Buscar

2.PAPER 5º BI ( Psicologia Geral) GED 0225 03 20161

Prévia do material em texto

19
PSICOLOGIA GERAL E 
OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA.
 Alex Pereira Marques[1: Professor Orientador do curso de Licenciatura em Geografia na UNIASSELVI.]
axmarques@igmail.com.br
Hérley de Souza Silva[2: Graduando do curso de Licenciatura em Geografia na UNIASSELVI.]
herley_econ@yahoo.com.br
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Licenciatura em Geografia (GED0225) – Prática do Módulo IV /2016
16/06/2016.
RESUMO
O artigo objetiva expor os resultados da pesquisa sobre a psicologia geral e sua relação com os meios de comunicação em massa; seus efeitos, campo de ação, relacionando as suas características, elencando os seus conceitos, a fim de compreender a dialética peculiar que ocorre no processo de comunicação no mundo contemporâneo sob a influência dos meios de comunicação que ocorrem no mundo globalizado. Busca ainda situar o campo social de atuação dos meios de comunicação em massa como agentes modificadores de comportamentos psicossociais, culturais coletivos no contexto disseminação da informação e do conhecimento. A coleta de informações por meio da pesquisa bibliográfica documental permitiu reunir dados que permitiram abordar de forma sucinta os processos e os meios de manipulação das subjetividades individuais, conceitos e recursos psicológicos utilizados pelos detentores de mídia, que atuam como o mais eficaz meio de manipulação de ideias e que influenciam o comportamento social humano. A pesquisa permitiu observar como o uso da mídia atende aos interesses de governos e corporações por meio de ações que alcança a sociedade sob o escopo da globalização. Portanto, os comportamentos sociais resultam da introjeção de ideias através dos meios de comunicação que alcançam as massa e populações e têm como resultado a alteração suas subjetividades levando as a agir de modo involuntário, atendendo inconscientemente aos intentos orientados de outrem para que tal intento seja alcançado. Na pesquisa, busca se aproximar a aspectos da Psicologia Geral com os estudos de Geografia, relacionando na fundamentação teórica, as causas de mudanças do comportamento humano no espaço territorial e os fatores sob a influência dos meios de comunicação em massa.
Palavras-chave: Meio de Comunicação em Massa. Psicologia Geral. Modelos de Comunicação.
1 INTRODUÇÃO
Os primórdios da comunicação e sua relação com a psicologia; como a matéria utilizada para estudar as mudanças de comportamento social, inicia se em torno dos anos 1920, correlato com o surgimento do radio na Itália; do cinema, na França e da imprensa na Alemanha. No entanto, foi nos EUA onde o núcleo do pensamento da comunicação para fins de dominação de massas efetivamente teve suas origens.
Os pesquisadores do campo da sociologia, antropologia e psicologia em seus estudos notaram que fenômenos sociais começaram a ocorrer na sociedade que vinham causando transformação no comportamento de massas a quando da absorção e tradução de conteúdos veiculados pelos meios de comunicação então emergentes. 
O terminologia mídia foi desenvolvida pelos pesquisadores para nomear o conjunto de ações e ferramentas da comunicação usados com fins de manusear as subjetividades das massas ,substantivo coletivo que se convencionou chamar de audiência. A elaboração dos conceitos de comunicação permitiu vários recursos fossem criados no sentido de alcançar determinados objetivos, ora políticos, ora comerciais.
Os vários conceitos de comunicação corroboraram para o surgimento da corrente de pesquisa nesta área e do que ficou conhecido como a escola americana de comunicação haja vista que como pioneiros nessa área do conhecimento foram primeiramente os estadunidenses e o que os tornariam referencia no mundo dentro dessa área do conhecimento humano.
O processo de comunicação é um ato intrinsecamente humano. A psicologia contribui com suas teorias na compreensão da relação que ela estabelece com os meios de comunicação em massa a partir da ótica dos seus principais ramos teóricos: Freud contribui com sua Psicanálise ao explicar o funcionalismo psíquico do ser humano no processo; o Behaviorismo, no sentido de entender o comportamento humano frente a esses eventos, a Gestalt; ao estudar a percepção e a resposta aos estímulos gerados, aqui no caso, pelas mídias; tendo este ramo teórico da psicologia geral em Kurt Lewin o principal cientista e que participou ativamente na formulação dos conceitos de comunicação da escola americana de comunicação, pioneira e referencia mundial neste campo do conhecimento humano.
2 SURGIMENTO DOS MEIOS COMUNICAÇÃO EM MASSA (DESENVOLVIMENTO)
2.1 CONCEITOS DE COMUNICAÇÃO
2.1.1 Principais teorias da comunicação.
A terminologia comunicação remete a várias ideias, imagens, situações; sumarizá-las em um conceito único e pronto, que a defina como um termo acabado, não é tarefas simples de se fazer. Quando os primeiros cientistas políticos e sociais; antropólogos e psicólogos se atentaram para esta questão, buscaram consenso entre os resultados das pesquisas e a efetividade desse processo para determinar qual seria o conceito de comunicação e o que este recurso causaria ao alcançar as grandes massas.
Os conceitos de comunicação e o mundo atual em sua amplitude e complexidade surgem a partir da dialética dos aspectos sociais, econômicos e políticos resultantes de transformação das subjetividades individuais e coletivas, a maior parte delas a partir da mudança de ideologias ou a adoção de filosofias e comportamentos influenciados pelos meio de comunicação em massas.
