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V3 Administrativo

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PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello os princípios são mandamentos nucleares de um sistema, seu verdadeiro alicerce. Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não a um mandamento específico, mas a todo o sistema de comando.
( Princípios expressos: 
Legalidade:
- na visão tradicional: determina que o administrador só pode fazer aquilo que estiver na lei.
- na visão moderna: o administrador é obrigado a fazer tudo aquilo que o direito determinar; não deve ficar preso à lei; é obrigado a observar todos os instrumentos normativos.
(Para o Direito Administrativo, o princípio da legalidade é o direito e não a lei (bloco de juridicidade).
Princípio da Legalidade ≠ Princípio da Reserva Legal
O artigo 5º, II, da Constituição Federal estabelece que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Este dispositivo é o próprio princípio da legalidade. Textualizado na Constituição Federal como uma forma de restringir a atuação do detentor do poder em benefício da lei. Assegurando, assim, uma garantia constitucional ao particular, visto que não lhe pode ser impostas penas, sanções, multas que não sejam as da lei.
Pois bem, o princípio da legalidade é mais amplo que o da reserva legal, pois qualquer comportamento forçoso imposto ao indivíduo deve emanar de lei, elaborada consoante as regras do processo legislativo constitucional.
Por outro lado temos o princípio da reserva legal, que se divide em dois, reserva legal absoluta e reserva legal relativa.
A reserva legal absoluta ocorre quando a Constituição exige para sua integral regulamentação a edição de lei formal, emanada do Congresso Nacional, de acordo com o processo legislativo constitucional.
Já a reserva legal relativa se dá quando a norma constitucional exige também a edição de lei formal, mas a própria constituição permite que a lei estabeleça parâmetros de atuação do órgão administrativo, que poderá complementar por ato infralegal, sempre respeitando os limites ou requisitos impostos pela legislação infralegal.
Dessa formal, a Constituição exige a edição de lei formal para regulamentação de determinado dispositivo e ao mesmo tempo autoriza que essa lei estabeleça balizas para que o órgão administrativo atue especificamente no âmbito em que foi autorizado pela lei.
As hipóteses de reserva legal relativa são estabelecidas diretamente pela CF, nem poderia ser diferente, pois a lei não pode declinar de sua competência legislativa a favor de outras fontes, apenas se for autorizada pela própria Constituição.
Impessoalidade:
Pode ser entendido em dois sentidos:
→ Em relação à administração: todos os atos e provimentos estatais devem ser imputados à Administração Pública e não ao agente público que o tiver praticado.
→ Em relação aos administrados: a administração não pode agir buscando favorecer ou prejudicar determinada pessoa. Todo o agir da Administração deve ser praticado visando o interesse público, coletivo.
Moralidade:
A moralidade administrativa é diferente da moral comum. O princípio jurídico da moralidade administrativa não impõe o dever de atendimento à moral comum vigente na sociedade, mas exige respeito aos padrões éticos, de boa-fé, de honestidade, de lealdade e de probidade administrativa.
( Súmula vinculante nº 13 do STF 
Instrumentos para defesa da moralidade pública:
- Ação Popular (art. 5º, LXXIII, CF)
- Ação Civil Pública (o titular é o Ministério Público)
- As CPI’s (Comissão Parlamentar de Inquérito)
- Fiscalização através do Tribunal de Contas
Publicidade:
Está relacionado com o dever de divulgação de todos os atos oficiais praticados pela Administração. O referido princípio só estará sendo observado quando a divulgação ocorrer no órgão oficial da Administração. O órgão oficial é o jornal público ou privado destinado à divulgação dos atos oficiais.
Para a maioria da doutrina, a ausência da publicidade acarreta a nulidade do ato, para outros a inexistência.
A publicidade eletrônica feita no site oficial da Administração é apenas complementar, só podendo ser substitutiva se houver lei com tal previsão.
Quando o ato vier a atingir a esfera de interesse de um determinado particular, o referido princípio só estará sendo observado mediante notificação do particular (publicidade restrita).
( Exceção ao Princípio da Publicidade: atos que possam comprometer a segurança do Estado e a segurança da sociedade, e aqueles relacionados à intimidade das pessoas envolvidas.
Ex: atos relacionados às questões militares
Qual o objetivo desse princípio?
R: Garantir o controle da Legalidade dos atos pela coletividade. É uma forma de controlar os atos praticados pela Administração.
Eficiência:
Só foi introduzida pela E.C nº 19/94.
O que impõe a eficiência?
Impõe a economicidade, a redução de desperdício, a qualidade, a rapidez, a produtividade e o rendimento funcional.
Pode ser resumida pelo binômio custo-benefício (quanto menor o custo, maior o benefício).
O dever de eficiência não é só da Administração Pública, é também do servidor público.
Mudança do paradigma da Administração Pública burocrática para Administração Pública Gerencial.
( Princípios Implícitos ou Reconhecidos:
Supremacia do interesse público sobre o privado:
As atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício da coletividade. Logo, toda vez que houver uma colisão, um embate entre o interesse público e o interesse de um particular, o administrador deverá priorizar o primeiro, ou seja, o interesse público.
Continuidade do serviço público:
Serviços públicos são atividades que, realizadas sob o regime de direito público, têm a finalidade de atender as necessidades essenciais da sociedade. Exatamente por atenderem a tais necessidades, a sua prestação não pode ser interrompida.
Indisponibilidade do interesse público:
O administrador público é um gestor de interesse alheio. Logo, não possui a livre disposição dos bens públicos, bem como do interesse público (não pode abrir mão do interesse público).
Autotutela:
A Administração Pública atua por meio de seus agentes públicos. Logo, é possível cometer alguns equívocos no desempenho de suas atividades. Defrontando-se com esses erros, deverá ela mesma corrigi-los, restaurando a situação de Legalidade.
Pode ser exercida de duas formas: através da Anulação e da Revogação.
As súmulas 346 e 473 do STF regulamentam a autotutela.
Proporcionalidade:
Os comportamentos estatais devem ser adequados, necessários e proporcionais em sentido estrito.
→ Adequados: é aquele que serve como meio certo para se atingir a finalidade pretendida (serve para?).
