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TRAB II AULA 5 justa causa rescisão indireta culpa reciproca

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Profª Deisy Alves
DIREITO DO TRABALHO II
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Hipóteses: Justa causa, rescisão indireta e culpa recíproca
SEMANA 5
JUSTA CAUSA ESPECÍFICA 
art. 158, parágrafo único, da CLT 
	a recusa injustificada à observância das instruções expedidas pelo empregador quanto à saúde e segurança do trabalho, ou ao uso de EPI’s fornecidos pela empresa
(art. 433, I e III CLT)
Para o aprendiz : infrequência injustificada e reiterada aos trabalhos escolares ou falta de razoável aproveitamento junto ao curso de aprendizagem a que estiver matriculado
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art. 7ª, §3º, do Decreto 95.247/87
Por declaração falsa ou uso indevido de Vale-Transporte
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art. 27. Considera-se justa causa para os efeitos desta lei: 
I - submissão a maus tratos de idoso, de enfermo, de pessoa com deficiência ou de criança sob cuidado direto ou indireto do empregado; 
LEI COMPLEMENTAR 150/2015
JUSTA CAUSA ESPECÍFICA 
do EMPREGADO DOMÉSTICO
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a) Ato de Improbidade - revela mau caráter, desonestidade, maldade. Constitui um atentado contra o patrimônio do empregador. 
b) Incontinência de conduta - está relacionada com a vida irregular ligada ao aspecto sexual ou a desregramento de conduta sexual (pornografia, assédio sexual, etc.). OU
Mau procedimento - trata-se de uma atitude irregular do empregado. É a figura mais ampla. Tudo que não possa ser encaixado nas demais alíneas pode ser classificado como mau procedimento. 
INFRAÇÕES DO EMPREGADO
 Art. 482 da CLT
RECURSO ORDINÁRIO. DISPENSA PORJUSTA CAUSA. EMPREGADO QUE UTILIZA-SE DETERMINAL DE COMPUTADOR DA EMPRESA PARA ACESSAR SÍTIOS ELETRÔNICOS DE CONTEÚDO PORNOGRÁFICO DURANTE O HORÁRIO DE TRABALHO. O terminal de computador é uma ferramenta de trabalho disponibilizada pelo empregador aos seus empregados para o bom desempenho de suas atividades laborais. A utilização de terminal do computador da empresa para acessar sítios eletrônicos de conteúdo pornográfico configura desvio de finalidade na utilização dessa tecnologia. O empregado que assim procede ofende ao decoro próprio de um saudável meio ambiente de trabalho,além de quebrar a fidúcia indispensável à manutenção do liame empregatício. A gravidade da conduta do empregado justifica a rescisão contratual com base na alínea “b” do art. 482 da CLT.
 (TRT/SP nº 01507.2006.077.02.00-9, Relator: MARCELO FREIRE GONÇALVES, 12ª Turma- Data da publicação: 20-08-2010) 
 
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JUSTA CAUSA – MAU PROCEDIMENTO - CORRESPONDÊNCIA ELETRÔNICA - E-MAIL
O envio de correspondência eletrônica, e-mail, a superior hierárquico com conteúdo nitidamente ofensivo enseja a caracterização de mau procedimento sujeitando o trabalhador à pena máxima - demissão por justa causa.
No caso vertente o trabalhador enviou e-mail a seu Gerente de Controladoria, superior em três níveis hierárquicos, com conteúdo nitidamente ofensivo. Embora não conste em sua vida profissional pregressa qualquer ato desabonador, resta patente o mau procedimento a ensejar a quebra de confiança entre as partes e a dispensa por justa causa.(TRT/SP 02853.2004.361.02.00.1 - 2ª T Desembargadora Relatora ROSA MARIA ZUCCARO - Data da publicação: 10-06-2008) 
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“Caro Zola
A tal compra equivocada que vc se refere, se deu por que aqueles que estão acima de nós (diretoria), não se manifestaram quando da solicitação dos carros no que diz respeito a cor e final de placa. Eu ainda liguei para as respectivas secretárias dos diretores solicitando tais dados, e o que veio foi somente as cores, e mediante a urgência de um dos solicitantes, a compra foi feito desta forma e infelizmente, quando a informação das placas vieram, os carros já estavam lacrados.... portanto, está feito, não há mais nada que fazer ou lamentar, só temos agora cada um de nós fazer a sua parte e de preferência bem feito, de forma a não mais estressar ninguém, pois eu já estou de SACO CHEIO, ESTRESSADO AO EXTREMO com esta história e não gostaria de voltar a falar sobre este assunto !!!!!
Vamos agora, somente resolver os problemas que ficaram, sem comentários maliciosos e sem procurar culpados !!!!
Grato
Reginaldo Oliveira
Suprimentos"
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c) Negociação habitual – 
Trata-se da prática de atos de comércio pelo empregado. 
Requisitos:
Ausência de permissão do empregador
Habitualidade
Negociação que gera concorrência ou prejuízo
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d) Condenação criminal 
Tal hipótese é consequência da impossibilidade do empregado permanecer prestando seus serviços (contrato “intuito personae”), refere-se a pessoa que está condenada em “regime fechado” e não pode comparecer ao trabalho. 
somente após a condenação com trânsito em julgado, e desde que não tenha sido concedida a suspensão da pena (sursis). 
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e) Desídia no desempenho das respectivas funções
 
