sintomas, em 
ordem alfabética e os medicamentos a estes 
relacionados durantes as experimentações. 
Portanto, os resultados encontrados por 
Hahnemann e seus discípulos são comprovados 
até hoje em cada prescrição homeopática, 
quando o homeopata submete os dados de 
sua anamnese à matéria médica e repertório 
homeopático, na busca de um medicamento 
em que a patogenesia seja a mais semelhante 
possível com as características mentais, gerais 
e físicas do paciente doente. TYLER (1965).
3. 3 Doses Infinitesimais
 Buscando eliminar a toxidade de 
algumas destas substâncias, Hahnemann 
preconizou sua diluição e também, por 
observação, constatou que estas substâncias 
diluídas, quando submetidas à agitação intensa 
tinham suas propriedades medicamentosas 
aumentadas. Uma forma de despertar a energia 
curativa do medicamento 9. 
 Dinamizações é a associação 
sistemática de diluições a sucções, nome que 
recebeu o procedimento de agitação do frasco 
com o medicamento diluído contra um anteparo 
rígido. O número de dinamizações confere o 
que os homeopatas conhecem por potência do 
medicamento. Esta potência vai determinar o 
campo de ação do medicamento 10 16.
 Didaticamente, podemos considerar 
três níveis de cura em homeopatia:
 1º Nível de Cura preocupa-se com 
os sintomas locais o nível de similitude 
medicamento/patologia, não passa do sintoma 
físico e básico da manifestação patológica. Ex: 
Arnica Montana 6CH para contratura muscular 
de proteção. Considera-se a rigidez muscular, 
dor a palpação e limitação de movimentos 9, 10 
16.
 2º Nível de Cura há a hierarquização 
dos sintomas, são valorizadas as manifestações 
mentais, sua ordem de aparecimento, 
características peculiares e gerais e, por último, 
sintomas locais. 
 Quanto maior a semelhança de 
sintomas do paciente com a patogenesia do 
medicamento, tanto melhor o prognóstico 9, 10 
16. Ex: Arnica Montana 30CH para contratura 
muscular de proteção, após acidente de 
trânsito, com a presença de escoriações e 
hematomas no corpo, ausência de fraturas, 
indivíduo deprimido física e moralmente. 
Sensação de que o leito está duro e temor ao 
toque ou contato físico.
 3º Nível de Cura, individualização 
do paciente, da patologia, valorização e 
hierarquização dos sintomas. Os sintomas 
mentais, a resposta psíquica do paciente 
ao acontecimento, no caso um acidente de 
trânsito. Suas alterações de humor, sono, 
choro, abandono, necessidade ou aversão a 
consolo.
 Dificuldade de concentração, 
indiferença ou supervalorização aos sinais 
e sintomas apresentados, denunciam a 
necessidade de uma abordagem individualizada, 
da busca do medicamento simillimum, ou 
seja, o medicamento em que conjunto de 
sinais e sintomas registrados na Matéria 
Médica e Repertório Homeopático são os mais 
semelhantes possíveis com os do paciente 9, 10 
16. Após a escolha do medicamento, cabe ao 
homeopata determinar a melhor potência 
do medicamento e o intervalo de prescrição. 
VASCONCELOS & LACERDA18 (1990). 
3.4 Medicamento Único
 Em conseqüência da metodologia 
instituída para o registro das características 
medicamentosas de cada substância, onde 
foi experimentada uma única droga por vez, 
Hahnemann recomendou no parágrafo § 273 
do Organon, que em hipótese alguma fosse 
65
C
ad
er
no
s U
ni
FO
A
ed
iç
ão
 n
º 0
6,
 a
br
il 
20
08
administrada mais de uma substância por vez, 
para cada doença e para cada momento do 
paciente, recomendam-se a repertorização dos 
sintomas, a escolha e administração de um só 
medicamento o mais semelhante possível com 
este 8, 9, 10,16. 
 Nesse princípio, os anos permitiram 
a formação de duas correntes terapêuticas 
dentro da filosofia homeopática. O Unicismo, 
em que o terapeuta busca o medicamento 
único para cada paciente e patologia 9,10,16. 