→ Necessários: a medida necessária é aquela que se mostra a mais suave possível, a menos restritiva (é a mais suave?).
→ Proporcionais em sentido estrito: é o equilíbrio entre custo-benefício.
Quais os ramos do Direito Administrativo o Princípio da Proporcionalidade atinge?
O princípio da proporcionalidade repercute no Direito Administrativo punitivo; nos procedimentos licitatórios e concursos públicos e no poder de polícia.
Poderes Administrativos
É o conjunto de prerrogativas de direito público que a lei confere aos agentes administrativos no exercício da função pública para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins. 
( Limites:
- Juridicidade: o que a lei permite que o agente público faça.
- Proporcionalidade: devem sempre ser proporcionais.
O poder não é do agente e sim da Administração Pública, por isso o agente não pode renunciá-lo.
Poder Disciplinar
→ É o poder conferido à Administração Pública para apurar as infrações e aplicar as penalidades funcionais a seus agentes.
→ Trata-se de um poder interno, não permanente e discricionário.
→ O agente público no desempenho de suas funções possui responsabilidades civil, administrativae criminal.
( As esferas de responsabilidade do agente público são autônomas e independentes 
→ Um único fato cometido pelo agente público pode ensejar os 3 tipos de responsabilidade, sem que isso configure o bis in idem.
( A sentença para um agente público que cometeu uma infração criminal pode ser:
- Condenatória: obrigatoriamente a Administração Pública vai ter que aplicar uma punição administrativa, ou seja, vincula a esfera administrativa.
- Absolutória: nesse caso a Administração Pública não poderá responsabilizar o agente. Depende do fundamento da absolvição.
Negativa de autoria: por este fundamento a Administração Pública não vai poder puni-lo em outras esferas de responsabilidade.
Inexistência do fato: também por este fundamento, a Administração Pública não poderá puni-lo na esfera administrativa.
Falta de provas: não há provas suficientes para apontar a autoria do fato; vai ser absolvido criminalmente, mais a Administração Pública poderá aplicar uma sanção administrativa.
→ A competência para aplicar a sanção disciplinar é, em regra, do superior hierárquico. Pode ocorrer da Lei atribuir a um outro órgão a função de aplicar uma sanção disciplinar.
Poder Hierárquico
→ É o meio de que dispõe a Administração Pública para:
Distribuir e escalonar as funções dos órgãos públicos;
Estabelecer a relação de subordinação entre seus agentes 
Ordenar e rever a atuação de seus agentes.
 → Hierarquia é a relação de autoridade entre o superior e o subalterno.
 → Só há relação hierárquica dentro da mesma pessoa jurídica.
 → Existe poder hierárquico nas entidades centralizadas e descentralizadas 
 ( Poderes decorrentes da hierarquia:
Poder de comando: o superior hierárquico tem o poder de mandar e o subordinado é obrigado a cumprir essa ordem.
Poder de fiscalização: o superior hierárquico tem o poder de fiscalizar o subordinado 
Poder de revisão: o superior hierárquico tem o poder de rever todas as ações do subordinado 
Poder de delegar e avocar competências: a delegação é a transferência de atribuições, de funções, do superior hierárquico para o inferior. Pode ocorrer a qualquer momento desde que não exista lei proibindo. Já a avocação ocorre quando o superior hierárquico traz para si o desempenho de uma função que deveria ser exercida por seu subordinado. A avocação é sempre transitória e por motivos devidamente justificados.
Poder Normativo ou Regulamentar
→ É a prerrogativa conferida aos chefes do Poder Executivo (Presidente/Governador/Prefeito) de editar atos gerais para complementar as leis e permitir a sua aplicação. Como é feita essa complementação? Criando-se regulamentos.
→ O poder normativo é subjacente à lei e pressupõe a existência dela. Não pode ampliar nem restringir o alcance da lei.
→ Previsão: art. 84, IV, CF
( Existe regulamento autônomo (criado com base diretamente na CF)?
Existem duas correntes de pensamento:
- 1ª corrente: Não é possível existir regulamento autônomo, uma vez que a CF só atribuiu ao chefe do Executivo o poder de editar atos gerais para a fiel execução da lei, razão pela qual só é possível a existência do regulamento de execução.
- 2ª corrente (majoritária): ganhou força a partir da EC nº 32/01 – É possível a existência dos regulamentos autônomos nas hipóteses previstas no art. 84, VI da CF (Que hipóteses são estas? Organização e funcionamento da Adm. Pública Federal e extinção de funções e cargos públicos federais quando vagos).
Ou seja, pelo Princípio da Simetria Constitucional, o chefe do Executivo poderá editar regulamentos autônomos nessas situações (art. 84, VI, CF).
( Regulamento → Lei X → CF (esse tipo de regulamento é o de execução)
( Regulamento (=Decreto) → CF (esse tipo de regulamento é o autônomo)
Poder Discricionário e Poder Vinculado
→ Poder discricionário é a prerrogativa concedida aos agentes administrativos de elegerem, entre várias condutas possíveis, a que traduz maior conveniência e oportunidade para o interesse público.
→ Limites do poder discricionário: a lei e o interesse público.
→ O Poder Judiciário não pode controlar os critérios de conveniência e oportunidade.
→ No poder vinculado a lei estabelece um único caminho a ser seguido pelo administrador. Não há margem de liberdade para valorar os critérios de conveniência e oportunidade.
( No ato discricionário, relacionado ao poder discricionário, a lei confere ao administrador público vários caminhos diferentes, devendo ser escolhido aquele de maior conveniência e oportunidade para o interesse público. A liberdade dada ao administrador público para escolher esse melhor caminho é o que se chama de Poder Discricionário.
Poder de Polícia 
→ É a prerrogativa de direito público que, prevista na lei, autoriza a Adm. Pública restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade em favor do interesse da coletividade.
→ A competência para o exercício do poder de polícia é da pessoa federativa à qual a CF tiver conferido o poder de regulamentar a matéria.
Ex. do exercício do poder de polícia: a Prefeitura pode proibir a construção de uma fábrica de explosivos no centro da cidade (em prol da coletividade).