	Consiste em desempenhar as funções com negligência, imprudência, imperícia, preguiça, má vontade, desinteresse, desatenção, relaxamento, etc. 
		Em regra, uma só falta não vai ensejar a dispensa por justa causa por desídia. No entanto, uma única falta pode ser grave o suficiente para autorizar a dispensa por justa causa. 
Todas as faltas anteriores devem ter sido punidas.
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f) Embriaguez - é aquela proveniente de álcool ou de drogas. Pode ser habitual ou em serviço;
Embriaguez habitual – é aquela que ocorre fora do serviço. O empregado chega sóbrio ao trabalho, mas reflete no serviço por causa da ressaca. Se não afetar o trabalho, não caracterizará justa causa.
 
Embriaguez em serviço – basta ocorrer uma única vez para caracterizar a justa causa. Não é o ato de beber que enseja justa causa, mas o estar embriagado em serviço.
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f) Embriaguez – 	NOTAS
	1) A embriaguez involuntária não caracteriza a justa causa. 
A embriaguez tratada no art. 482, f , da CLT é aquela em que o empregado consome o álcool por vontade própria, o que não ocorre no caso do alcoólico, em que o consumo do álcool é inconsciente, compulsivo e incontrolável.
	2) A doutrina e jurisprudência defendem que como a embriaguez é uma doença, conforme prevê a OMS, o empregador não pode dispensar o empregado por justa causa, na modalidade embriaguez habitual. O empregador deve encaminhar o empregado ao INSS, para tratamento médico, hipótese em que contrato de trabalho ficaria suspenso. 
g) Violação de segredo da empresa 
 O empregado não pode revelar fato que só tem ciência em razão de sua função na empresa. 
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h) Indisciplina e insubordinação - descumprimento de ordens
Indisciplina – constitui em descumprimento de uma ordem geral, indireta, inespecífica.
Insubordinação – descumprimento de uma ordem pessoal, direta, específica.
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i) Abandono de emprego 
Faltas injustificadas reiteradas e consecutivas.
 Para caracterizar o abandono são necessários os elementos:
 objetivo - faltas injustificadas ao serviço por um determinado período.
Subjetivo (Animus abandonandi) - clara intenção do empregado de não mais voltar ao trabalho.
 
Súmulas 32 e 62 do TST 
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SÚMULA 32 DO TST
ABANDONO DE EMPREGO
	Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer. 
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j) Ato lesivo a honra e boa fama, ou ofensas físicas – contra qualquer pessoa na empresa, salvo legítima defesa
k) Ato lesivo a hora e boa fama ou ofensas físicas contra empregador ou superior hierárquico, salvo legítima defesa 
l) Prática constante de jogos de azar 
DESPEDIDA POR JUSTA CAUSA. INEXISTÊNCIA DE ABUSO DO DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO (ART. 5º, IV, DA CF). Não configura conduta capitulada no art. 482, "k", da CLT o empregado que envia e-mail a outros obreiros e ao próprio empregador relatando as infrações da legislação trabalhista cometidas pela empresa, desde que não represente abuso de direito à liberdade de expressão, mormente quando se considera o atraso na remuneração de férias que justificou a procedência parcial da demanda. (TRT/SP processo nº 00752200601902008,
Acórdão: 20090215766, Relator: ADALBERTO MARTINS, Turma: 12ª, Data Pub.: 03/04/ 2009. 
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RESCISÃO INDIRETA
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RESCISÃO INDIRETA
 É a forma de cessação do contrato de trabalho por decisão do empregado em virtude de falta praticada pelo empregador.
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RESCISÃO INDIRETA 
REQUISITOS
Previsão legal (art. 483, CLT)
Gravidade da falta (in abstrato)
Imediatidade na aplicação da sanção 
Que não tenha havido perdão 
REQUISITOS
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	A rescisão indireta do contrato de trabalho tende a passar quase que necessariamente por um rito formal específico, o processo judicial trabalhista onde, por meio da sentença prolatada irá firmar-se a data de resolução culposa do CT. 
Julgado procedente o pedido de reconhecimento da rescisão indireta, a sentença terá natureza desconstitutiva, vez que a sentença é que romperá a relação jurídica de emprego.
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São motivos para o empregado pedir a rescisão indireta, os elencados no art. 483 da CLT:
a). forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
b). for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
c). correr perigo manifesto de mal considerável.
 