O Pluricismo, em que o terapeuta permite-
se fazer a indicação de mais de dois 
medicamentos por paciente – patologia, porém, 
com a ingestão alternada entre eles 9,10,16. O 
complexismo, uma subdivisão do Pluricismo, 
em que numa mesma receita são elaborados 
complexos com mais de dois medicamentos 
em um único frasco, para o mesmo paciente 
e direcionados a sintomas diferentes. Ainda 
assim, o ideal de todo homeopata é encontrar 
o Simillimum do paciente, medicamento em 
que o grau de semelhança com o indivíduo 
promove a verdadeira cura do ser indivisível. 
HAHNEMANN 9 (1989).
 
4. Teoria Miasmática
 
 Nas duas últimas décadas de sua vida, 
Hahnemann faz um estudo sobre as doenças 
em geral e concebe a Teoria Miasmática, uma 
proposta de causa e terapêutica que abrange a 
doença crônica e aguda. Diante da constatação 
de que a aplicação da lei dos semelhantes para 
casos agudos não era suficiente para a cura do 
que Hahnemann denominou miasmas crônicos, 
que é o conjunto de fatores predisponentes 
a estados patológicos, que acometem o 
indivíduo, referente a fatores hereditários, 
biotipologia ou constituição, temperamento, 
herdados ou adquiridos 6,18,2. 
 Foram descritos e estudados por 
Hahnemann três miasmas crônicos, aos quais 
atribuiu origem infecciosa, características 
hereditárias e poder dinâmico: A Psora, 
Sicose e Sífilis, mais tarde o Tuberculinismo 
foi introduzido por Nebel, homeopata suíço. 
EGITO 6 (1980).
 Cada diátese possui um grupo de 
sinais, sintomas e enfermidades que lhe são 
peculiares. Ao profissional de saúde cabe 
somar detalhes, a observação minuciosa, 
ocasionalmente, oculta ou confusa, mas 
que nunca deixam de estar presentes, para o 
diagnóstico da diátese. 
 Na verdade, é comum que o indivíduo 
seja trimiasmático, com maior ou menor 
predominância de um miasma sobre o outro. 
CASALE 3 (1995); NARDY & ZELANTE 13 
(2001). 
 A teoria miasmática surgiu antes do 
descobrimento da microbiologia, ainda assim, 
Hahnemann associou o aparecimento e as 
características das diáteses a uma alteração 
por auto ou heterointoxicação crônica a qual 
é exposta, o indivíduo, geração após geração, 
ocorrendo suscetibilidades patológicas e 
reações anormais 18. 
4.1 Psora
 Segundo Hahnemann 9 (1989), Psora 
é originada do contágio da vesícula da Sarna, 
que causa o desequilíbrio na força vital do 
indivíduo, Caracterizado por hipertonia.
 Referiu-se, o autor, como sendo este 
o miasma mais contagioso ao ser humano 
pois surge a partir da supressão iatrogênica ou 
espontânea de erupções cutâneas pruriginosas 
9. 
 Os autores atuais complementam 
considerando a auto-intoxicação por hábitos 
sedentários, dieta hiperprotéica de refeições 
ligeiras, sem a efetiva eliminação de 
metabólicos e radicais livres do organismo. 
Excitação mental, ilusão, depressão, neuroses 
fóbicas e dermatopatias DULCETTI 5 (1992). 
 A psora não é uma doença específica, 
trata-se de um estado dinâmico das doenças 
nela envolvidas. Uma pessoa não se torna 
doente porque é psórico, porém desenvolve 
doenças, as quais, devido ao fato de que sua 
diátese, ou terreno é predisposto 6,18, 3, 2. 
 CARILLO JR2 (1997) considera 
que a psora afeta predominantemente a 
pele e mucosas, caracteriza-se por estados 
patológicos recidivantes ou alternantes, 
geralmente decorrentes de supressão mórbida, 
associadaà auto e hetero intoxicação crônica.
 Como características emocionais, o 
indivíduo psórico está sempre adiantado em 
seus pensamentos, vive com a mente projetada 
no futuro. O estresse, choques morais, 
conflitos de personalidade e comportamento 
criam autointoxicação mental. Sua ansiedade 
desencadeia uma serie de eliminações 
patológicas: diarréias, sudorese, vômitos, 
66
C
ad
er
no
s U
ni
FO
A
ed
iç
ão
 n
º 0
6,
 a
br
il 
20
08
palpitações e falta de ar 6,18, 3, 2.
 Em odontologia, cáries dentárias 
pela ingestão exagerada de carbohidratos, má 
higiene oral, supurações gengivais, síndrome 
da ardência bucal e alterações inflamatórias 
agudas 18,13, do ponto de vista constitucional, 
é mais comum em indivíduos de constituição 
carbônica e sulfúlrica. CARILLO JR2 (1997); 
GARCIA7 (1997).