( Características:
Discricionariedade: diante do caso concreto a Adm. Pública deverá analisar a conveniência e a oportunidade para a prática do poder de polícia. É conveniente? É oportuno? O exercício do poder de polícia deve ser analisado caso a caso.
Autoexecutoriedade: é um poder que a Adm. Pública possui de concretizar seus próprios atos sem precisar recorrer ao Poder Judiciário. Não precisa de uma autorização judicial.
Coercibilidade: é um dever de obediência ao cumprimento do ato pelo destinatário. Ex: eu tive uma obra embargada, sou obrigada a obedecer.
	Poder de Polícia
	Polícia Judiciária
	Atua sobre a propriedade ou a liberdade.
	Atua sobre as pessoas.
	Busca impedir atividades antissociais.
	Busca apurar os crimes e seus autores.
	É essencialmente preventivo.
	É essencialmente repressiva.
	É regulado pelo Dto. Administrativo.
	É regulada pelo Processo Penal.
	É difuso pelos órgãos da administração.
	É reservada a certos órgãos: Polícia Civil e Polícia Federal.
 Atos Administrativos
Conceito: 
É o ato unilateral praticado pelo Estado ou por entidade que o represente, no exercício de sua função administrativa e sob o regime de direito público, que produzirá um efeito jurídico concreto.
( Manifestação da vontade do Estado:
Unilateral (ato administrativo): não se preocupa com a concordância ou aceitação da sociedade.
Bilateral: contratos administrativos ou convênios.
Atributos dos Atos Administrativos:
→ Presunção de legalidade e de legitimidade: Até prova em contrário, presume-se que os atos administrativos sejam justos e válidos perante o Direito. Assim, enquanto não for decretada a invalidade do ato pelo Poder Judiciário ou pela própria Administrativo Pública, o ato produzirá todos os efeitos como se válido fosse.
→ Imperatividade: É a capacidade do poder público impor uma obrigação ao particular independentemente de sua concordância.
→ Autoexecutoriedade: É a prerrogativa da Administração Pública executar seus próprios atos sem recorrer ao Poder Judiciário.
Elementos:
a) Competência (Quem?):
- É um pressuposto subjetivo do ato administrativo, segundo o qual se exige que o agente público detenha atribuição para a prática de determinado ato.
- É sempre definida pela lei.
- É o círculo definido por lei, dentro do qual os agentes poderão exercer legitimamente suas atividades.
- A competência é irrenunciável, intransferível, improrrogável, imprescritível.
b) Finalidade (Para que?): 
- É diferente de motivo (Por que?).
- É o resultado que a administração quer alcançar com a prática do ato.
- Pode ser: em sentido amplo (sempre o interesse público) ou em sentido restrito (fim específico).
( Abuso de Poder: 
É um gêneroque compreende duas espécies:
Desvio de poder 
Excesso de poder 
 c) Forma (Como?):
 - É o modo pelo qual o ato administrativo se exterioriza.
 - Trata-se de um elemento vinculado, pois a lei vai estabelecer a forma como o ato deve ser praticado.
 - A não observância da forma causa a invalidade do ato.
 - Em geral é escrita, mas há exceções.
 
d) Motivo (Por que?)
 - É a situação de fato ou de direito que serve de fundamento para a prática do ato administrativo.
 - Motivo ≠ Motivação
 - A motivação é a justificativa escrita para a prática do ato.
( Todos os atos administrativos precisam de um motivo; e além disso, todos os atos de conteúdo decisório precisam de motivação.
( A teoria dos motivos determinantes: 
A teoria dos motivos determinantes permite a verificação da compatibilidade das razões de fato apresentadas pela administração com a realidade e das razões de direito com a lei. Havendo a incompatibilidade em um dos dois aspectos, o ato é nulo, aplicando-se a Teoria dos Motivos Determinantes.
Se o motivo não for determinante, o ato administrativo será nulo.
e) Objeto (O que?)
- Objeto ou conteúdo é o efeito jurídico imediato que o ato produz, que pode ser de criar, modificar ou extinguir uma determinada situação.
- Para quem diferencia objeto de conteúdo, o objeto seria a coisa, a atividade, a relação sobre a qual o ato recai e o conteúdo seria o efeito jurídico produzido.
Mérito Administrativo:
→ É o juízo de valor feito pelo administrador sobre a conveniência e oportunidade para a prática de um ato administrativo.
→ O controle do mérito administrativo cabe apenas à Administração, sendo vedado ao Judiciário a realização desse controle.
OBS: Essa análise da conveniência e oportunidade só cabe para os atos discricionários.
Espécies de Atos Administrativos:
→ Atos Punitivos: são aqueles que refletem uma sanção aplicada pela Administração. Pública. Podem ser internos, quando aplicados a um agente público (demissão, advertência, suspensão...) ou externos, quando aplicados a quem não se vincula profissionalmente com a Administração. Pública (multa, interdição de uma atividade, destruição de coisas...).
→ Atos Ordinatórios: são aqueles que servem para disciplinar o funcionamento interno da administração e a conduta de seus agentes. Ex: avisos, portarias, ordens de serviço, circulares, etc.
→ Atos Negociais: são aqueles em que a Administração. Pública manifesta a sua concordância com o desempenho por particulares de atividades que são submetidas a seu controle. Existem 3 atos negociais de suma importância: licença, permissão e autorização.
( Licença: é o ato administrativo declaratório e vinculado que libera a todos aqueles que preencheram os requisitos legais, o desempenho de uma atividade a princípio proibida por lei. Ex: licença para construir, para dirigir, etc.
( Permissão: é o ato administrativo discricionário e precário que faculta o exercício de serviço de interesse coletivo ou a utilização de bem público, buscando atender prioritariamente o interesse da coletividade. Ex: banca de jornal.
( Autorização: é o ato administrativo discricionário e precário expedido para a realização de serviços ou a utilização de bens públicos, buscando atender prioritariamente o interesse particular. Ex: porte de arma; autorização para colocar mesas de um bar na calçada, etc.
→ Atos Enunciativos: são aqueles em que a Adm. Pública certifica ou atesta uma situação existente, não contendo manifestação de vontade da Adm. Ex: certidões, atestados, parecer, etc.
