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Novo CPC LFG 2015

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NOVO CPC – LEI 13.105/15
Fredie Didier
Sumário
71.	Normas processuais civis	�
71.1.	Normas fundamentais no processo civil	�
211.2.	Normas processuais	�
222.	Competência	�
222.1.	Perpetuação da jurisdição	�
232.2.	Fixação de competência	�
252.3.	Conexão e continência	�
262.4.	Prevenção	�
262.5.	Foro de eleição	�
272.6.	Alegação de incompetência	�
283.	Ação	�
283.1.	Pressupostos processuais	�
293.1.1.	Condições da ação	�
303.1.2.	Interesse de agir e legitimidade	�
313.1.3.	Curadoria especial	�
323.1.4.	Representação processual das associações irregulares, capacidade processual do espólio e colaboração entre os entes federativos	�
333.1.5.	Capacidade processual das pessoas casadas	�
343.1.6.	Representação processual	�
354.	Litisconsórcio	�
354.1.	Litisconsórcio por comunhão, conexão ou afinidade	�
364.2.	Litisconsórcio unitário	�
364.3.	Litisconsórcio necessário	�
375.	Intervenção de terceiros	�
375.1.	Oposição	�
375.2.	Assistência	�
395.3.	Nomeação à autoria	�
405.4.	Denunciação da lide	�
415.5.	Incidente de desconsideração da personalidade jurídica	�
425.6.	Amicus curiae	�
426.	Poderes e deveres do juiz	�
457.	Deveres das partes	�
477.1.	Litigância de má-fé	�
487.2.	Despesas processuais	�
487.2.1.	Caução às custas	�
497.2.2.	Estímulo à autocomposição das partes	�
497.2.3.	Perícias	�
518.	Regramento geral dos prazos processuais	�
518.1.	Processo eletrônico e fuso horário	�
518.2.	Contagem dos prazos	�
518.3.	Prazos especiais dos entes públicos	�
528.4.	Atos praticados prematuramente	�
528.5.	Litisconsortes	�
528.6.	Calendário processual	�
528.7.	Outras questões	�
539.	Advocacia	�
539.1.	Honorários	�
579.2.	Procuração	�
589.3.	Revogação da procuração e renúncia do advogado	�
589.4.	Intimação	�
599.5.	Sustentação oral e devolução dos autos	�
6010.	Mediação e conciliação	�
6410.1.	Audiência preliminar de conciliação ou mediação	�
6411.	Ministério Público	�
6712.	Suspensão do processo	�
6813.	Justiça gratuita	�
7414.	Citação	�
7915.	Petição inicial	�
7915.1.	Requisitos	�
8015.2.	Emenda da inicial	�
8015.3.	Pedido	�
8115.3.1.	Pedido genérico	�
8215.3.2.	Alteração e aditamento do pedido	�
8315.3.3.	Indeferimento da petição inicial	�
8315.3.4.	Improcedência liminar do pedido	�
8516.	Respostas do réu	�
8516.1.	Contestação	�
8616.1.1.	Ônus da impugnação especificada	�
8716.1.2.	Alegação de incompetência no domicílio do réu	�
8716.2.	Reconvenção	�
8817.	Revelia	�
8818.	Alegação de impedimento e suspeição do juiz	�
8918.1.	Novidades procedimentais	�
9019.	Providências preliminares	�
9020.	Julgamento conforme o estado do processo	�
9020.1.	Julgamento antecipado parcial do mérito	�
9120.2.	Julgamento antecipado do mérito	�
9120.3.	Saneamento e organização do processo	�
9321.	Provas	�
9321.1.	Parte Geral	�
9321.1.1.	Negócios probatórios	�
9421.1.2.	Superação do LIVRE convencimento motivado	�
9521.1.3.	Prova emprestada	�
9521.1.4.	Ônus da prova	�
9621.1.5.	Produção antecipada de prova	�
10021.2.	Provas em espécie	�
10021.2.1.	Inspeção judicial	�
10021.2.2.	Depoimento pessoal	�
10121.2.3.	Confissão	�
10221.2.4.	Prova testemunhal	�
10521.2.5.	Prova pericial	�
11121.2.6.	Audiência de instrução e julgamento	�
11222.	Sentença	�
11222.1.	Extinção do processo sem exame do mérito	�
11422.2.	Extinção do processo com exame do mérito	�
11522.3.	Elementos da sentença	�
11522.3.1.	Relatório	�
11522.3.2.	Fundamentação	�
11822.4.	Sentença líquida	�
11922.5.	Hipoteca judiciária	�
12022.6.	Remessa necessária	�
12123.	Coisa julgada	�
12123.1.	Coisa julgada apenas sobre o que foi expressamente decidido	�
12223.2.	Consagração das coisas julgadas parciais	�
12223.3.	Coisa julgada processual	�
12223.4.	Coisa julgada relativa a questões prejudiciais incidentais	�
12223.4.1.	Tipologia das questões examinadas pelo juiz	�
12423.4.2.	Regime especial da coisa julgada relativa a questões prejudiciais incidentais	�
12723.5.	Coisa julgada pode beneficiar terceiros	�
12723.6.	Mudança no Código Civil	�
12823.7.	Acordo sobre coisa julgada	�
12823.8.	Eficácia preclusiva	�
12824.	Liquidação	�
13125.	Cláusula geral de negociação sobre o processo	�
13225.1.	Panorama dos negócios processuais típicos	�
13325.2.	Análise da cláusula de atipicidade dos negócios processuais	�
13525.3.	Validade do negócio jurídico processual	�
13525.3.1.	Capacidade	�
13625.3.2.	Forma	�
13625.3.3.	Objeto	�
13726.	Cumprimento de sentença	�
13926.1.	Títulos executivos judiciais	�
14026.2.	Protesto de sentença de inadimplida	�
14026.3.	Competência para o cumprimento de sentença	�
14126.4.	Execução de tutela provisória	�
14126.5.	Exceção de pré-executividade	�
14226.6.	Execução provisória	�
14326.6.1.	Impugnação	�
14326.6.2.	Honorários advocatícios	�
14426.6.3.	Incidência da multa pelo inadimplemento da execução provisória	�
14526.7.	Execução definitiva	�
14526.7.1.	Honorários advocatícios	�
14526.7.2.	Requisitos da petição para o requerimento do cumprimento de sentença	�
14626.7.3.	Impugnação	�
15026.7.4.	Incidente para o réu pagar antes de ser intimado	�
15026.8.	Execução de alimentos	�
15026.8.1.	Opção do exeqüente pelo procedimento	�
15126.8.2.	Execução de alimentos provisórios	�
15126.8.3.	Protesto judicial	�
15126.8.4.	Comprovação da impossibilidade de pagamento	�
15226.8.5.	Prisão	�
15226.8.6.	Competência	�
15226.8.7.	Abandono material	�
15326.8.8.	Constituição de capital	�
15326.9.	Execução de sentença de obrigação fazer e não fazer	�
15726.10.	Execução de sentença para a entrega de coisa	�
15727.	Execução de título extrajudicial e de sentença contra a Fazenda Pública	�
16028.	Procedimentos especiais	�
16028.1.	Ação monitória	�
16328.2.	Usucapião	�
16328.2.1.	Usucapião de bem imóvel	�
16428.2.2.	Usucapião de bem móvel	�
16428.2.3.	Usucapião especial rural e especial urbana	�
16428.2.4.	Usucapião extrajudicial	�
16628.3.	Oposição	�
16728.4.	Ações possessórias	�
16728.4.1.	Possessória multitudinária	�
16928.4.2.	Prazo de ano e dia	�
16928.4.3.	Caução	�
16928.4.4.	Impossibilidade de ajuizamento de ação petitória	�
16928.4.5.	Ação de consignação em pagamento	�
17028.5.	Embargos de terceiro	�
17128.6.	Ação de exigir contas	�
17328.7.	Ações de família	�
17429.	Procedimentos especiais de jurisdição voluntária	�
17429.1.	Parte geral	�
17629.2.	Divórcio e separação consensual	�
17729.2.1.	Alteração consensual do regime de bens	�
17729.3.	Interdição	�
17829.3.1.	Mudanças na legitimidade	�
17829.3.2.	Petição inicial	�
17929.3.3.	Curatela provisória	�
17929.3.4.	Entrevista do interditando	�
18029.3.5.	Defesa do interditando	�
18029.3.6.	Perícia	�
18029.3.7.	Sentença	�
18129.3.8.	Levantamento da curatela	�
18230.	Sistema de precedentes judiciais obrigatórios	�
18230.1.	Introdução – abordagem teórica	�
18730.2.	Eficácia do precedente no Brasil	�
18830.3.	Rol dos precedentes obrigatórios	�
19230.4.	Distinção e superação de precedentes obrigatórios	�
19230.4.1.	Distinção (distinguishing)	�
19430.4.2.	Superação	�
19631.	Tutela provisória	�
19631.1.	Introdução terminológica	�
19631.1.1.	Tutela definitiva X tutela provisória	�
19631.1.2.	Tutela satisfativa X tutela cautelar	�
19931.1.3.	Tutela provisória incidente X tutela provisória antecedente	�
19931.1.4.	Tutela provisória de urgência X tutela provisória de evidência	�
20031.2.	Características gerais da tutela provisória	�
20231.3.	Tutela provisória de urgência	�
20331.4.	Tutela de urgência antecedente	�
20431.4.1.	Tutela satisfativa antecedente	�
20731.4.2.	Tutela cautelar antecedente	�
20831.5.	Tutela provisória de evidência	�
21032.	Execução de título extrajudicial	�
21032.1.	Parte geral	�
21032.1.1.	Rol dos poderes do juiz	�
21132.1.2.	Rol das condutas atentatórias à dignidade da justiça	�
21132.1.3.	Sucessão na execução	�
21232.1.4.	Competência territorial	�
21332.1.5.	Inscrição do nome do devedor em cadastro de proteção de crédito	�
21332.1.6.	Rol dos títulos executivos extrajudiciais	�
21532.1.7.	Responsabilidade patrimonial�
21632.1.8.	Execução do fiador	�
21632.1.9.	Fraude à execução	�
21732.1.10.	Requisitos da petição inicial	�
21832.1.11.	Direitos reais sobre coisa alheia e execução	�
22032.1.12.	Princípio da menor onerosidade do executado	�
22032.1.13.	Interrupção da prescrição	�
22132.1.14.	Exceção de pré-executividade	�
22232.2.	Penhora	�
22232.2.1.	Impenhorabilidades	�
22332.2.2.	Rol dos bens penhoráveis	�
22432.2.3.	Depósito	�
22532.2.4.	Intimação da penhora	�
22532.2.5.	Penhora online	�
22732.2.6.	Penhora de faturamento	�
22832.2.7.	Penhora de frutos e rendimentos	�
22932.2.8.	Penhora de empresa	�
23032.2.9.	Penhora de cota social ou de ação	�
23132.3.	Mudanças na expropriação	�
23132.3.1.	Adjudicação	�
23332.3.2.	Alienação em hasta pública	�
24132.4.	Observações finais	�
24233.	Processo nos tribunais	�
24233.1.	Parte geral dos recursos	�
24233.1.1.	Juízo de admissibilidade dos recursos	�
24833.1.2.	Ordem dos processos nos tribunais	�
25633.2.	Recursos em espécie	�
25633.2.1.	Embargos de declaração	�
26133.2.2.	Recurso ordinário constitucional	�
26133.2.3.	Apelação	�
26533.2.4.	Agravo	�
27033.2.5.	Agravo interno	�
27133.2.6.	Recurso especial e extraordinário	�
28933.2.7.	Embargos de divergência	�
29134.	Incidente de assunção de competência – IAC	�
29435.	Ação rescisória	�
29435.1.	Cabimento	�
29535.2.	Prazo	�
29735.3.	Legitimidade	�
29835.4.	Hipóteses de cabimento	�
29935.5.	Outras mudanças	�
29936.	Reclamação	�
�
Aula 1 (Blocos 1, 2 e 3) – 9/4/2015
O Novo CPC traz um novo sistema. Não se trata de uma simples reforma do CPC, mas uma mudança completa.
O CPC antigo serve como base de conhecimento.
Não existe ainda doutrina forte e estabelecida sobre o Novo CPC. Mas há o Fórum Permanente de Processualistas Civis – encontro que se realiza a cada 6 meses. E esse fórum já produziu mais de 300 enunciados sobre o Novo CPC (os enunciados são aprovados por unanimidade e o fórum é integrado por 250 membros).
Acompanhar o site (www.frediedidier.com.br) e o facebook para referências bibliográficas, já que ainda não há referências.
Nesse curso só serão comentadas as mudanças mais relevantes.
Normas processuais civis
Estrutura inicial do novo CPC:
PARTE GERAL
LIVRO I
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
TÍTULO ÚNICO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
CAPÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
O rol trazido pelo Capítulo 1 não é exaustivo (são 12 artigos nesse capítulo). Não estão nesse rol, por exemplo:
proibição de prova ilícita (está na CF);
outras normas espalhadas pelo CPC (serão vistas ao longo do curso).
O rótulo “normas fundamentais” consagra regras e princípios.
Normas fundamentais no processo civil
Os artigos mais importantes desse capítulo serão individualmente analisados, mas não serão analisados necessariamente na ordem em que aparecem.
Artigo 1º 
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Não é possível compreender o CPC sem antes analisar a CF. O CPC deve ser interpretado de acordo com a CF.
Do ponto de vista simbólico, esse artigo é muito bom. Mas é uma obviedade.
Se o juiz violar o art. 1º do CPC caberá RE (por violação à CF) ou REsp (por violar legislação infraconstitucional – novo CPC)? Cabe RE. Esse art. 1º é uma reprodução do texto constitucional e, dessa forma, não transforma o texto constitucional em texto infraconstitucional.
Nesse mesmo sentido: Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. Também é a repetição de um texto constitucional. Se, porventura, alguém violar os princípios da inafastabilidade da jurisdição violará a CF, cabendo RE.
Artigo 3º, §§ 2º e 3º 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
Art. 3o, § 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
Art. 3o, § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
Estabelece uma nova norma fundamental: princípio de promoção pelo Estado da solução por autocomposição. É uma verdadeira política pública.
Consagra a Resolução 125/2010 do CNJ, que regulamentava isso.
Art. 3o, § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Todo o Código é estruturado nesse sentido de estimular a autocomposição. Pela primeira vez, temos uma lei que disciplina com exaustão a mediação e a conciliação. Exemplos:
dispensa do pagamento de custas, se houver transação.
se as partes fazem um acordo podem incluir outras lides, mas também outras pessoas.
Artigo 4º 
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
As partes têm direitos de obter em prazo razoável a solução integral do mérito. 
1ª parte: consagração da duração razoável do processo. Não há novidade;
2ª parte: solução integral do mérito. Ou seja, as partes têm o direito à solução de mérito. Princípio novo: princípio da primazia da decisão de mérito. O objetivo desse princípio é que a decisão de mérito seja prioritária em relação à decisão sem julgamento do mérito. O juiz tem que julgar o mérito. Só não julgará se não houver jeito. Estão espalhadas ao longo do CPC:
poderes do relator – este não pode não admitir o recurso sem antes intimar o recorrente para que emende o seu recurso;
o juiz não pode indeferir a petição inicial sem antes determinar que o autor a emende;
a apelação contra qualquer sentença sem julgamento do mérito tem efeito regressivo – permite a retratação pelo juiz;
Art. 1029, § 3º: O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave – esse dispositivo é um marco e consagra o princípio da decisão da primazia da decisão de mérito. Ele também foi previsto na Lei 13.015/14 que trata dos recursos de revista no âmbito da Justiça do Trabalho (essa lei foi produzida com base no novo CPC).