As teorias da comunicação tiveram suas origens nos EUA, precisamente na escola de Boston sendo formulada por vários cientistas sociais interessados em entender os fenômenos sociais que surgiram com aparecimento dos meios de comunicação como radio, televisão, jornal e cinema. Seus trabalhos, no entanto, não causarem algum interesse externo, na ocasião, gerando pouca influência acadêmica.
Psicólogos, sociólogos, engenheiros e outros teóricos sociais reuniram os resultados de suas pesquisas com o fim de cunhar um termo que abrigasse o conceito a partir de suas óticas o que chamariam de comunicação. A produção dos pesquisadores da Escola de Boston e seus trabalhos foram reunidos sob o nome de Pesquisa de Comunicação em Massa (Mass Comuniction Research) e tornou se um marco de estudos dentro dessa área de conhecimento.
A Pesquisa de Comunicação em Massa, formava um intricado conjunto de teoria e experimentos resumidos no termo “comunicação”, repleto de conceitos ilustrando a dimensão de seu significado do termo comunicação; no seu estágio inicial não tinha fins de direcionamento às massas, ou seja, conceitos ainda seriam lapidado como recursos para fins de uso como meios de comunicação para a manipulação da última.Com o fim de entender a dinâmica da comunicação no mundo atual, é mister conhecer a origem do seu conceito, os pesquisadores que elaboraram as teoria da comunicação ,a sua relação com a psicologia; que explica as mudanças comportamentais, que modificam as suscetibilidades individuais e coletivas.
Os principais modelos teóricos da comunicação, seus respectivos formuladores e contextos constam a seguir com o fim de entender a relação da Psicologia Geral com as teorias da comunicação e os meios de comunicação em massa.
A escola americana de comunicação é o ponto de partida. A Pesquisa de Comunicação em Massa (Mass Comuniction Research) concebeu a comunicação em massa como um sistema que primeiramente foi divido em três linhas de teorias dentro da comunicação. A primeira linha teórica proposta é a Teoria Matemática da Comunicação; elaborada por dois engenheiros eletrônicos, Shannon C. e Weaver C. A segunda linha teórica é apresentada pelo engenheiro Harold Lasswell e é denominada de Corrente Funcionalista. E a terceira é a própria linha teórica da Pesquisa de Comunicação em Massa reunindo as três linhas de pesquisa para explicar os efeitos dos meios de comunicação nas grandes massasou o que convencionou se chamar audiências. Os modelos teóricos desenvolvidos na busca por uma terminologia que definisse comunicação contribuíram para que vários conceitos fossem criados.[3: Conjunto de teorias e conceitos sobre comunicação criados por cientistas americanos para estudar e elaborar conceitos para explicar o fenômeno social provocado pelos então emergentes meios de comunicação.]
Os principais teóricos da comunicação e seus modelos são David Lippmann, “Opinião Pública”; Harold Lasswell e sua “Estrutura e Função da Comunicação na Sociedade”; os modelos de comunicação de Osgood & Schramm e a sua “Circularidade nos Processo de Comunicação”; as teorias de Merton & Lazarsfeld denominadas de “As funções de Mídia” e suas três funções como modificadores sociais; o modelo de comunicação de Frank Dance: O Espiral de Dance, seu modelo espiral baseado na teoria de que a comunicação não é estática, pelo contrário, está sempre se movendo conforme o tempo vai transformando as formas ou os modos de comunicação; Gerbner e seu “Modelo Geral de Comunicação”; David White e o conceito de “Gatekeeper”, os estudos de “Newsmaking”; o modelo de comunicação de Westley Mclean e a “Empresa de Comunicação” e o modelo teórico de meios de comunicação como instrumento de chamado de “Framing Effect” ou o efeito de enquadramento que nada mais é do que usar uma imagem pré concebida que o telespectador ou ouvinte tem para enquadrá-lo em determinada faixa de interesse de veiculação de mídias. O fenômeno da comunicação ocorre no meio social e este, por sua vez, ocupa um lugar no espaço; objeto da geografia, relacionando-os com cada modelo teórico de comunicação formulado a partir das pesquisas nas escolas teóricas ligando cada conceito e modelo.
2.1.2 Modelo de comunicação de Walter Lippmann e seu Opinião Pública. [4: Obra de Walter Lippmann que tratava da comunicação e sua relação com a sociedade chamada Opinião Pública publicada em 1952, marco do estudo da comunicação.]
Public Opinion, foi o estudo pioneiro no sentido de compreender o que eram meios de comunicação, como funcionavam e influenciavam o comportamento da sociedade na época em que surgiram. Foi publicado em 1922 e obteve sucesso tornou se um marco na área de comunicação; Lippmann era jornalista e convivia no ambiente de seu objeto de pesquisa, concebeu o termo estereótipo para definir as imagens mentais que os indivíduos criam a partir de suas experiências no cotidiano causando um valor previamente estabelecido e se forem manipulados adequadamente tendem a se tornar verdade. Lippmann tentou de aproximar a Teoria da Comunicação e sua relação com a sociedade; e os resultados dessa relação na qual a política e o uso da mídia ou os meios de comunicação desempenham papeis que se entrelaçam estabelecendo padrões de comportamento e ideologias. A FIGURA 1 mostra um caso de estereótipo. 
FIGURA 1 - ESTEREÓTIPOS QUE FAZEM DO BRASIL NO EXTERIOR:
FONTE: LIFE. http://reallifeglobal.com/estereotipos-dos-gringos-o-que-nos-realmente- achamos- do brasil/.2015. Acesso em 12.05.2016.
