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16.03.23 Clínica Médica de Animais de Produção 1 Dilatação Gástrica em Equinos

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Clínica Médica de Animais de Produção 1 – Dilatação Gástrica em Equinos
Paulo Henrique da Silva Barbosa
Medicina Veterinária – UFRRJ
Distensão estomacal causada por gases após ingestão excessiva de alimentos fermentáveis ou devido a processos obstrutivos a nível de piloro ou nas porções iniciais do intestino delgado. Maior incidência em animais criados confinados consumindo elevados níveis de concentrado. Rara ocorrência em equinos em pastagens.
Etiologia
Ingestão em grande quantidade de grãos/alimentos concentrados. Apetite voraz, associado com animais que passam por período de jejum relativamente longo (12-24 horas). Animais que comem muito rápido. Ingestão de grande volume de água após exercício intenso. Obstrução pilórica – Gasterophilus. Atonia da musculatura gástrica (animais velhos ou atletas depois de exercício físico intenso perdem muito potássio e a musculatura do animal fica flácida. Este animal, portanto, não pode beber muita água ou comer muita quantidade de alimento após esses exercícios devido à fragilidade da musculatura).
Patogenia
A dilatação gástrica, por algumas das razões citadas anteriores, geralmente é bastante aguda. Ocorre produção de gás pelas bactérias presentes na região fúndica do estômago, o que dilata sua parede e, quanto mais dilata, mais dor o animal sente. Há acúmulo de secreções gástricas. Aumento da distensão da parede estomacal. Dor abdominal intensa. Há uma perda de conteúdo vascular e um grau de desidratação leve.
Sintomatologia
Início agudo com dor abdominal intensa. Sudorese em função da dor. Mucosas congestas. Regurgitação (eventual – narinas. O animal não apresenta vômito. Quando há ruptura do cárdia, o animal pode apresentar regurgitação). Taquicardia. Taquipnéia. Tetania. Desidratação (não muito significativa – o que diferencia da cólica intestinal em que há uma desidratação mais grave). Óbito (ruptura gástrica).
“Posição de cão sentado” – Posição anti álgica: O estômago tem maior área para distensão. 
Patologia Clínica
Hematócrito elevado – Desidratação (Animal já estava desidratado por possível atividade física ou é por conta da cólica?).
Conteúdo estomacal:
pH Alcalino: Refluxo intestinal. Problema grave no intestino delgado, obstrutivo, tem que fazer imediatamente a cirurgia. 
pH Ácido: Secreção estomacal.
Diagnóstico
Histórico Clínico;
Dor abdominal intensa;
Sonda nasogástrica;
Quando começou a dor? – A hora é importante para a sobrevivência do animal. É importante que o veterinário treine o tratador do haras para passar a sonda nasogástrica para fazer diagnóstico e também aliviar o animal, pois o gás sairá pela sonda.
Tratamento
Sonda nasogástrica – Alívio imediato da dor. A ponta da sonda fica dentro de um balde com água para observar “borbulhar” e ter noção do volume de gás eliminado.
Após lavar o estômago;
Laxante: Óleo mineral (Nujol) – 100 a 250ml VO
Sedativo: Xilazina (Rompum) – 0,5 mg/kg PV IV
Analgésico: Dipirona (Novalgina) – 1ml/10Kg PV IV
Fluidoterapia endovenosa - Solução Ringer IV (se necessário)
O óleo faz com que o estômago que ficou extremamente dolorido por conta da dilatação contraia de forma mais suave. Tem efeito laxante. Em algumas situações deve-se usar sedativo para passar a sonda. A xilazina tem efeito sedativo de 15 a 20 minutos, o suficiente para passar a sonda, tirar o gás e fazer a limpeza estomacal.
Afecções dos Intestinos Delgado e Grosso
Dor Abdominal
Redução da motilidade intestinal – Íleo Paralítico;
Isquemia intestinal;
Obstrução intestinal;
Outros órgãos;
Íleo Paralítico
Estado adinâmico da musculatura do trato gastrintestinal, que varia de moderada passageira redução da motilidade intestinal até intensa e duradoura paralisia do trânsito intestinal.