→ Atos Normativos: são aqueles que contêm comandos gerais e abstratos para viabilizar o cumprimento da lei. Ex: regulamentos, decretos.
Classificação dos Atos Administrativos:
Quanto ao objeto:
→ Ato vinculado: é aquele em que a Administração não possui margem de liberdade para valorar os critérios de conveniência e oportunidade, devendo adotar um único objeto previsto na lei. 
→ Ato discricionário: é aquele em que a Administração pode valorar os critérios de conveniência e oportunidade, escolhendo o objeto que melhor atenda o interesse público. 
Quanto aos destinatários:
→ Ato individual: é aquele que permite a identificação da pessoa que será atingida por seus efeitos. Ex: exoneração de um servidor.
→ Ato geral: é aquele que não permite a identificação das pessoas atingidas pelos efeitos do ato. Ex: regulamento, decreto, circular.
Quanto às prerrogativas:
→ Ato de império: são aqueles praticados pela Administração no auge de sua posição de superioridade em relação ao particular. Ex: desapropriação, aplicação de uma multa.
→ Ato de gestão: são aqueles praticados pela Administração quando a mesma se encontra em posição de igualdade com o particular. Ex: locação de um imóvel, alienação de um imóvel.
Quanto à formação:
→ Ato simples: são aqueles que resultam da manifestação de vontade de um único órgão ou agente. Ex: uma penalidade aplicada a um servidor.
→ Ato composto: são aqueles praticados por um único órgão, mais que dependem da aprovação, homologação ou o “de acordo” por parte de um outro órgão / agente. Nos atos compostos a segunda manifestação de vontade é condição de exequibilidade do ato. Ex: fiscal aplica uma multa em um estabelecimento comercial → esse ato precisa ser autorizado pelo superior hierárquico, aí depois poderá ser executado (se não homologar não poderá ser executado pelo poder público).
→ Ato complexo: são aqueles formados pela manifestação de vontade de mais de um órgão ou agente, sendo que a última vontade é elemento de existência do ato. Ex: para que o Presidente da República consiga nomear alguém como Ministro do STF é preciso que o Senado aprove primeiro.
Extinção do Ato Administrativo
O ato administrativo é praticado, produz efeitos e desaparece. Seu ciclo vital encerra-se de diversas maneiras, conhecidas como formas de extinção do ato administrativo. Algumas vezes, a extinção é automática porque opera sem necessidade de qualquer pronunciamento estatal. É a chamada extinção de pleno direito. 
Noutros casos, a extinção ocorre pela força de um segundo ato normativo expedido especificamente para eliminar o ato primário. São as hipóteses denominadas de retirada do ato.
 ( Algumas formas de extinção do ato administrativo:
Produz seus efeitos (extinção pelo cumprimento integral de seus efeitos): quando o ato administrativo produz todos os efeitos que ensejaram sua prática, ocorre sua extinção natural e de pleno direito. Ex: término do prazo de validade da habilitação para conduzir veículo.
Desaparecimento do elemento infungível (extinção pelo desaparecimento do sujeito ou do objeto): o ato administrativo é praticado em relação a pessoas ou bens; desaparecendo um desses elementos, o ato extingue-se automaticamente. Ex: promoção de servidor extinta com seu falecimento.
Revogação: é o instrumento jurídico através do qual a Adm. Pública (e somente ela) extingue um ato válido por razões de conveniência e oportunidade. O Poder Judiciário só pode revogar ato administrativo praticado por ele próprio no exercício de sua função atípica administrativa. Inicialmente, somente os atos discricionários podem ser revogados, pois apenas os mesmos permitem a reavaliação dos critérios de conveniência e oportunidade. Entretanto, a doutrina cita como exceção a licença para construir, quando o município constata que a obra como foi licenciada não mais se encontra de acordo com o planejamento urbanístico do município. Os efeitos da revogação são “ex nunc” (não retroage).
Anulação: é a extinção de um ato administrativo por vício de ilegalidade. A anulação pode ser feita pela própria Administração (de ofício ou mediante provocação) ou pelo Poder Judiciário. Os efeitos da anulação são “ex tunc” (retroage). O prazo para anular ou corrigir um ato da Adm. Pública é de 5 anos. Ex: nomear a 2ª colocada para um cargo público sem ter nomeado aque passou em 1º lugar. O ato de nomeação deverá ser anulado.
Renúncia: é a extinção do ato administrativo em virtude do seu beneficiário ter rejeitado uma situação jurídica favorável. Ex: exoneração de cargo a pedido do ocupante.
Cassação: é um ato sancionatório praticado em virtude do destinatário do ato ter descumprido algumas condições que deveriam permanecer atendidas para poder desfrutar de determinada situação jurídica. Ex: cassação do Alvará de funcionamento de uma Boate devido ao fato de esta não ter cumprido alguma exigência feita pelo Corpo de Bombeiros.
Caducidade: é a extinção do ato administrativo em virtude da superveniência de uma lei que torna inadmissível uma situação antes admitida. Como a caducidade não produz efeitos automáticos, é necessária a prática de um ato constitutivo secundário determinando a extinção do ato decaído. Ex: perda do direito de utilizar imóvel com fins comerciais com a aprovação de lei transformando a área em exclusivamente residencial. 
LICITAÇÃO – Lei nº 8666/93
Conceito:
É o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública busca selecionar a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse e propiciar igualdade de condições a todos aqueles que pretendem contratar com o poder público.
A licitação é um procedimento vinculado.
Finalidades (art. 3º da lei 8.666/93):
( viabilizar a escolha da melhor proposta pelo poder público;
( propiciar igualdade de tratamento com os que querem contratar com o poder público;
3- Competência Legislativa (art. 22, XXVII, CF):
A competência é privativa da União para traçar normas gerais; normas específicas, a competência é concorrente;
4- O dever de licitar abrange:
Administração Direta e Indireta; Poder Legislativo; Poder Judiciário; Ministério Público; Agências Reguladoras e Agências Executórias; Tribunal de Contas; Consórcios Públicos;
5- Fundamento constitucional do dever de licitar (art. 37, XXI, CF)
6- Natureza jurídica da Lei 8.666/93:
Lei nacional ou lei federal? R: lei nacional.
