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16.03.21 Doenças Parasitárias Controle das Helmintoses de Ruminantes

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Doenças Parasitárias
Importância do Controle das Helmintoses dos Ruminantes
Paulo Henrique da Silva Barbosa
Medicina Veterinária – UFRRJ
As helmintoses diminuem a qualidade de vida e a produção. A classe nematoda ocupa mais de 80% dos parasitos responsáveis por causar doenças em bovinos. São helmintos tubulares, com dimorfismo sexual.
Considerando a pecuária de leite, existem dois momentos de fragilidade: Bovinos jovens e bovinos no peri parto, durante o período de gestação/produção de leite. O médico veterinário deve estar atento a esses períodos.
Na pecuária de corte, a importância das helmintoses diminui drasticamente.
Abomaso
Haemonchus (Hematófago)
Se sua prevalência é alta, leva a óbito. Se sua prevalência é baixa, mas constante, pode levar a queda de produção. Mais importante helminto que parasita bovinos, ovinos e caprinos. Lembrando que são espécies distintas em ovinos e caprinos.
Ostertagia
Não temos Ostertagia nas regiões de clima tropical, inclusive no Brasil. A grande maioria dos livros são escritos na Europa, EUA e, por isso, têm bastante enfoque neste parasito. Não ocorre nos trópicos. Argentina, Uruguai, Rio Grande do Sul são regiões que têm Ostertagia. 
Onde tem Ostertagia, deve-se ter um método de prevenção/tratamento eficiente. 
Faz o ciclo no ácino das glândulas, o que a torna muito patogênica. Altera o pH e o animal tem diarreia. O abomaso precisa ter pH 2 – 3. Se esse pH é alterado, prejudica o metabolismo do animal.
Trichostrongylus axei
Também é de cavalos, suínos e, em alguns lugares do mundo, como na Índia, de humanos. 
Intestino Delgado 
Trichostrongylus colubriformis (Ovinos e Caprinos)
Cooperia
Mais comum, porém pouco patogênica nos bovinos.
Neoascaris
Strongyloides
Bunostomum (Hematófago)
É um ancylostomideo. Penetra ativamente na pele, tem um ciclo complexo como o Ancylostoma no cão. O bunostomum é um parasito de clima temperado ou frio. Muito comum em bezerros cujo proprietário usa o manejo de “cama” para os recém nascidos, propiciando o desenvolvimento das larvas. Período pré patente de 50 – 60 dias.
Intestino Grosso 
Aesophagostomum
Trichuris
A maioria dos parasitos de bovinos estão restritos ao tubo digestivo, são pequenos, geralmente menores que 1 centímetro e os bovinos geralmente convivem bem com os parasitos. O exame de fezes destes animais deve ser interpretado com certo cuidado. 
Diferente de outros animais, caso dê positivo para presença de algum parasito no exame de fezes do bovino, não se deve tratar sem levar em conta qual o parasito está presente e, principalmente, sua quantidade.
A indústria nos convence a usar antiparasitários, sendo estes pertencentes ao grupo de medicamentos veterinários mais vendidos no Brasil.
Existem momentos que se não usar o antiparasitário, pode haver óbito. Não se deve generalizar. Deve-se estudar caso por caso.
Os animais dos trópicos são robustos, normalmente, o que faz com que não apresentem, geralmente, “OPG” exorbitantes. 
Período Pré Patente: A maneira que os bovinos adquirem os helmintos, é, na maioria da vezes, através da forma infectante (L3) no pasto/água. Essa larva então vai para o rúmen e, em seguida, para o Intestino Delgado, onde evolui para helminto adulto que, na luz do tubo digestivo, acasala e faz postura. Quando tiver a capacidade de identificar os primeiros ovos, fecha-se então o período pré patente. Esse período é aquele período em que o animal adquire (se infecta) e começa a eliminar os primeiros ovos. 
Strongyloides papilosus (Ruminantes): Tem período pré patente de 1 semana. Passa pela barreira placentária. Pode-se observar recém nascidos com uma diarreia muito intensa. 
Ciclo de Vida Trichostrongylideos
Animal elimina ovos de casca fina que evolui para L1 que está restrita ao bolo fecal. O oxigênio faz com que haja uma carapaça, criando um ambiente muito favorável, pelo crescimento de bactérias, fungos, que servirão de alimentos para as larvas. Em poucas horas essa larva evolui para L2 e, depois, para L3. A L3 tem capacidade de resistir a adversidades climáticas. Ela retém a bainha da L2 e, portanto, não se alimenta mais. A L3 sobrevive na natureza por semanas e até meses e anos nas regiões de clima frio, sendo essa sua fase de resistência, tanto ao calor quanto ao frio. A L3 é a fase infectante. (Todos helmintos Ascaridea, a fase infectante é o ovo larvado). A L3 fica, geralmente, numa gotícula de orvalho. 
Trichostrongylus – Menor deles
Haemonchus – Chega perto de 1cm
Opções de Controle das Helmintoses em Ruminantes
Controle curativo ou emergencial – Sem diagnóstico.
Controle baseado no o.p.g. e cultura de larvas – Coprocultura permite a identificação das larvas.
Tratamento supressivo – Muito usado na caprinocultura. Utilização de anti-helmínticos a cada 15 dias. Não recomendável pois promove resistência, além de matar microrganismos favoráveis ao organismo do animal. Quebra o ciclo de vida dos helmintos, faz supressão da população de helmintos. Seleciona os resistentes.
 
