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16.03.29 Sanidade Avícola Anemia Infecciosa das Galinhas e Pneumovirose

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Sanidade Avícola – Anemia Infecciosa das Galinhas
Paulo Henrique da Silva Barbosa
Medicina Veterinária - UFRRJ
As galinhas são os únicos hospedeiros naturais do vírus. Tem distribuição mundial. Causa depressão linfoide na maioria dos órgãos, incluindo Timo, Medula Óssea, Baço e Bursa de Fabrício. Esse vírus infecta, se replica principalmente em células T, células imaturas.
É uma doença de aves jovens marcada por:
Anemia;
Aplasia de medula óssea;
Mortalidade variável;
Atrofia generalizada dos órgãos linfoides;
Retardo n o crescimento;
Imunossupressão;
A partir de 3 semanas (21 dias) o agente não provoca mais doença clínica – Sintomatologia.
Apesar de não infectar macrófagos, como esse vírus reduz população de células produtoras de interleucinas e outros mediadores, a atividade desse tipo celular é indiretamente afetada.
É um agente que faz transmissão vertical e horizontal e passou a ser disperso despercebidamente através do comércio de ovos SPF que eram usados para produção de insumos imunobiológicos como vacinas.
Agente que pode causar falhas vacinais, principalmente se a vacina for de um vírus vivo atenuado. Esse fato se dá pela imunossupressão causada pelo agente. Algumas aves do lote apresentam títulos de anticorpos ideais e outras apresentam títulos deficientes. 
Vacinar matrizes de 5 – 16 semanas porque a partir de 16 semanas o timo já está diminuindo seu tamanho, o que prejudicaria a resposta imunológica e também aumenta o risco de transmissão vertical.
O vírus infecta hemocitoblastos que são células precursoras de algumas células sanguíneas (pesquisar). Em razão disso, observam-se sinais como anemia e hemorragias musculares.
ETIOLOGIA
É um vírus pequeno (25nm), morfologia icosaedrica, sem envelope, família Circoviridae, gênero Gyrovirus, Genoma DNA circular fita simples.
Inicialmente, quando o vírus entra na célula, tem que sintetizar a “fita que falta” do seu DNA. Gera-se então um DNA circular fita dupla que é o DNA replicativo intermediário. Esse DNA vai dar um único RNAm grande que tem quase o tamanho do vírus. Esse único RNAm vai traduzir para as três proteínas que o vírus tem: VP1, VP2 e VP3. Esse RNA é conhecido como policistrômico que sintetiza três proteínas diferentes. Nesse RNA tem três locais distintos que iniciam a tradução para determinada proteína. Dependendo do local onde se inicia a tradução tem-se proteínas diferentes em um único molde. 
VP1 – Proteína estrutural, proteína do capsídio viral. Usa-se para classificar e tipificar o vírus. Está exposta à resposta imunológica do hospedeiro.
VP2 e VP3 – Não estruturais. Só estão presentes quando o vírus está dentro da célula.
VP2 – Responsável pela patogenicidade do agente. Vai dizer o quão patogênico e a afinidade por tipos celulares tem o agente. 
VP3 – Chamada também de apoptina. Destrói as células do timo por apoptose. Só provoca apoptose quando está dentro do núcleo da célula e, para essa proteína entrar no núcleo da célula, precisa de um estágio de fosforilação que é determinado pela proteína VP2. Então a VP3 para fazer apoptose precisa da ação da proteína VP2.
É um vírus extremamente resistente às condições ambientais. É necessário então um período de vazio sanitário para que haja o controle da transmissão horizontal do vírus.
Resistente ao calor, éter, amônia quaternária, etc.
A infecção do vírus é considerada altamente específica a células do timo e medula óssea, contudo, o isolamento do vírus é possível a partir de diversos órgãos das galinhas.
A patogenia resulta em anemia e hemorragias, associada a infecção de eritroblastos, hemocitoblastos e trombocitoblastos.
PATOGENICIDADE
Diretamente vinculada a diversos fatores.
Título viral;
Idade das aves – Doença clínica ocorre em aves de 1 a 3 semanas de idade, após isso tem-se a doença subclínica, onde tem alterações da resposta auto imune que não são suficientes para causar sintomas. 
Imunidade;
Fatores do ambiente, stress e outros agentes imunossupressores;
A via de infecção viral;
Amostra do vírus (TK 5583);
EPIDEMIOLOGIA E TRANSMISSÃO
A galinha é a única espécie conhecida como suscetível;
O vírus não infecta espécie humana;
Transmitido verticalmente pela matriz ao embrião;
Transmitido horizontalmente através do contato com pintos infectados, camas contaminadas, a disseminação do vírus é favorecida pela alta resistência à inativação;
Fezes contaminadas e sêmen são vias de transmissão.