Atenção ( Lei nacional é aquela que é aplicada em todos os entes federativos (União, DF, Estados e Municípios); já a lei federal é só em esfera federal.
7- Princípios que regem a Licitação (art. 3º da lei 8.666/93):
OBS: garantir o desenvolvimento nacional sustentável (lei 12.349/2010).
Isonomia: impõe que a comissão de licitação trate todos os licitantes de maneira igual, qualquer distinção feita no edital da licitação precisa ter total pertinência com o objeto do contrato.
Vinculação ao instrumento convocatório (o instrumento convocatório é o edital da licitação): exige que a Administração Pública e os licitantes além de observarem as normas legais, respeitem o edital da licitação.
Julgamento objetivo: o julgamento das propostas há de ser feito mediante critérios objetivos previamente estabelecidos no edital da licitação.
Inalterabilidade do edital: uma vez publicado, o edital da licitação não deverá sofrer alteração. Caso ocorra, deverá ser novamente publicado.
Sigilo das propostas (art. 43, § 1º da lei 8.666/93): até o momento de divulgação, uma empresa não pode saber a proposta da outra; até o momento da sessão pública de julgamento, um participante não poderá saber o valor da proposta do outro.
Moralidade: impõe à comissão de licitação e aos licitantes o dever de agir com lealdade, boa-fé, honestidade.
Publicidade (é restringida pelo sigilo das propostas): todos os atos do procedimento licitatório devem ser públicos, e as cessões devem ser realizadas de portas abertas.
Adjudicação compulsória: obriga a Adm. Pública a atribuir o objeto da licitação ao vencedor do certame (certame=procedimento).
8- Dispensa (art. 24 – são taxativas) e Inexigibilidade da Licitação (art. 25)
→ Regra: obrigatoriedade de licitação (o dever de licitar é a regra; a lei estabelece os casos em que a Adm. Pública poderá contratar diretamente, sem a licitação).
→ Exceção: as hipóteses de dispensa e inexigibilidade
Na inexigibilidade, há inviabilidade de competição (as hipóteses estão exemplificadas no art. 25 da lei 8.666/93 – fornecedor exclusivo; serviços técnicos especializados; artistas consagrados). Já na dispensa (ato discricionário), há a possibilidade de competição, ou seja, a licitação é possível de ser realizada. Entretanto, o legislador autorizou o administrador a contratar diretamente nas hipóteses taxativas do art. 24 da lei 8.666/93 (situações de emergência, obras de pequeno valor, etc).
9- Modalidades de Licitação:
São 5 modalidades previstas na Lei 8.666/93: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. Há uma modalidade prevista na Lei 10.520/02: o pregão.
Observações:
→ Apenas a União possui competência para criar nova modalidade de licitação.
→ Em um mesmo procedimento licitatório não poderá ocorrer combinação entre as modalidades.
Concorrência (art. 22, § 1º):
- É a mais rigorosa das modalidades, a mais fiscalizada (exatamente porque envolve maior valor).
- Modalidade adequada para contratos de grande valor* (art. 23, I, “c” e II, “c”).
* Obras ou serviços de Engenharia → acima de R$ 1.500.000,00/ Compras ou outros serviços → acima de R$ 650.000,00
- Modalidade exigida independentemente do valor do contrato, nas seguintes situações (é obrigatória nesses casos):
Aquisição ou alienação de imóveis;
Concessão de direito real de uso;
Licitações internacionais;
Concessão de serviço público.
	- Características marcantes:
Universalidade (art. 22, § 1º): qualquer empresa de qualquer lugar poderá participar do processo licitatório.
Ampla publicidade (art. 22, § 2º): quanto maior for a divulgação do edital da licitação, maiores chances de haverem mais concorrentes. O prazo da publicação do edital até a data da Licitação é de 45 dias.
Habilitação preliminar: antes de verificar a melhor proposta, a comissão de licitação analisará a habilitação (documentação dos concorrentes).
Julgamento por comissão (art. 51): todo o processo licitatório é julgado por uma comissão.
Tomada de Preços (art. 22, § 2º):
- Destina-se a contratações de vulto médio* (art. 23, I, “b”, e II, “b”), entre interessados devidamente cadastrados ou que atendam às condições exigidas até o terceiro dia anterior a data do recebimento das propostas.
*Obras ou serviços de Engenharia→ até R$ 1.500.000,00; Compras ou outros serviços→ até R$ 650.000,00.
- O prazo da publicação do edital até a data da Licitação é de 30 dias.
- Características:
Inscrição dos interessados nos registros cadastrais (só as empresas cadastradas podem participar).
Habilitação prévia (ocorre no momento que você se cadastra).
Substituição: pode ser substituída pela concorrência.
( Não é qualquer um que pode participar da tomada de preços, só as empresas devidamente cadastradas ou as que atendam às condições exigidas até o terceiro dia anterior a data do recebimento das propostas. Isso facilita/agiliza o processo licitatório.
Convite (art. 22, § 3º):
- Destina-se a contratações de pequeno valor* (art. 23, I “a” e II, “a”), entre interessados do ramo do objeto (cadastrados ou não), convidados pela administração em um número mínimo de 3. Estenderá aos demais cadastrados que apresentarem interesse em participar até 24h antes da licitação.
* Obras ou serviços de Engenharia→ até R$ 150.000,00; Compras ou outros serviços→ até R$ 80.000,00.
- Não tem edital, as regras da licitação são divulgadas na carta-convite. O prazo da publicação da carta-convite até a data da licitação é de 05 dias.
- O convite pode ser substituído pela concorrência e pela tomada de preços, mais a concorrência e a tomada de preços nunca podem ser substituídas pelo convite.
Concurso (art. 22, § 4º):
- Visa à escolha de trabalho técnico, artístico ou científico.
- O vencedor do concurso recebe um prêmio ou remuneração, mais deverá sempre ceder os direitos autorais à Adm. Pública.
- Observar o art.51, § 5º da lei 8.666/93 → A comissão de licitação pode ser substituída por uma comissão especial.