Sob os estereótipos descritos na FIGURA 1, os “gringos” (sic) têm em mente que no Brasil se joga futebol o dia inteiro, as mulheres possuem bunda grande, o povo só toma caipirinha e mora no meio do mato tal, qual as informação disseminada pela media através meios de comunicação em massa. Sobre esta questão Milton Santos observou:[5: Professor da USP, geógrafo, advogado, escreveu mais de 30 livros e inúmeros artigos científicos. Único sul-americano ganhador do premio Vautrin Lud (Nobel de Geografia) em 1994.]
[...] Um dos traços marcantes do atual período histórico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da informação. As novas condições técnicas deveriam permitir a ampliação do conhecimento do planeta, dos objetos que o formam, das sociedades que o habitam e dos homens em sua realidade intrínseca. Todavia, nas condições atuais, as técnicas da informação são principalmente utilizadas por um punhado de atores em função de seus objetivos particulares. O que é transmitido à maioria da humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde [...]. (SANTOS, 1995, p.19-20).
2.1.3 Modelo de comunicação de Harold Lasswell e sua função da comunicação da sociedade. 
Harold Lasswell era cientista político, formulou seus conceitos sobre comunicação em massa a partir de seus estudos sobre política e sua relação com a mídia, o que caracterizou o seu trabalho. Seu artigo principal foi publicado em 1948 onde reelabora o conceito aristotélico de comunicação: “emissor>mensagem>receptor”, e o reformulou considerando a modernidade e as dinâmicas surgidas no processo de comunicação e incluiu esses elementos ao seu modelo teórico de comunicação. Harold Lasswell ordenou os na seguinte ordem: “Quem”; Diz o quê”; “Em que canal”; Para quem” e “Com que efeito”. Na FIGURA 2 constam os elementos da teoria de comunicação de Lasswell. Tornou se marco na teoria da comunicação por seu foco e análise das variáveis. Esses princípios conceberam uma ideia de mídia que se articularia na sociedade e era composta de três funções. Primeiro: Articularia o Todo; segundo: Exerceria Vigilância sobre o Meio; e terceiro: Papel de Transmissão da Herança Social. 
FIGURA 2 - MODELO DE COMUNICAÇÃO DE HAROLD LASSWELL.
Fonte: LASSWELL. Harold. A Estrutura e a Função da Comunicação em Sociedade. University of Ilinois,1957.
Lasswell mostrou o papel que comunicação exerceria na sociedade, pois em suas concepções a comunicação fazia algo com a sociedade. Os princípios das funções de Lasswell seriam resumidos de forma simples: a comunicação: articularia o todo (pois faria transitar pela sociedade as informações e conhecimentos); exerceria vigilância sobre o meio ( a sobrevivência do regime democrático é um exemplo, a mídia tem o poder regulatório sobre tais questões)e o papel de transmissão da herança social (que seria a transmissão de valores culturais, símbolos e práticas de geração para geração).
2.1.4 Osgood e Schramm e seu modelo de interação.
Os cientistas Charles Osgood e Wilbur Schramm criaram um pequeno contraponto nas ideias de seu conterrâneo Lasswell, segundo eles, Lasswell desconsiderava a possibilidade de no processo de comunicação a resposta do receptor voltar para o emissor de forma reformulada. O nome dado modelo elaborado por Osgood e Schramm chama se Modelo Linear. Sobre o conceito de Osgood e Schramm, no trecho abaixo consta a ideia do Sistema Linear de Comunicação desenvolvido por ambos:
“[...] O emissor/receptor passa a ser mais um ‘momento’ do que propriamente dito uma pessoa: qualquer um pode enviar e receber uma mensagem sem necessariamente se situar em um ou outro lugar , assim há uma transição da linearidade para a circularidade no processo comunicativo.” (SCHRAMM, 1976, p. 31.Rio de Janeiro.Bloch,1976.)
Essas considerações a cerca das pesquisas de Osgood e Schramm denotam a efetividade da ação humana dentro do processo de comunicação o que ocorre na interação dos atores envolvidos nesse processo e de forma contínua durante a interação dos agentes no processo comunicativo ;seja dos meios de comunicação para as massas seja para as individualidades, pelos meios de comunicação em massa, a mensagem invariavelmente, por via de regra, sofre modificações. Na FIGURA 2 consta o esquema do Modelo Teórico de Osgood e Schramm. 
FIGURA 3 - Modelo de Comunicação de Osgood e Schramm.
 FONTE: SCHRAMM, W. Como a Comunicação Funciona.
 Urbana: Universidade de Illinois. 1964.
2.1.5	Merton & Lazarsfeld e as funções de mídia.
No contexto histórico do surgimento dos meios de comunicação em massa os pesquisadores Merton e Lazarsfeld propuseram aos seus pares da escola americana de comunicação o seguinte questionamento: Qual seria o poder da mídia sobre a sociedade? Questionamento que surgiu a partir de suas observações sobre as transformações sociais provocadaspelos meios de comunicação em massa em todos os níveis sociais.
Esses pesquisadores criaram o termo cultura de massa para designar as atividades dos meios de comunicação em massa que causariam na sociedade profundas transformações culturais a partir do o divertimento popular em massa levando as massas a produzidos pela mídia. Sobre o modelo de comunicação de Merton e Lazarsfeld, Martino (2002) fez ponderações na seguinte forma:[6: Pesquisadores norte-americanos desenvolvedores das teorias de comunicação em massa, autores da obra “Comunicação de massa, gosto popular e estrutura social organizada”. São Paulo. Pioneira, 1971.]
