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OXIGENOTERAPIA Prof.: Sandra Chícharo 2011 Indicações da Oxigenoterapia Tem como objetivo manter a pressão parcial de oxigênio no sangue arterial em valores normais ou próximos ao normal. É importante lembrar que a indicação da oxigenoterapia deve ter metas, logo devem ser definidos: o sistema de administração do O2, o tempo da aplicação da técnica e a porcentagem do fluxo (o2) ofertado. A indicação da oxigenoterapia deve ser feita, primariamente, quando existir:Hipoxemia-PaO2 menor que 60mmHg e/ou SatO2 menor que 88-90% em ar ambiente (FiO2 21%). Indicações Correção da Hipoxemia e melhorar a oferta de O2 aos tecidos Melhorar a oxigenação tissular, no caso de deficiência do transporte de O2 Reduzir a sobrecarga cardíaca Insuficiência respiratória (aguda ou crônica) Apnéia obstrutiva do sono Pacientes retentores crônicos de CO2 podem apresentar hipercapnia durante a aplicação de O2 porque o estímulo da respiração, no SNC, depende, basicamente, da hipoxemia e como ela é corrigida com a aplicação da oxigenoterapia a tendência será reter mais CO2, podendo gerar desorientação, sudorese, cefaléia, taquicardia. Efeitos fisiológicos do O2 Melhora da troca gasoso pulmonar Vasodilatação arterial pulmonar Diminuição da resistência arterial pulmonar Diminuição da pressão arterial pulmonar Melhora do débito cardíaco Diminuição do trabalho da musculatura cardíaca Vasoconstrição sistêmica Efeitos tóxicos do O2 O tempo e as concentrações de O2 dependendo da forma administrada, podem levar a disfunções pulmonares devido a alterações no SNC, cardiovascular, pela liberação de radicais livres e até mesmo por efeitos citotóxicos. Efeitos deletérios Depressão do sistema respiratório e aumento da PCO2 Atelectasia por absorção Diminuição da capacidade vital, pela redução ao estímulo respiratório Aumento do efeito shunt Alteração da relação V/Q Redução do surfactante Desidratação das mucosas Toxidade do O2 em relação ao tempo de exposição (FiO2 100%) Lesões agudas 12 - 24 horas – traqueobronquite, tosse seca, dor subesternal, diminuição da atividade mucociliar. 24 - 36 horas – parestesias, náuseas, vômitos, alteração da síntese protéica nas células endoteliais. 36 - 48 horas – diminuição da complacência pulmonar, capacidade de difusão e aumento de diferença arterio- alveolar de O2 48 - 60 horas - inativação do surfactante, edema alveolar por aumento da permeabilidade acima de 60 horas: SARA e morte. TERAPÊUTICA RESPIRATÓRIA Dispositivos para Oxigênio: Monitorização respiratória = exame físico avaliando alteração no padrão ou na freqüência respiratória; Hipoxemia confirmada; Monitorização de gases arteriais; PO2 menor que 60 mmHg e Sat O2 menor que 89%; pH e PaCO2 = punções arteriais. Oximetria Oxigenioterapia concentração ↑ 21 % = terapêutico Corrige: - hipoxemia - diminui o trabalho respiratório - reduz o trabalho do miocárdio SISTEMAS DE BAIXO FLUXO Cânula nasal Cateteres nasais Máscara simples Máscara de reinalação FLUXO: 24% a 50 % CÁLCULO: 4 X VOLUME (EM LITROS) + 21% SISTEMAS DE ALTO FLUXO VENTILAÇÃO NATURAL: - máscaras de Venturi - tenda facial ou macronebulização - tubo T ou colar de traqueostomia VENTILAÇÃO ARTIFICIAL: - cânula de intubação endotraqueal - cânula de traqueostomia CANULA NASAL fluxo de 1 a 6 l/min – 25% a 40%; fluxos altos são irritantes das mucosas