Leilão (art. 22, § 6º):
- É a modalidade adequada para:
Vender bens móveis inservíveis;
Vender produtos legalmente apreendidos ou penhorados;
Alienar imóveis adquiridos em procedimento judicial ou através de dação em pagamento (dação= dar coisa diversa em pagamento).
	- qualquer interessado pode participar.
	- A melhor proposta é a do maior lance, OBRIGATORIAMENTE.
- Regra importante: art. 53, §§ 1º e 4º → o vencedor do leilão, em regra, deve pagar em dinheiro e à vista.
Pregão:
- Modalidade licitatória criada pela Lei nº 10.520/02, sendo adequada para contratações de bens e serviços comuns (independente do valor do contrato).
- O decreto nº 3.555/00 apresenta um rol taxativo dos bens e serviços comuns (exemplos: água mineral, combustível, material hospitalar, material de limpeza, bens permanentes, utensílios em geral, exceto os de informática, etc – página 374).
- No pregão não há sigilo das propostas, pois os lances são verbais. Vence a empresa que oferecer o menor valor do contrato (inverso do leilão).
- Não há comissão de licitação e sim um pregoeiro que é designado pela Adm. Pública.
- O uso do pregão é opcional, podendo sempre a Adm. Pública optar pelo emprego de outra modalidade licitatória em função do valor do objeto. Entretanto, o art. 4º do decreto nº 5.450/05 tornou obrigatório o uso do pregão para o âmbito federal, devendo ser adotado preferencialmente a modalidade eletrônica.
- O art. 2º da Lei 10.520/02 prevê duas modalidades de pregão, quais sejam (uma das vantagens do pregão):
Presencial
Eletrônico
	- Há vedação expressa na Lei 10.520/02 de se utilizar o pregão para:
Contratação de obras e serviços de Engenharia;
Locações imobiliárias;
Alienações em geral.
- O intervalo mínimo entre a publicação do edital e o envio da proposta é de 08 dias.
- Característica fundamental: é a inversão das fases do procedimento licitatório, onde o julgamento da melhor proposta antecede a habilitação.
Em todas as outras modalidades de licitação, o caminhar do procedimento licitatório se dá da seguinte maneira: Edital→Habilitação→Classificação→ Homologação→Adjudicação→Fechamento do Contrato.
(Muito importante: No pregão há uma inversão dessas fases. A classificação se dá antes da habilitação. Isso é uma outra vantagem do pregão, devido a economia de tempo.
- Os lances são verbais e a melhor proposta obrigatoriamente é a do menor preço.
10- Registro de Preços:
- Art. 15, §§ 1º, 2º, 3º e 4º da Lei 8.666/93.
- Trata-se de um sistema utilizado para compras, obras ou serviços rotineiros no qual, ao invés de fazer várias licitações, o poder público utiliza uma concorrência e a proposta vencedora fica registrada, estando disponível quando houver necessidade de contratação pela Adm. Pública.
- A proposta vencedora fica a disposição da administração para, quando desejar contratar utilizar o cadastro quantas vezes forem necessárias.
- Os registros não podem ter prazo de validade superior a 01 ano e devem ser trimestralmente publicados na imprensa oficial.
11- Registro Cadastral (art. 34 da Lei 8.666/93):
- São os bancos de dados que documentam a situação jurídica, técnica, financeira e fiscal das empresas que participam usualmente da licitação.
12- Procedimento da Licitação:
- O procedimento da licitação fica a cargo de uma comissão, que pode ser permanente ou especial, composta de pelo menos, 03 membros (art. 51 da Lei 8.666/93). No convite, a referida comissão poderá ser substituída por um único servidor formalmente designado pela autoridade competente (art. 51, § 1º da Lei 8.666/93). No pregão, a licitação fica a cargo do pregoeiro.
Comissão Especial: é nomeada uma nova comissão a cada licitação que a Adm. Pública for realizar.
Comissão Permanente: a comissão é a mesma para todas as licitações. O prazo máximo do mandato da comissão permanente é de 01 ano.
Os membros da comissão de licitação não precisam necessariamente ser servidores efetivos.
- Cada modalidade licitatória possui um procedimento próprio. Entretanto, a sequência das fases observa sempre o padrão empregado na modalidade concorrência. A licitação se desenvolve através das seguintes etapas: edital, habilitação, classificação ou julgamento, homologação e adjudicação (esse é o procedimento padrão).
a) Edital: é o instrumento pelo qual a administração leva ao conhecimento do público a abertura do procedimento licitatório, divulgando as regras que regerão o referido procedimento. Costuma-se dizer que o edital é a lei interna da licitação, pois tudo que nele estiver contido deverá ser fielmente observado tanto pela administração quanto pelos licitantes, sob pena de nulidade (art. 41 da Lei 8.666/93).
( Requisitos do edital: previstos no art. 40 da Lei 8.666/93
( Impugnação do edital da licitação: art. 41, §§ 1º e 2º da Lei 8.666/93. O prazo para impugnar o edital da licitação é de até 05 dias antes do dia da licitação e a Administração tem um prazo de até 03 dias antes da licitação para responder essa impugnação.
Se a impugnação for rejeitada pela comissão, o proponente dispõe de três caminhos: 
Representar (denúncia de irregularidade) ao Tribunal de Contas
Representar ao Ministério Público
Propor Ação Popular
b) Habilitação: é a fase do procedimento em que a Adm. Pública verifica a aptidão do candidato para futura contratação. A habilitação ocorre em oportunidades diversas dependendo da modalidade de licitação:
- na concorrência, ocorre após a abertura da licitação, em fase preliminar ao julgamento;
- na tomada de preços, ocorre quando da inscrição no registro cadastral;
- no convite, é feita quando da escolha e da convocação para participar da licitação;
- no concurso, é facultativa;
- no leilão, é desnecessária, uma vez que o pagamento é à vista e em dinheiro;
- no pregão, ocorre depois da classificação.
São 4 os aspectos que medem a habilitação de um candidato:
Habilitação jurídica
Qualificação técnica
Qualificação econômico-financeira (condições financeiras de honrar o contrato)
Regularidade fiscal e trabalhista
O licitante precisa estar em dia com as obrigações fiscais com todos os entes federativos ou apenas com aquele que está realizando a licitação?