“[...] A partir da observação do comportamento do público em relação aos novos meios, Merton e Lazarsfeld identificaram três principais funções da mídia na sociedade: de fato, para eles a mídia tem capacidade de jogar com a sociedade, de provocar transformações e efeitos tantos maiores quanto maiores forem os vínculos com essa cultura [...].” (MARTINO, 2004, p.32).
As principais funções da mídia formuladas por Merton e Lazarsfeld são as seguintes:
a) A função de conferir e garantir status.
Merton e Lazarsfeld identificaram que a mídia detém o poder de definir o que é importante e o que não é dentro de uma sociedade e o que não é, está fadado ao esquecimento. Em outras palavras, a mídia legitima os indivíduos e situações dando lhes prestígios e visibilidade. De forma simples, pode se afirmar que quem está na mídia só é importante porque está na mídia. Na época atual, os meios de comunicação em massa criaram personagens instantâneos, “celebridades”, praticamente da “noite para o dia”; que mediante a notoriedade repentina chegam a influenciar modos de comportamento e consumo e até mesmo politicamente determinada opinião pública. Há 50 anos os estudos sobre comunicação já se mostravam surpreendentemente atuais, os conceitos tornaram se práticas a partir do recrudescimento dos meios de comunicação em massa. 
A função de reforço das normas sociais.
Na sociedade, ou em toda sociedade, certos comportamentos são pautados por padrões e a mídia tem poder de transformar esses padrões e ainda; estabelecer o que é certo ou errado e transformá-lo em referência, sendo adotado por milhões de pessoas e ainda tido como verdade, o resultado dessas ações caracteriza num controle social. O comportamento mostrado na tela tende a se tornar verdade e acaba por ser adotado como padrão pelo telespectador.
Função narcotizante da mídia.
Os pesquisadores atribuíram à mídia o termo disfunção narcotizante, ou seja, uma disfunção que surgiu do processo de comunicação algo como um efeito colateral resultante do mesmo. Os pesquisadores Merton e Lazarsfeld designaram o termo “narcótico” para definir o efeito colateral de distração gerado nas grandes massas a partir da veiculação de determinados conteúdos através dos meios de comunicação em massa ao alcançar as grandes audiências. Martino (2002) sobre a função; ou segundo eles, disfunção narcotizante da mídia escreveu:
“ [...] A mídia, segundo eles poderia atuar como droga para deixar a sociedade menos atenta ao que se passa ao redor e, dessa maneira, forçar situações ou impor uma opinião. Vale lembrar que uma das principais críticas à mídia é a transformação de assuntos sérios em entretenimento, o infoentenimento [...]. ” (MARTINO,2004,.p.33).
Os estudos de Merton e Lazarsfeld abrangem grande importância em seus conceitos sobre comunicação, sobretudo ao identificarem o comportamento da mídia e sua relação com a sociedade com uma considerável quantidade de tempo muito antes de ocorrer o fenômeno da massificação dos meios de comunicação em massa que resulta inevitavelmente na banalização da informação e da imbecilização de pessoas a partir da transformação de suas subjetividades, alterando o comportamento psicossocial dessas coletividades.
O modelo teórico de comunicação de Merton e Lazarsfeld tornaram se um referencial no campo de estudo da comunicação especializada no comportamento da mídia quanto instrumento para manipulação de massas e dos meios de comunicação em massa que segundo seus estudiosos a mídia por deter um poder que alcança dimensões imensuráveis tornou se uma espécie de instituição social.
2.1.6	Frank Dance e o modelo espiral.
	
FIGURA 4 - MODELO DE COMUNICAÇÃO DE FRANK DANCE.
 FONTE: DANCE, F. A Teoria da comunicação humana, p.34,1967.
A elaboração do modelo de comunicação de Frank Dance levou em conta a contextualização do processo de comunicação no tempo e as transformações que sofre ou impõe. O conceito de espiral de Frank Dance foi concebido em 1967 a partir de suas observações sobre como o tempo modifica as relações de comunicação levando o concluir que o processo de comunicação não é estático.
Frank Dance observou a fala no processo de comunicação para fundamentar seus conceitos, afirmou que no processo de fala os interlocutores se alteram e as falas são alteradas entre si. Nesse processo Frank Dance constatou que tanto que pergunta como quem pergunta pode ter suas interlocuções modificadas, as palavras seguiriam um sentido interagindo entre si formando o que definiu com um espiral, daí o nome de modelo de Espiral de Dance.
A FIGURA 3 mostra de forma sucinta como as palavras e os diálogos se comportariam no processo de comunicação segundo os estudos de Frank Dance, formando um espiral onde o comportamento estático seria nulo. O conceito de Frank Dance aplica se no processo de comunicação individual e pelos meios de comunicação em massa, pois no processo inserem se vários elementos seja pela escrita, de caracteres e da própria fala. Há que se destacar que Frank Dance observou esses fatos há pelo menos 50 anos e procurou mostrar a dinâmica evolutiva que o processo de comunicação e os meios de comunicação em massa sofrem o decorrer do tempo enquanto operam na sua essencial clássica ou o sistema aristotélico de emissor>mensagem>receptor, academicamente exposto na arte retórica aristotélica. 
2.1.7 Modelo geral de comunicação de George Gerbner.
FIGURA 5 - MODELO DE COMUNICAÇÃO DE GERBNER.
 FONTE: GERBNER, G. Um modelo geral de comunicação, p.36,1956.