3ª parte: atividade satisfativa. Consagra-se o princípio da efetividade do processo. A novidade é que, pela primeira vez, temos um artigo que expressamente traz esse princípio. Nunca houve um dispositivo normativo consagrando esse princípio. Isso é muito simbólico e importante.
Artigo 5º 
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
Consagração do princípio da boa-fé processual, como um dos pilares do novo CPC.
Antes desse artigo, a doutrina extraía esse princípio do devido processo legal. Não havia um dispositivo do antigo CPC que deixasse clara a existência desse princípio.
Obs.: “Aquele que de qualquer forma”: o princípio se dirige a todos os participantes do processo (e não só às partes): juiz, perito, advogado, testemunha etc. Essa redação é cópia do CPC Suíço.
Não confundir boa-fé subjetiva com boa-fé objetiva:
	Boa-fé subjetiva
	Boa-fé objetiva
	É um fato. E que fato é esse? O fato de alguém acreditar que está agindo licitamente. E esse fato é, muitas vezes, considerado pelo legislador
	Não é um fato, mas uma norma, mais precisamente, um princípio.
Princípio segundo o qual os comportamentos humanos devem estar pautados em um padrão ético de conduta. Pouco importa se o agente tem a crença que está agindo corretamente ou não.
Boa-fé objetiva = boa-fé.
	Ex.: posse. O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos.
	
O art. 5º é um exemplo de cláusula geral processual. Dessa forma, trata-se de um dispositivo normativo construído de maneira indeterminada quanto à sua hipótese normativa e quanto à sua conseqüência. Não há definição expressa do queseja a boa-fé (hipótese indeterminada) e não define o que acontece quando alguém não se comporta de acordo com a boa-fé (conseqüência indeterminada). Caberá aos tribunais essa definição.
Concretização do princípio da boa-fé, de acordo com a doutrina alemã:
o princípio da boa-fé torna ilícita qualquer conduta de má-fé (conduta dolosa). Ex.: “X” advogando em um processo trabalhista teve uma decisão contrária a seu cliente. “X” orientou o seu cliente a fazer um acordo, já que seria difícil reverter a decisão, e o cliente aceitou. O advogado começou a negociar um acordo com a parte contrária e esse acordo foi fechado por e-mail. Enquanto isso, o prazo para recorrer terminou e o advogado não recorreu porque fechou o acordo. Depois do término do prazo recursal, a parte contrária mudou de ideia e decidiu que não queria mais o acordo – evidente má-fé da parte contrária;
qualquer abuso do direito no processo viola a boa-fé – é um comportamento ilícito. Ex.: o autor tem o direito de negar a sucessão do réu pelo adquirente de coisa litigiosa. Mas se ele negar de maneira irrazoável, não fundamentada, haverá abuso do direito;
o comportamento contraditório também viola a boa-fé – se eu pratico um ato, e esse meu ato gera em outra pessoa a expectativa de que eu manterei a coerência na minha atuação e eu frustrar essa expectativa estarei violando a boa-fé. Proibição do venire contra factum proprium (do direito civil). Ex.: executado que oferece à penhora um bem e depois alega que o bem é impenhorável;
supressio processual – a supressio é a perda de um direito pelo fato de eu não ter exercido esse direito por um tempo tal que gerou na outra parte a expectativa de que eu não mais o exerceria. Ex.: processo tramita por 10 anos e o juiz, na sentença, extingue o processo sem julgamento do mérito por falta de interesse de agir. Ora, o processo tramitou por 10 anos, com instrução, perícia etc. E o juiz nada falou durante esse período acerca do interesse de agir. Dessa forma, o juiz, ao ficar em silêncio, criou a expectativa nas partes de que o processo estava regular e o seu comportamento na sentença (extinção sem julgamento do mérito) viola a boa-fé.
Além dessas 4 concretizações trazidas pela doutrina alemã, Fredie acrescenta mais duas:
o princípio da boa-fé produz os deveres de cooperação;
e também exerce uma função hermenêutica, pois orienta a interpretação da postulação e da decisão.
Artigo 7º 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
A 1ª parte do artigo traz o princípio da igualdade no processo (paridade de tratamento). Não há novidade. É um princípio antigo, embora tenha sido dissecado pelo art. 7º.
O princípio da igualdade no processo observa 4 aspectos:
igualdade no processo;
igualdade no acesso à justiça;
igualdade nos momentos em que são reduzidas as dificuldades do acesso à justiça. Ex.: dificuldades financeiras (o sistema de gratuidade mudou completamente – a Lei 1060/50 está totalmente superada), dificuldades regionais e dificuldades comunicacionais (o novo CPC prevê expressamente a utilização da linguagem universal para pessoas surdas e mudas – língua brasileira de sinais – LIBRAS);
igualdade no recebimento de informações.
Exemplo de aplicação do princípio da igualdade no novo CPC: 
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais:
em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988 (pessoas com deficiência);
regulados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Art. 1048, § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará ao cartório do juízo as providências a serem cumpridas.
Art. 1048, § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
Art. 1048, § 3o Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite ou do companheiro em união estável.
Art. 1048, § 4o A tramitação prioritária independe de deferimento pelo órgão jurisdicional e deverá ser imediatamente concedida diante da prova da condição de beneficiário.
Mas a maior novidade do art. 7º é o trecho final, pois compete ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Surge aí uma norma fundamental nova: imposição ao juiz de zelar pelo efetivo contraditório.
Mas o que significa isso? Esse dispositivo é muito aberto. Fredie tem receio que, os juízes, a pretexto de utilizar esse artigo, comprometam a sua imparcialidade.
Para Fredie, é possível, com base nesse dispositivo, que o juiz nomeie um curador especial para os casos atípicos em que ele se revele necessário. Ex.: parte vai à audiência sem advogado – o juiz poderia nomear um defensor público para representá-la.
O juiz pode dilatar os prazos processuais para garantir o contraditório (há previsão expressa – Art. 139, VI: O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: VI- dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito). 
Mas atenção! Enunciado 129 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: essa dilatação do prazo não pode ser feita depois que o prazo acabou (não pode afastar a preclusão temporal já consumada). Ele deve fazer isso antes de o prazo começar a correr.
No entanto, não seria possível que o juiz destituísse um advogado que ele repute fraco.
