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Caderno Processo do Trabalho

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
● FONTES E INTEGRAÇÃO 
­ Fontes formais: CLT; CF­88; ​Lei 5.584­70 
­ Integração 
↳Art. 769 CLT: permite a aplicação subsidiária do CPC na falta de uma norma na                               
CLT, desde que ocorra na ​fase de conhecimento​e que haja a omissão da norma e                               
a compatibilidade entre os dispositivos. 
↳Art. 889 CLT: estabelece regraa para a aplicação subsidiária do CPC na ​fase de                             
execução ​( necessário que haja a omissão e a compatibilidade). Na falta da CLT,                           
aplica­se a Lei de Execuções Fiscais e em último caso, na sua falta, aplica­se o                             
CPC.  
↳ Lacunas:  
A) Normativa: quando falta uma norma; 
B) Antológica: quando há a norma mas ela é desatualizada, não gerando efeitos; 
C) Axiológica: quando há a norma mas a sua aplicação gera, dentro do                       
processo, uma injustiça. 
­ Forma de aplicação das fontes subsidiárias no processo do trabalho 
↳Teoria restritiva: dispõe que as fontes subsidiárias, principalmente o CPC, só                       
poderão ser aplicadas, se houver uma lacuna normativa e compatibilidade.  
↳Teoria ampliativa: permite aplicar subsidiariamente outras fontes, não só nos casos                       
em que houver lacunas normativas, mas também nos casos em que a norma                         
existente for desatualizada ou gerar uma injustiça no processo.  
↳ Entendimento jurisprudencial­ TST: entende que deve­se aplicar a ​teoria                   
restritiva. 
­ Eficácia da lei no tempo: a lei não retroage. Se o ato não foi praticado,                             
aplica­se a lei nova, mas se o ato já foi praticado, a retroatividade não irá                             
atingí­lo.  
↳No processo do trabalho os prazos são contados em dias corridos e não em dias                               
úteis como ocorre no direito do trabalho. Isso porque se contados em dias úteis, o                             
prazo será prolongado, indo, consequentemente, contra o princípio da celeridade e                     
gerando uma incompatibilidade.  
↳​Teoria dos atos isolados: ​analisa cada ato para ver se a lei nova se aplica ou                                 
não ao caso, e se o for, aplicando­a apenas aos atos que serão praticados.  
A lei nova regulará apenas os atos processuais que serão praticados após a sua                           
vigência, não alcançando aqueles já realizados sob a égide da lei anterior, os quais                           
serão considerados válidos, produzindo todos os efeitos previstos pela lei velha,                     
uma vez que constituem ato jurídico perfeito e acabado. 
­ Eficácia da lei no espaço: princípio da territorialidade: vigora em todo o                       
território nacional e se aplica tanto aos brasileiros quanto aos estrangeiros                     
residentes no Brasil.  
 
● PRINCÍPIOS 
­ Aplicam­se os princípios gerais fundamentais (legalidade, isonomia, etc) e os                   
princípios específicos do direito processual do trabalho, aos quais tem três                     
funções: interpretativa (interpretar as normas da CLT para aplicar                 
adequadamente ao processo do trabalho), informativa ( auxiliar na construção                   
das normas do processo do trabalho) e integrativa ( suprir as lacunas do                         
ordenamento jurídico).  
­ Princípios específicos: 
↳​Princípio da simplicidade​: por eles, as regras do processo do trabalho são mais                           
flexíveis do que as do direito processual comum. Isso porque, eles vem para auxiliar                           
a parte hipossuficiente, para que haja um equilíbrio processual e um bom resultado. 
↳​Princípio do Jus Postulandi: ​Princípio que permite que as partes atuem no                         
processo sem a necessidade de um advogado. È uma excessão à capacidade                       
postulatória.  
Na prática, este princípio tem efeito contrário do seu cunho, vez que há uma grande                             
dificuldade de dar continuidade ao processo quando as partes não tem                     
conhecimento técnico suficiente para ir por si só, pleitear seus interesses. Por isso é                           
muito comum que o juiz ‘’advogue’’ ou convença a parte a desistir da ação e entrar                               
com uma nova, representado por um advogado.  
* Súmula 425 do TST: limita o alcance do jus postulando até o TRT com a                               
interposição de recurso ordinário. Após o TRT, será obrigatório um advogado para                       
interpor o recurso de revista e o recurso extraordinário, pois se trata de uma                           
discussão extremamente técnica, de cunho jurídico.  
* O TST vem tentando tirar este princípio, já que, atualmente, ele é inviável. 
↳​Princípio da oralidade: ​não é totalmente específico do direito processual do                       
trabalho, pois aplica­se também ao processo civil. Busca com que os atos                       
processuais se deem oralmente, sempre que possíveis.  
* A reclamação trabalhista poderá, inicialmente, ser feita de forma oral, ainda que                         
posteriormente seja leva a termo.  
* Subprincípios: 
A) Concentração dos atos processuais em audiência: audiências feitas               
oralmente 
B) Irrecorribilidade de imediato das decisões interlocutórias: a princípio, as                 
decisões interlocutórias são irrecorríveis para dar mais celeridade ao                 
processo, ou seja, não caberá recurso ao longo do processo para que ele flua                           
até o fim. Prolatada a sentença, poderá recorrer com recurso ordinário. Nos                       
casos em que houver uma decisão interlocutória irrecorrível e que pode gerar                       
um dano irreparável ou de difícil reparação caso não impetrado o recurso de                         
imediato, pode­se impetrar o mandado de segurança, a fim de evitar a                       
ocorrência do possível dano.  
C) Identidade física do juiz: o juiz que presidiu a audiência de instrução ou que                           
colheu a prova, deverá ser o juiz que vai sentenciar o processo, salvo as                           
excessões previstas no art. 132­CPC. Isso porque é este juiz quem terá a                         
percepção da prova produzida (se verdadeira, falsa, viciada…). 
Para o TST este princípio não é obrigatório, uma vez que ele provém de uma                             
aplicação subsidiária do CPC e não diretamente da CLT. (Súmula 222­ STF e                         
Súmula 136­TST) 
↳​Princípio da celeridade​: visa uma duração razoável do processo, buscando                   
agilizá­lo, já que tem cunho indireto de caráter alimentar.  
↳Princípio da conciliação​: apesar de presente em outras disciplinas, é um princípio                       
bem típico do direito processual trabalhista, principalmente nos conflitos que versam                     
sobre interesses pecuniários.  
As partes vão buscar a solução do conflito da melhor e mais rápida maneira                           
possível, através de um conciliador, não havendo vínculo entre as partes. A própria                         
CLT prevê que o juiz deverá sempre buscar a conciliação como primeira forma de                           
resolução do conflito e uma vez homologada, faz coisa formal e material, gerando                         
sentença e assim, sendo obrigatória em dois momentos do processo:  
I­ na audiência inaugural, antes de apresentada a constestação do réu ( art                         
846­CLT) 
II­ na audiência de instrução, após as razões finais e antes de decretada a sentença                             
( art 850­CLT). 
Noprocedimento sumaríssimo pode ser aplicada a qualquer momento.  
↳Princípio do protecionismo temperado do trabalhador: ​decorre do princípio da                     
proteção material, que pressupõe uma desigualdade entre empregado e                 
empregador. No direito processual do trabalho, essa proteção é moderada.  
Ex: Execução de sentença transitada em julgado feita ‘’ ex officio’’, ou seja, o juiz                             
convoca a parte vencedora para saber se houve o cumprimento da sentença e em                           
caso negativo, o próprio juiz poderá buscar a execução.  
Ex 2: Depósito recursal: função de garantia do juízo a fim de que hajam bens para                               
executar no processo. Apesar de requisito para interpor recurso, no caso do                       
empregador, o depósito recursal poderá ser dispensado.  
↳Princípio busca da verdade real:​necessidade do juiz de buscar a verdade formal                           
e material. Decorre do princípio da primazia da realidade, sobrepondo a verdade                       
formal a verdade material. 
↳Princípio da indisponibilidade​: corresponde ao princípio da irrenunciabilidade                 
dos direitos trabalhistas. O juiz deve zelar para garantir os direitos mínimos do                         
trabalhador, ainda que em uma conciliação. 
↳Princípio da normatização coletiva: ​fundamenta­se no poder normativo da                   
justiça do trabalho, permitindo que esta possa criar normais gerais e abstratas,                       
quando houver negociações coletivas ou interesse coletivo. È necessário,                 
entretanto, que haja o acordo entre as partes.  
Se não houver as negociações coletivas, as partes poderão recorrer ao judiciário                       
propondo o dessídio coletivo, e nele, a justiça do trabalho irá estipular as normas                           
coletivas aplicáveis àquela situação, através de uma sentença normativa.  
Nas negociações coletivas, as partes debatem , entram em acordo e define as                         
normas, criando um dispositivo que deverá ser aplicado a todos no âmbito de sua                           
abrangência. Se em decorrência de convenção, terá efeito apenas entre os                     
sindicatos. Se proveniente de convenção, o efeito será entre o sindicato da classe                         
profissional e entidade empregadora (médico e hospital por exemplo).  
↳Princípio da extra partição: ​em via de regra, ​a sentença não pode julgar nem a                               
mais, nem a menos, nem coisa diversa daquela pleiteada na reclamação trabalhista.                       
Contudo, há alguns casos em que o juiz poderá julgar além do que foi pedido, como                               
por exemplo, nos casos em que houver uma demissão de empregado estável e este                           
pede apenas a sua reintegração, na impossibilidade de fazê­lo, pode o juiz                       
sentenciar deferindo uma indenização ou no caso de multa prevista no art 467 da                           
CLT, em que, quando houver verbas incontroversas, o reclamado deverá efetuar o                       
pagamento na audiência inaugural, sob pena de o juiz aplicar como forma de                         
punição, multa de 50% sobre o valor. 
 
● ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
­ TST: Órgão máximo, composto por 27 ministros; 
­ TRT: Órgão de segunda instância, composto por até 7 juizes, atuando em                       
cada estado. 
­ Juízes do trabalho: atuam nas varas do trabalho, em cada cidade. 
­ Art 112­CF: trata da investidura da jurisdição trabalhista aos juízes de direito.                       
Se a competência for da justiça do trabalho e em uma cidade não houver vara                             
do trabalho, o juiz comum poderá julgar conforme a justiça do trabalho,                       
passando a competência recursal para o TRT ou TST e não para TJ ou STJ. 
­ Súmula 10­ STJ: trata da transferência de competências. Se em uma cidade                       
não há vara do trabalho e posteriormente cria­se uma, as ações que                       
transitavam na justiça comum de caráter trabalhista deverão ser transferidas                   
para a justiça do trabalho. 
 
● COMPETÊNCIA 
­ Critérios de fixação: 
A) Critério material: conforme a natureza jurídica por trás do conflito de                     
interesses é que se estabelecerá a competência, ou seja, com base no                       
pedido exposto na petição inicial. Se de natureza trabalhista, será                   
competência da justiça do trabalho. 
B) Em razão da pessoa: o que se considera é quem está nos polos da demanda.                             
Assim, se a parte é um sindicato ou um trabalhador, compete á justiça do                           
trabalho.  
C) Critério funcional: verifica­se a função dos órgãos jurisdicionais que poderão                   
atuar em um mesmo processo. No caso da justiça do trabalho, serão o TRT,                           
TST e os juizes do trabalho. 
D) Critério territorial: limite territorial a que o juiz poderá atuar, ou seja, apenas                         
dentro do âmbito de sua competência ( municipal, regional, estadual ou                     
federal). 
E) Critério do valor da causa: não é regra na justiça do trabalho, uma vez que                             
não é critério de definição de competência, mas é importante para definir o                         
procedimento.  
 
● COMPETÊNCIA MATERIAL EM RAZÃO DA PESSOA  
­ Antes a CF só previa a competência da justiça do trabalho quando houvesse                         
ações de relações de emprego. Após a EC 45­04, a relação passou a ser de                             
trabalho, limitando­a em alguns casos, como na relação de consumo e dos                       
profissionais liberais, em que a competência deverá permanecer na justiça                   
comum, salvo se fundadas na relação de trabalho.  
­ A justiça do trabalho não tem competência para julgar ações penais ainda que                         
fundadas na relação de trabalho.  
­ Para os entes da administração pública, o STF interpretou que justiça do                       
trabalho será competente desde que o funcionário tenha sido regido pela                     
CLT. Os que possuem vínculo estatutário ou vínculo jurídico­administrativo                 
serão julgados pela justiça comum.  
­ Em casos de ​estado estrangeiro ou organismo internacional​, deve­se                 
analisar dois pontos: a imunidade de jurisdição e a imunidade de execução 
↳​Estado Estrangeiro: não possui imunidade jurisdicional quando se tratar de matéria                       
trabalhista, para evitar o indevido enriquecimento sem causa do Estado Estrangeiro                     
ás custas do trabalhador domiciliado no Brasil. Contudo, possui imunidade de                     
execução salvo se renunciar o seu direito a intangibilidade de seus bens ou se existir                             
no território brasileiro bens a que lhe pertençam e que não tenham vínculo com as                             
finalidades essenciais inerentes às ligações diplomáticas ou representações               
consulares mantidas no Brasil.  
↳​Organismos Internacionais: OJ 416: preceitua que os organismos internacionais                   
terão imunidade absoluta de jurisdição quando amparado por norma internacional                   
incorporada ao direito brasileiro e terão imunidade de execução, salvo em caso de                         
renúncia.  
­ Competência material no direito de greve​: basta que a ação verse sobre                       
matéria de cunho trabalhista, independentemente das partes, se individual ou                   
coletiva.  
↳ Ações possessórias: ações para questionar a legitimidade dagreve, podendo ser: 
A) de reintegração possessória: quando há a perda total da posse, como nos                         
casos de esbulho possessório; 
B) de manutenção possessória: quando há a limitação da posse, como nos                       
casos de turbação possessória; 
C) de interdito proibitório: quando há a iminência de sofrer a perda total ou                         
parcial da posse, como nos casos de ameaça de turbação ou esbulho                       
possessório.  
↳Súmula vinculante n 23: se aplica apenas aos trabalhadores da iniciativa privada,                         
incluindo sociedades e empresas estatais.  
↳Art. 114 §3­ CF: casos de exercício abusivo do direito de greve: compete aos                             
tribunais julgar, uma vez que versa sobre dessídio coletivo de greve. 
­ ​Representação sindical​: se envolver matéria sindical ou a pessoa do                     
sindicato, a ação será julgada pela justiça do trabalho. 
↳Possibilidade de manejo na justiça do trabalho de dessídios individuais sindicais,                       
envolvendo sindicatos e trabalhadores e sindicatos e empregadores.  
↳ É necessário que o sindicato tenha abrangência de ao menos, a nível municipal.  
↳Não engloba sindicato de servidor público, pois este é de competência da justiça                         
comum.  
↳Se houver mais de um sindicato, a ação para decidir qual seles irá representar o                                 
município será proposta e julgada na justiça do trabalho. 
↳Fraciona as representações em sindicatos, federações, confederações e centrais                   
sindicais. Todos englobam na justiça do trabalho. 
­ Dos remédios constitucionais​: os remédios constitucionais envolvidos             
direta ou indiretamente no direito do trabalho, será de competência da justiça                       
do trabalho. 
↳Mandado de segurança: impetrado contra uma autoridade pública, contra um ato                       
judicial ou administrativo que não caiba recurso e que esteja sujeito a jurisdição                         
trabalhista.  
Por exemplo, em uma decisão que trouxe um dano irreparável por ter sido praticado                           
com abuso de poder. Assim: 
A) Será competência do juiz de primeira instância julgar os mandados de                     
segurança contra um ato administrativo; 
B) Será competência do TRT julgar os mandados de segurança contra os atos                       
do juiz de primeira instância; 
C) Será competência do TST julgar os mandados de segurança contra os atos                       
do TRT e do próprio TST.  
↳Habeas Corpus: contra ato público ou particular em que haja uma limitação do                           
direito de ir e vir, envolvendo matéria trabalhista mas passando a ser julgado pela                           
justiça comum. Assim, a competência será igual a exposta no mandado de                       
segurança, porém, os atos praticados pelo TST, aqui serão feitos pelo STF. 
Ex: impetrado contra quem reduz outrem a condição análoga a de escravo,                       
prendendo o trabalhador para pagar suas dívidas.  
↳ Habeas Data: o objetivo do habeas data é salvaguardar os direitos da                         
personalidade por meio da autodeterminação informativa, protegendo o direito a                   
intimidade e vida privada. È aplicado contra entidades governamentais ou de caráter                       
público, autarquias… 
Não cabe contra empresas particulares, ainda que exerçam uma função pública. 
A competência é a mesma do habeas corpus. 
­ Conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista​: o                 
conflito de competência ocorre quando existe dúvida quanto ao juízo                   
competente para julgar, podendo ser suscitado pelas partes, ministério                 
público ou pelo próprio juiz,  assim, poderá ocorrer quando: 
A) 2 ou mais juizes se dizerem competentes (conflito positivo) 
B) 2 ou mais juizes se dizerem incompetentes (conflito negativo) 
C) entre 2 ou mais juizes surgir controvérsias sobre a reunião ou separação de                         
processos ( conflito pode ser tanto positivo quanto negativo, dependendo da                     
ação)  
Desta forma, deve­se analisar a origem do conflito para que se possa estabelecer a                           
competência para julgar, assim: 
A) se o conflito for entre varas de uma mesma região, na qual houver um juiz de                               
direito investido na jurisdição trabalhista e um juiz do trabalho, a competência                       
será do TRT. 
B) se o conflito for entre TRT’s ou entre um TRT e varas do trabalho de regiões                               
diferentes, a competência será do TST.  
C) se o conflito for entre um TRT ou vara do trabalho e um TJ ou juiz                               
subordinado (sem jurisdição trabalhista), a competência será do STJ. 
D) se o conflito for entre o TST e qualquer outro juizo, a competência será do                             
STF. 
E) se o conflito for sobre o direito do trabalho (empregador x empregado ou                         
sindicato), a competência será do juiz do trabalho. 
* OBS: Não existe conflito entre tribunal e juizo a ele subordinado (vara do trabalho a                               
ele vinculado), neste caso, há conflito de hierarquia, conforme dispõem as súmulas                       
59, 180 e 236 do STJ. 
­ Ações de dano moral que envolvam acidente de trabalho: ​Súmula                   
vinculante 22: as ações que versem sobre dano moral ou patrimonial que                       
ainda não foram ​sentenciados na justiça comum, devem ser submetidos á                     
justiça do trabalho. 
↳Se o empregado sofreu um dano por acidente de trabalho, ele poderá pleitear a                             
indenização por danos morais ou materiais perante a justiça do trabalho, sendo                       
aplicada também, em caso de morte.  
↳No caso de acidente de trabalho em que irá se pleitear um direito previdenciário,                             
deverá ser proposta na justiça comum estadual.  
­ Ações que envolvam penalidades administrativas aplicadas por órgãos               
de fiscalização: ​se a parte passiva quiser questionar as penalidades                   
administrativas, deverá fazê­lo na justiça do trabalho. 
↳Excessões: as penalidades impostas pelos órgãos de classes trabalhistas deverão                     
ser impostas na justiça comum, uma vez que se trata de órgão de classe                           
penalizando um membro da profissão por ato contrário ao regimento da profissão. 
Ex: OAB que penaliza um advogado por ato que infringe o estatuto da OAB. 
­ Execuções de ofício das contribuições sociais: ​em via de regra geral, as                       
contribuições devem ser recolhidas mensalmente.  
↳Antes, o juiz poderia recolher de ofício as contribuições previdenciárias, contudo, o                         
Art. 876­CLT passou a estabelecer que serão executadas de ofício as contribuições                       
sociais devidas em decorrência de decisão proferida pelos juizes e tribunais do                       
trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordos, inclusive sobre                   
salários pagos durante o período contratual reconhecido. Logo, admite­se executar                   
de ofício, pelo período de trabalho sem registro na CTPS, as contribuições                       
previdenciárias devidas em função do salário pago á época.  
­ OUTRAS CONTROVÉRSIAS: repetição do art 114, inciso I da CF. No                       
regime anterior cabia á justiça do trabalho mediante lei, reconhecer outros                     
litígios decorrentes da relação de trabalho, só que isso não funciona mais                       
devido ao textonovo da CF, que passou a estipular como competência da                         
justiça do trabalho, atuar em qualquer ação que envolva relação de trabalho. 
 
● COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
­ Regra geral: é o local de prestação do serviço, ainda que contratado em outro                           
local ou no estrangeiro, uma vez que é mais benéfico para o empregado e                           
para a produção de provas (evitar que elas sejam feitas por correspondência,                       
de forma demorada). 
­ Nos casos em que a prestação do serviço ocorreu em mais de um local, a                             
corrente majoritária entende que o órgão competente será o do último local                       
onde o serviço foi prestado, salvo se o objeto da ação seja a própria                           
transferência do local da prestação do serviço. Neste caso, a ação poderá ser                         
pleiteada no local escolhido pelo empregado e, por prevenção (onde o juiz                       
conhecer primeiro). Isso porque pode ser que o empregado tenha trabalhado                     
10 anos em um determinado local, foi transferido, ficou 1 mês neste local e foi                             
demitido, assim, seria melhor que a ação tramitasse no local em que ele                         
passou os 10 anos, para que ele não tivesse que ficar indo e voltando, uma                             
vez que a maior parte das provas iria se concentrar naquele local.  
­ A jurisprudência do TST entende que, para benefício do empregado, a ação                       
poderá ser proposta no local escolhido por ele, desde que prove que isso irá                           
afetar o próprio acesso á jurisdição.  
­ Excessões: 
A) Quando for contratado em um local e prestar serviços em vários outros locais:                         
a competência neste caso será onde houver filial ou agência da empresa e a                           
esta o trabalhador estiver subordinado. Caso não exista filial ou agência, o                       
empregado poderá propor a ação no local de seu domicílio ou na localidade                         
mais próxima. 
B) Quando o empregador for viajante: ficará a critério do empregado propor no                       
local da contratação ou no local da prestação do serviço.  
C) Quando for contratada no Brasil para prestar um serviço no exterior: em caso                         
de demissão no exterior e retorna ao Brasil, a ação poderá ser julgada por um                             
órgão brasileiro desde que a pessoa seja um brasileiro nato ou naturalizado.  
­ Lei 7064­82: Teoria do conglobamento mitigado: analisa­se o instituto em seu                     
conjunto de normas e aplica­se a mais benéfica, independente do local de                       
prestação do serviço. Em relação aos dessídios ocorridos no exterior,                   
aplica­se o direito processual brasileiro, já que a demanda será submetida á                       
justiça do trabalho brasileira. Contudo, a regra do direito material aplicada é a                         
do estrangeiro, ou seja, os direitos a que o trabalhador fará jus é o do pais                               
onde prestou o serviço). Já em relação as empresas que promovem                     
atividades fora do local da celebração do contrato, o obreiro deve apresentar                       
a reclamação trabalhista no local de prestação do serviço ou da celebração                       
do contrato.  
­ Foro de eleição: Há uma incompatibilidade com o CPC, pois as normas de                         
processo do trabalho são de ordem pública, logo, não modificáveis pelas                     
partes. Também pelo falo de ser objetivo da justiça do trabalho facilitar o                         
acesso do obreiro hipossuficiente a justiça do trabalho, não se pode ser                       
instituído cláusula de eleição de foro, salvo se for benéfico para o empregado. 
 
