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Sistema cardiovascular e hipertensão Prof: Luana David Farmacêutica Mestre em Farmacologia Doutoranda em Farmacologia 1 SISTEMA CARDIOVASCULAR 2 3 FUNÇÃO do sistema cardiovascular? aporte adequado de nutrientes, O2, remoção dos metabólitos perfusão tecidual Componentes do sistema: coração (bomba) vasos (sistema de dutos - fechado): artérias: coração tecidos veias: tecidos coração sangue rim composição e volume do líquido circulante SISTEMA CARDIOVASCULAR 4 O coração atua como bomba Os vasos que conduzem o sangue para os tecidos são artérias Os vasos que conduzem o sangue dos tecidos de volta ao coração são as veias Nos tecidos interpostos as veias e artéria temos os capilares, que são responsáveis pelas trocas de produtos finais do metabolismo e líquidos SISTEMA CARDIOVASCULAR 5 SISTEMA CARDIOVASCULAR 6 7 CIRCUITO CARDIOVASCULAR 8 débito cardíaco(DC): é a intensidade ou velocidade/min pela qual o sangue é bombeado por qualquer dos ventrículos DCVE = DCVD retorno venoso(RV): é a intensidade ou velocidade pela qual o sangue retorna aos átrios através das veias RVE=RVD CIRCUITO CARDIOVASCULAR 9 Circuito pequeno ou pulmonar: VD AE Circuito grande ou sistêmico: VE AD HIPERTENSÃO ARTERIAL É uma doença crônica não transmissível de natureza multifatorial, assintomática (na grande maioria dos casos) que compromete fundamentalmente o equílibrio dos sistemas vasodilatadores e vasoconstritores, levando a um aumento da tensão sanguínea nos vasos, capaz de comprometer a irrigação tecidual e provocar danos aos órgãos por eles irrigados.” CONCEITO 10 HIPERTENSÃO ARTERIAL 11 HIPERTENSÃO ARTERIAL % H A S 0 Faixas Etárias 18-29 30-39 40-49 50-59 +80 60-69 70-79 20 10 30 40 50 60 70 4 11 21 44 54 64 66 PREVALÊNCIA 12 INTRODUÇÃO IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2002 Prevalência: 22 a 43 % da população urbana adulta brasileira Um dos mais importantes fatores de risco para doença cardiovascular Relacionada com 40% das mortes por AVC 13 13 Desafios Principais Reduzir complicações, internações e mortes relacionadas à HAS. Reduzir a prevalência da HAS. Aumentar o grau de conhecimento da população sobre a importância do controle da HAS. Garantir acesso dos hipertensos a serviços básicos de saúde, com resolubilidade. Incentivar políticas e programas comunitários. 14 Fatores que indicam um pior prognóstico na HAS Raça negra Jovem Sexo masculino Hipertensão grave Fumo Diabetes melitos Hipercolesterolemia Obesidade Evidência de dano em órgãos alvo 15 15 Sinais e sintomas Cefaléia Tontura Palpitações Cansaço fácil Impotência sexual Epistaxe Hematúria Alteração da visão 16 16 Objetivos da investigação clínico laboratorial Confirmar a elevação da pressão arterial. Avaliar lesões de órgãos-alvo. Identificar fatores de risco para doenças cardiovasculares. Diagnosticar a etiologia da hipertensão arterial. 17 HIPERTENSÃO 18 Quando tem causas específicas ( 10% casos) Hipertensão secundária Quando NÃO tem causas específicas Hipertensão primária Fatores genéticos Estresse psicológico Hábitos e costumes (dieta, álcool, tabagismo) Geralmente assintomática até a lesão de órgão-alvo PRINCIPAL PATOLOGIA SCV: HIPERTENSÃO 19 “É uma elevação persistente da PA” Pressão sistólica > de 139 mmHg Pressão diastólica > de 89 mmHg Principal consequência é a perfusão inadequada dos tecidos Risco aumentado de acidentes vasculares cerebrais coronariopatias insuficiência renal Maior causa de mortes Pressão Arterial 20 A pressão sistólica, ou também chamada de: máxima, é a pressão do sangue no momento da sístole cardíaca, ou seja, no momento em que o coração contraí e impulsiona o sangue para as artérias. É a pressão que o sangue faz contra a parede das artérias. Portanto se o coração contrair-se com mais ênfase a pressão sistólica será maior. O que é pressão sistólica? A pressão diastólica ou também conhecida como pressão mínima, é influenciada pela resistência que os vasos oferecem à passagem do sangue O que é pressão diastólica? 