Artigo 8º
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
A análise de do artigo 8º deve ser dividida em 3 partes:
o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum – norma prevista pela LINDB. Crítica: esse dispositivo é da década de 40, feito num contexto ditatorial, e não deveria ter sido reproduzido no CPC;
dignidade da pessoa humana, observando a proporcionalidade e razoabilidade. Essa disposição é incompatível com o disposto acima, do ponto de vista histórico. É uma mistura de metodologia. A primeira parte do artigo traz o contexto da ditadura, e depois, a segunda parte do artigo traz a ideia de que o legislador está atualizado e em consonância com a visão moderna do direito. De qualquer forma, é positiva essa previsão (mas é negativa a previsão da 1ª parte do artigo). Regras concretizadoras da dignidade da pessoa humana previstas no CPC:
utilização da linguagem de sinais no processo para as pessoas surdo-mudas;
um grande rol de bens impenhoráveis – garantia do executado, que tem direito a um patrimônio mínimo;
regra da tramitação prioritária de pessoas com doenças graves;
humanização da interdição.
legalidade, publicidade e eficiência – o art. 37 da CF cuida dos princípios do Direito Administrativo e traz exatamente esses princípios (mais a impessoalidade e a moralidade). O legislador se inspirou nesse dispositivo. É uma miscelânea! Mas repare que o CPC não menciona a impessoalidade e a moralidade. Por quê? Porque a impessoalidade no âmbito do processo é o juiz natural (se o CPC trouxesse a impessoalidade haveria uma confusão desnecessária). E não se colocou moralidade, porque esta se confunde com boa-fé e este já está disciplinado no CPC, se o legislador falasse em moralidade também, haveria uma confusão desnecessária. Comentários sobre os princípios previstos no dispositivo:a publicidade dispensa maiores esclarecimentos;
sobre a legalidade, é interessante destacar que esse dispositivo não fala em lei, mas em ordenamento jurídico, mais amplo. E o mesmo legislador que pensou nisso previu no final do artigo o princípio da legalidade. O CPC ajuda, então, na reconstrução do conceito do princípio da legalidade. Legalidade não é observância da lei apenas, mas sim do ordenamento jurídico brasileiro (leis, princípios, precedentes judiciais);
sobre a eficiência, é um princípio expresso novo em sede processual. O princípio da eficiência é uma norma de direito administrativo, que recai sobre o Poder Judiciário enquanto ente administrativo. Também pode ser uma norma de direito processual, mas nessa dimensão recai na figura do juiz como administrador de determinado processo. A ideia da eficiência é: atingir a finalidade ao máximo com o mínimo de recursos, da melhor forma possível. Dessa forma, há uma relação direta entre o princípio da eficiência com o princípio da economia processual. Na verdade, o princípio da economia processual teve o nome mudado para eficiência, ou seja, são sinônimos. Mas eficiência tem previsão legal e é o nome moderno dado ao instituto. O principio da eficiência, na prática, funciona como regra interpretativa das leis processuais. Com base nesse princípio, é permitido ao juiz promover ajustes atípicos no processo, sem autorização expressa legal – ex.: possibilidade de o juiz unir processos sem conexão que terão a mesma perícia. Qual a diferença entre eficiência e efetividade? Eficiência tem relação com gestão, administração de recursos humanos e financeiros. Efetividade é relacionada ao resultado do processo.
Artigo 10 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
É um dos artigos mais importantes e relevantes do novo CPC.
Essa regra já havia sido consagrada pela LEF, que estabelece que o juiz pode conhecer de ofício da prescrição, mas, antes de decidir com base nela, deve ouvir a Fazenda Pública.
Há muitos anos no Brasil (pelo menos 20 anos) defende-se a ideia de que o direito ao contraditório garante às partes o direito de poder se manifestar sobre qualquer questão que seja relevante para a solução da causa mesmo que se trate de uma questão conhecida de ofício (ex.: inconstitucionalidade da lei, decadência legal, prescrição, incompetência absoluta).
Qualquer questão que seja levada em consideração pelo juiz deve ser previamente submetida ao debate, ao diálogo processual. Isso é defendido há muito tempo, como garantia do contraditório, evitando-se decisões surpresa. Essa exigência decorre do dever de consulta do juiz, que foi consagrado pelo art. 10 do CPC. Trata-se de uma regra e não um princípio. Esta regra concretiza o princípio do contraditório.
Exemplos concretizando esse dever no novo CPC: 
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão. Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir;
Art. 927. § 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo;
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias. § 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente. § 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
Se essa regra for descumprida, haverá nulidade da decisão por violação ao contraditório.
Artigo 9º 
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
à tutela provisória de urgência;
às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
à decisão prevista no art. 701.
Mas atenção! É decisão CONTRA a parte. Dessa forma, se a decisão for a favor não é necessário ouvir a parte. Ex.: na improcedência liminar do pedido não é necessário ouvir o réu.
Sobre as exceções: 
não é necessário ouvir a parte sobre decisão provisória de urgência (tutela antecipada com urgência), ou seja, apenas decisões definitivas não podem ser tomadas sem ouvir a parte prejudicada;
no caso de tutela de evidência (tutela provisória/antecipada sem urgência).
Esse rol não é exaustivo:
liminar possessória;
liminar de despejo;
liminar em mandado de segurança;
liminares em geral, previstas na legislação extravagante ou no próprio CPC.
Artigo 12
Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. 
Art. 12, § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. 
Art. 12, § 2o Estão excluídos da regra do caput:
as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas – esse dispositivo é diferente do acima. Julgamento de recursos repetitivos e incidente de resolução de demandas devem ser julgados primeiro
as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932 – extinção do processo sem exame do mérito e as decisões monocráticas do relator;
o julgamento de embargos de declaração;
o julgamento de agravo interno;
as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
Art. 12, § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais – Preferências legais têm uma ordem cronológica própria.
Art. 12, § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
Art. 12, § 5o decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
Art. 12, § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3º (preferência legal), o processo que:
tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II – aplicação da tese firmada em sede de recursos repetitivos.
Juízes e tribunais deverão julgar de acordo com a conclusão do processo para julgamento.
A lista deve ser pública.
Essa regra prestigia a igualdade entre as pessoas perante o Poder Judiciário, bem como a duração razoável do processo.
Somente se aplica às decisões finais, ou seja, nas decisões interlocutórias e acórdãos interlocutórios estão fora dessa regra.
Art. 153. O escrivão ou chefe de secretaria deverá obedecer à ordem cronológica de recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais. 
Art. 153, § 4oA parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá reclamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que requisitará informações ao servidor, a serem prestadas no prazo de 2 (dois) dias. 
Art. 153, § 5o Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento do ato e a instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor.
E se o juiz preterir? Fredie entende que a sentença não pode ser invalidada, uma vez que o prejuízo é a terceiro estranho ao processo. Dessa forma, o juiz poderá ser responsabilizado disciplinarmente. É também possível utilizar essa preterição como um indício da suspeição do juiz.
Regra de direito transitório: Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. § 5o A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica observará a antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da entrada em vigor deste Código.
Princípio do respeito ao autoregramento da vontade no processo
Não está previsto no rol desse capítulo.
O processo, para ser considerado devido, não pode ser um ambiente hostil ao exercício da liberdade. Liberdade essa concretizada pelo poder de autoregramento (autonomia privada).
Dessa forma, o processo não pode conter restrições irrazoáveis ao poder de autoregramento.
A ideia de que a vontade da partes é irrelevante está superada.
A regra é a liberdade.
Esse princípio está espalhado ao longo de todo o CPC:
o CPC inteiro prevê um estímulo à autocomposição, conforme dito acima;
além disso, o Código consagra uma cláusula geral de negociação sobre o processo – a maior novidade do CPC;
há uma série de negócios processuais típicos:
calendário processual;
convenção sobre o ônus da prova;
saneamento consensual;
escolha consensual de perito;
mudança convencional da audiência;
escolha convencional do tipo de liquidação;
há um capítulo inteiro sobre mediação;
a arbitragem é expressamente prevista como uma forma de jurisdição;
consagração do princípio da cooperação.
Não há como pensar no novo CPC sem partir da premissa que ele é uma norma que prestigia a vontade das partes, ao poder de autoregramento.
Trata-se de um princípio pilar do no CPC.
 Artigo 2º 
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
Uma das exceções ao impulso oficial é a convenção das partes.
Tradicionalmente, se dava como exemplo de exceção ao art. 2º a possibilidade de o juiz instaurar um inventário de ofício. Não é mais possível que o juiz comece de ofício o inventário.
Além disso, a regra do impulso oficial não impede que a parte autora desista do processo.
Aula 2 (Blocos 4, 5 e 6) – 10/4/2015
 Artigo 6º
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Consagra o princípio da cooperação, que tem por meta transformar o processo em um ambiente cooperativo, ou seja, uma comunidade de trabalho em que vigorem a lealdade e o equilíbrio entre os sujeitos do processo.
