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16.03.21 Doenças Infecciosas Mastite

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Doenças Infecciosas – Mastite
Paulo Henrique da Silva Barbosa
Medicina Veterinária – UFRRJ
Processo inflamatório da glândula mamária, que pode ser de origem infecciosa ou não (traumática, por exemplo), se apresentar de forma aguda ou crônica, e pode ter sintomatologia clínica ou não (subclínico). 
Acomete praticamente todos os mamíferos, porém nem todos com importância veterinária como os bovinos devido ao consumo do leite que o ser humano realiza é, em sua maioria, proveniente desta espécie animal.
Sinonímia: Mamite.
CMT: Teste realizado a campo para diagnóstico de mastite sub clínica.
Teste da caneca de fundo preto: Teste realizado para diagnóstico de mastite clínica.
Na mastite sub clínica o leite não apresenta alteração visível a olho nú. Tem alteração no paladar, odor, etc, mas não alterações visíveis a ponto de condenar aquele leite.
Mastite é a doença de maior prevalência em bovinocultura leiteira. Não há outra doença que traga mais prejuízo ao produtor. Se encontra distribuída praticamente em todos os Países. Existe variação nesta prevalência.
Países de clima tropical têm tendência a apresentar maior prevalência de mastite. A maior parte dos agentes etiológicos dessa doença são bacterianos e, portanto, calor e umidade são favoráveis ao seu crescimento. Países sub desenvolvidos onde há precariedade higiênico sanitária são mais propensos à prevalência da doença. 
Educação sanitária ao homem do campo.
Apesar disso, não descarta-se países de clima temperado na prevalência de mastite devido ao manejo intensivo do rebanho e, principalmente, a exigência de produção dos animais (intensificação de produção). Poucos animais produzindo muitos litros de leite. Esses animais melhorados geneticamente unidirecional para produção são, por sua vez, muito sensíveis às doenças, inclusive à mastite. Sua resistência orgânica é muito baixa.
Agentes Etiológicos: Principalmente bactérias. Fungos, Prototeca (alga unicelular presente em ambientes aquáticos ). Traumático (físico – arame farpado). Vírus (raro). Protozoário.
Problema de Mastite por Prototeca: O tratamento, muitas das vezes, quando observa-se um quadro clínico de mastite, inicia-se com antibioticoterapia. O tratamento é considerado caro. Em vista disso, a prototeca não é sensível a antibiótico, sendo então o “dinheiro jogado fora”. Além disso, haverá resíduo no leite. Demora um tempo até fazer o tratamento ideal para mastite por prototeca que seria nistatin intramamário.
Entre as bactérias: Streptococcus, Staphylococcus, Escherichia coli e Corinebacterium. Dentre esses casos de origem bacteriana, 80% está relacionada a esses 4 agentes.
Gado de corte: O bezerro faz o esgotamento do leite e, por isso, a prevalência de mastite é menor. Os zebuínos são mais resistentes que os taurinos, que são voltados para a produção de leite.
Patogênese da Mastite
O agente entra, por via ascendente, pelo óstio do teto e se replica na glândula mamária. Na maioria das vezes, a mastite é um quadro localizado, porém, em alguns casos, pode ter sepse, o que não é comum. A vaca tem um úbere, uma glândula mamária subdividida em quatro compartimentos: quatro quartos mamários. 
Pode ocorrer mastite em um único quarto mamário, permanecendo os outros três quartos com produção normal. 
Caso um animal tenha mastite somente em um quarto mamário, sendo os outros três saudáveis. O que fazer? Tratar ou não? Depende do nível de mastite e sua forma de apresentação. Se for um quadro de mastite clínica, trata-se porque além da possibilidade de perder um quarto mamário, pode-se ter sepse e o animal vir a óbito. Se for sub clínico, depende da gravidade/nível. Mastite sub clínica é classificada em 1 cruz, 2 cruzes, 3 cruzes, sendo simples, intermediário e beirando mastite clínica, respectivamente. O produtor deve então avaliar. Se for uma mastite sub clínica de 1 ou 2 cruzes, não trata. 
Existem doenças que têm outra patogenia e, por outras vias, causam mastite, como a tuberculose. Descendente.
Sinais Clínicos da Mastite Clínica
Sinais clássicos da inflamação na glândula mamária. Dor, rubor, calor, tumor e perda de função. Sente dor ao andar, ao ser ordenhada, pode apresentar claudicação. Escoiceia o próprio úbere. 
No leite encontra-se grumos de pus, sangue, coágulos de fibrina. Alguns animais podem apresentar tampão de pus no teto. O conteúdo purulento é fétido.
Quadro Sub Clínico
Mesmo nesse quadro a bactéria começa a destruir tecidos alveolares mamários, substituídos por tecido fibroso. A vaca reduz em até 20% de sua produção. O leite é normal.
Na legislação do Brasil é permitido ter até 400 mil células somáticas na contagem do leite, o que é superior ao número de células somáticas de uma vaca com mastite subclínica 1 cruz, por exemplo.
Encontra-se também, além do aumento de células somáticas, aumento na contagem de bactérias totais (CBT ) e aumento na quantidade de unidades formadoras de colônia (UFC).
A composição do leite também estará alterada, proteínas, gorduras, lipídeos estarão diminuídos. Reduz a qualidade do leite.
O leite vai ter alteração também com aumento do percentual de cloretos – Argentometria detecta percentual de cloreto no leite. Tem correlação direta com mastite subclínica.
O pH do leite de animal com mastite fica ácido, chegando a 5,5 – 5,3.
O leite sadio tem pH que beira a neutralidade, perto de 7.
 