21 Quando um profissional da saúde afere sua pressão arterial o que ocorre? A medida da pressão sistólica representa a força que o sangue é expulso do coração e a pressão diastólica reflete o quanto a pressão dos músculos das paredes dos vasos comprimem o sangue. Essa pressão é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). Quando temos a medida de 12X8 ou melhor, 120mmHg por 80 mmhg, reflete que a pressão com que o sangue é expulso do coração é de 120 mmhg e que a de resistência dos vasos é de 80mmHg. Medindo a pressão arterial? 22 A pressão sistólia ou máxima deve se apresentar sempre com valores mais altos do que a diastólica ou mínima. Se a pressão sistólica representa a força que o coração expulsa o sangue de sua cavidade e a diastólica representa a resistência dos vasos à passagem do sangue e se os valores estiverem invertidos, por exemplo, 80X120, a resistência será maior que a força contrátil cardíaca e o sangue não poderá fluir através do circuito. Pressão máxima e mínima? 23 Artéria com calibre normal. O sangue passa sem dificuldade. Pressão arterial normal, tipo 12 x 8. Na situação acima estamos dentro do fisiológico, o coração faz um esforço dentro da normalidade e a pressão sistólica se mantém adequada, não há grande resistência dos vasos à passagem do sangue. O que é pressão normal? 24 Artéria com calibre reduzido. O sangue passa com dificuldade. Pressão arterial alterada, tipo 18 x 10. No caso acima já existe uma situação inadequada, onde a resistência dos vasos ou resistência periférica está elevada, causando aumento da pressão diastólica e conseqüente elevação da pressão sistólica. O que é a hipertensão? 25 A pressão arterial depende do calibre arterial, quando o calibre é normal permite que as pressões estejam dentro dos limites fisiológicos. Quando o calibre arterial é menor, o atrito na interface sangue/parede dos vasos é maior, aumentando a pressão diastólica; dessa forma o coração terá que fazer mais força para expulsar o sangue do ventrículo para a aorta, aumentando consequentemente a pressão sistólica. pressão normal artéria normal pressão aumentada artéria estreitada Causas da hipertensão. 26 O quadro crônico de pressão arterial elevado, causado pela elevada resistência dos vasos à passagem do sangue Consequência é um esforço anormal da bomba cardíaca levando um aumento, ou hipertrofia das paredes cardíacas Esse aumento provoca a diminuição das câmaras cardíacas reduzindo a capacidade de enchimento pré-contração Esse é um quadro patológico, chamado de hipertrofia cardíaca, pode resultar inclusive em arritmias e futuramente na falência do coração com uma insuficiência cardíaca Consequências cardíacas: 27 HIPERTENSÃO ARTERIAL Realizar a medida da pressão arterial em toda avaliação clínica. Utilizar aparelhos calibrados e técnica adequada. Realizar no mínimo duas medidas com intervalos de 2’ entre elas. Na 1ª avaliação verificar nos dois membros superiores. DIAGNÓSTICO 28 HIPERTENSÃO ARTERIAL Identificação Tempo de hipertensão Adesão ao tratamento Reações adversas ao tratamento Pesquisar sintomas: ICC, Diabetes, Nefropatias, Insuf. Vasc. Periférica Interrogatório sistemático Pesquisar sobre fatores de risco: Dislipidemia, Tabagismo, DM, Sedentarismo, Hereditariedade HISTÓRIA CLÍNICA 29 HIPERTENSÃO ARTERIAL Perfil Psicossocial: Fatores ambientais, situação familiar, condições de trabalho, função sexual, escolaridade e depressão. Avaliação dietética: Consumo de sal, bebidas alcoolicas e gorduras saturadas. Medidas do peso e altura para cálculo do IMC HISTÓRIA CLÍNICA 