4.2 Sicose
 Hahnemann observou que várias 
manifestações dérmicas não correspondiam 
a psora, especialmente os condilomas 
granulomatosos que afetam órgãos genitais. 
Responsabilizou o contágio pela toxina 
blenorrágica a manifestação da Sicose. 
 Os sintomas da sicose são 
semelhantes aos da gonorréia, crescimento 
tissular patológico, alterações de forma e 
volume, secreções expessas persistentes, rino-
faringites de repetição, reações anormais do 
sistema retículo – endotelial 6, 2. Alterações 
físicas diante de mudanças metereológicas 
e altos níveis de umidade, hidrogenismo, 
perverção moral e física. Este é o miasma da 
distonia 18. 
 Os indivíduos mais reativos 
e predispostos são todos os biótipos, 
principalmente, o brevilíneo e o normolíneo 
gordo. Como características constitucionais 
carbônicos e sulfúricos gordos5, 2. 
 O psiquismo dos sicóticos é bastante 
característico, marcado por idéias fixas, 
obsessivas, depressão, suicídio, ansiedade 
e indiferença. Sintomas que caracterizam a 
hipertrofia do ego fazem parte da si cose 6,18.
 Em odontologia, caracteriza 
por alterações oclusais do tipo Classe III 
representam bem alguns sinais constitucionais 
sic óticos. DULCETTI 5 (1992) O aparecimento 
de verrugas, tumores benignos na cavidade 
bucal, sinusites, abscessos de progressão 
lenta, endurecidos ou fistulados com secreção 
purulenta abundante e espessa, nódulos 
pulpares, hiperplasia gengival ou pulpar. 
NARDY & ZELANTE 13 (2001). 
4.3 Sífilis 
 
 Corresponde a indivíduos predispostos 
à sífilis ou que tenham antecedentes sifilíticos 
até a quinta geração 18. Trata-se de uma diátese 
ulcerativa e com significante estágio de 
destruição.
 EGITO 6 (1980) observou que quando 
o indivíduo é exposto a noxas, ou agressões de 
ordens variadas, superiores a sua capacidade 
de reequilíbrio, ou de intensidade noxal muito 
elevada, de ordem física ou mental, não 
havendo superação por meio de eliminações 
excretoras (Psora) ou secretoras (Sicose), 
há uma alteração em sua energia vital e sua 
células entram em processo autodestrutivo. A 
esse nível o organismo apresenta alterações 
funcionais acentuadas e perturbações 
histofisiopatológicas incompatíveis com a 
recuperação tecidual e mental do indivíduo 6,18, 
3, 2.
 Caracterizado por hipotonia, 
diminuição do tônus da energia vital, 
condições de carências nutritivas, intercâmbios 
bioenergéticos alterados e incapacidade de 
absorção de nutrientes. Aparecimento de 
processos degenerativos e necróticos em 
diversos níveis celulares e teciduais 13. 
 Os indivíduos predispostos são 
essencialmente biótipos mistos assimétricos. 
Todos os biótipos mistos: Sulfuro – fluóricos, 
fosfo – fluóricos e Carbo – fluóricos 2. 
 Em seus estudos, CASALE 3 (1995) 
observou a relação entre o miasma sifilínico, 
problemas do sistema ósseo e dentes, a 
ocorrência em ambos de amolecimento, 
supurações e formação de seqüelas e 
cáries. Osteomielites, degenerações, dentes 
desenvolvem-se pequenos, disformes, presença 
de hipoplasias, coloração escura e sem brilho. 
Assimetrias, anodontias. Arco dental irregular. 
Mobilidade, perda óssea periodontal e cáries 
prematuras. Tendência a protusão do maxilar 
e à formação de palato ogival. Discrepância 
osteodentárias com tipos Classe III e II e 
assimetria facial e hiperelasticidade ligamentar 
5, 7. 
 Os portadores deste miasma 
apresentam ainda quadros recorrentes de cárie 
dentária e conseqüentes seqüelas, que afetam, 
sobretudo a vascularização dentária, com 
quadros de necrose pulpar, reabsorções apicais 
e outras patologias bucais 7, 18,13. 
