Questionários IV e V

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77) Que são bens corpóreos e incorpóreos? Explicar e dar três exemplos de cada.
BENS CORPÓREOS: Corpóreos são os bens que têm existência física, material e podem ser tocados ou percebidos pelos órgãos dos sentidos, inclusive certas formas de energia, como a eletricidade, o gás e o vapor
BENS INCORPÓREOS: são os que têm existência abstrata ou ideal, mas valor econômico, tais como o direito autoral, o crédito, a sucessão aberta, o fundo de comércio, etc.
78) Que são bens imóveis por natureza? Explicar e dar três exemplos.
São os bens verdadeiramente imóveis, sendo o solo, com sua superfície, o subsolo e o espaço aéreo. Tudo o mais que a ele adere deve ser classificado como imóvel por acessão. Acessão significa justaposição ou aderência de uma coisa à outra.
79) O dono do solo é o dono do subsolo e do espaço aéreo?(art. 1.229 do CC). Explique
Sim, entretanto, o proprietário não pode se opor a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade, tais que não tenha ele interesse legítimo de impedir.
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.
80) O dono do solo é também dono das minas, demais recursos minerais e potenciais de energia hidráulica ( art. 1230 do CC)? Explique
Não, senão vejamos o art. 1230:
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais.
81) O que são bens imóveis por acessão natural? Explicar e dar três exemplos.
São os bens que a natureza acrescenta ao solo, juntando-se a ele, tais como as árvores e frutos pendentes, bem seus acessórios e adjacências naturais, como as pedras, as fontes e os cursos de água.
82) Que são bens imóveis por acessão artificial? Explicar e dar três exemplos.
É tudo quanto o homem incorpora permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções. No conceito de construções não se incluem aquelas de caráter provisório, que se destinam a remoção ou retirada, tais como os circos e parques de diversões, as barracas de feiras, os pavilhões de exposições, as tendas militares, etc.
83) Quais são os bens imóveis por determinação legal? Explicar
Trata-se de bens que são imóveis unicamente por vontade do legislador. São os direitos reais sobre imóveis, as ações que os asseguram e o direito à sucessão aberta. Também se chamam bens imóveis para os efeitos legais.
84) Que se entende por direito à sucessão aberta? Explicar
Direito à Sucessão Aberta é o direitos dos herdeiros aos bens dos mortos.
85) Que são bens móveis por natureza? Explicar e dar quatro exemplos.
São os veículos automotivos, os semoventes e os móveis propriamente ditos, que podem ser removidos de um lugar para o outro, por força própria ou alheia, sem alteração de sua substância. Ex: Animais, moedas, mercadorias, objetos de uso.
86) Que são bens semoventes? Explicar e dar dois exemplos.
Os animais também têm movimento próprio, mas como são seres vivos, recebem o nome de semoventes. Ex: Cavalo, Boi, Cachorro.
87) Quais são os móveis por determinação legal? Explicar
São as energias, os direitos reais sobre móveis, suas ações e os direitos obrigacionais. Importante destacar as energias. Qualquer energia natural, como o gás, a corrente elétrica, a energia atômica, a eólica e outras.
88) Que se entende por energias com valor econômico? Explicar e dar exemplos
São bens imateriais, que adquirem essa qualidade jurídica por disposição legal. Podem ser cedidos, independentemente de outorga uxória ou marital. Ex. Fundo de comércio, as quotas e ações de sociedades empresárias.
89) Que são bens móveis por antecipação? Explicar e dar dois exemplos
São criações da doutrina, sendo bens incorporados ao solo, mas com a intenção de serem dele separados e convertidos em móveis, como as árvores destinadas ao corte, os frutos e as safras ainda não colhidos.
90) Que são bens fungíveis? Explicar e dar quatro exemplos
Aqueles que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex.: Boi para abate, automóvel, utensílios domésticos, eletrodomésticos.
91) Qual é o principal aspecto que caracteriza os bens fungíveis? Explicar
A idéia de uma coisa poder ser substituída livremente por outra está no âmago do conceito de fungibilidade. Já nas coisas infungíveis, a individualidade da coisa é relevante. Assim, meu cão, meu gato, minha televisão, minha coleção de selos, são bens infungíveis. Os imóveis, em regra, são infungíveis.
92) Que são bens infungíveis? Explicar e dar quatro exemplos
O Código não se refere aos bens infungíveis, mas devem ser entendidos como aqueles que não podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, como o quadro de um pintor célebre, uma escultura famosa, um animal de estimação, uma coleção de selos, etc.