O modelo de comunicação de Gerbner, assim como os demais pesquisadores da Escola Americana de Comunicação, buscaram fazer um contraponto às ideias de Lasswell e Lippmann ( por serem os precursores da linha de pesquisa dentro do ramo da comunicação).O modelo de Gerbner era caracterizado por determinar que sempre há modificações entre a mensagem original emitida e a mensagem recebida e que no meio desse processo ocorre uma transformação da mensagem original a partir da interação de outros elementos, descritos por Gerbner como eventos. Sobre o modelo de Gerbner de comunicação, Luís Mauro Sá Martino fez a seguinte abordagem:[7: Autor da obra Teoria da Comunicação: Ideias, Conceitos e Métodos, Petrópolis. Vozes, 2008.]
[...] Em sua representação gráfica, um evento (E) é percebido por algo ou alguém(M). Essa percepção é a relação entre a realidade e o indivíduo que a percebe, é necessariamente transformada por ao menos três fatores: uma seleção de conjunto de fatos, o contexto onde ocorre a comunicação e a disponibilidade das mensagens. Esses elementos fazem com que exista uma diferença entre o evento chegar perto do significado - a realidade estará sempre escondida além dos limites da comunicação [...].(MARTINO, 2008, Luís,p.36).
	
Para Gerbner, os seres humanos vivem iludidos, pois não podem definir todas as coisas em sua totalidade, restando a eles apenas uma parte limitada da realidade, é o que seu esquema gráfico procura explicar. O homem conhece apenas um resumo da realidade.
2.1.8 J. Galtung & M. Ruge e valoração de mídia (newsworthness).
FIGURA 7- Modelo de Newsworthness de Galtung e Ruge.
FONTE: GALTUNG, J & RUGE, M. Pesquisa do Jornal de Paz., p.64, 1965.
O modelo de comunicação representado na FIGURA 7 representa o conceito desenvolvido por dois pesquisadores norueguesesno campo da comunicação: Galtung e Ruge que o elaboraram levando em conta os critérios utilizados para a seleção das notícias a estabelecendo sua valoração. Galtung e Ruge elaboraram o conceito de valoração de notícias a partir de suas observações nas mídias em cobertura de várias crises políticas mundo afora e identificaram que os meios de comunicação em massa ou a mídia transforma eventos em imagens.
Para Galtung e Ruge, quatro fatores influenciavam a valoração das notícias: os eventos do cotidiano, a percepção que a mídia tem dos eventos, doze fatores de seleção de notícias pela mídia e o principal fator: as imagens criadas pela mídia, que alcançarão e influenciarão ideologias, comportamentos e opiniões ao alcançar as massas.
Galtung, Ruge, David White e Kurt Lewin a partir de suas pesquisas sobre o perfil psicossocial de audiências e comportamento da mídia; amparados nos conceitos da psicologia geral, identificaram os doze fatores que a mídia usa para selecionar os eventos que se transformarão em notícias. Sobre os fatores de seleção de notícias, Hackett escreveu:[8: Robert Hackett, autor da obra Declínio de um paradigma? A parcialidade e a objetividade nos estudos de media noticiosos. Lisboa: Vega, 1995.]
“Esses fatores não são independentes, atuam de forma complexa na definição das estruturas de trabalho jornalístico. Os valores-notícias oferecem aos profissionais de comunicação um grupo de regras do que deve ser transformado em comunicação.” (HACKETT,1995,p.58).
As concepções de Hackett como as informações são manuseadas no processo e transmitidas pelos meios de comunicação às massas; seu principal alvo, por meio dos canais de mídia.
Os fatores de seleção de notícias são:
1. O momento do acontecimento; a natureza do evento está relacionada com o tempo de publicação do mesmo, ou seja, quanto mais rápido esse evento for noticiado maior credibilidade esta informação portará ao chegar até as massas.
2. A importância do acontecimento; quanto mais importante for um evento maior a influencia esse evento exercerá sobre determinada massa, por exemplo, as eleições presidenciais e eleições municipais, a que tiver maior amplitude terá prioridade na veiculação e publicação.
3. Clareza do acontecimento; o evento transformado em notícia ao ser publicado e transmitidos deve ter linguagem simples e direta pra melhor absorção pelas massas.
4. Significado do acontecimento; fatores culturais e geográficos exercem influencia sobre as transmissões ou publicações disseminadas pelos meios de comunicação em massa.
5. A expectativa do acontecimento; pautas de transmissões e publicações podem ser criadas a partir de expectativas sobre determinados eventos, por exemplo, eventos que precedem um feriado estendido.
6. A Improbabilidade do acontecimento; eventos que não são esperados, extraordinários, entram no critério de seleção a partir de sua natureza e importância.
7. A continuidade do acontecimento; um evento conhecido tende a se tornar mais evidente do que outro do mesmo teor porém inédito.
8. A composição de um evento;	vários eventos podem compor uma transmissão, no entanto, dentro do conjunto um deles deverá ser pautado por atrair a atenção do eleitor pela sua essência.
9. Eventos sobre o Primeiro Mundo; no macro campo de alcance dos meios de comunicação em massa os eventos sobre política e economia que ocorrem nas nações desenvolvidas tendem a ocupar um espaço maior na mídia.
10. Reportagens sobre as elites; nos dias atuais eventos contendo “celebridades instantâneas” se fazem a partir da veiculação de suas imagens ou afirmações pelos diversos canais de mídia e acabam por merecer pauta devido a absorção pelas massas desse conteúdo.
11. Interesse do acontecimento; a noticia que é um determinado evento transformado em conteúdo para transmissão ou publicação é invariavelmente customizado de acordo como será veiculado.