As matrizes não imunes transmitirão o vírus ao embrião, causando a ocorrência da doença na sua progênie, causando surto de anemia infecciosa das galinhas a campo.
Em matrizes imunes a excreção do vírus se mantém por 4 dias. Não foi possível isolar o vírus dos embriões. o título de Ac persiste por 6 meses.
Período de Incubação – Pode variar de 10 a 21 dias, dependendo a carga viral infectante, condições de manejo, doenças concomitantes e da amostra viral circulante.
Galinhas infectadas com mais de três semanas raramente desenvolvem a doença clínica.
Patogenia Associada a Células Alvo da Infecção pelo Vírus
Esse vírus cresce com muita dificuldade em linhagens celulares de laboratório. In vivo é capaz apenas de se replicar em células T e precursoras da medula óssea. Nesses tipos celulares, causam apoptose (morte programada da célula) causando desestruturação na estrutura do órgão.
Não infecta macrófagos e células B.
Ação
Redução de Eritrócitos
Redução de Trombócitos 
Redução de Granulócitos 
Consequência
Aplasia de Medula Óssea
Anemia
Hemorragia
Imunossupressão
Marek tardia pode ser diagnosticada em lotes que apresentam anemia infecciosa.
O comprometimento da função do sistema imune aumenta a predisposição a infecções oportunistas:
Dermatite gangrenosa
Edema Maligno
Colibacilose
Aspergilose Pulmonar
Quando suspeitar de Doença Imunossupressora?
Falhas vacinais no lote;
Aumento da condenação de carcaças;
Queda de produção;
Infecções oportunistas;
Lesões Macroscópicas
Hemorragia principalmente no peito e músculo da coxa. Sangue com coloração mais clara devido ao menor número de hemácias. Medula descorada com deposição de tecido adiposo (medula amarelada).
Lesões Microscópicas
Timo: Perde sua arquitetura normal, não consegue-se diferenciar região cortical de medular. Depressão de linfócitos T, células em necrose, núcleos piquimóticos, perda de células reticulares que sustentam a arquitetura da órgão.
Medula: Depressão de células da medula óssea.
Diagnóstico
Em um lote vacinado, pode-se usar um ELISA direto para detecção de antígeno. Caso utilize o ELISA indireto para detecção de anticorpo, o resultado poderia ser mais complicado. Os títulos de um lote infectado e vacinado deveriam ser mais altos do que os de um lote com anticorpos apenas decorrentes de uma vacinação.
Diagnóstico Sorológico
Imunofluorescência Indireta
Imunoperoxidase
Soroneutralização em cultivo celular
ELISA (mais utilizado, por ser mais rápido)
Isolamento Viral – Diagnóstico Definitivo
O diagnóstico da presença de infecção ativa pelo CAV é feito pelo isolamento do vírus em células ou in vivo em pintos SPF de um dia. O CAV é cultivado em células de linhagem linfoblastóide, sendo as células MDCC-MSB-I e MDCC-CUI47 as mais utilizadas.
Esse isolamento é muito demorado, pode-se então fazer PCR, caso seja possível.
Permite a detecção de forma rápida e específica por meio da amplificação do genoma do vírus. Tomar cuidado com resultados falso positivos.
Coleta de Material: Bursa, baço, timo.
Diagnóstico Diferencial
Doença de Marek
Gumboro
Reovírus e Adenovírus
Micotoxinas
Intoxicações por sufonamidas
Stress
Prevenção e Controle
Além das medidas de biosseguridade, controle de pessoal, controle de entrada e saída de veículos, animais, animais monitorados com sorologia negativa e, o principal, vacinação dematrizes.
Imunizar as matrizes antes do início da postura para garantir a uniformidade imunológica no lote e obtenção de níveis adequados de anticorpos.
Vacinação com 5 semanas e monitoramento mensal do título de anticorpos.
As vacinas disponíveis para esse vírus são vacinas de vírus vivos atenuados, deve-se tomar cuidado com reversão de patogenicidade. Em locais onde não há presença desse vírus – Não vacinar. O vírus pode chegar ao ambiente, reverter a patogenicidade e então ser introduzido um surto num local que era livre da doença.
Teste de monitoramento – ELISA e outros.
Pneumovirose
O vírus possui proteína de fusão e proteína de adesão em seu envelope. São proteínas mais imunogênicas, ou seja, que tem capacidade de desenvolver resposta imunológica do hospedeiro.
Vírus RNA fita simples.