nasal e faríngea; trocar a cada 24 horas. Observar: fluxo de oxigênio fornecido; formação de lesões em fossas nasais; mensuração da oximetria de pulso a cada 6 horas; manter via aérea pérvea através do posicionamento correto da cânula e aspiração das vias aéreas quando necessário. CATETER NASAL fluxo de 1 a 6 l/min – 23% a 42%; dispositivos finos introduzidos até a faringe ; ponta do nariz até canal auditivo externo (8 a 12); trocar a cada 24 horas; trocar umidificador a cada 48 horas. Observar: fluxo de oxigênio fornecido; formação de lesões em fossas nasais; mensuração da oximetria de pulso a cada 6 horas; manter via aérea pérvea através do posicionamento correto do cateter e aspiração das vias aéreas quando necessário. MÁSCARA SIMPLES Fluxo de 5 a 8 l/min – 40% a 50% Remover para a alimentação Observar: Fluxo de oxigênio fornecido; Mensuração da oximetria de pulso a cada 6 horas; Umidificação do sistema; Boa vedação e adaptação à face de modo a garantir a oxigenação adequada. MÁSCARA DE REINALAÇÃO Bolsa reservatório: manter cheia para não colabar na inspiração; Preencher antes de acoplar ao rosto do paciente. SISTEMAS DE ALTO FLUXO MÁSCARA DE VENTURI Máscaras leves, de plástico com abertura lateral; Método mais seguro e exato; Fluxos de 4 a 15 l/min – concentração de 24% a 50%; Pode ser usada junto a um sistema de umidificação. Observar: Fluxo de oxigênio fornecido; Mensuração da oximetria de pulso a cada 6 horas; Umidificação do sistema; Boa vedação e adaptação à face de modo a garantir a oxigenação adequada. TENDA FACIAL Máscara junto com o nebulizador; Umidifica e fluidifica secreções (alta umidade); Fluxos de 5 a 15 l/min – concentração de aprox. 50%. Observar: Fluxo de oxigênio fornecido; Mensuração da oximetria de pulso a cada 6 horas; Umidificação do sistema; Boa vedação e adaptação à face do paciente de modo a garantir a oxigenação adequada; Retirada para a alimentação, se necessário, substituir por cânula nasal. Macronebulização contínua Mínimo 6l/minuto; Atentar a umidificação dentro dos limites; Não deixar líquido condensado na traquéia do macronebulizador. Não utilizar em DPOC. Oxigenação x ventilação TUBO T OU COLAR DE TRAQUEOSTOMIA Observar: Fluxo de oxigênio fornecido; Mensuração da oximetria de pulso a cada 6 horas; Umidificação do sistema; Adaptação para garantir a oxigenação adequada. VENTILAÇÃO ARTIFICIAL CÂNULA ENDOTRAQUEAL Extremidade distal logo acima da bifurcação do brônquio principal “Cuff” alto volume e baixa pressão (18 mmHg) Observar: Número da cânula; Fixação; Centralizada; Mensuração da pressão do “cuff”; Aspiração traqueal. CÂNULA DE TRAQUEOSTOMIA Plástico ou aço inoxidável Observar: Tamanho da cânula; Mensuração do cuff; Curativo diário; Limpeza do mandril (metálica); Troca fixação; Alinhamento da cânula de traqueostomia. ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS Manutenção da permeabilidade das vias aéreas para garantir as trocas gasosas. Podem causar: Arritmias; Microatelectasias; Hipoxemia; Queda da saturação de oxigênio; Bradicardia; Broncoaspiração. PROCEDIMENTO QUE NÃO É ISENTO DE RISCOS !! Excesso pressão negativa Reduz a oferta de O2 Microatelectasias Em função: broncoespasmo e atelectasias hipoxemia/bradicardias vasoconstricção coronariana comprometendo o ↓debito cardíaco e o fornecimento de sangue para os tecidos Quando ? Entubado; coma