1ª Corrente(Majoritária): Não pode ter nenhum débito fiscal nem trabalhistas com relação a todos os entes federativos (em dia com as obrigações fiscais com todos os entes federativos).
2ª Corrente: o licitante só não pode estar em débito com o ente que estiver realizando a licitação.
E se eu for considerado inabilitado? O art. 41, § 4º da Lei 8.666/93 prevê a preclusão do direito de continuar a participar da licitação do candidato inabilitado.
( Efeitos da Habilitação: previstos no art. 43, §§ 5º e 6º da Lei 8.666/93, que são dois (uma vez habilitada, não cabe a desclassificação da empresa por algum motivo referente a habilitação, salvo no caso de ocorrer um fato superveniente ou só conhecido após o julgamento; o licitante está vinculado à proposta que tiver feito). 
- Contra a decisão que inabilita um participante, cabe recurso com efeito suspensivo no prazo de 05 dias úteis contados da intimação na sessão ou da publicação da decisão no diário oficial.
- Se nenhum licitante for habilitado, deve ser aberto o prazo de 08 dias para complementação dos documentos.
- O envelope com a proposta de preços deve ser devolvido lacrado ao licitante inabilitado.
c) Classificação: é a fase de análise e julgamento das propostas formuladas pelos participantes da licitação. Trata-se de um ato vinculado, pois a mesma deverá ocorrer mediante critérios objetivos previamente previstos no edital.
→ Hipóteses de desclassificação: art. 48, I e II da Lei 8.666/93.
- Fatores e critérios para julgamento:
. razoabilidade dos preços;
. compatibilidade da proposta com as exigências do edital;
. após a divulgaçãodo resultado, abre-se o prazo de 05 dias para a imposição de recursos;
. havendo empate, será classificada a empresa de capital nacional e, persistindo, ocorrerá sorteio (art. 45, § 2º da lei 8.666/93).
d) Homologação: é o ato administrativo declaratório em que a autoridade competente atesta a validade do procedimento. Se houver algum vício, a autoridade superior deverá anular o procedimento ou, preferencialmente, os atos prejudicados pelo defeito.
→ Quem é a autoridade competente?
Até a homologação é a comissão de licitação; após a homologação, é a autoridade competente.
- Contra a decisão de homologação cabe recurso no prazo de 05 dias úteis.
e) Adjudicação: é o ato final da licitação em que a Adm. Pública atribui ao licitante vencedor o objeto da licitação. Trata-se de um ato vinculado.
- Efeitos da Adjudicação:
Atribui ao vencedor o direito de não ser preterido na celebração do futuro contrato;
Provoca a liberação dos demais licitantes.
- O art. 50 da Lei 8.666/93 prevê a nulidade do contrato caso ocorra a preterição do vencedor.
- O vencedor da licitação tem apenas direito de preferência na futura contratação.
13 Revogação e Anulação da Licitação:
- A revogação é o desfazimento dos efeitos da licitação já concluída em virtude de critérios de ordem administrativa ou por razões de interesse público. De acordo com o artigo 49 da Lei 8.666/93, as razões que podem ensejar a revogação da licitação devem originar-se de fato superveniente devidamente comprovado, fato esse suficiente para conduzir a revogação.
- A anulação é o desfazimento da licitação quando ocorrer algum vício de legalidade no procedimento. De acordo com o artigo 49, § 2º da Lei 8.666/93, mesmo se o contrato já tiver sido firmado, deverá ser anulado. Tanto a Adm. Pública quanto o Poder Judiciário poderão anular a licitação.
Contratos Administrativos
( Contrato é um acordo de vontade com objetivo determinado, pelo qual as pessoas se comprometem a honrar as obrigações ajustadas. Gera direitos e obrigações.
	
10.1 Contrato da Administração
- São os contratos em que em um dos pólos encontra-se o Estado-Administração e no outro, um particular.
- Contrato da Administração (gênero):
1- Contratos privados da Administração/Contratos administrativos atípicos: são regidos pelo Direito Privado, onde a Adm. Pública se encontra em pé de igualdade com o particular 
2- Contratos administrativos: são regidos sempre pelo Direito Público, onde a Adm. Pública estará sempre numa posição de prevalência sobre o particular, ou seja, ela tem benefícios que o particular não tem.
10.2 Competência Legislativa:
- Art. 22, XXVII, CF → compete à União estabelecer normas gerais sobre contratos administrativos.
10.3 A Lei nº 8.666/93 é a norma geral de contratos administrativos.
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem traçar normas específicas sobre contratos administrativos, desde que não violem o que foi estabelecido na norma geral, ou seja, a Lei 8.666/93.
10.4 Características:
- presença da Adm. Pública como Poder Público
Nos contratos administrativos, a Adm. Pública encontra-se em posição de superioridade em relação ao particular.
- formalismo (exceção: art. 60, § único da Lei 8.666/93)
Regra: todo contrato administrativo deve ser escrito OBRIGATORIAMENTE.
Exceção: contratos de pequenas compras com entrega imediata, no valor de até R$ 4.000,00 poderão ser verbais.
- comutatividade: equivalência entre as obrigações.
​- Intuito Personae: a obrigação é personalíssima.
OBS: De acordo com o art. 72 da Lei 8.666/93 só poderá haver a subcontratação de parte do objeto do contrato se houver expressa previsão no edital da licitação e no contrato.
- Bilateral: pois gera direitos e obrigações tanto para o contratante como para o contratado.
- Contrato de Adesão: as cláusulas do contrato são elaboradas por um contratante, e cabe ao particular aceitar ou não.
Os contratos de adesão possuem dois tipos de cláusulas:
As cláusulas regulamentares, que são aquelas relacionadas ao objeto do contrato (objeto= é o que se quer contratar).
As cláusulas econômico-financeiras, que são aquelas relacionadas ao valor do objeto.
	- Presença das cláusulas exorbitantes (característica mais importante).