4.4 Tuberculinismo
 Considerado uma associação 
miasmática dos três miasmas de Hahnemann, 
principalmente a Psora e a Sífilis. Qualquer 
67
C
ad
er
no
s U
ni
FO
A
ed
iç
ão
 n
º 0
6,
 a
br
il 
20
08
sintoma do tuberculinismo é sempre resultante 
da manifestação de um dos três mecanismos 
EGITO 7 (1980).
 Nebel, homeopata suíço, propôs 
o tuberculinismo como estado miasmático, 
porém o mestre Hahnemann já havia 
evidenciado o tubrculinismo como uma 
manifestação especial da psora 7.
 O tuberculinismo é uma impregnação 
hereditária ou adquirida da “toxina 
tuberculínica”, resultante de distúrbios 
metabólicos primários e secundários. Porém, 
não é a doença tuberculose, trata-se de 
um estado caracterizado pela presença de 
uma “toxina”, extremamente difundida e 
transmissível por hereditariedade e susceptível 
de permanecer latente, sem manifestar-se 
patologicamente. CARILLO JR2 (1997).
 É no aparelho respiratório que mais 
se evidência as manifestações tuberculínicas. 
Por condicionamento hereditário, o indivíduo 
adquire uma conformação anatômica especial 
do tórax: ombros encurvados, longilíneo, 
espaço subclavicular afundado e tórax 
comprimido. Expansão torácica limitada, tosse 
abundante, acúmulo de secreção favorece os 
processos infecciosos. O muco abundante é 
característico do tuberculinismo2, 7.
 Constituição desmineralizada, 
muito susceptível a mudanças térmica, 
hipotermia, sempre carrega consigo um 
agasalho. Alterações importantes no sistema 
linfoganglionar, adenite febril, emagrecimento 
progressivo 17, 2, 5,6, 7. 
 Carência na absorção dos íons Ca, P, 
Mg, Cl e Na, manifesta-se como tendência ao 
emagrecimento, desidratação e descalcificação 2.
 Indivíduos predispostos são dos 
biótipos mistos, os fosfo-fluóricos são os 
mais sensíveis. Os brevilíneos (carbônicos) e 
assimétricos (fluóricos) apresentam-se mais 
resistentes, CARILLO Jr.2 (1997).
 Em odontologia, são indivíduos 
predispostos a alterações estruturais 
óssea e dentárias. Grande propensão a 
desmineralização, reabsorção e degeneração. 
Hiperemia ganglionar, congestão venosa 
periférica (cianose) e tendência febril.
 Psiquismo: indivíduos, desconfiados, 
irritabilidade, hipersensibilidade nervosa 
a fatos e comentários VASCONCELOS & 
LACERDA18 (1990). 
 EGITO 7 (1980) conclui que, na 
prática, os quadros miasmáticos não são 
encontrados no estado puro, isolados. Por isso, 
os miasmas descritos por Hahnemann, servem 
para identificar cada miasma predominante 
em cada quadro patológico e estabelecer o 
tratamento adequado. 
 A progressão miasmática no 
organismo deve-se as seguintes condições:
• Intensidade da noxa (agressão);
• Especificidade da noxa;
• Bloqueios dos dispositivos de eliminação.
5. Biotipologia Homeopática
 Outros seguidores de Hahnemann 
observaram que, durante a experimentação 
pura dos medicamentos em indivíduos sãos, 
alguns se mostravam mais susceptíveis a 
desenvolver sinais e sintomas frente à mesma 
substância. 
 No século XX, o médico homeopata 
Antoine Nebel propôs uma classificação 
biotipológica considerando o sistema músculo-
esquelético como responsável pela morfologia; 
considerou o funcionamento endócrino do eixo 
hipófise – tiróide e preocupou-se com a menor 
e maior suscetibilidade à tuberculose2,7.
 Mais tarde, Leon Vannier desenvolveu 
os estudos de Nebel, relacionou a constituição 
fosfórica à tuberculose e a fluórica à sífilis. 
Justificando a nomenclatura pela semelhança 
com a experimentação de três medicamentos 
principais destas constituições: Calcarea 
carbonica, Calcarea phosphorica e Calcarea 
fluorica. VANNIER 17 (1992)
 Na década de 40, Henri Bernard 
daria impulso revolucionário à biotipologia. 
Classificou os indivíduos em três tipos básicos 
segundo o conceito bioquímico (carbônicos, 
sulfúricos e fosfóricos), subdividindo-os em 
tipos secundários (sulfúricos escleróticos, 
neutros e magros). 
