Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – A´REA II MA129 (ca´lculo diferencial e integral 4) – turmas 01 e 03 GABARITO DO 3o EXERCI´CIO ESCOLAR – v. 1.0 Orientac¸a˜o: A tabela de transformadas de Laplace elementares pode ser utilizada mas, a cada uso, deve-se indicar o nu´mero da regra utilizada (Ex.: “Regra 8”). Notac¸a˜o: Como em [Boyce/DiPrima], a transformada de Laplace L{f(t)}(s) de uma func¸a˜o f(t) sera´ tambe´m denotada por F (s). Questa˜o 1 (2,0 pontos por ı´tem). Utilizando transformadas de Laplace, encontrar a soluc¸a˜o expl´ıcita dos problemas abaixo para y(t): 1.a. y ′′(t) + y(t) = 2 upi/2(t)− 5δ ( t− 3pi 2 ) ; y(0) = 0, y ′(0) = 0; 1.b. y(t) + 2 ∫ t 0 cos (t− v)y(v) dv = e−t. Soluc¸a˜o – 1.a: ( s2Y (s)− s y(0)− y′(0)) + Y (s) = 2 e−(pis/2) s − 5 e−(3pis/2), onde se aplicaram as regras 18 (n = 2 e f = y), 12 (c = pi/2) e 17 (c = 3pi/2). Logo: Y (s) = 2 e−(pis/2) s(s2 + 1) − 5e −(3pis/2) s2 + 1. Denote-se por g(t) uma func¸a˜o tal que G(s) = 1 s(s2 + 1) = 1 + s2 − s2 s(s2 + 1) = 1 + s2 s(s2 + 1) − s 2 s(s2 + 1) = 1 s − s s2 + 1 , o expansa˜o em frac¸o˜es parciais que tambe´m pode ser obtida resolvendo-se um sistema de equac¸o˜es lineares para os coeficientes do formato gene´rico da ex- pansa˜o para este caso. Das regras 1 e 6 (a = 1), tem-se que g(t) = 1−cos (t). Das regras 5 (a = 1) e 13 (1 e´ func¸a˜o constante), obte´m-se que: y(t) = 2 upi/2(t) · ( 1− cos ( t− pi 2 )) − 5 u3pi/2(t) · sen ( t− 3pi 2 ) ∴ y(t) = 2 upi/2(t) · (1− sen (t))− 5 u3pi/2(t) · cos (t). Por convoluc¸a˜o: Denote-se por h(t) uma func¸a˜o tal que H(s) = e−(pis/2) s(s2 + 1) = e−(pis/2) s · 1 s2 + 1 Pelo teorema da convoluc¸a˜o (Regra 16) e as regras 12 (c = pi/2) e 5 (a = 1), conclui-se que h(t) = ∫ t 0 sen (t− v)upi/2(v) dv. Para 0 ≤ t ≤ pi/2: upi/2(v) = 0 para todo v em [0, t), donde h(t) = 0; 1 Para t > pi/2: h(t) = ∫ t 0 sen (t− v) upi/2(v) dv = ∫ pi/2 0 sen (t− v)����upi/2(v) dv+∫ t pi/2 sen (t− v) upi/2(v) dv = ∫ t pi/2 sen (t− v) dv = ∫ t−t t−pi 2 − sen (w) dw = ∫ t−pi 2 0 sen (w) dw = − cos (w) ∣∣∣∣ t−pi 2 w=0 = cos (0)− cos (t− pi 2 ) = 1− sen (t). Combinando os resultados, tem-se que h(t) = upi/2(t) · (1− sen (t)). 1.b: Pelo teorema da convoluc¸a˜o (Regra 16) e as regras 6 (a = 1) e 2 (a = −1), conclui-se que: Y (s) + 2 s s2 + 1 Y (s) = 1 s− (−1) ∴ s2 + 1 + 2s s2 + 1 Y (s) = 1 s+ 1 ∴ Y (s) = s2 + 1 (s+ 1)3 = A s+ 1 + B (s+ 1)2 + C (s+ 1)3 ∴ s2 + 1 = A(s+ 1)2 +B(s+ 1) + C = As2 + (2A+B)s+ (A+B + C) ∴ A = 1, B = −2, C = 2 ∴ Y (s) = 1 s+ 1 − 2 1 (s+ 1)(1+1) + 2 (s+ 1)(2+1) ∴ Pelas regras 2 (a = −1) e 11 (a = −1 e n = 1 e 2 respectivamente): y(t) = e−t(1− 2t+ t2) ∴ y(t) = e−t(t− 1)2. Questa˜o 2 (2,0 pontos). Seja a func¸a˜o f definida em [0, 2] por: f(x) = { x, se 0 ≤ x ≤ 1; 1, se 1 < x ≤ 2. Calcular a se´rie de Fourier associada a` extensa˜o ı´mpar de f ao intervalo [−2, 2]. Soluc¸a˜o: Denotando-se por g tal extensa˜o ı´mpar, o fato de ser ı´mpar ja´ nos diz que g so´ possui termos em sen (npix L ) , ou seja ∞∑ n=1 bn sen (npix L ) , onde bn = 1 L ∫ L −L g(x) sen (npix L ) dx = 2 L ∫ L 0 g(x) sen (npix L ) dx = 2 L ∫ L 0 f(x) sen (npix L ) dx = 6 2 6 2 ∫ 2 0 f(x) sen (npix 2 ) dx = devido a` paridade do produto de func¸o˜es ı´mpares. Assim: bn = ∫ 1 0 x sen (npix 2 ) dx+ ∫ 2 1 sen (npix 2 ) dx = 2 −2 npi x cos (npix 2 )∣∣∣∣ 1 x=0 − ∫ 1 0 −2 npi cos (npix 2 ) dx+ −2 npi cos (npix 2 )∣∣∣∣ 2 x=1 = −2 npi [ � � � � �� cos (npi 2 ) − 0 ] + 4 n2pi2 sen (npix 2 )∣∣∣∣ 1 x=0 + −2 npi [ cos ( npi 6 2 6 2 ) − � � � � �� cos (npi 2 )] = 4 n2pi2 [ sen (npi 2 ) −XXXXsen (0) ] + −2 npi (−1)n ∴ bn = 4 n2pi2 sen (npi 2 ) + (−1)n+1 2 npi onde a primeira parcela se reescreve de va´rios modos, contribuindo apenas quando n e´ ı´mpar. Questa˜o 3 (4,0 pontos). Considere-se a equac¸a˜o da onda modificada abaixo utt + u = uxx 0 < x < L, t > 0, submetida a`s condic¸o˜es de contorno u(0, t) = 0, u(L, t) = 0, t > 0, e a`s condic¸o˜es iniciais u(x, 0) = f(x), ut(x, 0) = 0, 0 < x < L, onde f(x) e´ uma func¸a˜o dada. Utilizando o me´todo da separac¸a˜o de varia´- veis para EDPs, expressar u(x, t) como uma se´rie, e expressar os coeficientes desta se´rie em termos de f(x). Soluc¸a˜o: Devido a` linearidade da EDP, buscam-se soluc¸o˜es na˜o-triviais dela no formato u(x, t) = X(x)T (t) que satisfac¸am as condic¸o˜es homogeˆneas. As- sim, X(x)T ′′(t) +X(x)T (t) = X ′′(x)T (t) ∴ X ′′(x) X(x) = T ′′(t) + T (t) T (t) e, assim, uma func¸a˜o de x e uma func¸a˜o de t sa˜o iguais, donde se conclui que elas sa˜o iguais a uma constante −λ. Portanto: X ′′(x) + λX(x) = 0 (1) T ′′(x) + (1 + λ)T (t) = 0 (2) Como na˜o se deseja T (t) = 0, as condic¸o˜es de contorno X(0)T (t) = u(0, t) = 0 e X(L)T (t) = u(L, t) = 0 traduzem-se por: X(0) = 0 = X(L) (3) 3 Como na˜o se deseja X(x) = 0, a condic¸a˜o inicial X(x)T ′(0) = ut(x, 0) = 0 traduz-se por: T ′(0) = 0 (4) O problema de contorno revelara´ os autovalores e suas respectivas autofun- c¸o˜es, fornecendo soluc¸o˜es na˜o-triviais: Caso λ < 0: seja µ = √|λ|. Da equac¸a˜o caracter´ıstica r2+λ = 0 associada a (1), tem-se que r2 = −λ = |λ| ∴ r = ±µ ∴ X(x) = A cosh (µx)+B senh (µx). Aplicando-se a primeira condic¸a˜o em (3), tem-se que 0 = X(0) = A ∴ X(x) = B senh (µx). A segunda condic¸a˜o nos da´ 0 = X(L) = B senh (µL), mas µL 6= 0 ∴ senh (µL) 6= 0 ∴ B = 0 ∴ X(x) = 0; Caso λ = 0: Da equac¸a˜o caracter´ıstica r2 = 0 associada a (1), tem-se que r = 0 ∴ X(x) e´ uma func¸a˜o afim. De (3), tem-se que X(x) = 0; Caso λ > 0: seja µ = √ λ. Da equac¸a˜o caracter´ıstica r2 + λ = 0 associada a (1), tem-se que r2 = −λ ∴ r = ±iµ ∴ X(x) = A cos (µx) + B sen (µx). Aplicando-se a primeira condic¸a˜o em (3), tem-se que 0 = X(0) = A ∴ X(x) = B sen (µx). A segunda condic¸a˜o nos da´ 0 = X(L) = B sen (µL) ∴ B = 0 (soluc¸a˜o trivial) ou sen (µL) = 0. Mas µL > 0 ∴ µL = npi e µ = npi L para n = 1, 2, 3 . . .. Obte´m-se, assim, soluc¸o˜es na˜o-triviais, mu´ltiplas na˜o- nulas de Xn(x) = sen (µx). Aplicando-se a (2) os valores encontrados para λ no u´ltimo caso acima, obte´m-se a equac¸a˜o caracter´ıstica r2 + 1 + λ = 0 ∴ r2 = −(1 + λ) ∴ r = ±i √ 1 + µ2. Denote-se ν = √ 1 + µ2 ∴ T (t) = A cos (νt) + B sen (νt) ∴ T ′(t) = −νA sen (νt) + νB cos (νt). Da condic¸a˜o (4), tem-se que 0 = T ′(0) = νB, mas ν > 0 ∴ B = 0 ∴ T (t) = A cos (νt), e ha´ soluc¸o˜es na˜o-triviais, mu´l- tiplas na˜o-nulas de Tn(x) = sen (νt). Combinando-se linearmente as soluc¸o˜es un(x, t) = Xn(x)Tn(t) e, assumindo-se a convergeˆncia, tem-se a soluc¸a˜o: u(x, t) = ∞∑ n=1 cn un(x, t) = ∞∑ n=1 cn sen (npi L x ) sen (√ 1 + (npi L )2 t ) Mas f(x) = u(x, 0) = ∞∑ n=1 cn sen (µx) · 1 ∴ cn e´ o n−e´simo coeficiente de Fourier da expansa˜o em senos da extensa˜o ı´mpar de f , donde: cn = 2 L ∫ L 0 f(x) · sen (npi L x ) dx 4
Compartilhar