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16.03.16 Patologia Clínica e Cirúrgica Feridas

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Patologia Clínica e Cirúrgica – Feridas: Traumatismos Abertos, Soluções de Continuidade da Pele, Planos em Maior ou Menor Grau
Paulo Henrique da Silva Barbosa
Medicina Veterinária – UFRRJ
Uma ferida, inicialmente, no impacto do trauma, está contaminada com microrganismos e sujidades do meio exterior. Passadas cerca de seis horas, a ferida que estava contaminada passa então a estar infectada pois inicia-se a multiplicação dos microrganismos. 
Pode ocorrer ruptura de vasos sanguíneos, tecidos nervosos – causando dor -, vasos linfáticos, ocorrendo a exsudação de linfa, podendo levar ao acúmulo de linfático, podendo desenvolver, caso esteja fechado, para um acúmulo de ceroma. 
Qual a relevância clínica ao examinar-se uma ferida?
Observar (Inspeção) a disposição das bordas da ferida, se a ferida apresenta sujidades, supuração, entre outros.
Existem características didáticas de feridas para supor que tipo de trauma aquele animal foi submetido para propor opções clínicas e/ou cirúrgicas para aquele paciente. 
FERIDAS CONTUSAS
Diferenciar o que é uma ferida contusa do que é uma contusão. Na ferida tem-se solução de continuidade como hemorragia e outros fatores, sendo que na contusão não há abertura da pele, ocorre por exemplo uma coleção de sangue no espaço.
Oto hematoma – Comum em cães com otite. Deve-se tratar a causa (otite) e uma remoção da coleção de sangue/ceroma. 
A ferida contusa: Solução de continuidade atinge o plano do subcutâneo. Impacto de uma superfície dura ou estiramento exagerado dos tecidos. Pode ser feita por compressão ou estiramento. 
Características: 1. Bordas irregulares com anfractuosidade. Terei então que fazer uma técnica chamada de anaplastia, colocar essas bordas lisas para poder fazer o fechamento. Anaplastia é transformar uma ferida traumática em uma ferida cirúrgica. 2. Hemorragia branda. 3. No fundo há presença de fragmentos de tecido desvitalizado. 4. Favorece processos infecciosos.
FERIDAS POR ESMAGAMENTO
Lesões em todos os planos anatômicos de determinada região do corpo – comprometido e distorcidos pelo agente contundente.
Muito dolorosa. Exemplo: Animal atropelado. Deve-se fazer analgesia do paciente.
Características: 1. Grande destruição tecidual. 2. Perdas sanguíneas copiosas. 3. Extremamente dolorosas. 4. Associadas geralmente com fraturas.
Qualquer trauma pode ser observado como a ponta de um iceberg, podendo aquele paciente apresentar uma contusão de bexiga, pulmão, hemorragia, entre outros. 
FERIDAS PERFURANTES
Instrumentos pontiagudos – pressionam e afastam os tecidos. Pequeno ou grande diâmetro da ferida – dependendo do diâmetro da haste do objeto. Vai ser profunda, com diâmetro pequeno, normalmente. Agulhas, pregos, trocarter, dentes.
Se a mordedura for na região do tórax pode facilitar o desenvolvimento de pneumotórax.
Essas feridas perfurantes têm importância por possível infecção por anaeróbio e também inoculação de Clostridium tetanum. Na hora aplica-se água oxigenada para tirar as crostas.
Características: 1. Bordas regulares e lisas. 2. Lesão circular. 3. Predominio da profundidade sobre a extensão. 4. Perigo infecção por bactérias anaeróbicas – meio de anaerobiose – tétano. 5. Podem não ser observadas. Favorece formação de abscessos. 
FERIDAS INCISAS E CORTANTES
Instrumentos de superfície cortante. Face, tesoura, lâmina de bisturi.
Qual a diferença da ferida traumática incisa para a ferida incisa cirúrgica? Ausência de antissepsia, material não estéril.
Características: 1. Bordas lineares. 2. Altamente hemorrágicas – corta os vasos transversalmente. 3. Normalmente são mais extensas do que profundas.
Arame, cacos de vidro em cima do muro.
Mecanismos que Ocorrem no Tecido na Hora que Ocorre a Ruptura
Ao romper a célula, extravasam íons que fazem com que haja dilatação dos vasos sanguíneos e liberação de outros fatores como histamina e outras para que haja maior dilatação dos vasos sanguíneos, auxiliando a chegada de leucócitos no local da ferida. Primeiramente chegam neutrófilos que atuam sobre as bactérias. Posteriormente chegam os macrófagos para fazer a digestão. Nesse meio da ferida há um pH ácido. Na ruptura das células há liberação de ácido aracdônico e consequente formação de prostaglandinas. Um tecido muito inflamado é rico em prostaglandinas, leucotrienos. Deve-se então prescrever um anti inflamatório não esteroidal para que não haja muita dor para o paciente.