93) Que são bens consumíveis e inconsumíveis? Explicar e dar exemplos
BENS CONSUMIVEIS: Os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Ex: Alimentos em geral.
BENS INCONSUMÍVEIS: São os bens que podem ser usados continuadamente, ou seja, os que permitem utilização contínua, sem destruição da substância. Ex: Livros de uma biblioteca.
94) Que se entende por bens juridicamente consumíveis? Explicar e dar exemplos
BENS CONSUMIVEIS: Os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Ex: Alimentos em geral.
95) Que são bens divisíveis? Explicar e dar quatro exemplos
Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.Ex.: Barra de ouro, Soma em dinheiro.
96) O valor do bem deve ser considerado para caracterizá-lo como indivisível? Explicar e dar dois exemplos
Sim, pois se uma coisa, ao ser fracionada, sofrer uma diminuição de valor, passa a ser considerada indivisível. É o caso de uma pedra de brilhante, um terreno no centro da cidade.
97) Os bens podem ficar indivisíveis pela vontade das partes ou por força de lei? Explicar e dar exemplos
Sim, a indivisibilidade por determinação legal ocorre quando a lei assim estipula com relação a certos bens, como no caso das servidões prediais ( art. 1.386 do CC. ) e do direito dos co-herdeiros até a partilha dos bens deixados pelo defunto ( art. 1.791 do CC. ). Por fim, a vontade das partes contratantes pode tornar coisas indivisíveis, como prevê o art. 1.320, §§ 1º e 2º, do CC. ).
98) Que são universalidades de fato? Explicar e dar exemplos
Universalidade de fato é a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Ex.: Uma biblioteca, um rebanho, uma galeria de quadros.
99) Que são universalidades de direito? Explicar e dar exemplos
As universalidades de direito estão conceituadas no art. 91 do CC.
Artigo 91: Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.São, por exemplo, a herança, o patrimônio, o fundo de comércio, a massa falida.
100) Que são coisas principais e acessórias? Explicar e dar exemplos
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.Assim, principais são os bens que não dependem de outros para existirem, enquanto os acessórios não existem sem os principais. Seu valor e sua função econômica também devem ser considerados.Ex. A árvore e o fruto.
101) Qual a regra que se aplica às coisas principais e acessórias? Explicar e dizer quais suas conseqüências mais importantes.As regras são as seguintes: a) A natureza do acessório é a mesma do principal ( o solo é imóvel e a árvore também ); b) O acessório acompanha o destino do principal ( nulo o principal, o acessório será também; c) O proprietário do principal também o é do acessório.
102) Que são pertenças? Explicar e dar quatro exemplos
São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
São exemplos de pertenças os tratores e máquinas agrícolas das fazendas, os móveis e objetos de decoração de uma casa, etc.
103) Que são frutos? Quais suas características fundamentais? Explicar
Frutos se caracterizam pela sua renovação periódica, não diminuem a substância da coisa principal quando retirados e têm a possibilidade de serem dela separados.
104) Que são produtos e como se distinguem dos frutos? Explicar e dar exemplos
Os produtos não se renovam e, quando separados, diminuem a substância da coisa principal. A distinção entre frutos é produtos é feita pela Doutrina, embora nossa lei praticamente os equipare, sem distingui-los. Ex: O aluguel de um imóvel.
105) Que são frutos naturais? Explicar e dar três exemplos
São os criados pela natureza, como as frutas das árvores, as crias e o leite dos animais, o mel das abelhas, a lã do carneiro, etc;
106) Que são frutos industriais? Explicar e dar três exemplos
São os criados pelo homem agindo sobre a natureza, como a produção das fábricas, os tijolos das cerâmicas e olarias, etc.
107) Que são frutos civis? Explicar e dar três exemplos
São as rendas do capital, como os juros, dividendos, aluguéis, etc.
108) Que são frutos pendentes, percebidos, estantes, percipiendos e consumidos?
a) Pendentes quando ainda unidos à coisa principal;
b) Colhidos ou percebidos quando dela separados;
c) Estantes quando armazenados e acondicionados à venda;
d) Consumidos quando já usados;
e) Percipiendos quando deviam ter sido colhidos mas não o foram e se estragaram.
109) Que são benfeitorias? Explicar e dar exemplos
São melhoramentos que se fazem na coisa principal. Estão muito bem classificadas e explicadas no art. 96 e seus parágrafos do CC.
	Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
 § 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. 
