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DIREITO ADMINISTRATIVO - AULA 03 (04/05/12) 4) Objeto: - O objeto se subdivide: conteúdo decisão (elemento) e assunto objeto (pressuposto de existência). - O objeto deve ser lícito, possível e determinado. - Lícito quer dizer previsto em lei, autorizado pela lei. - Possível quer dizer material e juridicamente possível. - Determinado quer dizer definido, preciso. 5) Finalidade: - Deve ser sempre uma razão de interesse público - Se for de outro interesse, que não o público, haverá desvio de finalidade. - O Desvio de Finalidade é um vício ideológico e subjetivo, pois trata de defeito na vontade. - O Desvio de Finalidade representa um defeito na finalidade e no motivo. - Na maioria, o administrador que pratica ato com finalidade viciada esconde, mente o motivo. OBS: Defeito na finalidade, na grande maioria das vezes, está unido ao defeito do motivo. Ex: Governador é namorado da filha do servidor público estadual e remove a namorada, alegando necessidade de serviço como motivação. Neste caso a finalidade não foi de interesse público e o motivo foi falso. - Importante: Finalidade é o bem jurídico que se quer proteger na prática do ato. - Ex: dissolução de passeata tumultuosa Motivo: tumulto (passado); Objeto: dissolução (presente); finalidade: segurança (fututo). - Ex2: fechamento de fábrica poluente Motivo: poluição; Objeto: fechamento; Finalidade: proteger o ambiente. Vinculação e discricionariedade: - é uma classificação de acordo com o grau de liberdade; - No ato vinculado a administração não tem liberdade, juízo de valor, conveniência e oportunidade. Preenchidos os requisitos legais, a Administração tem que praticar o ato (não tem opção). - No ato discricionário a Administração tem liberdade, juízo de valor, conveniência e oportunidade. A Administração tem alternativas para escolher, e essas alternativas estão sempre previstas em lei (a liberdade é sempre nos limites da lei). - O ato fora dos limites da lei é considerado arbitrário, que é ilegal. - Se a lei dá todos os requisitos, estamos diante da vinculação. Ex: concessão de aposentadoria para servidor público, licença para construir, licença para dirigir. - Se a lei dá alternativas, o ato é discricionário. Ex: instrumento de contrato que pode ser substituído (art. 62, L. 8.666/90). - Se a lei defere competência, mas não diz a maneira de executar o ato, é discricionário. - Ex. de atos discricionários: permissão de uso de bem público (colocação de meses na calçada, instalação de bancas); autorização. - Elementos do ato: Vinculado Discricionário Competência Vinculado Vinculado Forma Vinculado Vinculado Motivo Vinculado Discricionário (mérito do ato) Objeto Vinculado Discricionário (mérito do ato) Finalidade Vinculado Vinculado - Ex. de ato vinculado: concessão de aposentadoria. Servidor com 60 anos e 35 anos de contribuição Requisitos = Motivo. Deferir o pedido = Objeto. - Ex. ato discricionário: permissão de uso de bem público. Colocação de mesas na calçada. Se a rua for perigosa, o Poder Público indefere, mas se for tranqüila, o Poder Público defere. O tipo da rua é o motivo e o deferimento/indeferimento é o objeto. Neste caso, houve juízo de valor, houve liberdade. OBS: Celso Antonio Bandeira de Mello diz que excepcionalmente, a forma e a finalidade podem ser discricionárias quando a lei der alternativa. Ex: art. 62, L. 8.666/90. Neste caso, a regra é o instrumento de contrato e a exceção é a nota de empenho. Mérito do Ato Administrativo: - Nada mais é do que a liberdade, o juízo de valor, a discricionariedade do administrador. - Está no motivo e no objeto do ato discricionário. Mérito não é sinônimo de motivo e de objeto. - O poder judiciário pode rever ato administrativo. Se for vinculado, poderá rever qualquer um, mas o discricionário desde que tal controle seja de Legalidade (obediência à lei, à CF). - Mas o poder judiciário não pode rever o mérito do ato administrativo, isto é, a liberdade e a discricionariedade do administrador. - O poder judiciário pode rever o motivo e objeto do ato discricionário? R: Sim, no que tange à legalidade. Atributos do Ato Administrativo: a) Presunção de Legitimidade: - Os atos administrativos são presumidamente legítimos (de acordo com as regras morais), legais (de acordo com a lei) e verdadeiros. - A presunção de verdade é relativa (Presunção Iuris Tantum), pois admite prova em contrário. - Se admite prova em contrário, de quem é o ônus da prova? R: Cabe a quem alega. - Normalmente, quem contesta é o particular (administrado). Portanto, o