● PARTES  
­ Reclamante ou suscitante: aquele que se diz titular de um direito que está                         
sendo pleiteado. 
­ Reclamado ou suscitado: contra quem se exige o cumprimento do direito                     
pleiteado. 
­ Capacidade de ser parte: é a capacidade para figurar nos polos da ação                         
trabalhista, como reclamante ou reclamado (autor e réu), ou seja, é a pessoa                         
física ou a pessoa jurídica, desde que tenha personalidade jurídica. A lei civil                         
permite que alguns entes despersonalizados tenham capacidade para atuar                 
na demanda, como ocorro com o espólio e a massa falida. 
­ Capacidade processual: é a capacidade para estar em juizo sem a                     
necessidade de representação ou assistência. No caso da pessoa física,                   
terão capacidade processual os que possuem a maioridade civil e a                     
capacidade civil. Já no caso das pessoas jurídicas, elas nunca terão                     
capacidade processual, devendo sempre ser representadas. 
↳Quanto aos emancipados: a corrente majoritária defende que os emancipados                     
podem sim atuar em juízo sem representação. Contudo, as normas de saúde e                         
segurança do trabalho continuam a ser aplicadas como se de menor fossem, uma                         
vez que, a maioridade civil não implica em uma evolução biológica.  
­ Capacidade postulatória: é a capacidade de postular em juízo. No CPC, é                       
privativa dos advogados, mas não exclusiva. Na justiça do trabalho, não é tão                         
forte, podendo ser afastada devido ao princípio do jus postulandi. 
­ Representação:  
A) Incapazes: quando se tratar de absolutamente incapazes, devem ser                 
representados sob pena de invalidade dos atos processuais. Mas, se tratando                     
de relativamente incapazes, os atos só serão válidos se ratificados pelos                     
assistentes.  
↳ Art. 793­CLT: menores: a reclamação trabalhista deverá ser feita pelos                     
representantes legais e na falta deles, pelo MPT. Na falta do MPT, pelo MPE e na                               
falta deste, pelo curador especial.  
B) Pessoas jurídicas: as regras do CPC são aplicadas subsidiariamente, sendo                   
os representantes da PJ, aqueles estipulados no contrato social ou estatuto e                       
na sua falta, pelo seu diretor. 
↳Nos casos das pessoas jurídicas de direito público, serão representadas pelo seu                         
procurador, salvo os municípios, que além de seu procurador, também poderá ser                       
representado pelo prefeito. 
↳Súmula 436: exige a comprovação do título de procurador e a apresentação do                           
número de inscrição na OAB para atuar como representante. 
↳OJ 218: autarquias e fundações públicas serão representadas por seus próprios                       
procuradores ou advogados, constituídos no quadro de trabalhadores. Nunca por                   
entes do município. 
C) Representação em audiência: na justiça do trabalho, é obrigatório o                   
comparecimento pessoal das partes na audiência, uma vez que pelos                   
princípios da oralidade e da conciliação, quando de forma pessoal, a fluição                       
do processo poderá ocorrer mais rápido.  
↳ Art. 843: Excessões ao comparecimento pessoal: 
I) Ação de reclamatória plurital: ocorre quando há um grande número de                       
reclamantes, permitindo que seja dispensado o comparecimento de todos eles,                   
exigindo apenas o comparecimento de uma comissão de representantes                 
acompanhados do sindicato. 
II) Ação de cumprimento: quando o empregador não está cumprindo com as normascoletivas, o sindicato vai atuar com legitimidade extraordinária, ou seja, irá atuar em                         
nome próprio, pleiteando direito alheio. 
III) Representação do empregador: em regra geral, poderá ser representado por seu                       
gerente ou preposto, desde que este seja seu empregado, e que tenham                       
conhecimento dos fatos. São requisitos cumulativos, portanto, na falta de um,                     
considerar­se­á como não comparecimento à audiência, podendo ser submetido aos                   
efeitos da revelia.  
↳Súmula 377: excessões: nos casos do empregador doméstico ou micro ou pequeno                       
empresário, já que não costumam possuir um grande quadro de funcionários que                       
poderiam atuar nos cargos estabelecidos pela lei (gerente ou empregado), bastará                     
que o preposto tenha conhecimento dos fatos, logo poderá ser um dos filhos,                         
cônjuge, sócio, etc. 
↳Para evitar que a ação seja extinta por não comparecimento por parte do                         
empregado na audiência, admite­se que ele seja representado por seu advogado,                     
por outro empregado ou pelo sindicato. 
 
● PROCURADORES 
­ Jus Postulandi: analisa­se a capacidade postulatória, que na justiça do                     
trabalho é atribuída as partes, se aplicando às relações de emprego e aos                         
dessídios. 
↳A corrente majoritária rege que o jus postulandi não se aplica nas relações de                             
trabalho, devendo haver representação por parte de um advogado sob pena de                       
nulidade.  
­ Procuração: 
A) Mandato: contrato entre a parte e o advogado exteriorizado pela procuração,                     
estabelecendo poderes ao advogado. 
B) Substabelecimento: transferência de poderes entre advogados, podendo ser               
de forma total, não voltando a atuar no processo (ser reserva de poderes) ou                           
de forma parcial, atuando junto a outro advogado no processo (com reserva                       
de poderes).  
↳Súmula 395­ TST: se na procuração é estabelecido um prazo para a validade da                             
representação, e contar cláusula autorizando a representação até o fim do processo,                       
a representação seŕa válida ainda que vencido o prazo. 
↳ A procuração deve ser juntada dentro do prazo legal, sob pena de invalidade. 
↳Não é necessário cláusula expressa no corpo da procuração, autorizando o                       
substabelecimento. 
­ Manado tácito: quando a parte comparece com o advogado a uma audiência                       
e conste o nome dele na ata, presume­se que ele possui poderes gerais de                           
representação, ainda que não haja uma declaração expressa ( esta será                     
obrigatória e necessária em casos de poderes de foro especial como por                       
exemplo, para poder substabelecer). 
­ Súmula 383­TST: o art. 104 do CPC autoriza a prática de alguns atos                         
processuais urgentes em nome de uma das partes a fim de evitar a a                           
preclusão, sem que haja procuração, desde que ela seja juntada em até 15                         
dias. A súmula proíbe a atuação em recurso sem a presença de um                         
advogado, uma vez que não o considera como ato urgente. 
­ Honorários advocatícios: quando o advogado atua no processo de ações de                     
relação de emprego, a princípio não caberá honorários de sucumbência. Só                     
haverá honorários quando o empregado estiver representado pelo sindicato                 
da categoria e for beneficiário da justiça gratuita (deve receber até 2 salários                         
mínimos e não ter meios de arcar com as despesas processuais). Neste caso,                         
quem receberá os honorários é o sindicato e não o advogado propriamente                       
dito.  
↳Os honorários são fixados em até 15% do valor da causa. 
↳Teoria dos honorários obrigacionais: defende que os honorários pagos deveriam                     
ser restituídos. Não foi acolhida, mas é comum alguns advogados colocarem no                       
pedido. 
­ Assistência judiciária: ​quando o reclamante não tem condições de arcar                   
com as despesas processuais e nem com as custas advocatícias. 
↳Para receber o benefício, o reclamante não precisa ser sindicalizado, basta apenas                         
pertencer a uma categoria, pois a partir do momento em que é categorizado, ele                           
deverá pagar as taxas de contribuições sindicais, e por elas, já lhe será garantido o                             
direito a representação. 
↳Lei 5580­70: traz requisitos para receber o benefício, englobando assistência pelo                     
sindicato mais o benefício da justiça gratuita. 
↳Se o reclamante ganha a ação, os honorários advocatícios serão convertidos e                         
repassados para o sindicato. 
↳ Apenas o empregado é beneficiário. 
­ Justiça gratuita: será beneficiado o reclamante que recebe até 2 salários                       
mínimos e declara que não possui condições de arcar com as despesas                       
processuais sem que lhe implique prejuízos.  
↳ Art. 90 § 3­ CLT: estabelece os requisitos para a concessão da justiça gratuita. 
I) Pode ser requerido e concedido a qualquer momento do processo, unclusive em                         
grau de recurso, sem que sofra preclusão. 
II) Necessário que seja claramente manifestado que se é beneficiário da justiça                       
gratuita. Se julgado em 2 instância, deve ser pedida na fase recursal para que o juiz                               
tenha conhecimento de que a fase de preparo foi cumprida, ou seja, que as taxas                             
processuais já foram pagas ou isentas, caso contrário, o juiz não irá reconhecer o                           
mérito por falta de requisitos de condição da ação. 
↳A justiça gratuita poderá ser aplicada ao empregador quando este for pessoa física                           
e declarar que não tem condições de arcar com as despesas e se for pessoa                             
jurídica, além da declaração, será necessário a comprovação da saúde financeira da                       
empresa, demonstrando que ela não possui meios de arcar com as despesas, por                         
estarem quebrados ou porque teriam mais prejuízo.  
­ Litisconsórcio: é possível no direito processual do trabalho em ambos os                     
polos, ainda que pouco comum quanto ao polo ativo.  
↳ Ocorre quando várias partes atuam no processo. 
↳Aplica­se subsidiariamente o CPC, salvo quando a lei trabalhista versar sobre a                         
matéria ou quando houver incompatibilidade. 
↳Não irá aplicar o prazo em dobro para demandas com mais de um advogado, por                               
ser incompatível com os princípios da celeridade e da simplicidade. 
­ Litigância de má­fé: aplica­se subsidiariamente o CPC, ainda que os juizes                     
quase não o apliquem, uma vez que existe uma linha tênue entre ela e a                             
ampla defesa, o que poderia gerar um prejuízo processual. 
­ Assédio processual: ocorre quando qualquer sujeito do processo pratica                 
reiterados atos contra uma das partes, a fim de prejudicar o processo. Pode                         
ser causa de indenização. 
↳Ex: quando o juiz é bem incisivo para que as partes se valam da conciliação,                               
reiteradamente, ou seja, insistindo demais e até mesmo dando a entender que se                         
não a aceitarem, serão prejudicados.  
↳ Requisitos: 
I) Atos reiterados: série de vários atos queferem a dignidade da parte para que ela                               
desista da ação. 
II) Qualquer pessoa: não há critério, qualquer um pode praticar, inclusive as                       
autoridades (juiz, promotor, etc). 
III) Atos que desestimulem: deve gerar um prejuízo e desgaste para a parte, a ponde                             
de desestimular a continuidade da ação. 
↳Nos casos em que a autoridade competente é quem está assediando o processo,                           
recomenda­se entrar com uma nova ação, alegando o assédio e pedindo para que                         
outra autoridade possa realizar o julgamento, uma vez que se feito no mesmo                         
processo, a autoridade assediante não irá se autoprejudicar.  
 
