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Daniele Longo – M3 – UNESA TRICOMONÍASE 1 Trichomonas vaginalis. → Morfologia: Os espécimes vivos são elipsoides ou ovais e algumas vezes esféricos. O protozoário é muito plástico, tendo a capacidade de formar pseudópodes, os quais são usados para capturar os alimentos e se fixar em partículas sólidas. Em preparações fixadas e coradas, ele é tipicamente elipsoide, piriforme ou oval. Como todos os tricomonadídeos, não possui a forma cística, somente a trofozoítica. Esta espécie possui quatro flagelos anteriores livres, desiguais em tamanho e se originam no complexo granular basal anterior, também chamado de complexo citossomal. A membrana ondulante e a costa nascem no complexo granular basal. A margem livre da membrana consiste em um filamento acessório fixado ao flagelo recorrente. A extremidade posterior da costa é usualmente encoberta pelo segmento terminal da membrana ondulante. O axóstilo é uma estrutura rígida e hialina que se projeta através do centro do organismo, prolongando-se até a extremidade posterior e conecta-se anteriormente a uma pequena estrutura em forma de crescente, a pelta. → Biologia: O T. vaginalis habita o trato genitourinário do homem e da mulher, onde produz a infecção e não sobrevive fora do sistema urogenital. A multiplicação, como em todos os tricomonadídeos, se dá por divisão binária longitudinal. Contrariando o que ocorre na maioria dos protozoários, não há formação de cistos. No entanto, muitos autores têm descrito estruturas arredondadas, imóveis, aparentemente com os flagelos internalizados, como pseudocistos ou mesmo formas degenerativas. É incontestável que a tricomoníase é uma doença venérea. O T. vaginalis é transmitido através da relação sexual e pode sobreviver por mais de uma semana sob o prepúcio do homem sadio, após o coito com a mulher infectada. O homem é o vetor da doença; com a ejaculação, os tricomonas presentes na mucosa da uretra são levados a vagina pelo esperma. Pode ser transmitido pela via não-sexual, que é menos comum, através de roupas intimas ou roupas de cama, assentos de vasos sanitários, agua de banho ou duchas contaminadas, canal do parto, etc. Existem alguns fatores de risco para a tricomoniase, são eles: idade, atividade sexual, Daniele Longo – M3 – UNESA TRICOMONÍASE 2 número de parceiros, outras DSTs, fase do ciclo menstrual. Também há aqueles fatores que influenciam na incidência, que são: diferenças no padrão de vida, nível educacional e higiene pessoal. → Patologia: O T. vaginalis tem se destacado como um dos principais patógenos do trato urogenital humano e está associado a sérias complicações de saúde. Publicações recentes mostraram que T. vaginalis promove a transmissão do vírus da imunodeficiência humana (HIV); é causa de baixo peso, bem como de nascimento prematuro; predispõe mulheres a doença inflamatória pélvica atípica, câncer cervical e infertilidade. Citoaderencia e citotoxicidade: adesinas e cisteina-proteinases (hemólise – ferro; degradação; IgM, IgG) Fagocitose: NEU; hemácias Secreção: glicosidases; CDF (cell detaching factor) – toxicidade epitelial Escape: adsorção de proteínas plasmáticas; superóxido dismutase (SOD) – estresse oxidativo → Clinica feminina: casos sintomáticos agudos: reação inflamatória (edema e eritema); prurido vulvar; leucorreia (amarelo-esverdeado; bolhoso; fétido); erosão e pontilhados hiperemicos na mucosa (2 – 5% dos casos); colpitis macularis; cervicite; vaginite; colpite; vulvite; prurido; ardor; queimação; disúria; dispareunia. → Clinica masculina: casos sintomáticos agudos – uretrite purulenta; casos sintomáticos leve – corrimento escasso (matinal); disúria; polaciúria; prurido; escoriações penianas; queimação; vesiculite; prostatite; epididimite; infertilidade. → Complicações: HIV, gestação (nascimento de prematuros, baixo peso), infertilidade, doença inflamatória pélvica atípica, câncer cervical – displasias (citologia e mitoses anormais) e metaplasias. → Diagnostico: colheita da amostra (visualização do agente etiológico). Homem: secreções uretrais, prostáticas, sêmen. Para que os procedimentos de diagnóstico tenham sucesso, os homens deverão comparecer ao local da colheita pela manhã, sem terem urinado no dia e sem terem tomado nenhum medicamento tricomonicida há 15 dias. O material uretral é colhido com uma alça de platina ou com swab de algodão não-absorvente ou de poliéster. O organismo é mais facilmente encontrado no sêmen do que na urina ou em esfregaços uretrais. Mulher: secreções vaginais. A vagina é o local mais facilmente infectado e os tricomonas são mais abundantes durante os primeiros dias após a menstruação. O material é usualmente coletado na vagina com swab de algodão não-absorvente ou de poliéster, com o auxílio de um espéculo não-lubrificado. → Profilaxia: prática do sexo seguro, uso de preservativos, abstinência de contatos sexuais com pessoas infectadas e limitação das complicações patológicas mediante a administração de um tratamento imediato e eficaz, tanto para os casos sintomáticos como para os assintomáticos, ou seja, tratamento simultâneo para parceiros sexuais, mesmo que a doença tenha sido diagnosticada em apenas um dos membros do casal.
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