	§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
	§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Como o conserto de um telhado, feitura de um muro de arrimo, a cura de um animal, etc.
110) Como se classificam as benfeitorias? Explicar
Benfeitorias necessárias;
Benfeitorias úteis;
Benfeitorias voluptuárias.
111) Que são benfeitorias necessárias? Explicar e dar três exemplos
Benfeitorias necessárias são aquelas indispensáveis, que devem ser feitas para conservar e evitar o perecimento da coisa principal, como o conserto de um telhado, feitura de um muro de arrimo, a cura de um animal, etc. 
112) Que são benfeitorias úteis? Explicar e dar três exemplos
Benfeitorias úteis têm um conceito negativo: não são necessárias, mas aumentam ou facilitam o uso da coisa. Assim, uma garagem, mais um banheiro na casa, uma piscina, etc.
113) Que são benfeitorias voluptuárias? Explicar e dar três exemplos
Por fim, benfeitorias voluptuárias são melhoramentos de luxo, recreio e beleza, como jardins, mirantes, fontes, colocação de piso mais bonito.
114) Que são bens púbicos? Explicar e dar exemplos
São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
115) Que são bens de uso comum do povo? Explicar e dar três exemplos
Os de uso comum do povo são aqueles que todo mundo pode usar, embora seu uso possa ser regulamentado e cobrado pela Pessoa Jurídica a que pertencerem ( art. 103 do CC. ), tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
116) Que são bens de uso especial?
Os bens de uso especial são os prédios e terrenos da União, Estados, Municípios e Autarquias, tais como escolas, hospitais, quartéis, fóruns, repartições públicas etc.
117) Que são bens dominicais? Explicar e dar três exemplos
Bens dominicais são os bens que as pessoas jurídicas públicas possuem como se fossem particulares, como veículos, móveis, terrenos vazios, terras devolutas, estradas de ferro, etc.
118) Os bens públicos podem ser alienados? Que se entende por desafetação? Explicar
Os bens dominicais podem ser alienados na forma que a lei determinar ( art. 101 do CC. ). Os demais são inalienáveis em princípio ( art. 100 do CC. ), mas, podem ser alienados por exceção, com expressa autorização legal, mediante o processo da desafetação.
Desafetação é noção inerente ao Direito Administrativo. É a alteração da destinação do bem.
119) Os bens públicos podem ser usucapidos?
Todos os bens públicos não estão sujeitos a usucapião ( art. 102 do CC. e arts. 183, § 3º e 191, § único, da Constituição ).
120) O uso dos bens públicos podem ser cobrados? Como?
Os bens dominicais podem ser alienados na forma que a lei determinar ( art. 101 do CC. ). Os demais são inalienáveis em princípio ( art. 100 do CC. ), mas, podem ser alienados por exceção, com expressa autorização legal, mediante o processo da desafetação. 
121) Que são fatos jurídicos em sentido amplo? Explicar e dar três exemplos
Fato Jurídico em sentido amplo é todo acontecimento da vida que o ordenamento jurídico considera relevante no campo do direito. Certos fatos, em princípio, não têm relevância para o direito. Assim, por exemplo, a queda do fruto de uma árvore. Mas se ele, ao cair, ferir alguém, torna-se um fato jurídico.
122) Que são fatos jurídicos em sentido estrito? Explicar e dar três exemplos
Fatos naturais, ou fatos jurídicos em sentido estrito ( exemplos: o nascimento, a morte, a maioridade, um raio, a seca, etc. ), sinteticamente, são fatos impossíveis de determinar a data e a hora.
123) Como de dividem os atos jurídicos lícitos? Explicar e dar exemplos
Os atos jurídicos lícitos dividem-se em: a) Negócio jurídico: b) Ato jurídicos em sentido estrito; c) Ato-fato jurídico.
Negócio jurídico é o ato humano lícito em que a vontade humana visa diretamente alcançar um efeito expressamente previsto na lei. Exemplos: os contratos, o testamento, o casamento, etc.
Ato jurídico em sentido estrito é aquele ato humano que alcança um efeito predeterminado em lei. Não decorre de uma ação humana qualificada, mas de uma simples intenção. Exemplos; o reconhecimento de filho, a tradição, a ocupação de uma coisa móvel, etc.
Ato-fato jurídico é o ato humano lícito em que não se leva em consideração a vontade de praticá-lo. O efeito não é pretendido, e às vezes, nem previsto pelo agente mas decorre da lei, como a achada casual de um tesouro em terra alheia ( art. 1.264 do CC )