O juiz está em incluso nessa ideia.
O modelo cooperativo está no meio-termo dos 2 modelos clássicos de processo:
modelo publicista: o grande protagonista do processo é o juiz, que é quem interfere na condução do processo (condução ativa) e também decide;
modelo adversarial: liberal – cabe às partes a condução do processo e o juiz apenas assiste.
Dessa forma, o modelo cooperativo está entre esses 2 modelos. É corolário da boa-fé. A boa-fé, de origem alemã, tem deveres anexos, e entre estes é possível falar em cooperação. E isso se aplica na ciência processual.
Deveres do juiz decorrente do princípio cooperativo:
dever de consulta às partes – artigo 10;
dever de prevenção – o juiz tem o dever de apontar as falhas do processo e de indicar como esses defeitos processuais devem ser corrigidos. Nesse contexto, o juiz tem o dever de evitar que o processo seja extinto sem julgamento de mérito;
dever de esclarecimento – o juiz deve dar manifestações claras. Isso não é novidade. Mas, além disso, o juiz tem o dever de solicitar esclarecimentos às partes se ele não entender as manifestações. Dessa forma, o juiz não pode indeferir o pedido só porque não entendeu;
dever de auxílio (consagrado no direito alemão e no direito austríaco) – o juiz deve auxiliar as partes. Fredie não concorda com esse dever, mas há doutrina que entende nesse sentido. Para Fredie, o máximo que o juiz pode fazer é zelar pelo contraditório e auxiliar as partes em casos em que elas não têm advogado (JECs, por exemplo).
Obs.: já existe muita coisa escrita sobre o princípio da cooperação no Brasil mesmo antes do art. 6º do novo CPC.
Ademais, o princípio cooperativo deve ser interpretado à luz do princípio de autoregramento da vontade no processo.
Normas processuais
O Novo CPC tem vacatio de 1 ano.
O Novo CPC, por expressa previsão legal (artigo 15), se aplica subsidiariamente (na ausência de normas) ao:
processo trabalhista;
processo administrativo;
processo eleitoral.
Não há mais procedimento sumário no CPC. 
Só existe o ordinário agora, que é chamado de procedimento comum.
As causas de rito sumário que estiverem em andamento continuam no rito sumário até o fim do processo.
Muitas leis extravagantes faziam referência ao rito sumário. Ex.: lei de usucapião especial. Dessa forma, todas as referências feitas na legislação extravagante ao procedimento sumário serão consideradas como referências ao procedimento comum.
Pseudonovidades no CPC: nem tudo que está no novo CPC é novo. Há alguns casos de textos novos de normas velhas que continuam sendo aplicadas.
Art. 14.  A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Uma norma processual é aplicável aos processos em andamentos. Mas como um processo é um conjunto de atos, os atos jurídicos perfeitos são invioláveis por lei nova.
Da mesma forma, as situações jurídicas (direitos processuais) já consolidadas não serão afetadas pela lei nova.
Ex.: prazo para contestar do Poder Público no novo CPC: é em dobro (e não mais em quádruplo). Se o prazo já começou a correr, o Poder Público ainda tem direito de contestar em quádruplo, porque já há uma situação consolidada.
Competência�
Perpetuação da jurisdição
Art. 43.  Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
Via de regra, a causa perpetua no juízo e fatos posteriores não afetam isso. Ideia de estabilização da demanda.
No antigo CPC: a data da perpetuação é a data da propositura. E a propositura da ação era considerada:
despacho da inicial (uma vara);
distribuição (mais de uma vara).
Já a prevenção no antigo CPC se dava com:
despacho inicial (entre juízos da mesma competência territorial);
citação válida (entre juízos com competências territoriais distintas).
No CPC de 2015, unificam-se os critérios (perpetuação da jurisdição = mesmo critério da prevenção):
data do registro (vara única);
distribuição (mais de uma vara) da petição inicial.
Antigo CPC (art. 87) – exceções à perpetuatio: 
supressão do órgão judiciário;
alteração da competência em razão da matéria ou da hierarquia;
Novo CPC: 
supressão do órgão judiciário;
alteração da competência absoluta.
Fixação de competência
Art. 45.  Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidadede parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações:
de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;
sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
Art. 45, § 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.
Art. 45, § 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.
Art. 45, § 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo.
O juiz deverá decidir aquele pedido para o qual é competente. E o pedido para o qual não é competente deverá ser formulado perante o juiz competente.
A súmula 224 do STJ (“Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o juiz estadual a declinar da competência, deve o juiz federal restituir os autos e não suscitar conflito”) foi incorporada ao texto do novo CPC.
Imagine que um juiz estadual receba um pedido para o qual ele tenha competência. A União intervém no processo. É o juiz federal quem decide se cabe ou não intervenção da União. Decidindo que a União não pode intervir, o juiz federal deve devolver o processo à Justiça Estadual.
Art. 48.  O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial (novidade!) e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Art. 48, Parágrafo único.  Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
o foro de situação dos bens imóveis – Antes o CPC previa “bens do de cujus”. Agora é bens imóveis;
havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Art. 51.  É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União.
Art. 51, Parágrafo único.  Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
Esse dispositivo não é uma novidade. Reproduz o texto da CF.
A novidade está no art. 52 que é um espelho do art. 51, mas para os Estados e o DF:
Art. 52.  É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Art. 52, Parágrafo único.  Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.
Art. 53.  É competente o foro:
para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável (novidade!):
de domicílio do guardião de filho incapaz;
do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
O art. 100 previa o foro da mulher para causas envolvendo divórcio. Agora, a preferência é para o filho incapaz e não há mais a previsão de for especial para a mulher;
de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
do lugar:
onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
 onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica;
onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; – REGRA NOVA – direito do idoso como idoso. Esta regra é de competência relativa: o idoso propõe em seu domicílio se ele quiser. E essa regra só vale para as ações individuais. Ações coletivas seguem a regra do Estatuto do Idoso (local da ação ou da omissão);
da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício – REGRA NOVA;
do lugar do ato ou fato para a ação:
de reparação de dano;
em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
Conexão e continência
Art. 55.  Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido (CPC antigo falava objeto) ou a causa de pedir.
Art. 55, § 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado (súmula 225 do STJ foi incorporada aqui).
Art. 55, § 2o Aplica-se o disposto no caput: 
à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico – isso era muito discutido na doutrina, se era possível reunir ação de execução e ação de conhecimento, agora o CPC pacificou;
às execuções fundadas no mesmo título executivo.
Art. 55, § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. Essa é a mudança mais importante. Cria-se aqui uma conexão por prejudicialidade, ou seja, esse § 3º traz um novo caso de conexão.
Art. 57.  Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
Continência: mesmas partes, mesma causa de pedir, mas o pedido de uma abrange o da outra.
A ação maior proposta antes gera a extinção da ação menor proposta depois.
A ação menor proposta antes gera a reunião dos processos.
Prevenção
Art. 59.  O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
CPC de 73:
despacho inicial – causas conexas estiverem na mesma competência territorial;
citação válida – causas conexas estiverem em competência territorial diversa.
Isso só era pra complicar.
Agora só há um critério: o registro ou a distribuição é que torna o juízo prevento. E é o mesmo fato que gera a perpetuação de competência, conforme dito acima.
Foro de eleição
Art. 25.  Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
Consagra-se uma prática internacional difundida.
Foro internacional não viola a soberania brasileira. Respeito à autonomia privada – autoregramento da vontade das partes.
Art. 25, § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo – Há as exceções no caso da competência brasileira exclusiva
Art. 25, § 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o.