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d). não cumprir o empregador as obrigações do contrato - Ex: mora contumaz. art. 2º, § 2º, DL 368/68 – atraso ou sonegação salarial por período igual ou superior a 3 (três) meses (Súm.13 do TST)
e).praticar o empregador, ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;
f).o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
g).o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.
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As condições da mora salarial estão previstas no artigo 2º, § 1º, Decreto-Lei n. 368, de 19 de dezembro de 1968:
“Considera-se mora contumaz o atraso ou sonegação de salários devidos aos empregados, por período igual ou superior a três meses, sem motivo grave relevante, excluídas as causas pertinentes ao risco do empreendimento.”
SÚMULA 13 DO TST 
MORA SALARIAL
	
	O só pagamento dos salários atrasados em audiência não ilide a mora capaz de determinar a rescisão do contrato de trabalho. 
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PERMANÊNCIA NO EMPREGO
 art. 483 § 3º da CLT
	
	Admite ao empregado a postulação da rescisão indireta perante a Justiça do Trabalho permanecendo no trabalho nas hipóteses das alíneas “d” e “g” do art.483 da CLT
não cumprir o empregador as obrigações do contrato.
o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários
 	
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Os artigos 474 e 407, parágrafo único, da CLT, também tratam de rescisão indireta do contrato de trabalho
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CULPA RECÍPROCA
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Existência de duas faltas graves e autônomas – uma praticada pelo empregado e outra pelo empregador grave o suficiente para romper o contrato de trabalho;
 
Nexo de causalidade - deve existir um nexo de causalidade entre as faltas – ação e reação. A falta de um (ação) deve ser a falta do outro (reação);
 
Contemporaneidade – não é necessário que haja concomitância, mas é necessário que a reação não demore muito tempo para ocorrer.
CULPA RECÍPROCA
ART. 484, CLT
(artº 484 da CLT; artº 18 § 2º da Lei 8.036/90; Súm. 14 do TST)
SÚMULA 14 DO TST
 CULPA RECÍPROCA 
Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais. 
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CASO CONCRETO
 AULA 5 
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(OAB/FGV) Felipe Homem de Sorte foi contratado pela empresa Piratininga Comércio de Metais Ltda., para exercer a função de auxiliar administrativo. Após um ano de serviços prestados, sem que tivesse praticado qualquer ato desabonador de sua conduta, recusou-se a cumprir ordem manifestamente legal de seu superior hierárquico, por discordar de juízo de mérito daquele, em relação à tomada de uma decisão administrativa. De pronto foi verbalmente admoestado, alertado para que o ato não se repetisse e sobre a gravidade do ilícito contratual cometido. No mesmo dia, ao final do expediente, foi chamado à sala de Diretor da empresa, que lhe comunicou a decisão de lhe impor suspensão contratual por 20 (vinte) dias, em virtude da falta cometida. Em face da situação acima, responda, de forma fundamentada, aos seguintes itens:
A) São válidas as punições aplicadas pelo empregador?
B) Se a ordem original fosse ilegal, o que poderia o empregado fazer? 
SUGESTÃO DE GABARITO
 A) A primeira punição é valida ante o descumprimento injustificado de ordem legal; a segunda punição é inválida, pois incabível dupla punição pela mesma falta ( non bis in idem).
 B) O empregado pode recusar-se ao cumprimento de ordem ilegal, valendo-se do direito de resistência (jus resistentiae) OU poderá, diante da situação, postular a resolução culposa do contrato (rescisão indireta), com base no artigo 483, “a” da CLT, pela imposição de cumprimento de ordem contrária à lei OU poderá pleitear a declaração de nulidade das punições. Em qualquer um dos casos, com as reparações patrimoniais e morais cabíveis.
SUGESTÃO DE GABARITO
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QUESTÃO OBJETIVA
AULA 5 
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(OAB/FGV) João da Silva ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa Alfa Empreendimentos Ltda., alegando ter sido dispensado sem justa causa. Postulou a condenação da reclamada no pagamento de aviso prévio, décimo terceiro salário, férias proporcionais acrescidas do terço constitucional e indenização compensatória de 40% (quarenta por cento) sobre os depósitos do FGTS, bem como na obrigação de fornecimento das guias para levantamento dos depósitos do FGTS e obtenção do benefício do seguro-desemprego. Na peça de defesa, a empresa afirma que o reclamante foi dispensado motivadamente, por desídia no desempenho de suas funções (artigo 482, alínea “e”, da CLT), e que, por essa razão, não efetuou o pagamento das verbas postuladas e não forneceu as guias para a movimentação dos depósitos do FGTS e percepção do seguro-desemprego.
Considerando que, após a instrução processual, o juiz se convenceu da configuração de culpa recíproca, assinale a alternativa correta.
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A culpa recíproca é modalidade de resilição unilateral do contrato de trabalho.
(B) O reclamante tem direito a 50% do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.
(C) O reclamante não poderá movimentar a conta vinculada do FGTS.
(D) O reclamante não tem direito ao pagamento de indenização compensatória sobre os depósitos do FGTS.

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