 Ainda segundo CARILLO Jr.2 
(1997), corrigiu o engano cometido por Nebel 
e deslocou o tipo carbônico da posição de 
equilíbrio, considerando-o como hipocrínico, 
admitindo, além disso, o fluórico como variação 
do fosfórico. Considerou o desenvolvimento 
constitucional sob a forma, função e o 
psiquismo acreditavam nas modificações 
lentas ou súbitas, fulgazes ou prolongadas, 
que acrescentavam caracteres variáveis 2.
68
C
ad
er
no
s U
ni
FO
A
ed
iç
ão
 n
º 0
6,
 a
br
il 
20
08
5.1 Constituição Sulfúrica
 Indivíduos de estatura mediana, 
normolíneos, peso e aspecto geralmente 
harmônicos entre as distintas partes do corpo. 
Durante o seu desenvolvimento tem tendência 
a apresentar fenômenos de autointoxicação 
progressiva com alterações metabólicas que 
determinam falhas nutritivas.
 Psiquismo: pode apresentar-se 
como um sujeito equilibrado, moderado em 
suas ações, em seu estado de desequilíbrio 
apresenta-se muito irritado e nervoso. 
Facilmente impressionável antes de 
tratamentos odontológicos. Ao menor esforço, 
ficam fatigado, impaciente e reflexivo 7, 2, 18.
 Mesomorfia predominância de tecido 
muscular 7.
 Elasticidade normal, formando um 
ângulo de aproximadamente 170º, medida 
de diâmetros bicondilares de Humero, na 
extensão dos braços e Fêmur, VANNIER 17 
(1992). 
 Harmonia entre os membros, mãos 
equilibradas, simetria facial, tendência a 
dentes e face retangulares. Erupção normal 
dos dentes, cáries incipientes associadas ao 
consumo de carboidratos, cavidades pulpares 
amplas. Grande suscetibilidade a respostas 
inflamatórias agudas e tendência à supuração. 
Hiperemia pulpar. Estomatite aftosa 7, 2, 13.
 Arcadas dentárias circulares, 
apresentando o palato ligeiramente ogival. 
GARCIA7 (1999).
5.2 Constituição Carbônica
 É um indivíduo brevilíneo, robusto, 
peso superior à média, predomínio de tecido 
adiposo. Apresenta alterações no metabolismo 
de cálcio 2.
 Indivíduos lentos apresentam 
patologias de evolução lenta e crônica, retenção 
hídrica, artrite, doenças degenerativas, 
hipertensão arterial CARILLO JR2. (1997).
 Psiquismo: Geralmente tímido, 
calmo, ordeiro e bem humorado. Passivo ao 
tratamento odontológico. Grande capacidade 
de autocontrole sobre o seu medo7, 2, 18. A 
criança geralmente somatiza suas angústias 
com o hábito de sucção de dedos. GARCIA7 
(1999).
 Hipoelasticidade formando um 
ângulo menor que 160º, na extensão dos 
braços, VANNIER 17 (1992).
 Endomorfia, predominância de 
tecido adiposo, presença de pregas cutâneas 
e encurtamento do Tríceps, subescapular e 
suprailíaco7. 
 Erupção lenta ou retardada, cáries de 
avanço lento de segundo grau. Hipercalcificação 
pulpar, dentinária e de condutos radiculares, pólipos 
pulpares. Hipercementose, tendência a anquilose, 
hipertrofia de amigdalas e adenóides 7, 2,13. 
5.4 Constituição Fosfórica
 Indivíduos de estrutura superior à 
média, longilíneos, baixo peso em relação 
à altura. Membros superiores e inferiores 
longilíneos, delgados, mãos finas, dedos são 
mais largos que a palma das mãos. Tendência 
a face descrita com o formato de um triangulo 
isóscele de vértice inferior7.
 Psiquismo: Ciclotímico, tendência à 
irritabilidade e a deprimir-se. Caráter variável, 
debilidade nervosa, sem resistência física e 
mental. Inteligente, esperto, porém esgota-se 
ao menor esforço intelectual 7, 2,18. 
 Ectomorfia ou predomínio de formas 
lineares, debilidade de peso e índice de altura 
ponderal7.
 A extensão das extremidades 
superiores completa, formando um eixo de 
180º, VANNIER 17 (1992). 