O leite com pH ácido, antes de chegar na temperatura de fervura, coalha/coagula, o que não é interessante para a indústria de laticínios. 
Tanques de refrigeração nas propriedades rurais para evitar a acidificação do leite.
Antigamente, alcalizava-se o leite com bicarbonato de sódio para evitar sua acidificação.
Métodos Diagnósticos
Mastite Clínica
Exame Clínico do Animal – Inspeção, palpação, etc.
Teste da Caneca de Fundo Preto ou Teste da Caneca Telada. – Coleta-se dois primeiros jatos de todos os quartos mamários. O fundo é preto para facilitar a visualização de fibrina e pus. 
Mastite Sub Clínica
Exames de Campo:
CMT – Haste plástica (raquete) com quatro poços, um para cada quarto mamário. Coleta-se 2ml de leite de cada quarto mamário. NÃO pode ser os dois primeiros jatos de leite, que devem ser descartados. Coloca-se o reagente roxo “púrpura de bromo cresol” que reage com as células somáticas e com substâncias produzidas pelas células somáticas e, uma vez que esse reagente reage com essas células e suas substâncias, aglutinam-se. Completamente visual e subjetivo. Se continuar tudo líquido – Negativo. Se misturar e gelatinizar de forma bem branda: mastite sub clínica 1 cruz – quando para de movimentar, gelatiniza e quando volta a movimentar, se desfaz. Mastite sub clínica 2 cruzes – gelatinização mais forte, em movimento, está aglutinando e quando para de movimentar, continua aglutinando. Sub clínca 3 cruzes – gelatinização forte, fica aderido.
Exames Laboratoriais:
Contagem de Células Somáticas – Golden Test: Feito com um equipamento parecido com citometria de fluxo, parecido com o equipamento. 
Contagem Bacteriana Total, Unidade Formadora de Colônia – Diagnósticos Bacteriológicos.
Argentometria – Detecção do Percentual de Cloreto
Determinação pH do Leite
Vaca que esconde o leite: Pode-se aplicar ocitocina na veia mamária.
Cortisol bloqueia a ejeção de leite, sendo antagônico à ocitocina, reduzindo sua produção . Susto, medo, dor. 
Prevenção
Evitar que a vaca deite no chão logo após a ordenha, oferecendo ração no cocho, por exemplo. Fraciona-se a ração: Um pouco antes para ela ficar tranquila e um pouco depois para que ela não deite. 30 minutos são suficientes para que feche o esfíncter. 
Uma vaca com mastite clínica não deve entrar na sala de ordenha pois é fonte de contaminação.
Estabelecimento da Linha de Ordenha - Vaca sem mastite subclínica deve ser ordenhada primeiro. Sabe-se quem tem mastite subclínica pelo CMT que deve ser feito a cada 15 dias, preferencialmente.Depois delas, vacas com mastite subclínica 1 cruz, depois 2 cruzes, depois 3 cruzes. 
Maior rigor na limpeza da sala de ordenha. A limpeza tem que ser ampla (ou seja, do animal, das instalações, do ordenhador e dos equipamentos) e rotineira, tendo que ser feita todos os dias.
Ao lavar o úbere e o teto da vaca, se não secar, a água vai para o óstio do teto. Pode-se lavar o teto com sabonete neutro e secar bem de forma individualizada. 
Uso do pré-dipping: Antes de iniciar a ordenha. Solução desinfetante que é posta numa caneca, onde é imerso o teto. A base de amônia quaternária, hipocloreto, e outros. Reduz a transmissão de um animal para o outro no momento da ordenha. 
Pós-dipping: Após a ordenha. Nessa solução desinfetante tem-se o desinfetante e glicerina líquida que auxilia formando um tampão no esfíncter do teto para proteger contra o risco de infecção ascendente.

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