12. O lado negativo do acontecimento. Constatou se que as massas tendem a absorver melhor a notícias ruins e detrimento das boas. 
2.1.9 A Empresa de comunicação Westley, Mclean e Schramm.
FIGURA 8 - MODELO DE COMUNICAÇÃO WESTLEY, MCLEAN E SCHRAMM.
 FONTE: SCHRAMM, p.34,1954.
Membros da escola americana de comunicação; Schramm, Westley e Mclean, constataram que instituições lidavam com as informações e as denominaram essas instituições de empresas de comunicação, responsáveis por fazer a triagem das mensagens que chegarão até as massas. Segundo eles, as empresas de comunicação são responsáveis pela codificação, interpretação das mensagens disseminadas por variados canais mídia. Na FIGURA 9, A são os meios de comunicação em massa; seleciona a mensagem, a letra B são os vários receptores (público), X¹ a X⁴ são as seleções de mensagens que chegarão a A; que por sua vez as disseminará para B a massa (público)
FIGURA 9 - MODELO DE COMUNICAÇÃO DE WESTLEY,MCLEAN E SCHRAMM.
FONTE: WESTLEY. Periódico Quinzenal. p.34,1931.
Os telejornais são exemplos práticos dos conceitos de comunicação de Westley, Mclean e Schramm quanto ao manuseio de informações que pela mídia que chegam às massas.
2.2 OUTROS RECURSOS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA. 
2.2.1 EFEITO DE ENQUADRAMENTO (FRAMMING EFFECT)
2.2.2 Conceito do efeito de enquadramento.
O “Framing Effect” (efeito de enquadramento) tem como objetivo manipular as afetividades individuais relacionadas com as devidas crenças particulares e a partir da introjeção de uma informação externa no individuo que já possui uma pré-informação internalizada levando o a interpretar a informação sob influência de um fator externo causando influencias em seu cotidiano, ou seja, enquadrando o.
O efeito de enquadramento expõe a dinâmica de macro ferramentas da mídia externa usada para manipular micro individualidades, pois o Framming Effect (Efeito de enquadramento) atua nas subjetividades específicas da individualidade humana como por exemplo, a religião, futebol e política, levando emissores e receptores de informação a adotarem comportamentos distintos enquanto dominadores e dominados a partir da interpretação da informações e os diversos fatores que convergem na manipulação de massas a partir dos meios de comunicação, ou seja, acaba por influenciar a maneira como as pessoas veem o mundo.
2.3 GUARDIÃO DO PORTAL (GATEKEEPER) 
2.3.1 Conceito de gatekeeper
2.3.2 Conceito do efeito de enquadramento.
FIGURA 6 - Modelo de comunicação Gatekeeper.
FONTE: A pesquisa norte-americana, p.40, 2008.
O conceito de gatekeeper (guardião do portal) pode ser definido como o estudo e seleção de notícias, os critérios de manipulação de informação a serem veiculadas até o seu alcance na grande massa através dos meios de comunicação em massa. Criado e desenvolvido pelo pesquisador norte-americano David White, pertencente a corrente teórica da comunicação da escola americana , juntamente com um dos maiores psicologia gestaltiana envolvidos na pesquisa sobre comunicação: Kurt Lewin, criador do ramo que aborda a percepção e os sentidos no aprendizado e desenvolvimento humano..
 O conceito de gatekeeper foi concebido com base no que pessoas consumiam no ambiente doméstico e é o utilizado pela mídia com base em quem determina qual noticia e qual notícia será veiculada por determinado jornal , qual programa televisivo será transmitido e qual faixa etária a ser alcançada com base no estudo do perfil psicológico e social de determinada audiência. Martino (2008) ponderou sobre a questão na seguinte forma:
O modelo de comunicação de David White reforça a ideia de seleção temática e da arbitrariedade do discurso das notícias e assimetria entre as notícias possíveis e as publicadas. Da quantidade de fatos apurados, apenas uma parte será efetivamente transformada em texto. O resto será dispensado como “irrelevante” durante o processo de edição. (MARTINO, 2004, p.41).
A psicologia da Gestalt de Kurt Lewin forneceu subsídios teóricos ao gatekeeper permitindo que os meios de comunicação em massa usassem de forma dinâmicaa percepção da audiência atingindo seu objetivo de manipular grandes massas por meio da segmentação de audiência e conteúdo veiculado. A FIGURA 6 mostra a dinâmica e como ocorre esse processo denominado gatekeeper (guardião do portal) e sua utilização pelos meios de comunicação em massa.
2.4 SEMIÓTICA
2.4.1 O USO DE IMAGENS E SIGNOS
2.4.2 Conceito de Semiótica
Houve outros pesquisadores sobre comunicação anterior a escola americana como, por exemplo, o suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913),o conceito de semiótica para ele é a ciência que estuda em que consistem os signos, as leis que as regem. Vem do grego semeion (sinal), é o estudo dos signos relacionados com a comunicação no seio da vida social. Há também observações feitas pelo inglês Charles Sanders Peirce, que definiu a semiótica como a doutrina dos signos. Ambos os pesquisadores foram contemporâneos e desenvolveram seus conceitos quase simultaneamente. No entanto, a corrente americana e a europeia se distinguiam se entre si no campo de estudo da linguagem e dos símbolos. Semiologia era o termo europeu que designava o estudo das linguagens, imagens e sons. Semiótica era o termo norte-americano equivalente para o mesmo fim de estudos sobre comunicação e seus símbolos. 