Art. 63.  As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações
Art. 63, § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
Art. 63, § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
Art. 63, § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu – Aqui fala-se em foro de eleição EM QUALQUER contrato – o CPC antigo falava em contrato de adesão.
Art. 63, § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão – Antes da citação o juiz podecontrolar de ofício, depois da citação só mediante alegação do réu na contestação (caso contrário há preclusão).
Alegação de incompetência
Qualquer questão relacionada à incompetência deve ser alegada na contestação. 
CPC de 1973: competência relativa deve ser alegada em peça avulsa.
Qualquer alegação de incompetência pode ser feita no domicílio do réu. 
O CPC de 1973 só permite isso em relação à competência relativa.
MP fiscal da ordem jurídica (não se usa mais o termo fiscal da lei) pode alegar incompetência relativa nos casos em que ele intervenha.
A incompetência absoluta não gera a nulidade automática do ato decisório. Pelo CPC de 73 é automático: o reconhecimento da nulidade absoluta gera a nulidade dos atos decisórios. Mas o Novo CPC preserva a decisão do juízo absolutamente incompetente e caberá ao juiz competente examinar se a decisão deve ou não ser anulada.
A decisão sobre a incompetência deve ser imediata. A decisão do juiz sobre competência tende a ser uma decisão interlocutória: ou o juiz rejeita ou acolhe e remete os autos ao juiz competente. O problema é que o Novo CPC estabelece as hipóteses em que é cabível agravo de instrumento e não prevê a decisão sobre competência. Cabe recurso dessa decisão? Para Fredie, o rol é taxativo, mas permite analogia e, dessa forma, toda situação que se encaixe no modelo legal é agravável. Nesse lista, há previsão de que decisão que rejeita alegação de convenção de arbitragem é agravável – para Fredie, essa é uma decisão de competência (o juiz não é competente, mas sim o árbitro). Essa decisão, por ser essencialmente sobre competência, permite que qualquer decisão sobre competência possa ser agravada. Se não for permitido o agravo de instrumento nessa situação, não é possível discutir competência, porque o processo vai tramitar na justiça errada até eventual apelação – o que é um absurdo, segundo Fredie.
O MP não intervirá nos conflitos de competência, mas apenas nas causas em que ele já intervém (no CPC atual o MP intervém em qualquer conflito de competência).
O juiz que não aceitar o processo declinado para ele deve suscitar conflito. Isso é uma obviedade, mas o Novo CPC deixa claro.
O Novo CPC também deixa claro que é possível o julgamento monocrático em situações definidas (art. 954) – o CPC de 1973 fala em jurisprudência dominante:
súmula do STF ou do STJ;
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência.
Ação
Pressupostos processuais
Art. 76.  Verificada a incapacidade processual �ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício
Art. 76, § 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:
o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. O CPC de 73 determina que o 3º seja excluído sempre.
Art. 76�, § 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:
não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.
Art. 13 do CPC de 1973: disciplina o que o juiz deve fazer no caso de defeito relativo à capacidade processual. Esse dispositivo foi bem reformulado.
É possível sanar problemas na capacidade processual em grau recursal. Se porventura não for feita a correção, aí então o recurso não será admitido.
Agora fica claro que é admitido em grau recursal essa possibilidade. Primazia da decisão de mérito. 
Condições da ação
O termo “condição da ação” foi encampado pelo CPC de 1973: legitimidade, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido.
Dessa forma, todo mundo aprendeu na faculdade os conceitos de pressupostos processuais e as condições da ação.
Duas grandes críticas à figura das condições da ação�:
se elas são requisitos de admissibilidade, referentes à possibilidade do conhecimento do mérito do processo, deveriam ser chamadas pressupostos processuais e não condições da ação;
a legitimidade ordinária e a possibilidade jurídica do pedido são questões de mérito.
O Novo CPC aboliu o rótulo “condição da ação”. Não existe mais essa expressão, Assim como não existe mais o termo “carência de ação”.
O CPC continua falando da legitimidade e do interesse de agir, mas não diz que ambos são condições da ação.
Para Fredie, legitimidade e interesse de agir são, agora, pressupostos processuais.
E o CPC não fala mais da possibilidade jurídica do pedido, porque se trata de problema de MÉRITO. Se o juiz entende que o pedido é juridicamente impossível há rejeição do pedido – improcedência liminar do pedido.
Interesse de agir e legitimidade
Art. 17.  Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 3º, CPC de 73: Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade.
Ação e contestação não são as únicas postulações em juízo. Recurso é postulação e tem como requisito a legitimidade.
Essa alteração encampa um entendimento doutrinário que vê no processo um conjunto de atos e situações jurídicas. Dessa forma, as relações estabelecidas no processo são muito dinâmicas. A dinamicidade é intrínseca ao processo. As partes não permanecem no processo na mesma posição e com o mesmo interesse. Ex.1: juiz – não é parte, mas é possível que, no processo, seja oposta uma alegação de impedimento contra ele e nessa relação ele se torna parte. Ex.2: denunciação da lide – o denunciado é réu na denunciação, mas ao mesmo tempo é assistente do denunciante. Ele é, a um só tempo, “inimigo” do denunciante (porque o denunciado não quer ser denunciado), mas é “aliado” do denunciante porque torce para que ele ganhe do réu na ação
Art. 18.  Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico�
Art. 18, Parágrafo único.  Havendo substituição processual�, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial – ESSE PARÁGRAFO É TOTALMENTE NOVO. É direito do substituído intervir no processo para ser assistente litisconsorcial e, portanto, ser litisconsorte unitário.
CPC de 1973: fala “por lei” e não “pelo ordenamento jurídico”.
Negócio jurídico integra o ordenamento jurídico.
A partir do Novo CPC, é possível defender a legitimidade extraordinária negociada: possibilidade de alguém, por meio de um negócio jurídico, conferir legitimidade a outrem para ir a juízo em nome próprio pleiteando o direito desse alguém. Lembrando que há no Código uma cláusula geral de negociação processual, pautada no auto-regramento da vontade no processo (será analisada mais pra frente).
Sobre o tema da legitimidade negociada, é necessário analisá-la sob o aspecto do polo ativo e do polo passivo.
Legitimidade negociada no polo ativo
É possível pensar em:
transferência;
ampliação da legitimidade – espécie de legitimidade concorrente.
Em se tratando de tutela de direitos absolutos – sujeito passivo é indeterminado (exs.: direitos de propriedade, direitos reais, direitos de propriedade imaterial – não é necessária nenhuma providência específica). 
Em se tratando da tutela de direitos relativos – sujeito passivo é determinado (ex.: crédito) -, para que a cessão de legitimidade seja eficaz, o devedor deve ser notificado. Analogia à legislação civil (cessão de crédito).
Legitimidade negociado no polo passivo
Não é possível, salvo se o sujeito ativo concordar.
Sobre esse tema: artigo do Fredie sobre fonte normativa para legitimidade extraordinária negociada no site academia.edu
Curadoria especial
Art. 72.  O juiz nomeará curador especial ao: (esse artigo equivale ao artigo 9º do CPC)
incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;réu preso revel, �bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Atenção! Não é qualquer réu preso como no CPC de 73, mas apenas ao réu preso revel no processo penal. E, ainda, se o réu, mesmo revel no processo penal, nomear um advogado, não há razão para a atuação do curador especial.
Art. 72, Parágrafo único.  A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. O CPC de 73 não deixava isso claro, até porque isso veio com a Lei Orgânica da Defensoria Pública. Mas o Novo CPC traz isso expresso.
Representação processual das associações irregulares, capacidade processual do espólio e colaboração entre os entes federativos
Art. 75.  Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
o Município, por seu prefeito ou procurador;
a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
a massa falida, pelo administrador judicial;a herança jacente ou vacante, por seu curador;
o espólio, pelo inventariante;
a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
o condomínio, pelo administrador ou síndico.
