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Direito das Coias CIVIL V

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QUESTÃO DE PROVA
Enunciado:
Anita celebrou contrato de promessa de compra e venda com Alceu, vendendo, assim, a sua casa no lago norte, na QL5, conj.10, casa 12, pagando Alceu o preço integral.
Dias depois Anita faleceu, e seu enteado (Ricardo), que morava na casa, a vendeu para Alcides, por meio de escritura pública registrada em cartório.
 Após a conclusão do negócio, D. Celina, mãe de Anita e única parente dela viva, vende a mesma casa a D. Joaquina, por meio de escritura pública registrada em cartório.
Alcides entra com Ação petitória em face de Joaquina. 
Em seguida Alceu ajuíza ação anulatória de negócio jurídico contra Ricardo e Joaquina, alegando ter legítimo direito sobre a coisa (imóvel) e reivindicando-a. Pergunta-se?
Alceu possui direito real? Sim, nos termos do art. 1417, do CC se não fora pactuado cláusula de arrependimento, adquire o promitente comprador o Direito Real sobre a coisa, Também uma simples leitura do art. 1418 do mesmo diploma legal assevera que o promitente comprador, agora titular de direito real poderá reivindicar a quem os direitos foram cedidos a outorga da escritura definitiva do imóvel, podendo para tanto, via meios judiciais, caso o herdeiro se recuse a transferir o bem, requerer em juízo a adjudicação do imóvel.
Ricardo detinha IUS abutendi? Não, Ricardo somente poderia reivindicar o principio do Ius abutendi se a posse de Alceu fosse injusta.
O contrato entre Ricardo e Alcides é nulo? Não, tendo em vista que não tem por sua natureza os predicados do art. 166 c/c 167 do Código Civil, O Ato é, portanto anulável uma por ter sido praticado sem conformidade com os preceitos legais, pode ser judicialmente anulado. Fica a cargo de a parte interresada solicitar a anulação ou não do mesmo. Enquanto o ato não for declarado ineficaz, produz normalmente todos os efeitos, pois antes disso será tido como válido. Isto é, havendo um negócio jurídico anulável os seus efeitos permanecem normalmente até o momento em que se declara judicialmente a nulidade. Portanto, ato anulável é valido enquanto não desfeito por decreto judicial, fundamenta-se no Art. 171 do CC.
Como será julgada a ação proposta por Alcides contra Joaquina? A Ação Petitória movida pelo Alcides em desfavor de Joaquina de certo não irá gozar de êxito uma vez que o que se discute é posse e não a propriedade, tendo em vista que as ações petitórias, também chamadas de dominiais, possuem o objetivo de proteger os direitos da propriedade.
E a ação proposta por Alceu? Ele terá êxito? É sabido que o vício de consentimento é causa de anulabilidade de qualquer negócio jurídico. Entre os vícios de consentimento, destacam-se o erro e o dolo. Ambos impedem que a vontade real de uma pessoa seja externada, tornando-a prejudicada no que tange ao negócio jurídico que se prestaria a validar. Sendo assim, o direito assiste à pessoa que, em determinada situação, teve sua vontade viciada, dando-lhe condições de em momento posterior provocar a anulação do ato. Importante observar a lição de Orlando Gomes quanto aos requisitos para que seja um negócio jurídico considerado perfeito:
"O negócio jurídico somente é perfeito quando a vontade é declarada de maneira lícita, livre e consciente, isto é, de acordo com a lei, sem pressões físicas e morais e com correta percepção da realidade." (Gomes, Orlando. Introdução ao Direito Civil, 18ª ed., Forense, Rio de Janeiro, 2001, p. 414).

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