 Apresentam erupção de dentes 
retardadas, de coloração branco translúcido, 
ocasionalmente, zonas de desmineralização, 
dentinogenese imperfeita, caries por 
desmineralização, artrite nas ATMs, neuralgia 
facial, osteomielite da mandíbula, atraso 
nas cicatrizações ósseas e consolidação de 
fraturas, respiradores bucais e tendência 
a hiperplasia de adenóides. Incidência de 
palato ogival e arcadas em elipse com o eixo 
Antero – posterior maior. Grande propensão 
a reabsorções radiculares, idiopáticas, por 
movimentos ortodônticos 7,2.
5.5 Constituição Fluórica
 Indivíduos de estatura variável, 
normalmente, inferior à média, tecidos flácidos, 
musculatura e ligamentos elásticos que 
permitem posições e movimentos extremos. 
Caracteriza-se por apresentar assimetrias e 
distrofias osteo – conjuntivas. 
 A face, cabeça e corpo podem 
69
C
ad
er
no
s U
ni
FO
A
ed
iç
ão
 n
º 0
6,
 a
br
il 
20
08
assemelhar-se ao formato de um triângulo 
escaleno ou um polígono irregular. Indivíduo 
marcado pela assimetria. Suas alterações 
corporais podem caracterizar verdadeiras 
alterações morfológicas de tamanho e número, 
como a microcefalia, polidactilia e outros 7,2.
 As características do fluórico 
podem modificar –se em outros três biótipos 
mistos: sulfofluóricos, carbofluóricos e 
fosforofluóricos2.
 Psiquismo ciclotímico de caráter 
imprevisível, desatento, hiperatividade ou 
hipoatividade, imprudente, cinismo com 
tendências destrutivas. Paradoxal, pode 
apresentar-se caprichoso e genial ou superficial, 
crítico e com déficit de atenção 7, 2,18.
 Na avaliação corporal, encontram-
se assimetrias, diferentes graus de 
hiperelasticidade ligamentar e coordenação 
muscular7. 
 Dismorfia caracterizada por 
assimetria, mal formações7. A extensão das 
extremidades superiores completa, formando 
um ângulo maior que 180º, VANNIER 17 
(1992).
 A erupção dental exageradamente 
tardia ou adiantada, lesões cariosas múltiplas 
de segundo e terceiro grau, nas superfícies 
oclusal e interproximal, cáries do tipo rampante. 
Palato acentuadamente, ogival e arcadas 
assimétricas ou em forma de V 7. Tendência 
a necrose pulpar, hipoplasia de esmalte, 
frouxidão ligamentar, mobilidade ligamentar 
assintomática, raízes incompletas com sistema 
de canais radiculares múltiplos, com condutos 
acessórios e alterações morfológicas. Sub-
luxação da ATM, osteoporose, reabsorções e 
degenerações 72,13. 
6. Emoções e Suas Manifestações em DTM 
e DOF
 A seqüência temporal em que os 
sintomas aparecem é bastante interessante e 
reveladora. O ponto exato no tempo em que o 
sintoma se manifesta pode nos dar informações 
importantes sobre a área problemática na qual 
ele se manifesta daquela maneira. 
 Não se devem considerar unicamente 
os fatos exteriores, mas, sobretudo os 
processos interiores. Os pensamentos, assuntos 
e divagações que ocupavam a mente quando 
o sintoma apareceu, o estado de ânimo, e a 
que nível reacional se encontrava o paciente. 
DETHLEFSEN & DAHLKE 4 (1983).
 No parágrafo § 208, do Organon está 
registrado: “A idade do paciente, seu modo de 
vida, sua dieta, profissão, relações sociais, da 
mesma forma sua disposição física e mental 
devem ser observadas a fim de saber se isto 
representa algum obstáculo ao tratamento”.
 HAHNEMANN 9 , em 1989, observou 
que o processo de diluição pelo qual passavam 
os medicamentos homeopáticos para evitar 
os efeitos adversos vindos da toxidade de 
algumas substâncias, associados aos processos 
desucções contínuas entre cada potência 
medicamentosa, proporcionavam resultados 
mais abrangentes aos tratamentos, resultados 
estes na esfera mental do paciente. Portanto, 
os sintomas mentais de cada medicamento 
estudado por Hahnemann e seus seguidores 
estão cuidadosamente registrados nas Matérias 
Médicas e Repertórios Homeopáticos. O que 
tem grande valor na escolha do medicamento e 
na hierarquização dos sintomas, normalmente, 
são os sintomas mentais, os mais consideráveis 
e marcantes da anamnese e da doença.