ônus da prova é atribuído ao administrado. - Qual é o efeito/conseqüência da prática dessa presunção de legitimidade? R: Ela traz, para os atos administrativos, sua aplicação imediata. b) Autoexecutoriedade: - Atuação do poder público que independe de autorização prévia e do controle prévio do Poder Judiciário. - Mas isso não impede que o Poder Judiciário controle/seja chamado a controlar. A parte insatisfeita pode ir ao judiciário. - A autoexecutoriedade não tem nada a ver com a formalidade. - Para a posiçõa majoritária, a autoexecutoriedade tem 2 enfoques: Exigibilidade: poder que tem o Estado de decidir sem a presença do judiciário. Todo ato tem. Executoriedade: executar aquilo que foi decidido, sem o poder judiciário. Nem sempre está presente. Só está presente quando previsto em lei ou em situações urgentes. Ex. Situação Urgente: no caso de inundação, decidiu-se pela desocupação e o Estado for OBS: Sanção pecuniária só tem exigibilidade. - Todo ato administrativo goza de autoexecutoriedade? R: não. c) Imperatividade ou Coercibilidade - Os atos administrativos são realizados de forma imposta. - Tal atributo nem sempre está presente. Ex: certidão de declaração. Se o ato administrativo estabelece uma obrigação, sempre tem imperatur. d) Tipicidade (Maria S. Z. Pietro) - cada ato administrativo tem aplicação determinada. - Ex: demissão para o caso de infração grave; remoção no caso de necessidade de serviço. Classificação dos Atos Administrativos: 1) Quanto aos destinatários: Gerais: aqueles que são aplicáveis a toda coletividade (erga omnes). Normalmente prevalece sobre os atos individuais. São abstratos e impessoais. Ex: Regulamentos e instruções normativas. Individuais: tem destinatário certo/determinado. São chamados também de especiais. Se dividem em: Singular: um destinatário certo (ex: desapropriar uma casa de X); Pluritário: mais de um destinatário (ex: desapropriar todas as casas do bairro). 2) Quanto ao alcance: Internos: produzem efeitos dentro da administração; Externos: produzem efeitos fora da administração e dentro. Ex: horário de funcionário de um órgão público. Neste caso, há o interesse do servidor público e da pessoa que quer ser atendida por este órgão. 3) Quanto ao grau de liberdade: Ato Vinculado Ato Discricionário 4) Quanto à Formação: Ato simples: se torna perfeito e acabado com uma única manifestação de vontade. Ato composto: 2 manifestações de vontade que acontecem dentro de um mesmo órgão, sendo que a primeira é principal e a segunda é acessória. Ato complexo: 2 manifestações de vontade que acontecem em órgãos diferentes, mas que estão em patamar de igualdade. Formação, Validade e Eficácia dos Atos Administrativos: - O Ato Perfeito é aquele que cumpriu seu ciclo de formação. Ex: nomeação de dirigente. - O Ato Válido é aquele que cumpriu todos os requisitos. - O Ato Eficaz é aquele que estiver pronto para produzir efeitos. - O ato administrativo pode ser perfeito, inválido e eficaz, até sua declaraçõa de invalidade (produz seus efeitos como se válido fosse). - O ato administrativo pode ser perfeito, válido e ineficaz. Ex; art. 61, p. único, L. 8.666/90, que trata do contrato administrativo, e sua publicação é condição de eficácia desse contrato. - O ato administrativo pode ser perfeito, inválido e ineficaz. Ex: contrato administrativo, em que houve fraude na licitação. Efeitos do AtoAdminstrativo - Pode produzir 2 efeitos: Típicos: Esse é o efeito principal, esperado e desejado. Atípico: É o efeito secundário. Se subdivide em 2 categorias: Reflexos: atinge terceiros estranhos à prática do ato. Ex: estado desapropria imóvel de X. O efeito típico é que o Estado adquire o imóvel de X. O efeito atípico é a extinção do contrato de locação entre X e Y. Preliminares: acontece nos atos administrativos que dependem de 2 manifestações de vontade. Configura-se com o dever da 2ª autoridade se manifestar quando a 1ª já vem antes do aperfeiçoamento do ato, e é secundário. Ex: Nomeação de dirigente. A nomeação é o efeito típico e a manifestação do Senado + Presidente é o aperfeiçoamento do ato. Extinção do Ato Administrativo: 1) Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto: - Ex: falecimento do servidor e desabamento do patrimônio tombado. 2) Cumprimento dos seus efeitos - Ex: servidor de férias. Cumprido o prazo, a concessão de férias se extingue. 3) Renúncia do Titular - Ex: tenho licença para construir, mas não quero. 4) Retirada pelo Poder Público - Anulação, Revogação, Cassação, Caducidade e Contraposição.
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