● ATOS PROCESSUAIS 
­ São atos praticados dentro do processo e durante o seu curso, que do seu                           
encadeamento, vão visar a obtenção de uma sentença. 
­ Todos os atos trabalhistas devem ser públicos­ princípio da publicidade 
­ Liberdade de formas e documentação: em geral são de forma livre. 
­ Os atos processuais devem ser realizados nos dias úteis, das 6 ás 20 horas,                           
podendo a penhora ser feita aos domingos e feriados, desde que haja                       
autorização expressa do juiz ou presidente, assim como aqueles que não                     
puderem ser praticados no horário estabelecido.  
↳Poderá ser feita em dias não úteis desde que respeitem a inviolabilidade de                           
domicílio e haja autorização expressa. 
↳Prazo especial: quando se tratar de pessoa jurídica de direito público, o prazo para                             
contestar poderá ser quadruplicado e dobrado para recorrer. Quando se tratar do                       
ministério público, ambos serão duplicados. 
­ Os atos e termos processuais devem ser assinados pelas partes. Em caso de                         
impossibilidade de fazê­lo, serão firmados a rogo na presença de duas                     
testemunhas, desde que não haja procurador legalmente constituído. 
↳Se a pessoa se recusa a assinar, poderá a ocorrência ser certificada. Nesse caso,                             
é importante a assinatura do juiz ou diretor de secretaria ou secretário, atestando a                           
veracidade do contido na ata. Se a parte tem procurador, ele poderá assinar, sem                           
que haja a necessidade da assinatura do recusante. 
­ Os documentos juntados ao processo só podem ser desentranhados após o                     
término do processo, porém, ficará cópia nos autos. Isso para promover uma                       
maior segurança e evitar a danificação de algum ato ou documento                     
importante, que poderia comprometer o processo.  
↳Os processos podem ser livremente consultados pelas partes e seus procuradores                       
mas não por outros que não estão envolvidos nele. 
 
●  COMUNICAÇÃO DE ATOS PROCESSUAIS 
­ Dos atos: 
A) Citação: ato pelo qual se chama a juízo o réu ou interessado para se                           
defender. 
B) Notificação: ato pelo qual se dá conhecimento a uma pessoa de algo. 
C) Intimação: ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do                           
processo, para que faça ou deixe de fazer algo. 
­ A CLT utiliza o termo ‘’notificação’’ para todos os atos ( citar, notificar e                           
intimar). 
­ Todos os atos são feitos por cartas. 
­ No direito processual do trabalho, a citação do réu (reclamado) independe de                       
requerimento do autor (reclamante) feito na petição inicial ( reclamação                   
trabalhista) e de qualquer ato do juiz, ao contrário do que ocorre no direito                           
processual civil.  
­ Notificação: poderá ser feita por: 
I) Meio postal: fase de conhecimento, feita pelo correio; 
↳ aplica­se subsidiariamente o CPC ( art 217) 
↳se o correio devolver a citação após decretada a revelia do reclamado, o juiz deve                               
anular o processo a partir da sentença e fazer nova citação, já que ela não foi, de                                 
fato feita. 
II) Edital: quando os demais meios forem frustrados, não encontrando a parte. 
III) Oficial: fase de execução, não sendo necessário ser pessoal ( pode fazê­lo                         
através dos filhos, vizinhos, empregado, cônjuge, etc). 
↳Nos casos de pessoa jurídica de direito público e ministério público, é obrigatório                           
ser feita por oficial em qualquer fase. 
III) Meio eletrônico: feito aos que se cadastram em portal próprio, dispensando                       
publicação em órgão oficial. Será considerado pessoal. 
 
● INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DOS ATOS 
­  Inexistência: não possui um dos requisitos mínimos para que o ato seja feito. 
­ Nulidade: contém todos os requisitos mínimos mas violam algum ato legal. 
­ Irregularidade: vício que não atinge a validade ou legitimidade do ato. 
­ Princípios: 
A) Princípio da finalidade ou instrumentalidade das formas: o juiz deve                   
considerar válido o ato praticado, ainda que de forma diferente da prescrita na                         
lei, desde que a sua inobservância não atinja sua finalidade. 
B) Princípio da transcendência ou prejuízo: não haverá nulidade se não houver                     
prejuízo processual à parte­ ‘’ pas de nullité sans grief’’. 
C) Princípio da convalidação ou preclusão: não havendo reação da parte, o ato                       
nulo não arguido no tempo oportuno, vem a se convalidar, permanecendo                     
válido. 
↳Se a parte não arguir a nulidade na audiência quando tiver a oportunidade, ela                             
poderá fazer posteriormente, sem que haja prejuízo de nulidade. 
↳Só é aplicado aos casos de nulidade relativa ( que dependem da provocação da                             
parte interessada). Não se aplicando a nulidade absoluta ou quando a parte provar                         
legítimo o impedimento para a prática do ato. 
D) Princípio da economia processual: visa obter o máximo resultado na atuação                     
da lei, com o mínimo emprego possível de atos processuais e tempo.  
↳ Princípios da celeridade e da primazia da decisão de mérito. 
↳ Não pronuncia a nulidade se o ato puder ser suprido ou repetido. 
E) Princípio do aproveitamento dos atos processuais ou da conservação dos                   
atos processuais úteis: não anula todo o processo se houver a possibilidade                       
de se aproveitar ao menos uma ato válido, nele praticado. 
↳Anula­se apenas os atos que não podem ser aproveitados, desde que não gerem                           
prejuízo à parte.  
↳ Economia processual: anula a parte e não o todo. 
F) Princípio do interesse: não há nulidade se a parte prejudicada não a arguir.  
↳Só a parte prejudicada poderá arguir, uma vez que se feita pela beneficiada,                           
presume­se que há má­fé. 
↳O juiz não pode declará­la de ofício pois não é regra de ordem pública absoluta,                               
sendo dirigida à própria parte e não ao juiz. 
G) Princípio da utilidade: deve­se aproveitar ao máximo os atos processuais                   
posteriores, desde que eles não tenham sido atingidos pela nulidade (se                     
forem atingidos, vão se tornar nulos também).  
↳ O juiz deverá verificar até onde os atos podem ser aproveitados. 
↳Se não houver incompatibilidade entre a invalidade e os atos subsequentes, estes                         
serão válidos e eficazes, não sendo excluídos do processo.  
↳ Princípios do prejuízo e do máximo aproveitamento e conservação dos atos. 
 
● DESPESAS PROCESSUAIS: 
­  Fase de conhecimento: 
​Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas açõese                             
procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas                     
propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas                       
relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado                           
o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e serão calculadas:  
I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor;  
II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente                           
improcedente o pedido, sobre o valor da causa;  
III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação                             
constitutiva, sobre o valor da causa;  
IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar.  
§ 1o­ As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso                                 
de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal.  
§ 2o­ Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar­lhe­á o valor e fixará o montante                               
das custas processuais.  
§ 3o­ Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento                             
das custas caberá em partes iguais aos litigantes. 
§ 4o­ Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo                     
pagamento das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo Presidente                         
do Tribunal.  
­ Fase de execução: 
Art. 789­A. No processo de execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do                         
executado e pagas ao final, de conformidade com a seguinte tabela:  
I – autos de arrematação, de adjudicação e de remição: 5% (cinco por cento) sobre o                               
respectivo valor, até o máximo de R$ 1.915,38 (um mil, novecentos e quinze reais e trinta e                                 
oito centavos);  
II – atos dos oficiais de justiça, por diligência certificada:  
a. em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e seis centavos);  
b. em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais e treze centavos);  
III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);  
IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);  
V – embargos à execução, embargos de terceiro e embargos à arrematação: R$ 44,26                           
(quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);  
VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinqüenta e cinco reais e trinta e cinco centavos);  
VII – impugnação à sentença de liquidação: R$ 55,35 (cinqüenta e cinco reais e trinta e                               
cinco centavos);  
VIII – despesa de armazenagem em depósito judicial – por dia: 0,1% (um décimo por                             
cento) do valor da avaliação;  
IX – cálculos de liquidação realizados pelo contador do juízo – sobre o valor liquidado:                             
0,5% (cinco décimos por cento) até o limite de R$ 638,46 (seiscentos e trinta e oito reais e                                   
quarenta e seis centavos). 
 