Família Paramyxoviridae
Gênero Metapneumovirus
Distribuição mundial. Causa doença aguda e altamente contagiosa do trato respiratório superior de Perus com menor gravidade em galinhas. 
Se o vírus não tiver velocidade muito grande de replicação as aves nem apresentam sintomatologia clínica.
Quando esse vírus vai causar problemas? Quando tem falhas de manejo como:
Falha na circulação de ar, excesso de gás dentro do galpão que causa dano celular nas células do conduto naso lacrimal. Essa taca de reposição passa a não ser suficiente e a ave começa a apresentar sinais clínicos da pneumovirose.
Quando a ave tá infectada com outro agente etiológico como o micoplasma, por exemplo, também observa-se a doença clínica.
Vírus transmitido apenas de forma horizontal, com rápida velocidade de dispersão. Via aéra através de contato direto ou indireto (superfície infectada – água, fezes, etc.). Não existe transmissão vertical. A transmissão é favorecida quando há baixa umidade, má ventilação, calor intenso, poeira, clima seco.
Essas característica favorecem a replicação do vírus no epitélio do trato superior, causa danos no epitélio.
A amônia é extremamente nociva às células epiteliais do trato respiratório. A síndrome da cara inchada é comum quando tem pneumovírus junto com Escherichia coli.
A distribuição de doença entre galinhas criadas em cama é rápida, cerca de 24 horas e, em gaiola, mais lenta.
Morbidade muito variável, podendo chegar de 1 a 90%.
Curso da doença varia de 5 a 10 dias.
Principal agente secundário: Escherichia coli.
PATOGENIA
A replicação do vírus acontece no citoplasma das células epiteliais do trato respiratório, ocorre inclusão do vírus. O vírus está presente 4 – 6 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos. É um vírus extremamente lento, até conseguir lesionar células suficiente para que haja sinais clínicos leva de 4 – 6 dias. A imunogenicidade do vírus é tão boa que até antes de identificar vírus na traqueia e em outros locais consegue-se resultados positivos de sorologia. Então observa-se aves com sorologia positiva e PCR negativo.
O vírus se replica no trato reprodutivo da mesma forma que no respiratório e alcança o oviduto através da circulação, carreado principalmente por macrófagos.
Sintomas:
Tosse;
Espirro;
Corrimento nasal;
Tumefação periocular (Cara inchada);
Aumento repentino da mortalidade;
Diminuição do Apetite;
Pode haver sinais neurológicos não observados na laringo e na bronquite – torcicolo e movimentos repentinos da cabeça;
O que diferencia? Essa doença pode acometer aves de qualquer idade, diferente de bronquite e laringo.
Como diferenciar laringo da bronquite? Corpúsculo de inclusão – quando achado é laringo. Quando não achado, pode ser laringo ou bronquite.
Laringotraqueíte tem corrimento nasal sanguinolento. Na pneumovirose tem apenas corrimento. 
A evolução da doença é muito mais lenta que na laringo e na bronquite.
O edema periocular pode ser tão grande que o animal não consegue abrir o olho. 
Matrizes:
Falhas respiratórias brandas
Rinite Conjuntivite
Falta de coordenação motora
Torcicolo e opistótono
Aves mais Suscetíveis
Ver slides
Diagnóstico
Não há sinal patognomônico. Tentar aliar os dados da clínica, anamnese, evolução da doença com sorologia e isolamento do vírus.
Só consegue fechar o diagnóstico através do isolamento viral ou por cultivo de célula ou por PCR.
SN, RIFI e ELISA são método sorológicos de escolha.
Muito difícil isolar o vírus pois quando há sinais clínicos o vírus não está mais no tecido, onde encontra-se agentes secundários como Escherichia coli.
O isolamento pode ser realizado por tipos de cultivo, sendo o cultivo em anel traquel o mais eficiente. É a célula que o vírus tem mais afinidade. Célula muito difícil de manter em laboratório.
PCR: Pulmão, traqueia, cabeça, swab naso-traqueal.
Prevenção e Controle
Medidas de manejo como melhorar ventilação do galpão, diminuir poeira, não haver excesso populacional. Tudo para diminuir excesso de produção de gás no galpão. Além disso, medidas de biosseguridade para não introdução do agente e a vacinação, principalmente em granjas de poedeiras. Vacinas atenuadas em aves jovens. Vacinas inativadas em matrizes... ver slides.
Cuidado com a Eleição da Cepa Vacinal
Cepas homóloas - Ideal
Efeito booster (reforço) – Cepa viva atenuada na primeira vez gera células de memória e na próxima vacinação, no reforço, haverá uma produção muito maior de anticorpos.
No Brasil não se vacina frangos de corte.

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