Etiologia do Íleo Paralítico
Dor abdominal causa o Íleo paralítico e o Íleo paralítico causa dor abdominal. Cirurgias abdominais. Obstruções intestinais. Septicemia. Choque. Peritonite. Salmonelose – causa gastro enterite, principalmente nos potros, podendo leva-los à morte. Enterite – Intestino Delgado. Desbalanço eletrolítico. Drogas anticolinérgicas (atropina).
Sintomatologia
Desconforto abdominal. Taquicardia. Ausência de borborigmos. Refluxo nasogástrico contínuo – intestino delgado. Alças do intestino delgado – palpação retal. Timpanismo – intestino grosso. Vômito – Suínos. Desidratação.
Tratamento
Sonda nasogástrica (também serve como diagnóstico – pH do refluxo).
Hidratação IV
Soluções endovenosas – Ca/K/Mg
Moduladores da motilidade gastrintestinal: Carbacol, Cisaprida, Domperidona, Ioimbina, Eritromicina, Naloxona, Neostigmina, Lidocaína (não pode ter vasoconstritor). A Neostigmina tem efeito muito potente na contração da musculatura intestinal, portanto seu uso deve ser muito restrito – Se o animal tiver uma obstrução que é a causa do íleo paralítico, a neostigmina fará contração da musculatura e há tendência de ruptura no ponto de obstrução.
Cirúrgico – duodenocecostomia (enterite proximal). – Em casos de diarreias persistentes em potros.
Espasmo Intestinal – ID (Cólica Espasmódica)
Contração tônica involuntária da musculatura da parede instestinal. Provavelmente a causa mais comum de cólicas em equinos. Cólica muito rápida, de alguns minutos, normalmente percebida pelo proprietário. O animal pode abrir os posteriores e o proprietário entende que o animal tem uma cólica renal porque ele quer urinar. Na verdade essa posição com posteriores abertos é anti álgica e não porque o animal quer urinar.
Comum o proprietário fazer um tratamento errado para a cólica por conta de não saber sua real causa, o que deve ser perguntado na anamnese. 
Etiologia
Desconhecida. 
Fatores Predisponentes
Migração verminótica na parede intestinal e vasos sanguíneos.
Distensão intestinal – Timpanismo.
Excitabilidade.
Exercício.
Sintomatologia
Dor abdominal aguda. Palpação retal – negativa. Cólicas episódicas. Defecação. Peristaltismo aumentado. Possíveis intussuscepções ou vólvulos. 
Tratamento
Analgésicos: Dipirona, xilazina, detomidina (efeito prolongado), flunixina-meglumina.
Lavagem gástrica.
Emolientes: vaselina, glicerina, óleos minerais, óleos vegetais.
Anti-fermentecíveis. 
Sobrecarga do Intestino Grosso (Timpanismo)
Hiper-fermentação do conteúdo do ceco e/ou do cólon, decorrente do desequilíbrio da flora microbiana após a ingestão de grandes quantidades de carboidratos solúveis. Excesso de concentrado na dieta. Fermentação láctica no intestino grosso após consumo excessivo de concentrado.
Existe um limite de inclusão do amido na dieta de equinos: 2 – 3g/Kg PV
Fermentação pelas BAL no intestino grosso;
Acidificação do meio – Morte dos microrganismos;
Liberação de endotoxinas na corrente sanguínea.
Cólicas e laminite.
Acidose Lática Aguda: Carboidratos fermentáveis aumenta a velocidade de crescimento de bactérias que produzem mais AGV e o pH vai acidificiando, o que propicia o crescimento de alumas bactérias como o streptococcus, produz mais ácido lático e bactérias de pH ácido começam a crescer. Ocorre estase da fermentação (íleo paralítico – para intestino, para fermentação). Absorção de D/L lactato. Acidose metabólica.