	10.5 Cláusulas Exorbitantes:
Também conhecidas como cláusulas de privilégio, são aquelas que seriam consideradas inválidas em um contrato entre particulares, pois confeririam prerrogativas para um em detrimento do outro. Entretanto, em um contrato administrativo elas são plenamente válidas, pois servem para consolidar a supremacia do interesse público sobre o privado. Não precisam estar escritas no contrato, pois a sua incidência decorre da lei.
Alteração unilateral do contrato (art. 65, I, Lei 8.666/93)
( Pressupõe prévia justificativa por parte da Administração.
( A alteração pode ser:
Qualitativa – art. 65, I, “a”
Quantitativa – o particular é obrigado a aceitar nos seguintes valores: Obras/Serviços/Compras → + 25% ou – 25%; Reforma de Prédios e Equipamentos → + 50% ou – 25% (art. 65, § 1º).
( Havendo alteração unilateral do contrato, o contratado possui direito de haver mantido o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. O contratado tem direito a uma revisão do valor do contrato.
Atenção: Ler art. 65, §§ 4º, 5º e 6º
Rescisão unilateral do contrato:
A Adm. Pública põe fim à relação contratual, sem precisar recorrer ao Poder Judiciário, após o devido processo legal (é dado ao particular o direito ao contraditório e a ampla defesa).
As causas estão previstas no art. 78 da Lei 8.666/93.
Fiscalização da execução do contrato (art. 66/76 da Lei 8.666/93)
A Adm. Pública pode e deve nomear um agente público ou até mesmo contratar terceiros para fiscalizar a execução do contrato – é o chamado GESTOR DE CONTRATOS.
Aplicações de Sanções:
Quando o contratado não honrar total ou parcialmente com as obrigações do contrato, a Adm. Pública poderá aplicar-lhe algumas sanções.
→ Fundamento: Poder de Polícia
As sanções estão previstas no art. 87 da Lei 8.666/93.
Ex: advertência, multa, ficar impedido de contratar com a Adm. Pública por até 02 anos, etc.
( O termo “Administração” previsto no art. 87, III da Lei 8.666/93 abrange:
1ª corrente: somente o Ente contratante (ficaria proibida de contratar somente com o órgão que aplicou a sanção – ex: município de Itaperuna).
2ª corrente (STJ): a proibição abrangeria todos os entes federativos.
3ª corrente (Procuradoria Geral do Estado do RJ): a sanção se resume ao território da entidade aplicadora da penalidade (próxima à 1ª corrente) – ficaria proibida de contratar com qualquer órgão da localidade do órgão que aplicou a sanção – ex: qualquer órgão do município de Itaperuna.
Impossibilidade de se alegar a exceção do contrato não cumprido
Se o Estado não estiver cumprindo o contrato, o particular não pode alegar a exceção do contrato não cumprido e parar de honrar com as obrigações do contrato.
( Art. 78, XV da Lei 8.666/93 – passados 90 dias, o contratado tem duas opções: suspender o contrato ou ajuizar uma ação pleiteando a rescisão contratual.
10.6 Equilíbrio econômico-financeiro:
- Art. 37, XXI, CRFB/88.
- Trata-se de uma garantia, proteção para ambos os contratantes.
- O equilíbrio econômico-financeiro é IMODIFICÁVEL no contrato administrativo.
10.7 Para a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro é possível ocorrer REAJUSTE e REVISÃO
( Reajuste – para fatos previsíveis: terminologia apropriada para denominar a atualização do valor remuneratório ante as perdas inflacionárias ou majoração de insumos.
Ex: contrato de aluguel; dissídio coletivo (reajuste anual no salário dos trabalhadores).
( Revisão: são alterações no valor do contrato, quase sempre sem previsão contratual, diante de circunstâncias imprevisíveis (ou previsíveis com consequências incalculáveis). Pode ser para + ou para – .
Ex: revisão no valor daobra devido ao fato do preço do cimento ter aumentado.
10.8 Ocorrendo o fato imprevisível ou previsível com consequências incalculáveis, teremos:
Álea Econômica: (Teoria da Imprevisão) são fatos externos à Adm. Pública, que subvertem o equilíbrio econômico-financeiro. São fatos não originados no Brasil, mas que implicam nas relações contratuais dentro do Brasil. Gera três consequências: o contratado pode suspender, pleitear uma revisão ou ainda a rescisão sem culpa.
Álea Administrativa: são fatos decorrentes da Adm. Pública. Pode ser:
→ Fato do Príncipe: é todo acontecimento externo ao contrato praticado pela Adm. Pública e que repercute em toda a sociedade e não apenas no contrato. A Adm. Pública age como Poder Público e não como contratante. 
Ex: A União aumenta o valor do imposto que é cobrado sobre o cimento; repercute na sociedade como um todo, não só naquele determinado contrato. Outro ex: racionamento de energia.
→ Fato da Administração: é aquele proveniente da atuação da Adm. Pública ou da sua omissão, mais que atingirá apenas o contrato, não atingindo a sociedade como um todo. Neste caso, o Poder Público atua como ente contratante.
Ex: obra em atraso porque a Adm. Pública ainda não desapropriou o terreno onde vai ser construída uma escola municipal, que deveria ficar pronta em 18 meses (prazo estipulado no contrato).
Consequências: igual da Álea Econômica (suspender, revisão ou rescisão contratual).
	10.9 Formas de Rescisão do Contrato Administrativo:
Amigável: ambos em comum acordo querem por fim ao contrato. Será feito um documento escrito para firmar essa rescisão (DISTRATO).
Judicial: é pleiteada pelo contratado ao Poder Judiciário quando a Adm. Pública deixa de cumprir com as suas obrigações.
Administrativa: é uma cláusula exorbitante, onde a Adm. Pública pode rescindir o contrato sem recorrer ao Poder Judiciário, desde que comprove culpa do contratado.
10.10 Extinção do Contrato Administrativo:
Cumprimento do objeto: é uma extinção natural do contrato, pois o objeto foi cumprido. 
Término do prazo: é também uma extinção natural. 
Invalidação: o contrato sendo considerado nulo, é extinto.
Rescisão: também põe fim ao contrato (item 10.9).
Impossibilidade material ou jurídica

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