30 HIPERTENSÃO ARTERIAL Básica Complementar – Cardiovascular 1. Exame de urina: bioquímica e sedimento 2. Creatinina 3. Potássio 4. Glicemia 5. Colesterol Total 6. ECG de repouso 1. Monitorização ambulatorial da PA (MAPA) 2. Ecocardiograma 3. Radiografia de tórax 4. Teste de esforço (paciente com risco coronariano) Avaliação Laboratorial 31 HIPERTENSÃO ARTERIAL Complementar - Bioquímica Avaliação Laboratorial 1. HDL (sempre que o Colesterol Total e a glicemia estiverem elevados) 2. Triglicérideos 3. Ácido úrico 4. Proteinúria de 24 horas 5. Hematócrito e hemoglobina 6. Cálcio 7. TSH 32 33 HIPERTENSÃO ARTERIAL Estratificação em grupos, de acordo com o fator de risco individual Grupo A: sem fatores de risco e sem lesões em órgãos-alvo Grupo B: presença de fatores de risco (não incluindo diabete melito) e sem lesão em órgão-alvo Grupo C: Presença de lesão em órgãos-alvo, doença cardiovascular clinicamente identificável e/ou diabete melito 34 Decisão terapêutica Normal/Limítrofe (130-139 / 85-89 mmHg) Grupo A: Modificações no estilo de vida. Grupo B: Modificações no estilo de vida. Grupo C: Modificações no estilo de vida. O tratamento deve ser instituído na presença de insuficiência cardíaca, insuficiência renal ou diabetes. 35 Decisão terapêutica Hipertensão leve ou estágio 1 (140-159 / 90-99 mmHg) Grupo A: Modificações no estilo de vida (até 12 meses). Grupo B: Modificações no estilo de vida (até 6 meses). Pacientes com múltiplos fatores de risco podem ser considerados para tratamento medicamentoso. Grupo C: Terapia medicamentosa. 36 Decisão terapêutica Hipertensão moderada e severa (estágios 2 e 3) (>=160 mmHg / >=100 mmHg) Grupo A: Terapia medicamentosa. Grupo B: Terapia medicamentosa. Grupo C: Terapia medicamentosa. 37 Dentre as várias causas para a diminuição da luz dos vasos temos: acúmulo de placas de ateroma nas paredes dos vasos: Bases genéticas Maus hábitos nutricionais Envelhecimento dos tecidos O envelhecimento dos tecidos e também aos hábitos de vida diários, como o tabagismo provocam o enrijecimento das paredes arteriais que causam o aumento da pressão arterial Influência dos hábitos diários: 38 HIPERTENSÃO ARTERIAL 39 Medidas não-medicamentosas para o controle da hipertensão e dos fatores de risco cardiovascular. Medidas com maior eficácia anti-hipertensiva: -Redução do peso corporal -Redução da ingestão de sódio -Maior ingestão de alimentos ricos em potássio -Redução do consumo de bebidas alcoólicas -Exercícios físicos regulares 40 41 Medidas não-medicamentosas para o controle da hipertensão e dos fatores de risco cardiovascular. Medidas sem avaliação definitiva: -Suplementação de cálcio e magnésio -Dietas vegetarianas ricas em fibras -Medidas antiestresse 42 Medidas não-medicamentosas para o controle da hipertensão e dos fatores de risco cardiovascular. Medidas associadas: -Abandono do tabagismo -Controle das dislipidemias -Controle do diabetes 43 Qual a melhor medicação? Idade Raça Estilo de vida Custo Efeitos colaterais 44 Classes de anti-hipertensivos 45 HIPERTENSÃO ARTERIAL Monoterapia Inicial Diurético Betabloqueadores Antag. Canais Ca IECA ARAII Resposta Inadequada ou efeitos adversos Aumenta dose Adicionar 2ª droga Substituir Monoterapia Resposta inadequada OU Adicionar 2ª ou 3ª Droga 46 Quando o quadro já está instalado a solução é utilizar remédios Indivíduos hipertensos devem fazer uso da medicação de forma regular Não adianta tomar medicamentos durante um período e achar que está curado Não está!!!! Pode parar a medicação? 47 No caso da hipertensão arterial sistêmica as medicações atuam somente nas consequências Não tendo efeito algum sobre a causa Desta forma quando se interrompe o tratamento a PA volta a se elevar, porque a causa continua presente Atuação da medicação: 48 49 OBRIGADA!!! 50