 TEIXEIRA15 (2002) propõe que, 
além dos sinais e sintomas clínicos referentes 
à enfermidade orgânica, as peculiaridades 
individuais relativas às esferas imaginária, 
emocional, volitiva, intelectiva, alimentar, 
exonerativa e inúmeras outras do âmbito 
generalista sejam valorizadas no entendimento 
da suscetibilidade ao adoecer.
 Fatores como a indignação, 
frustrações, perdas, ruínas econômicas, traumas 
e ressentimentos repercutem diretamente na 
cavidade bucal e região orofacial. A raiva e o 
ódio expressos no aparelho estomatognático, 
principalmente, nas estruturas de sustentação, 
sob a forma de bruxismo, apertamento e 
traumas suscessivos 18. 
 Os autores ainda sugerem que as 
emoções estão diretamente relacionadas à 
diátese do paciente, sendo fundamental o 
exercício da repertorização e a dinâmica 
miasmática para a escolha do medicamento, 
na patogenesia no qual estejam inseridos 
os sintomas desenvolvidos pelo paciente. 
A potência do medicamento diretamente 
relacionada ao nível de semelhança física e 
emocional entre medicamento / paciente 10, 5, 18.
 São considerados questionamentos 
importantes para a avaliação miasmática 
homeopática, principalmente nos aspectos 
emocionais: angústia, ansiedade, humor, 
70
C
ad
er
no
s U
ni
FO
A
ed
iç
ão
 n
º 0
6,
 a
br
il 
20
08
impaciência, inquietude, insegurança, 
irritabilidade, medo e preocupações. Nos 
aspectos funcionais: apetite (apetência), 
funções fisiológicas, exonerações, sonhos, etc. 
TEIXEIRA 15 (2002)
 MESQUITA Jr. & LAMBERT 12 
(1990) realizaram uma análise no Repertório 
Homeopático de Kent-Eizayaga, comparando 
64 grupos de sintomas afins existentes entre 
medo e ansiedade. Concluíram que 17 
sintomas não apresentavam coincidência 
medicamentosa, o que representou 26% do 
total considerado. 47 sintomas apresentaram 
alguma coincidência de medicamentos, o que 
correspondeu a 73% do total considerado. Sete 
sintomas apresentaram coincidência completa 
entre medicamentos e sintomas. Concluem 
que o arsenal homeopático é rico em recursos 
medicamentosos, porém há necessidade de 
valorizar a totalidade sintomática para a eleição 
de um único medicamento bem indicado.
 BEARZI et al.1(1990), correlaci-
onando os sintomas psicoafetivos e Asma em 
42 crianças portadoras de asma e tratadas com 
homeopatia, observaram a melhora da asma 
em 40 crianças e a melhora dos distúrbios 
psicoafetivos em 37 crianças. Consideraram 
o tratamento homeopático eficaz, embora 
indicassem acompanhamento psicológico 
especializado as crianças que não apresentaram 
melhoras.
 Diante da grandeza desta possi-
bilidade terapêutica, a homeopatia e a 
diversidade de atuação dos medicamentos 
homeopáticos, Hahnemann preocupou-se 
em deixar aos seus seguidores a noção exata 
de que mais importante do que a doença 
é o doente. Este ser único e indivisível, a 
homeopatia não se encerra no diagnóstico e 
prescrição, mas na remoção de obstáculos que 
o perturbem, causem ou mantenham a doença. 
O que nos dias de hoje pode ser expresso em 
interdisciplinaridade. 
7. Obstáculos à Cura
 A odontologia não é exclusivamente 
técnica. È uma especialidade médica, lida com 
o ser humano, espiritual, mental, emocional 
e físico. Por vezes, para intervir nesta nobre 
forma de vida, é necessária a remoção dos 
obstáculos mecânicos à cura. 
 HAHNEMANN 9 (1989) nos § 3, 
7, 186, 252, 260 e 261 reconhece que, na 
presença de obstáculos mecânicos, estes 
devem ser removidos por meios mecânicos 
para que, com o auxílio ou não da medicação 
homeopática, haja o restabelecimento do fluxo 
de energia vital que possibilita a condição de 
saúde. Cita como exemplos: a redução das 
luxações, a realização de suturas, abertura de 
caminhos de drenagem. 