­ Sucumbência recíproca: ambos pagam conforme sua parte. 
↳ Se x ganhou 70% da demanda, ele arca com apenas 30% dela.  
↳ Não se aplica às relações de emprego, apenas às relações de trabalho. 
↳Excessões: são isentos de pagar a sucumbência recíproca os beneficiários da                       
justiça gratuita ou assistência judiciária, além do ministério público, pessoas jurídicas                     
de direito público que não exploram atividade econômica e os previstos no art. 790­A                           
da CLT. 
↳ Momento de recolhimento: 
I) Na fase de conhecimento será nos recursos ou após o trânsito em julgado da                             
sentença. 
II) Na fase de execução será ao final do processo.  
­ Honorários periciais: deverão ser pagos por aquele que perdeu a demanda da                       
perícia.  
↳ Se beneficiário da justiça gratuita, quem arca é a união. 
  
● PETIÇÃO INICIAL 
­ No processo do trabalho, a petição inicial é chamada de reclamação                     
trabalhista e as partes de reclamante (autor) e reclamado (réu). 
­ Função: que a parte interessada movimente a jurisdição uma vez que não é                         
feita de ofício. 
­ È um ato processual formal ( excessão ao princípio da liberdade formal dos                         
atos processuais), já que serve de base para a formulação de uma sentença                         
que deve ser limitada e subordinada ao pedido nela constado. Assim, limita a                         
atuação do juiz (limites objetivos) e das partes (limites subjetivos), garantindo                     
que o juiz não atue além ou a menos do que foi pedido.  
­ Ao contrário do processo civil, no processo do trabalho, a reclamação                     
trabalhista poderá ser feita de forma oral ­> princípio do jus postulandi 
­ Verbal: o interessado deve falar para algum oficial da atermação os fatos                         
que fundamentam os pedidos queridos.  
1) distribui a ação trabalhista 
2) 5 dias para reduzir a termo a reclamação = atermar 
3) Se comparecer: há a atermação e o processo vai correr. Se não comparecer:                         
ocorre a perempção ( perda do direito de ação no prazo de 6 meses para                             
propor nova ação com mesmo objeto). 
­ Escrita: ​O interessado apresenta 2 vias da reclamação e distribui, após, irá                       
anexá­la ao processo e fará cópias para encaminhar aos reclamados na                     
citação (contra­fé). 
↳  A prova documenta deve ser apresentada junto da reclamação trabalhista. 
↳  Art. 853 e 856 CLT: tratam das reclamações exclusivamente escritas:  
1) Instauração de inquérito judicial para apuração de falta grave 
2) Mandado de segurança, ação rescisória, etc. 
­ Art. 840: Requisitos: 
A) Endereçamento ao juizo competente 
B) Qualificação das partes 
C) Fatos 
D) Pedidos: devem ser certos e determinados (princípio da congruência) 
↳  Art 327­ NCPC: cumulação de pedidos: a princípio devem ser compatíveis.  
O juizo competente deve ser o mesmo (ambos na JT) e que o tipo de procedimento                               
utilizado seja o adequado para todos os pedidos (mesmo procedimento). 
No caso do procedimento sumaríssimo, os pedidos devem ser líquidos. 
Data e assinatura (art. 772­ CLT) 
­ Ainda que haja divergência doutrinária, considera­se que deve aplicar                 
subsidiariamente o CPC conforme for conveniente, assim: 
A) Quanto aos fundamentos jurídicos: considera­se necessário constar na inicial                 
trabalhista, dispensando menção no dispositivo legal, bastando apenas que                 
seja apresentado as consequências jurídicas ­> Princípio da substenciação. 
B) Quanto ao valor da causa: considera­se requisito imprescindível, uma vez que                     
vai estipular o procedimento que será utilizado e além disso, vai mesurar as                         
custas processuais. Se o juiz perceber que não foi colocado o valor da causa,                           
ele poderá fazê­lo de ofício conforme a Lei 5584­70, mas na prática, se não                           
estipular o valor da causa, não se distribui a ação trabalhista. 
C) Quanto as provas: considera­se como pedido genérico. No processo do                   
trabalho há norma que estipula que as provas serão requeridas em audiência,                       
logo, a não apresentação na reclamação trabalhista não vicia o ato. Mas                       
também não tem problema colocar na reclamação. 
D) Quanto a audiência de conciliação ou mediação: após a distribuição da ação,o juiz irá marcar a audiência inaugural para que nela, tente­se fazer a                         
conciliação, apresentar defesa, etc. Logo, não é necessário fazer de imediato                     
a conciliação ou mediação, já que de qualquer forma ela será feita                       
primeiramente na audiência inaugural.  
­ Distribuição: se houver apenas uma vara, não será necessário fazer a                     
distribuição, ela ocorrerá por sorteio quando houver mais de uma vara.  
­ Alteração: faz­se por  
A) Aditamento: quando o próprio autor toma a iniciativa para pedir a alteração.                       
Poderá ser feita até a defesa do réu, ou seja, até antes da defesa em                             
audiência, sem o consentimento dele. Após apresentada a defesa, só poderá                     
ser feita com o consentimento do réu e até o prazo estipulado pelo juiz. 
↳ Até a citação: alteração unilateral 
↳ Após a citação do réu: alteração consensual ( 15 dias) 
↳ Após o saneamento: não caberá alteração. 
 
B) Emenda: quando o próprio juiz é quem determina a alteração da reclamação                       
trabalhista. Ele só o fará se a reclamação trabalhista constar um vício sanável                         
ou ausência de algum documento imprescindível. 
 
● AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
­ A audiência trabalhista é um processo solene, ao qual, após a análise da                         
reclamação trabalhista, o réu antes de apresentar a sua defesa, deve                     
comparecer a uma audiência inaugural.  
­ Características: 
A) Publicidade: ​assim como os demais atos do processo, a audiência                     
trabalhista é aberta a todos, salvo nos casos em que tramita­se em segredo                         
de justiça. Não se pode impedir ou restringir o comparecimento de alguém a                         
ela, porém, é permitido o estabelecimento de um determinado número de                     
pessoas para assistí­la, a fim de se ter mais organização. 
B) Local, horário e duração: ​a lei estabelece como limitação de tempo, que                       
seja feita dentro do horário de expediente, contudo, esta é só para fins de                           
situação, podendo a audiência ultrapassar o horário desde que necessário. 
Normalmente as audiências ocorrem na própria sede do juizo, mas podem ocorrer                       
em outro local, se permitido pelo juiz e levado a conhecimento público com                         
antecedência mínima de 24 horas. 
Quanto ao tempo de duração, a lei estabelece que seja feita em até 5 horas. Há                               
divergências quanto a esse tema, pois ao generalizar as audiências a esse tempo,                         
dependendo do caso, algumas poderiam ser prejudicadas, visto a sua complexidade                     
que poderiam demandar um pouco mais de tempo. Outra divergência diz respeito ao                         
fracionamento dessas 5 horas ou se elas devem ser consideradas corridas, e se                         
devem ser contadas como 5 horas diárias ou 5 horas totais. ​Ana Lúcia entende que                             
são 5 horas totais, independente se corridas ou fracionadas.  
 