Sintomatologia
Cólicas episódicas. Mucosas congestas. Dispnéia. Desidratação. Acidose metabólica. Palpação retal – dilatação cecal. Abdômen distendido. Percussão abdominal – flanco direito. Endotoxemia. Laminite.
Tratamento
Analgésicos: Xilazina, detomidina, romifidina, flunixina-meglumina.
Anti-fermentecíveis.
Reposição hidro eletrolítica.
Punção cecal (trocater) – Procedimento de risco, o proprietário tem que autorizar. Causa processo inflamatório e ocasionalmente infeccioso (peritonite).
Emolientes: Vaselina, glicerina, óleos minerais, óleos vegetais.
Antibioticoteparia: Neomicina.
Impactação do Intestino Grosso
Retenção parcial ou total da digesta no ceco, na flexura pélvica docólon e/ou no início do cólon menor. Associada com a qualidade do alimento volumoso.
Fatores Predisponentes:
Mudanças na qualidade e quantidade de volumoso;
Quantidades reduzidas de volumoso na dieta;
Decréscimo no consumo de água;
Redução do tônus muscular – idade/debilidade;
Aneurisma e trombose mesentérica;
Intoxicação por amitraz (alfa-2-antagonista);
Sintomatologia
Cólicas intermitentes, tenesmo, postura de micção, palpação retal – dilatação e impactação, duração de até 2 semanas, pouca eliminação de fezes, endotoxemia (fase final). Bruxismo, estado pré-comatoso – animal encostado na cerca, sem reação.
Tratamento
Analgésicos: Flunixina-meglumina , Butazolidina. Não pode usar analgesia muito forte porque a sintomatologia perdura por vários dias e então sedar o animal por muito tempo acabaria mudando sua fisiologia, piorando ainda mais o quadro. Não deve-se tirar toda a dor do animal e sim parcialmente, para evitar comportamentos que possam levar à lesões tanto dele quanto de quem está próximo.
Fluidoterapia oral e/ou parenteral.
Cirúrgico: Enterotomia (opção após 24 horas de medicação).
Enemas: até 5 litros
Emolientes: vaselina/glicerina/óleos minerais e vegetais.
Gluconato de cálcio.
Sablose
Obstrução da luz do intestino grosso por acúmulo de areia.
Etiologia
Grande quantidade de areia no cólon causa redução do trânsito da digesta ou obstrução intestinal.
Sintomatologia
Dor abdominal – intensidade variada
Cólicas intermitentes
Palpação retal – Não consegue perceber a impactação porque a areia fica misturada com o líquido da digesta.
Presença de areia nas fezes – Teste luva.
Tratamento
Analgésicos: Dipirona, flunixina-meglumina
Colóides Hidrofílicos: Ágar-ágar (agarol), Psyllium (Metamucil).
Cirúrgico: Pode-se fazer, mas não é o mais indicado.
Fluidoterapia oral
Emolientes: Vaselina, glicerina, óleos minerais e vegetais.
Purgantes salinos: Sulfato de magnésio 30 a 100g
Demora em torno de 30 dias para eliminação total da areia. A sintomatologia clínica, por sua vez, com o tratamento, dura cerca de 5 dias.
Obstrução Intestinal Verminótica
Obliteração e impactação do intestino delgado de potros e equinos jovens por parasitos após a administração de vermífugos.
Etiologia
Perdi
Sintomatologia
Refluxo nasogástrico;
Icterícia;
Intussussepção;
Dor abdominal aguda;
Endotoxemia;
Peritonite (ruptura intestinal);
Tratamento
Analgésicos: Xilazina, romofidina, flunixina-meglumina. Paliativos até decidir se vai fazer a cirurgia ou não, o que deve ser decidido entre 6 – 12 horas.
Cirúrgico – Enterotomia (após 12 horas de medicação).
Profilaxia – Anti helmínticos menos potentes (mebendazole/fedendazole) em potros com alta infestação pos Ascaris. 
Emolientes: vaselina, glicerina, óleos minerais, óleos vegetais.

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