 Desta forma, o clínico da dor 
reconhece e corrige fatores oclusais, alterações 
estruturais e funcionais possibilitando a 
cura. Numa atitude homeopática, buscando 
a totalidade dos sintomas, a semiologia 
detalhada, a atuação interdisciplinar e numa 
visão indivisível do ser humano, o clínico da 
dor encontra a cura e em alguns momentos, 
apenas o tratamento no alívio da dor.
8. Referências
1- BEARZI, G. et al Correlação entre síntomas 
psicoafetivos e asma, em crianças submetidas 
a tratamento homeopático. Revista de 
Homeopatia - APH. V.5 – nº 2 – abr. mai. 
Jun. 1990
2- CARILLO Jr., R. Fundamentos de 
Homeopatia Constitucional. Morfologia, 
fisiologia e fisiopatologia aplicadas a clinica. 
1ª edição São Paulo: Santos, 1997. 260 p.
3- CASALE, J. A. Los Miasmas Crônicos – 
Pertubacion Del Tono Bioenergético. 2ª ed. 
Buenos Aires: Club de estudio, 1995. 189 p.
4- DETHLEFSEN, T & DAHLKE, R. A 
doença como caminho. São Paulo: Cultrix, 
1983. 262 p
5- DULCETTI Jr., O. Homeopatia em 
Odontologia. São Paulo: Andrei, 1992. 140p.
6- EGITO, J. L. Homeopatia – Contribuição 
ao Estudo da Teoria Miasmática. São Paulo: 
Elcid, 1980. 253 p
7- GARCIA G.G. Biotipologia Homeopática 
em Odontologia. Nueva Editorial Medico 
Homeopática Mexicana. 1ª Edição. México. 
1999. 113 p.
71
C
ad
er
no
s U
ni
FO
A
ed
iç
ão
 n
º 0
6,
 a
br
il 
20
08
8- GRUPO DE ESTUDOS HOMEOPÁTICOS 
“BENOIT MURE”. Doutrina Médica 
Homeopática. São Paulo: Giramundo, 1986. 
1036 p
9- HAHNEMANN C. S. Organon da Arte de 
Curar. São Paulo: Giramundo, 1989.176p
10- KENT, J. T. Filosofia Homeopática. 1ª 
Edição traduzida português. São Paulo: Robe, 
1996 290p
 
11- LATHOUD. Matéria Médica 
Homeopática. Buenos Aires: Albatroz, 1998. 
868 p.
12- MESQUITA Jr., A. & LAMBERT, 
A.A.E. Ansiedade / medo: Estudo repertorial 
comparativo. Revista de Homeopatia - APH. 
V. 5 – nº4 – out.nov.dez. 1990
 
13- NARDY, R. O. & ZELANTE, P.M. 
Miasmas na Cavidade Bucal. 1ª Edição CIC 
Computação – Itapira – 2001. 90 p
14- OKESON, J. P. Fundamentos de Oclusão 
e desordens temporomandibulares. São 
Paulo: Artes médicas, 2000. 500p
15- TEIXEIRA, M.Z. Avaliação miasmática 
na pesquisa clínica homeopática: Emprego de 
questionário de qualidade de vida, Revista de 
Homeopatia – APH. v. 67 nº 1-2-3-4. 2002 
16- TYLER M. L. Curso de Homeopatia. 1ª 
Edição em português. Agencia Central. Rio de 
Janeiro. 1965. 287 p
 
17- VANNIER, L. Typology in Homoeopathy. 
Beaconsfield Publishers LTD – Bucks. 
England. 1ª published un England. 1992. 176 
p
18- VASCONCELOS J. V. & LACERDA, 
P. Homeopatia Aplicada à Odontologia. 
Livraria e Editora Santos. 1ª Edição. São 
Paulo
72
C
ad
er
no
s U
ni
FO
A
ed
iç
ão
 n
º 0
6,
 a
br
il 
20
08
Informação bibliográficas:
Conforme a NBR 6023:2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto científico 
publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma:
NARDY, Rosy de Oliveira. AHomeopatiaAplicada a Desordem Temporomandibular e Dor Orofacial.A Homeopatia Aplicada a Desordem Temporomandibular e Dor Orofacial.. 
Cadernos UniFOA, Volta Redonda, ano III, n. 6, abril. 2008. Disponível em: <http://www.unifoa.edu.
br/pesquisa/caderno/edicao/06/63.pdf>

Outros materiais