C) Tolerância: ​Para o juiz, tolera­se até 15 minutos de atraso, se ele não estiver                           
no local da audiência. Caso esteja no local, e atrase por estar em outra                           
audiência anterior, as partes são obrigadas a aguardar pelo tempo                   
necessário. Quanto as partes, inexiste tolerância em relação a elas, não                     
podendo portanto atrasar (OJ 245). 
D) Poder de polícia: ​o juiz não só pode controlar os atos processuais mas                         
também pode zelar pelo bom andamento da audiência, podendo requerer                   
força policial para retirar aqueles que atrapalharem ou ameaçarem a ordem e                       
a segurança. 
­ Audiência Una e fracionamento: tecnicamente, a audiência deveria ser una,                     
ou seja, apenas uma para definir tudo, mas na prática, essa audiência acaba                         
sendo fracionada. 
No caso do ​procedimento ordinário​, normalmente tem­se 3 audiências (inaugural/                   
inicial/ conciliação; de instrução/ prosseguimento; e a de julgamento). Após o                     
chamamento das partes para a audiência, o juiz tenta a conciliação, se for feita, ele                             
já resolverá a ação com a resolução do mérito. Se não conseguir a conciliação, o réu                               
tem 20 minutos para apresentar a sua resposta e após, designa­se nova audiência                         
(instrução) para apresentar provas, ouvir testemunhas e apresentar as rezões finais.                     
Após as razões finais, o juiz tenta novamente a conciliação e já estabelece a                           
audiência de julgamento para proferir a sentença. Nesta audiência, dispensa­se a                     
presença das partes, uma vez que é apenas uma data em que o juiz irá sentenciar e                                 
tornar a sua decisão pública.  
↳OBS: o juiz tem 48 horas a contar da data da audiência de julgamento para                               
sentenciar e tornar pública a sua decisão.  
No caso do ​procedimento sumarissimo, ​tem­se apenas duas audiências, uma vez                     
que a audiência inaugural e a de instrução são condensadas em uma só, justamente                           
para dar mais celeridade ao processo e por fim, ocorre a audiência de julgamento.  
­ Comparecimento: o reclamado deve comparecer a audiência e pode ser                   
representado pelo seu gerente ou preposto, sob pena de revelia.  
O reclamante deve comparecer ou ser representado por seu advogado sob pena de                         
arquivamento. 
Além da revelia, se o reclamado não comparece, presume­se que há a ​confissão                         
quanto a matéria de fato​, ou seja, presume­se verdadeiros os fatos apresentados                       
pelo reclamante e vice­versa (também se aplica ao reclamante). 
Quando ambas as partes não comparecem, aplica­se o princípio do ônus da prova,                         
devendo o juiz analisar as provas juntadas e por quem foram feitas, e a relevância                             
das mesmas, a fim de chegar a uma conclusão. 
­ Tentativa obrigatória de conciliação:  
A) Audiência inaugural: ​após aberta a seção e antes da apresentação de                     
defesa, o juiz deve buscar a conciliação.  
↳ Se houver acordo, formaliza o mesmo no termo de acordo. 
↳Se o acordo abranger todo o objeto do pedido, o processo vai ser extinguido com                               
resolução do mérito e a sentença será irrecorrível, uma vez que as partes definiram                           
e concordaram com tudo o que foi estabelecido.  
↳ Se não houver acordo, o juiz procede com o processo normalmente. 
↳O juiz não é obrigado a homologar acordo entre as partes, uma vez que se trata de                                   
direito incerto e ilíquido. 
 
B) Audiência de instrução e julgamento: após apresentadas as razões finais                    
orais, o juiz deve tentar novamente a conciliação.  
↳Normalmente consegue essa conciliação, pois as partes já terão meios de saber a                           
tendência pela qual o juiz irá julgar. 
↳Protesto anti­preclusivo: busca evitar a preclusão em relação á aquela matéria.                       
Não é um recurso, apenas uma manifestação para a parte demonstrar a sua                         
irresignação, podendo ser feito de forma oral ou escrita, desde que seja                       
fundamentado. 
 
●  RESPOSTAS DO RECLAMADO 
­ As respostas do reclamado se baseiam em um ônus, ou seja, uma faculdade                         
de praticar um ato mas quea sua omissão gera um resultado negativo. Ele                           
não é obrigado a se defender, mas se não o fizer, se torna revel e                             
presumir­se­ão verdadeiros os fatos.  
­ A apresentação da resposta poderá ser escrita ou oral (20 min), sendo que,                         
se de forma escrita, deverá ser apresentada na audiência inaugural, no prazo                       
mínimo de 5 dias (entre a notificação e a audiência inaugural). 
­ Espécies de resposta do réu:  
A) Contestação: ​resposta por excelência de todo e qualquer processo. Atinge o                     
mérito da pretensão, logo é uma defesa direta.  
↳Princípio da impugnação específica: o reclamado deve impugnar fato por fato na                         
contestação sob pena de presunção de veracidade e incontrovérsia do fato                     
específico não impugnado.  
↳↳Excessões:  
I) Pedido adicional de insalubridade ou periculosidade: uma vez que as normas de                         
saúde e medicina do trabalho são de ordem pública, necessitando de comprovação                       
por provas. 
II) Provas de atos: algumas provas de atos só podem ser feitas por documentos                           
específicos, devendo ser juntadas ao processo. Se o documento não for juntado,                       
não haverá presunção de veracidade.  
III) Quando o conjunto da contestação impugna por si só todos os fatos.  
Ex: Reclamante alega que não houve reconhecimento da relação de emprego (não                       
assinou a carteira) e cobrou horas extras. O reclamado contesta falando que não                         
houve prestação do serviço.  
Se não houve prestação do serviço, não há que se falar em relação de emprego ou                               
em horas extras, não presumindo a veracidade dos fatos e tendo a necessidade de                           
buscar a verdade real dos fatos.  
IV) Qualidade da pessoa: advogados dativos, defensores públicos e curador                   
especial não precisam impugnar especificamente cada fato apresentado. 
↳Princípio da eventualidade: na contestação, deve­se apresentar todas as teses de                       
defesa, ainda que contraditórias, sob pena de preclusão. 
Ex: a pessoa pede danos morais. Na contestação, o réu deve pedir o não                           
acolhimento falando que não houve danos e, por prevenção, fala também que se o                           
juiz entender que de fato houve o dano, que ele reduza o valor, etc. 
↳↳È importante fazer pois nunca se sabe como será o trâmite da ação e se não fizer                                   
na constestação, não vai poder fazer em outro momento. 
↳↳ Princípio da concentração de defesa. 
↳↳ Defesas: 
I) Defesas processuais ou preliminares: tem conteúdo apenas formal, assim, é uma                       
defesa indireta, uma vez que visa atacar a pretensão do autor através da extinção                           
do processo, sem que se resolva o mérito.  
Podem ser subdivididas em: 
1) Defesa preliminar dilatória: ainda que acolhidas, não levam o processo á                     
extinção, mas sim, aumentam o curso do processo, como por exemplo,                     
quando se alega incompetência do juizo, há nulidade de citação, conexão... 
2) Defesa preliminar peremptória: uma vez acolhidas, levam a extinção do                   
processo, como por exemplo, inépcia da inicial, litispendência, perempção... 
II) Defesas de mérito: ocorrem quando o réu ataca o fato jurídico que constitui o                             
mérito da causa. È uma defesa direta, pois visa atacar a pretensão do autor através                             
da destruição de seus fundamentos. 
Podem ser subdivididas em: 
1) Defesa de mérito direta: quando há a negativa dos fatos ou dos efeitos                         
jurídicos queridos pelo reclamante. O ônus da prova cai sobre o reclamante.  
2) Defesa de mérito indireta: quando não há a negativa dos fatos, mas alega­se                         
outro fato que modifica, impede ou extingue os efeitos queridos. O ônus da                         
prova cai sobre o reclamado.  
*Princípio da primazia da sentença de mérito: sempre que possível, o juiz deve                         
buscar a correção do ato viciado ao invés de extinguir o processo sem resolução do                             
mérito. 
Ex: quando o réu alega ilegitimidade passiva, o reclamante tem o dever de substituir                           
ou incluir um novo réu, indicado pelo reclamado. No caso de inclusão, ocorrerá                         
litisconsórcio ulterior. 
*Mérito: 
­> Prescrição: quando ocorre a perda do direito de ingresso. Deve ser a primeira                           
matéria a ser alegada na defesa de mérito, pois aos ser acolhida, afasta a análise                             
das outras matérias. 
­> Compensação: quando ambas as partes são credoras e devedoras ao mesmo                       
tempo. Deve ser alegada na contestação, em sede de defesa (na audiência                       
inaugural), sob pena de preclusão. Só ocorrerá entre verbas trabalhistas, por                     
exemplo, quando o reclamado deve horas extras e o reclamante não deu aviso                         
prévio, o devendo. Assim, o reclamado pode pedir a compensação. 
­> Dedução: quando pressupõe­se que há a dedução das verbas trabalhistas                     
pleiteadas. O reclamante pede horas extras, se for pedida a dedução, irá analisar as                           
verbas devidas e abater as horas já pagas, a fim de evitar o enriquecimento ilícito                             
sobre o mesmo título. 
 