Art. 75, § 1o �Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte – O art. 12, § 3º, CPC de 73 trazia regra diferente: quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e sucessores do falecido serão autores ou réus nas ações em que o espólio for parte
Art. 75, § 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada.
Art. 75, § 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo.
Art. 75, § 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias. Procurador de SP pode atuar aqui em favor do Estado do PR, por exemplo. Fredie entende que é possível fazer isso no âmbito da administração indireta, como as autarquias. Trata-se de colaboração federativa.
Capacidade processual das pessoas casadas
O CPC repetia o que o CC de 1916 dizia. Só que o CC de 2002 mudou o CC de 16 e o CPC não foi atualizado. Dessa forma, o Novo CPC atualiza sua redação.
Art. 73.  O cônjuge necessitará �do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens – Repetição do CC de 2002. Dúvida: essa ressalva se aplica à separação de bens convencional e legal, ou só à separação convencional? Isso é controvertido na doutrina civilista e o CPC não resolve. Fredie entende que se aplica a ambas as hipóteses de separação
Art. 73, § 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens;
resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;
fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família – a redação do CPC de 1973 falava apenas no marido;
que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
Art. 73, § 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
Art. 73, § 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos�. Isso é um problema, porque a união estável é naturalmente informal. Essa é a sua essência. Como saber se no dia da propositura da ação o réu vivia em união estável? Ou na penhora de imóvel, como saber se o devedor vive em união estável? E se, no meio do processo, aparece prova da união estável e o companheiro pede a nulidade da ação ou da penhora porque não foi citado/intimado? E que prova é essa da união estável? O contrato de união estável pode ter sido assinado com data retroativa e isso é um perigo. Fredie entende que a comprovação deve se dar por: i. documento; ii. registrado em registro civil (conforme resolução do CNJ). Assim, evita-se fraude e permite o conhecimento da união estável por terceiros.
Representação processual�
Artigo 37 do CPC de 73: atos praticados por advogado sem procuração eram considerados inexistentes. Mas admitiam ratificação e responsabilização do advogado. Como um ato inexistente pode ser ratificado e gerar responsabilização? Fredie considera esse dispositivo uma das maiores anomalias do CPC de 73. Totalmente atécnico e absurdo. No entanto, com base nele existem entendimentos doutrinários no sentido de que capacidade postulatória é pressuposto processual e o próprio STJ editou súmula com base nesse dispositivo (Súmula 115 do STJ: recurso sem procuração é inexistente).
Contrariava o CC de 2002 sobre o assunto – art. 662 do CC: “Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar”
Art. 104.  O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
Art. 104, § 1o Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz
Art. 104, § 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos.
Quem defendia que capacidade postulatória era pressuposto de existência com base no dispositivo antigo do CPC de 73 não tem mais nenhum respaldo. Já era errado afirmar isso com base no CPC de 73, porque esse artigo não tratava de capacidade postulatória, mas sim de representação processual, que são coisas distintas. No entanto, a doutrina que sustentava que a capacidade postulatória é pressuposto de existência, o fazia com base nesse dispositivo extremamente atécnico. E agora, ele foi modificado e não há mais como sustentar essa posição.
Aula 3 (Blocos 7, 8 e 9) – 17/4/2015
 Litisconsórcio
Litisconsórcio por comunhão, conexão ou afinidade
Art. 113.  Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir – Esse inciso corresponde aos incisos II e III do art. 46 do antigo CPC;
ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
Art. 113, § 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo �quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença (novidade!) ou na execução (novidade!), quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
Art. 113, § 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.
O litisconsórcio se dá por:
conexão;
comunhão;
afinidade.
Isso não mudou. O Novo CPC apenas deixou mais claro.
Possibilidade de se desmembrar o litisconsórcio multitudinário ativo, que se aplica em qualquer fase (liquidação e execução) e não só na fase de conhecimento. Mais a frente no curso, veremos a novasistemática acerca da recorribilidade das interlocutórias, mas é importante destacar a questão recursal do desmembramento. Apenas a decisão que rejeita o pedido de desmembramento é recorrível. A decisão que acolhe o pedido de desmembramento não é agravável.
Litisconsórcio unitário
Art. 116.  O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
É uma novidade porque conceitua litisconsórcio unitário (traz o conceito de Barbosa Moreira).
Litisconsórcio necessário�
Art. 114.  O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Essa parte final não traz uma redação boa. Não esclarece qual é a segunda hipótese de litisconsórcio, porque não explica o que é essa relação jurídica controvertida. Para Fredie, esse artigo deve ser lido junto com o art. 116, ou seja, o litisconsórcio será necessário por força de lei ou quando for litisconsórcio UNITÁRIO.
Art. 115.  A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório�, será:
nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo – Esse inciso traz a confirmação de que o art. 114 tem que ser lido junto com o art. 116, porque traz uma hipótese de litisconsorte unitário.
ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Art. 115, Parágrafo único.  Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo – SÓ EXISTE LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO PASSIVO. Esse dispositivo reforça essa ideia e não há mais espaço para a discussão sobre litisconsórcio ativo necessário.
Esse artigo traz as conseqüências da falta de citação de litisconsorte necessário.
Lembrando que nem todo litisconsorte necessário é unitário. Ele pode ser simples, como quando por força de lei.
A sentença só será nula em caso de litisconsórcio unitário. 
E será ineficaz no caso de litisconsórcio simples.
Ou seja, nem sempre a falta de citação de litisconsorte necessário é nula, apenas quando o litisconsorte for necessário unitário.
Lembrando que a sentença só será nula se a sentença for desfavorável ao litisconsorte não citado.
Para Fredie, com o Novo CPC, as hipóteses de litisconsórcio necessário foram ampliadas:
por força de lei – já existia;
unitário – já existia;
por força de convenção (negócio entre as partes), por conta de:
princípio do auto-regramento da vontade;
cláusula geral de negociação sobre o processo.
Como exemplos de litisconsórcio por força de convenção, Fredie traz o TAC e o acordo de cotistas.
Art. 117.  Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário�, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
O CPC de 73 não fazia essa diferenciação e o Novo CPC encampa o que a doutrina já dizia sobre o assunto.
Intervenção de terceiros
Oposição
A oposição desaparece do rol das intervenções de terceiros para se transformar em um procedimento especial. Atenção! A oposição não acabou, apenas mudou a sua natureza jurídica.
Oposição é muito semelhante aos embargos de terceiro (procedimento especial utilizado pelo terceiro que tem um bem constrito judicial ou administrativamente).
Prazo para o autor e réu apresentarem defesa em face do opoente: é comum, mesmo se tratando de litisconsórcio.
Assistência
O CPC de 73 regulava a assistência em 5 artigos.
Existem 2 modalidades de assistência:
simples;
litisconsorcial.
Mas o CPC não explicava qual artigo se aplicava a qual assistência. Era uma confusão.
Agora o CPC divide:
disposições comuns;
assistência simples;
assistência litisconsorcial.
Art. 52, parágrafo único, CPC de 73: o assistente simples era gestor de negócios do réu revel, o que permitia que o assistente contestasse pelo assistido. O Novo CPC mudou isso:
Art. 121.  O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Art. 121, Parágrafo único.  Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual.
Primeiro se deixa claro que isso é só pra assistência simples.
Não se trata de um gestor de negócios�, e sim de substituto processual – caso de legitimidade extraordinária.
Além disso, autoriza que o assistente atue em outras omissões do réu, como, por exemplo, no caso de recurso.
Art. 122.  A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos.