A semiótica contribui com os subsídios teóricos no processo de comunicação e o uso e criação das mídias; a partir do uso de símbolos e imagens no processo, que são utilizados deliberadamente pelos meios de comunicação em massa com fins claros de influenciar as massas com propósitos comerciais e políticos.
Os meios de comunicação em massa utilizam de forma tenaz as ferramentas elaboradas a partir dos conceitos da semiótica quanto ao uso de imagens e símbolos estudados para transmitir determinadas mensagens. A psicologia geral relacionar aspectos da psique humana frente a ações dos meios de comunicação e impostos pela mídia e absorvidas pelas massas. Sobre psicologia correlacionada a estas questões CHIARATTI (2013) discorreu o seguinte insight:
[...] Os primeiros degraus na escala da aquisição do conhecimento são: os órgãos dos sentidos e as sensações. Os órgãos dos sentidos, quando estimulados, provocam reações, ou seja, impressões, por exemplo, de bem-estar, de mal-estar, gustativas, visuais. Essas impressões são o que se denomina de sensações. As sensações seriam o elemento mais simples e primitivo do conhecimento [...]. (CHIARATTI, 2013, p.6).
Teorias da psicologia corroboram com os estudos sobre os meios de comunicação em massa da escola americana de comunicação que tornaram se referência neste campo de conhecimento, permitindo que uso efetivo dessas experiências, fosse manipulado para se alcançar objetivos comerciais e ideológicos. Os principais teorias são psicologia funcionalista; com estudo do comportamento do homem no ambiente físico e social; a psicologia estruturalista; que aborda a divisão da consciência do ser humano em processos mentais que seriam estruturas, sendo o principal o fator estímulo, a percepção; a psicologia do associalismo; tendo em sua principal proposição é a Lei do Efeito, que se resume em: se uma experiência trouxer satisfação a mente tenda a guardá-la, do contrário, será da mesma forma descartada. 
2.5 TEORIAS DA PSICOLOGIA E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.
2.5.1 BEHAVIORISMO
2.5.2 As mídias e o comportamento humano.
 O Behaviorismo, corrente psicológica elaborada por Watson e Skinner, foca no estudo do comportamento humano e suas relações com os acontecimentos do meio externo, conceito elaborado por Watson; já Skinner, concebia o homem como um animal como outro qualquer e condicionado por estímulos, este gerados pelo ambiente externo que seriam responsáveis pelo comportamento humano. O ser humano comporta se tal qual animal, no entanto, por fatores externos adapta, adota ou muda de comportamento. Esses conceitos explicariam as mudanças no comportamento humano sob o efeitos das mídias.
2.6 PSICANÁLISE
2.6.1 A PSICOLOGIA DO INSCONSCIENTE
2.6.2 O manuseio das subjetividades humanas. 
A psicologia é tida como a “ciência da alma” ou que estuda o comportamento humano que nesta pesquisa de forma interdisciplinar busca unir os conceitos que explicam as origens dos meios de comunicação e as mudanças comportamentais que este causam no homem. Psicanálise; o ramo da psicologia criado por Sigmund Freud estudou o inconsciente da mente humana e sua relação com os desejos e as escolhas dos seres humanos. Freud criou a teoria para os sistemas psíquicos e os dividiu em três partes: pré-consciente, consciente e inconsciente, que é o campo onde ocorrem as ações dos meios de comunicação em massa abordados nesta pesquisa, no entanto, a teoria da psicanalise de Freud vai além do objeto de escopo desta pesquisa devido sua extensão e abrangência.
2.7 GESTALT
2.7.1 A PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO. 
2.7.2 A percepção no processo comunicativo
A Gestalt de Kurt Lewin (também judeu alemão) têm importância primal na elaboração dos conceitos dos meios de comunicação em massa linkando à relação desta com a psicologia geral. Lewin participou ativamente da escola americana de comunicação, pois à época encontrava se exilado nos EUA fugindo do nazismo. Lewin e seus pares; Kohler, Wertheimer e Kofka, conceberam a Gestalt a partir de seus estudos sobre a percepção humana, ao identificar que cada estímulo tem uma resposta durante o processo de assimilação e aprendizagem no processo de comunicação. Chiarratti comenta sobre o efeito que a mídias exerce nas no subconsciente que influencia a conduta de massas:[9: Fernanda Chiarratti Germani de Oliveira. Autora da obra Psicologia Geral e do Desenvolvimento. Indaial: Uniasselvi, 2013.]
“[...] O ambiente social provoca a idiossincrasia (maneira de agir e reagir) do indivíduo diante de alguns acontecimentos estimulantes. Pessoas reagem à estimulação de maneira diferente, e a mesma pessoa de acordo com as condições psicológicas e ao ambiente social daquele momento [...].” (Chiaratti,p.31,2013)
2.8 ESCOLA ALEMÃ DE COMUNICAÇÃO
2.8.1 A ESCOLA DE FRANKFURT
2.8.2 Ótica alemã sobre comunicação
A Escola de Comunicação de Frankfurt personificada nas teorias de Theodor Adorno e Walter Benjamin (que eram judeus alemães) seus principais pesquisadores; que quando exilados nos EUA, observaram que mudanças socioeconômicas eram provocadas pelos emergentes meios de comunicação em massa nos Estados Unidos e as compararam aos eventos sociais e políticos correntes na Alemanha da Segunda Guerra dominada pelo nazismo, influenciadas pela máquina de propaganda de Goebbels responsável por disseminar a suposta superioridade étnica da raça alemã.[10: Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda do Reich, partido nazista alemão liderado por Adolf Hitler.]