neurológico com perda parcial dos reflexos da tosse; pacientes crônicos (DPOC). ASPIRAÇÃO NASOTRAQUEAL Oximetria de pulso, se possível; Avaliar gasometria arterial; Fluidificar secreções – inalação de SF 0,9 % ; Usar luvas de procedimento; Distância ponta do nariz ao lobo da orelha; Ajuda cânula de guedel; Ao aspirar, estimular o paciente a tossir o máximo sem se cansar. ASPIRAÇÃO ENDOTRAQUEAL Quando se deve aspirar um paciente? Quando houver ruído no tubo traqueal; Quando houver secreção visível; Quando na ausculta houver evidência de ruído por secreção; Diminuição da saturação O2; Respirador mecânico - alta pressão; Recém operado – retenção de secreção. SISTEMA ABERTO – SONDA DE ASPIRAÇÃO SISTEMA FECHADO - TRACK CARE ALGUMAS RECOMENDAÇÕES Fornecer3 minutos de O2 a 100% antes e após aspiração; Ao desconectar do respirador, controlar tempo de aspiração de 15 à 20s; Técnica asséptica – sondas até 12 fr; Filtros; Introduzir até dois terços do seu comprimento, quando o paciente tosse, ela se exterioriza do tubo. ALGUMAS RECOMENDAÇÕES Aspirar VAS antes de VAI – é considerada uma medida não-farmacológica no controle da infecção relacionada à aspiração de secreção subglótica; Para aspirar o tubo devemos usar uma nova sonda; Quando sentir resistência – tracionar a sonda mais ou menos 1 cm para cima; Pressão do vacuômetro em 50mmHg; Se possível, manter oximetria de pulso. DRENOS TORÁCICOS Cateter torácico no espaço pleural para retirar ar ou líquido, ajudando o retorno da pressão negativa A perda da pressão negativa ocorre sempre que o tórax é aberto por qualquer causa – COLAPSO DO PULMÃO CIRURGIA TORÁCICA TRAUMA DE TÓRAX DRENO REEXPANSÃO PNEUMOTÓRAX PULMONAR HEMOTÓRAX PLEURAIS E MEDIASTINAIS. SELO DE ÁGUA O tubo tem uma das extremidades mergulhada (cerca de 2 cm) em um fluido contido em um frasco e a outra extremidade ao cateter torácico; A coluna de água que preenche a porção imersa do tubo vai funcionar como válvula unidirecional; No momento da expiração permite a passagem do produto drenado para o frasco coletor e, durante a inspiração impede o retrocesso desse drenado, por se elevar uma coluna de água que estabiliza a diferença de pressão entre o frasco coletor e a pressão intrapleural. DRENAGEM PASSIVA E ATIVA DRENAGEM PASSIVA – FORÇA GRAVITACIONAL; DRENAGEM ATIVA – ASPIRAÇÃO CONTÍNUA; PNEUMOTÓRAX - 2º ou 3º espaço intercostal ao longo da linha hemiclavicular; HEMOTÓRAX - 6º ou 7º espaço na linha axilar média; ORDENHA – fortes pressões negativas. Observar: Local de inserção do dreno; Controle radiológico, imediatamente após a drenagem; Controle dos sinais vitais e possíveis alterações no padrão respiratório; Conexões; Permeabilidade do sistema; Curativo; Aspecto da drenagem. GASOMETRIA ARTERIAL MENSURAÇÕES: Avaliação da capacidade dos pulmões de proporcionar oxigênio adequado e remover dióxido de carbono e da capacidade dos rins de reabsorver ou excretar os íons bicarbonato para manter o pH corporal normal. NÍVEIS NORMAIS: PO2- 80 a 100 mmHg - indica o grau de oxigenação do sangue PCO2 - 35 a 45 mmHg - adequação da ventilação alveolar pH – 7,35 a 7,45 HCO3ˉ 22 a 28 mEq/L SANGUE ARTERIAL É OBTIDO: Artéria - radial - braquial - femoral Linha arterial instalada Se o paciente recebe oxigênio durante a punção arterial: - registrar fluxo de O2 - ar ambiente
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