As prostaglandinas aumentam limiar das fibras C sensitivas que levam a informação de dor para a medula espinhal que levam para o SNC. Quanto mais prostaglandina, quanto mais inflamação, mais sensível estará a fibra nervosa e maior produção de substância P, que é a substância da dor (SP). Essas fibras começam a liberar SP e começa a ter um potencial saltatório, aumentando a sensibilidade não só no local do trauma como em regiões adjacentes. É importante prescrever fármacos anti cox. É favorável utilizar medicamentos seletivos para cox 2 e não cox 1 que tem importância em mecanismos fisiológicos e não na inflamação, como a cox 2, como por exemplo, na formação do muco para proteção do epitélio gástrico ao suco gástrico. 
A cox 1 também faz dilatação da artéria renal quando está sob efeito de hipotensão. Não pode fazer anti inflamatório não enteroidal em animal desidratado pois precisa que esse animal tenha a prostaglandina cox 1 atuando para garantir a proteção dos néfrons. 
FERIDAS POR ARMA DE FOGO
Projéteis – Arma de Fogo: A ferida pode ter as bordas invertidas ao perfurar ou evertidas se a bala sair do outro lado. 
Características: 1. Orifício de entrada e trajeto. 2. Orificio de entrada – bordas invertidas e circulares. 3. Orifício de saída – presente ou não – bordas evertidas e irregulares. 4. Projeteis – capsular. 5. Trajetos únicos/múltiplos. 6. Grande destruição tecidual. 
TRAUMATISMOS TÉRMICOS
Queimaduras – Feridas (pele e mucosas) -> Agentes térmicos.
Seres humanos x animais: Seres humanos têm os capilares bem próximos à epiderme,e então quando o paciente sofre qualquer tipo de queimadura de segundo grau, observa-se a formação de bolhas.
O animal têm pêlos que funcionam como isolantes térmicos e os vasos não são tão densos tão próximos à epiderme, são mais espessados. As lesões por queimadura nos animais podem levar mais tempo para serem observadas, 6 – 7 dias.
Etiologia
Agentes físicos (Térmicos: altas/Baixas temperaturas.
Bovinos – Época de seca/ forragem alta e seca.
Equinos – Incêndios em estábulos.
Pequenos Animais – Calor úmido (água fervendo/óleo) – situações criminosas. 
Queimaduras iatrogênicas – Bolsas e colchões térmicos/lâmpadas – cuidado animais em choque, máquina de tosa. O animal não pode ficar em contato direto com o colchão térmico, e mesmo com uma tolha o animal deve ficar em observação pelo anestesista.
Países de clima frio – congelamento.
- Calor Seco: Corpos metálicos incandescentes como ferro
Característica: Dor proporcional ao tempo de exposição. Lesão circunscrita (delimitada) e produnda
- Calor úmido: [VER SLIDES]
Feridas: Conduta Clínica e Cirúrgica
Tem a opção de fazer o tratamento inicial para descontaminar. Usar muito soro, lavar aquela ferida, etc. Depois, se der condições para que a ferida fique limpa, pode-se fazer a intervenção cirúrgica para fechá-la. 
O animal que chega com uma ferida traumática está com dor, deve ser usado um analgésico. Pode-se usar cetamina, dissociativa, proprofol. Deve-se fazer uma ampla tricotomia para que os pelos não caiam naquela região. 
Deve-se fazer a limpeza, com soro ou povidini diluído para que tenha-se uma ação antimicrobiana naquela ferida contaminada ou infectada.
Na pele ao redor usa-se povidine degermante. Na ferida em si utiliza-se soro. 
Uitiliza-se material estéril para fazer a limpeza. 
Lavar ao redor com antissépticos para reduzir a carga bacteriana. Pode-se usar degermante, soro e depoiso tópico na pele íntegra com algodão embebido. 
Para a ferida deve-se diluir o tópico. Tem os tópicos a 10% e a 1%, para as feridas deve-se usar na concentração a 0,1% para não queimar a ferida, deve diluir no soro. Diluição de 1:10. 1 ml do tópico + 9 de soro.
Feridas perfurantes iniciais: Pode-se usar peróxido de hidrogênio (água oxigenada). Utilizada nos primeiros dias para tirar sujidades. Não aconselhável utilizar por todo o tratamento pois também pode causar queimaduras nas feridas assim como o pividine não diluído.
Debridamento Cirúrgico – Remoção dos tecidos desvitalizados, de bactérias e/ou contaminantes ou corpos estranhos. 
Procedimento cirúrgico mais efetivo. Curativo seco ou úmido com gaze faz o debridamento mecânico. 
Tecidos cicatriciais, fáscias, pele com coloração acinzentada (desvitalizada). 
Debridamento Enzimático: Pomadas. Substâncias – Selecionam tecidos desvitalizados. (Fibrinase, Iruxol – colagenase + cloranfenicol)
Antimicrobianos Tópicos
Sulfaderm, Furanil.
Antibióticos por via sistêmica: Penicilinas sintéticas, quinolonas.
Curativos
Proteger a ferida, absorver material de drenagem, compressão, estabilização.
Merthiolate, sulfaderm.
Classificação
Feridas Limpas
Feridas Limpas/Contaminadas
Feridas Contaminadas
Feridas Sujas ou Infectadas
Orientação Para Cicatrização
Primeira intenção: Sutura. Tratadas logo após a injúria.
Segunda intenção: Feridas infectadas. Pode-se limpar a ferida, usar antibiótico. Processo de cicatrização normal, fisiológico, de dentro pra fora.
Terceira Intenção: Suturar após sete dias.

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