O assistente simples não pode impedir que o assistido pratique esses atos, que são atos negociais, ou seja, manifestações de vontade do assistido contra as quais o assistente nada pode fazer. Contradição: o art. 121 autoriza o assistente a suprir as omissões do assistido, mas o art. 122 estabelece que o assistente não pode atuar contra a vontade do assistido. E se a omissão for voluntária? Como faz? Para Fredie, o art. 122 regula a omissão voluntária negocial (ex.: para o direito brasileiro, se o réu não alegar convenção de arbitragem é renúncia à arbitragem – ou seja, omissão negocial). Se for uma omissão não negocial, o assistente não fica vinculado – ex.: revelia, não recorrer. Mas se o assistido não recorre e fala: “não quero recorrer”, aí o assistente não pode fazer nada. Vale ressaltar que, via de regra, a omissão não é negocial.
É possível admitir uma assistência negociada, ou seja, uma assistência fora da simples e da litisconsorcial? Para Fredie, sim, é perfeitamente possível um negócio para criar uma assistência de acordo com a vontade das partes. Seria uma intervenção assistencial negociada. 
Nomeação à autoria�
Não há mais a figura da nomeação à autoria como intervenção de terceiro, porque ela era muito confusa.
Em seu lugar, surgiram duas novidades.
Art. 338.  Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
Art. 338, Parágrafo único.  Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8o.
É um incidente de substituição do réu
Art. 339.  Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação
Art. 339, § 1o O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
Art. 339, § 2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
Esse seria o equivalente à nomeação à autoria. 
Traz um dever do réu que sabe que não é legitimado, e sabe quem o é, indicar o legitimado correto, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. Cabe, inclusive, ação de responsabilidade civil caso o processo seja extinto por ilegitimidade de parte e, tempos depois, descobre-se que o réu sabia que era parte ilegítima.
Denunciação da lide
Art. 456 do CC/02 FOI REVOGADO PELO NOVO CPC.
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicçãolhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. 
Mudanças decorrentes dessa revogação:
deixa-se claro que a denunciação da lide não é obrigatória – aquele que não denuncia a lide não perde o direito de regresso. Trata-se de uma opção da parte. E o direito de regresso poderá ser cobrado por via autônoma. Acabou a discussão se a denunciação da lide é obrigatória;
acabou a discussão sobre a possibilidade de denunciação da lide per saltum – o Novo CPC NÃO AUTORIZA (o art. 456 do CC parecia permitir a denunciação per saltum).
Só é possível uma denunciação da lide sucessiva, ou seja, o processo pode ter, no máximo, 2 denunciações da lide. O CPC de 73 já permitia a denunciação da lide sucessiva, mas não tinha limite.
A denunciação da lide pelo réu é na contestação. Assim como a denunciação da lide feita pelo autor é na petição inicial.
Art. 128.  Feita a denunciação pelo réu:
se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;
se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; Essa mudança é muito importante, porque o CPC de 73 obrigava o denunciante a prosseguir na defesa se o denunciado fosse revel, porque se o denunciante não fizesse a defesa e depois fosse cobrar do denunciado, este poderia alegar isso para se eximir de ressarcir o denunciante;
se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso.
Art. 128, Parágrafo único.  Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva.
O Novo CPC consagra a possibilidade de o autor requerer direto em face do denunciado o valor da condenação. O STJ construiu esse entendimento no caso em que o denunciado fosse uma seguradora. Agora o CPC autoriza isso expressamente e pra qualquer caso de denunciação da lide.
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
Embora prevista pelo direito material, não era regulamentada pelo direito processual.
A desconsideração é uma sanção aplicada para o caso de mau uso da constituição de uma pessoa jurídica. E, por se tratar de uma sanção, não é possível aplicá-la sem contraditório.
O Novo CPC não tratou dos casos de desconsideração, que são regulados pelo direito material.
O Novo CPC consagra a desconsideração inversa da personalidade jurídica (ao invés de buscar o patrimônio do sócio, busca-se o patrimônio da pessoa jurídica).
É uma intervenção de terceiro porque o patrimônio buscado é de um terceiro que não integra o processo.
ATENÇÃO! Não cabe intervenção de terceiros nos juizados. Mas o incidente de desconsideração da personalidade jurídica É CABÍVEL NOS JUIZADOS ESPECIAIS! O Novo CPC prevê isso nas suas disposições finais.
Via de regra, a intervenção de terceiro é possível até a resposta do réu. Mas a desconsideração é permitida até mesmo em estágio recursal. Cabe ao relator a função de desconsiderar a personalidade jurídica no tribunal.
NÃO CABE DESCONSIDERAÇÃO EX OFFICIO. A desconsideração depende de requerimento da parte ou do MP fiscal da ordem jurídica nos casos em que ele intervém. 
Fredie destaca que a desconsideração é uma demanda e, dessa forma, deve haver causa de pedir específica e pedido.
Atenção! A desconsideração da personalidade jurídica não é intervenção de terceiro quando o autor já pede na petição inicial, caso em que se trata de uma simples cumulação de pedidos.
Amicus curiae
Deixa-se claro que a intervenção de amicus curiae é intervenção de terceiro, não há mais discussão.
Cabe em QUALQUER processo, desde que a causa seja relevante e justifique a intervenção de amicus curiae.
É um caso de intervenção de terceiro de OFÍCIO – o juiz pode determiná-la.
As partes podem provocá-la, assim como o próprio amicus curiae pode pedir para intervir.
Amicus curiae pode ser pessoa natural, pessoa jurídica, órgão despersonalizado, ou seja, qualquer pessoa que possa contribuir com a causa, que tenha representatividade. 
A intervenção de um ente federal como amicus curiae não muda a competência, não desloca a causa para a Justiça Federal (lembrando que se for assistência, aí desloca).
É o julgador quem define os poderes do amicus curiae no processo, salvo os seguintes direitos:
o amicus curiae tem direito de opor embargos de declaração – mas ele não pode recorrer da decisão que não admite a sua participação;
o amicus curiae tem o direito de recorrer no julgamento em incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) – essa previsão consagra a possibilidade de recurso para se discutir o precedente (e não o caso).
Precisa de advogado? Fredie entende que só precisa para fazer sustentação oral e recorrer. Mas uma simples manifestação no processo não precisa. 
Poderes e deveres do juiz
O Novo CPC mantém os poderes do juiz que já existem, mas traz também muitos deveres para o juiz.
O art. 139 corresponde ao artigo 125 do CPC de 73.
Art. 139.  O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
assegurar às partes igualdade de tratamento;
velar pela duração razoável do processo;
prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias;
determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária – Traz um poder geral de efetivação das decisões do juiz�. Esse poder já existia no CPC de 73 (art. 461, § 5º), mas esse poder era previsto apenas para obrigação de fazer, não fazer e dar coisa diferente de dinheiro. O Novo CPC estendeu para as obrigações de pagar. Para Fredie, a melhor interpretação desse artigo é no sentido de que a atipicidade dos meios executivos para a obrigação de pagar deve ser subsidiária, ou seja, primeiro esgotam-se os mecanismos típicos, para depois utilizar os meios atípicos. Medidas indutivas, coercitivas, mandamentais são sinônimas – medidas de coerção indireta. Medidas sub-rogatórias: medidas coercitivas indiretas;
promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito – O objetivo desses poderes é adequar o processo às peculiaridades da causa. Sobre a dilatação: o juiz não pode dilatar o prazo depois que ele acabou (o juiz não pode superar a preclusão). Lembrando que é possível o desmembramento do litisconsórcio multitudinário ativo quando ele comprometer a defesa e, dessa forma, também é possível o não desmembramento com a ampliação do prazo de defesa;
exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;
determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso – É o interrogatório – depoimento pessoal da parte determinado de ofício pelo juiz. Não pode ser determinado sob pena de confissão (isso já era sustentado pela doutrina);
determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais; Princípio da primazia da decisão de mérit
quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no

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