Tratamento estratégico.
Tratamento tático.
Haemonchus pode causar morte súbita através de um quadro de edema generalizado no animal que tenha uma carga parasitária muito alta na primo infecção. 
Evolução da Haemoncose Clássica nos Bezerros
As altas infecções são raras, mas ocorrem. Tem uma curta duração, de 0 a 7 dias porque o animal vai a óbito. É causada pela infecção maciça de larvas (muitas larvas). A morbidade é baixa mas a mortalidade é alta. Gastrite severa e rápida anemia, com sintomas como edema de barbela e morte súbita. Na necropsia, a lesão mais comum é edema de abomaso. (OPG 0 – 400.000).
Infecções leves e moderadas são comuns, com duração de 1 semana a 2 meses ou mais. Infecções por adultos e reinfecção continuada. A morbidade é média/alta e a mortalidade é baixa. A patogenia é crônica perda de sangue e disfunção gástrica, sendo os sintomas progressiva perda de peso, fraqueza e anorexia. Na necropsia observa-se carcaça pálida e emaciação. (OPG 200 – 2.000).
Patogenia das Helmintoses Gastrintestinais 
Presença de diferentes espécies de helmintos;
Erosão epitelial;
Hiperplasia – afluxo de leucócitos;
Enterite;
Edema;
Aumento de Peristaltismo;
Digestão e absorção deficientes;
Desidratação - Muito importante! Deve-se tratar antes mesmo de iniciar o anti-helmíntico;
Morbidade/Mortalidade;
Controle de Helmintos
Condições Ambientais – Importante avaliar se aquele ambiente, aquele clima, fornece condições favoráveis a ocorrência de helmintoses crônicas. Umidade, temperatura e precipitação são os principais fatores. O Haemonchus é o helminto mais patogênico e também prevalente em regiões tropicais. Por outro lado, a ostertagia é muito patogênica e prevalente em regiões frias.
Hospedeiro – Imunologicamente pode ser mais suscetível ou mais resistente. Exemplo: Helmintose clínica em nelore é muito mais raro pois animais dessa raça são mais resistentes e o modo de criação (extensiva) não favorece o contato destes animais com os parasitos.
Helminto – Uma alta prevalência de helmintos, desde que seja, por exemplo, Cooperia ou Trichostrongylus, não causa muita preocupação. Uma prevalença mais reduzida, porém de haemonchus, por exemplo, leva sim a preocupação. 
O OPG por si só não caracteriza uma ifecção grave, caracteriza uma infecção potencialmente prejudicial. Deve-se fazer então a identificação das larvas/ovos. 
Sistema Argentino de Criação – Bezerros amarrados com acesso a água, comida e sombra. Minimiza o contato dos animais com os helmintos. Na segunda fase de criação, quando passa a frequentar pastagem, entra em contato com outros animais e pode vir a apresentar infecção. 
Strongyloides papilhosos pode ser transmitido pelo leite, ou através da placenta, podendo o bezerro apresentar sintomas com poucos dias de vida.
Bovinos de corte são pouco suscetíveis a ocorrência de verminoses pois são maisresistentes e o sistema de criação de pastejo extensivo ocorre uma dificuldade do animal entrar em contato com o helminto. Tem contato com o helminto porém não com uma grande quantidade do helminto.
Mais comum em gado de leite por causa da raça, mais suscetível, e pelo manejo.
Muitas propriedades utilizam ivermectina logo após adquirir os animais para o sistema de confinamento, tratamento estratégico, onde não há detecção se há ou não verminose. A ivermectina tem período de carência de cerca de 40 dias. Existem períodos de confinamento de cerca de 60 dias, então utiliza-se logo no início para que não haja traços/resíduo do fármaco na hora do abate. 
Búfalos: Paracooperia, toxocara. Helmintos de grande importância para búfalos.
Diagnóstico:
Histórico;
Sintomas;
Identificação – Técnica Mc Master: Permite fazer análise prévia e pode até permitir fechamento de diagnóstico. Pode-se fazer também coprocultura e identificação de larvas L3.
OPG moderado com predominância de haemonchus – Grave.
OPG moderado com predominância de cooperia – Pode não ser grave.
Profilaxia:
Evitar contato entre grandes cargas parasitárias e hospedeiro. Número de larvas na pastagem. Classe mais suscetível em contato com as larvas.
A maioria das formas de controle está relacionada com o animal em si (imunologicamente) e com a pastagem, ou seja, o helminto. 
Quero atuar contra os helmintos adultos dentro do trato digestório dos animais ou contra as larvas na pastagem?
Controle Químico Estratégico
Outubro – Março: Estação Seca.
Abril – Setembro: Estação Chuvosa.
Na estação chuvosa tem-se condições favoráveis a proliferação de helmintos no ambiente. Princípio: Concentrar vermifugações nas estações secas do ano. Isso faz com que os ovos eliminados nas fezes dos animais tenham menores condições de sobreviver no ambiente.
Uma vermifugação por ano para animais adultos (reprodutores) e 4 a 5 vermifugações/ano para o restante dos animais: 3 durante a seca (abril a setembro) e 2 durante a chuvosa. O mais indicado é: 3 durante a seca e 1 durante a chuvosa. Pode ser na entrada da estação seca (abril), depois junho e depois na saída (setembro) e depois na estação chuvosa, geralmente quando as primeiras chuvas se iniciam. A ideia é eliminar o máximo possível na seca para que se tenha uma baixa população habitando o trato digestório dos animais durante a chuva, onde terão condições favoráveis para desenvolver-se no ambiente.
Tratamento Tático
Se alguma coisa acontece durante o ano que foge à normalidade, pode-se vermifugar os animais naquele período. Soma-se à aplicação estratégica. Oscila de acordo com acontecimentos. Se adquiro lote de animais, faço aplicação tática para inseri-los ao rebanho.

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