Antecipadamente Adorno e Horkheimer contextualizariam o fenômeno social dos meios de comunicação em massa, que na Alemanha à aquela época estava prestes a eclodir, resultando em movimentos sociais permeados de teor políticos e sociais alicerçados nas ideologias antissemitas disseminadas pela máquina de propaganda nazista; que incluía rádio, cinema e jornais impressos, resultando em instrumento que propagariam o subterfúgio que justificariam ideologicamente o extermínio de raças “inferiores” como negros, homossexuais, ciganos e principalmente judeus.
Na América os exilados filósofos Adornos e Horkheimer perceberam que os meios de comunicação e a relação com as massas estavam intrinsecamente ligados ao entretenimento e à informação. Na Europa, principalmente na Alemanha os principais meios de comunicação; rádio e jornal, eram utilizados para fins ideológico políticos durante o regime ditatorial nazista tendo o ponto forte em comum uso do cinema para seus fins entre nos dois continentes. 
Em ambas as análises sobressaem se o pragmatismo dos meios de comunicação em massa quanto ao alcance de objetivos, díspares entre si e em contextos diferentes, resultando num dialética contínua que perpassa até os dias atuais.
Sob ótica do pragmatismo dos meios de comunicação em massa, o avanço dastecnologias da informação e comunicação levou ao crescimento exponencial do processo comunicativo que hora atende aos intentos capitalista que modificam subjetividades coletivas orientado as massas ao consumismo desenfreado, a “distração concentrada” tendo como efeito colateral a imbecilização e idiotização de comportamentos individuais.[11: Termo concebido pelo suíço Zygmunt Bauman para designar a alienação do homem frente aos meios de comunicação em massa.]
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os meios de comunicação em massa por meio da mídia alcançam todos os territórios do planeta em efeito dominó e contribuem no incremento do raio de ação do fenômeno da modernidade chamado globalização. O processo comunicativo e os meios atuam como agente modificador de comportamento dessas sociedades que habitam no espaço geográfico global mediante vários processos que geram efeitos colaterais denotando que esse processo pautará a conduta do ser humano por muito tempo. 
Psicólogos, antropólogos, sociólogos, cientistas; políticos e sociais perceberam que a sociedade passou a comportar se de modo diferente a partir de que em determinado contexto começaram a agir sob a influência das mídias que ora emergentes como o rádio, o cinema e jornais nos idos anos 1920 em diante. Esses estudiosos debruçaram se sobre a questão num afã de antever as causas e efeitos que esse processo comunicativo acarretaria no âmago da sociedade quando as massas absorvessem as mensagens, símbolos e ideologias disseminados através desses canais.
Os meios de comunicação em massa derrubaram as fronteiras geográficas que outrora delimitaram territórios e detinham o avanço sobre outras fronteiras. As ideias disseminadas pelos seus símbolos e imagens deliberadamente manuseadas, com objetivos definidos servindo a fins do capitalismo exacerbado influenciam e introjetam nas massas hábitos de consumo e tendências comportamentais com um teor perverso de dominação por parte dos detentores das mídias; que mostra se poderosa ferramenta que servem tanto a fins politico quanto comerciais.
As teorias de comunicação, os modelos de psicologia geral relacionados com o processo de comunicação em massa reunidos nesta pesquisa buscam unir se teoricamente para situar a dialética do fenômeno comunicação; que findou por eclodir em escala global, com fins de contextualizar a origem de tal fenômeno e sua contribuição na transformação de forma quase heterogênea dos eventos socioeconômicos, políticos e idiossincráticos que ocorrem no mundo de hoje q que são resultado das atividades intensas e ininterruptas dos meios de comunicação em massa tornando o mundo; outrora territórios geograficamente isolados, em uma aldeia globalizada e sem “fronteiras”.
A evolução de mídias, segmentação de conteúdos direcionados a essas massas não mostram sinais de redução; pelo contrário, o progresso técnico-cientifico acelera esse processo impossibilitando saber qual a última fronteira geográfica a ser derrubada nesse ciclo perverso de dominação através dos meios de comunicação em massa.
REFERÊNCIAS
AMON, Denise; GUARESCHI, Pedrinho Arcides; ROSO, Adriane; VERONESE, Marilia. Psicologia social e comunicação publicitária: uma análise crítica In: Ciências Sociais Unisinos, São Leopoldo, vol. 46, N.2,p.178-186, maio/ago 2010.
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma introdução ao estudo da psicologia.14ª Ed. São Paulo: Saraiva,2008.
CHIARATTI, Fernanda Germani de Oliveira. Psicologia geral e do desenvolvimento. Indaial: Uniasselvi, 2013.
FIDALGO, Antônio. Semiótica: a lógica da comunicação. Universidade da Beira Interior,1998.
HOHLFELT, Antônio; MARTINO, Luiz; FRANÇA, Vera. Teorias da comunicação. Conceitos, Escolas e Tendências. 14ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
http://reallifeglobal.com/estereotipos-dos-gringos-o-que-nos-realmente-achamos-do-brasil/ (foto estereótipos sobre o Brasil)
LASSWELL. Harold. A Estrutura e a Função da Comunicação em Sociedade. University of Illinois,1957.
LIPPMANN, Walter. Opinião Pública. Petrópolis: Vozes, 2008.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. São Paulo: Editora Record, 2000.
SCHRAMM. Wilbur. Como a comunicação funciona. In: Os Processos e Efeitos Da Comunicação em Massa. Urbana: Universidade de Illinois. 1964.

Continue navegando