B) Revelia​: quando o réu deixa de apresentar sua contestação no prazo                     
estipulado. No processo do trabalho, deve­se apresentar a defesa na                   
audiência inaugural, se o reclamado não aparecer, ocorrerá a revelia. 
↳ Efeitos:  
I) Presunção de veracidade: confissão ficta: presumem­se verdadeiros os fatos                   
alegados, salvo quando houver pluralidade de réus e um deles contesta.  
obs: Se essa contestação também servir para o outro réu (defesa comum), ele será                           
revell por não comparecer mas não vai sofrer com seu principal efeito que é essa                             
presunção de veracidade dos fatos. 
II) Quando o litígio versar sobre direito indisponível: pois impede a confissão ficta; 
III) Quando faltar um documento indispensável; 
IV) Quando as alegações feitas forem inverossímeis ou em contraditório com a                       
prova toda. 
↳Julgamento antecipado: o juiz poderá antecipar a análise do mérito quando houver                         
presunção de veracidade, não sendo, portanto, necessário a realização de                   
audiências de instrução e julgamento.  
↳ Ausência de intimação: ocorrendo a revelia, o réu não será intimado acerca dos                           
atos processuais, salvo da sentença, ao qual ocorrerá a notificação postal,                     
informando acerca da sentença.  
↳Se revel, o réu poderá recorrer mas não poderá fazer inovações processuais ou                           
recursais, salvo se importar em algum vício. Normalmente não acolhe o pois não                         
consta da inicial, já que não houve contestação.  
 
● EXCESSÕES 
 
­ Espécies: de suspeição, de impedimento; 
­ Serão apresentadas no corpo da contestação, durante a audiência inaugural,                   
no prazo de 20 minutos. 
↳ A apresentação das excessões gera uma suspensão do processo até que seja                         
resolvida a questão da excessão. 
­ Procedimento: buscam afastar o juiz devido a questões pessoais legalmente                   
previstas e que podem afetar a sua imparcialidade. 
­ A CLT não prevê o impedimento, pois foi regida conforme o CPC de 1939que                             
só dizia respeito a suspensão. Com a reforma do CPC, a CLT passou a                           
adotar as mesmas formas de excessões, ainda que não previstas no texto do                         
dispositivo legal. 
 
Impedimento  Suspeição 
Questões objetivas ( presunção       
absoluta). 
Questões subjetivas (dúvidas). 
Feita de ofício, a qualquer momento.  Feita de ofício, na 1 oportunidade, sob             
pena de preclusão. 
 
­ È arguida contra o juiz e cabe tanto as partes quanto ao próprio juiz fazê­lo,                             
deixando claro qual é o motivo do impedimento ou da suspeição. 
­ Uma vez apresentada a excessão, tem­se o prazo de 48 horas para designar                         
uma nova audiência para instruir e julgar o pedido. Às vezes parece que o                           
próprio juiz é quem vai julgar, mas não é. Há a aplicação subsidiária do CPC,                             
onde irão ouvir o juiz e ele poderá apresentar documentos, testemunhas, etc                       
que desconstruam o motivo alegado. Quem vai julgar, é o tribunal ao qual                         
está subordinado. Se o tribunal entender que houve incidente, o processo                     
será encaminhado para o juiz substituto e o juiz excipiente será condenado ao                         
pagamento de multa, pois era de sua competência alegar a incompetência e                       
por não fazê­lo, gerou um atraso processual, já que o processo ficou parado                         
enquanto se formava o entendimento. 
­ Excessão de incompetência: apresentadas nos casos de incompetência               
relativa, ou seja, quando houver o descumprimento das normas de                   
competência territorial. 
↳ 20 minutos para alegar, se não o fizer, há a prorrogação de competência. O juiz                               
antes incompetente, se torna competente para julgar a causa. 
↳Procedimento: o reclamado apresenta suas alegações, abrindo o prazo de 24 hrs                         
para o reclamante se manifesta, designando a audiência inaugural para uma nova                       
data e dentro dela, haverá a instrução e o julgamento. 
    ​↳  Se julgar incompetente, o processo é remetido ao juizo competente. 
↳ Por se tratar de decisão interlocutória, não cabe recurso de imediato, salvo nos                             
casos em que há incompetência do juiz de diferentes Estados.  
Ex: MG remete o processo para SP que caberá recurso para o TRT. Mantém a                             
decisão proferida pelo juiz competente, salvo se o juiz competente quiser alterá­la. 
­ Reconvenção: reclamante e reclamado são credores e devedores               
simultâneos. 
↳  Amplia o objeto do processo. 
↳  Pleitear verbas e instrumentos de trabalho. 
↳ Compensação x Reconvenção: utiliza­se a reconvenção quando houver uma                   
proximidade de valores ou o valor a ser pago pelo reclamado ao reclamante for                           
superior ao valor a ser pago pelo inverso (reclamante ao reclamado). Se o valor a                             
ser pago pelo reclamante ao reclamado for superior ao inverso (reclamado ao                       
reclamante), aplica­se a compensação. 
↳ Uma vez apresentada a reconvenção, ela tem autonomia em relação a ação, de                           
modo que, em caso de desistência da ação, a reconvenção não será afetada                         
(pedido autônomo). 
↳   Requisitos: 
A) Deve haver uma ação trabalhista em curso; 
B) Deve haver unidade procedimental; 
C) A competência deve ser absoluta; 
D) Deve haver conexão com a ação e com a defesa (fundamento compatível                       
entre a reclamação trabalhista e a contestação). 
 
● COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA 
­ Para que uma empresa forme uma comissão de conciliação, ela precisa ter                       
no mínimo 2 e no máximo 10 empregados para compô­la. 
­ No caso dos empregados, seus representantes são eleitos de forma secreta.                     
A partir do momento em que tiverem a posse e até um ano após o seu fim,                                 
terão estabilidade provisória, não podendo ter seus contratos rescindidos. 
­ Aplica­se subsidiariamente o CPC, tendo­se o prazo de 10 dias para firmar a                         
conciliação. 
↳O termo tem eficácia liberatória geral para verbas, ou seja, o que constar no termo                               
que foi acordado não poderá ser alterado, salvo se houver ressalvas. Assim, se o                           
empregado se arrependeu de algo, o problema será dele, a não ser que tenha                           
ressalvas.  
 
●  PROVAS 
­ Aplicação subsidiária do CPC. 
­ Objeto da prova: fatos controvertidos que tenham relevância para o processo. 
↳ Nem todo fato é objeto de prova, apenas os ​relevantes e controversos                         
(apresentados por uma parte e impugnados pela outra). 
↳ Se for fato incontroverso de testemunha, por exemplo, o juiz indeferirá de                         
imediato. 
↳Direito não é objeto de prova salvo nos casos do art. 376­ncpc (direito municipal,                             
estadual, estrangeiro, consuetudinário…) ou normas coletivas. 
­ Independem de prova: 
A) Fato de conhecimento público; 
B) Fatos afirmados por uma parte e confessados pela outra; 
C) Fatos admitidos no processo como incontroversos; 
D) Quando houver presunção de veracidade. 
­ Princípios: 
A) Necessidade:há a necessidade de se comprovar todas as alegações do                   
processo, principalmente os controversos, devendo ser documentados             
(princípio da documentação), já que nem sempre o juiz que colheu a prova                         
será o juiz que vai julgar.  
B) Oralidade: os atos processuais, na medida do possível, devem ser praticados                     
de forma oral, a fim de garantir os princípios da celeridade e simplicidade. 
C) Mediação ou imediatividade: o juiz deve ter contato direto com as provas                       
colhidas, para que possa ter mais percepção da mesma quando houver o                       
julgamento. 
↳ Quanto à prova oral: faz­se a pergunta para o juiz e ele repassa para as                               
testemunhas, isso para garantir que o juiz possa ter controle das perguntas,                       
podendo filtrá­las como pertinentes ou não. 
D) Persuasão racional: o juiz te liberdade na valoração das provas. Uma vez que                         
não há hierarquia entre relevância de provas, cabe ao juiz valorá­las, desde                       
que apresente os motivos pelos quais ele está julgando daquela forma. 
E) Proibição de provas ilícitas: típico do direito processual como um todo. Não se                         
aproveitam as provas obtidas ilicitamente, tais quais seus frutos e derivados. 
↳  Excessões:  
I) Quando não há outro meio de prova a não ser a ilícita; 
II) Princípio da razoabilidade: deve­se colocar na balança o que será analisado e o                           
que pesa mais, a garantia de um direito como por exemplo da dignidade da pessoa                             
humana ou uma mera formalidade.  
F) Aquisição processual: uma ez que a prova foi produzida no processo, ela                       
passa a fazer parte do processo e não da parte, assim, esta não poderá                           
afastar iu desconsiderar algo que não lhe for benéfico. 
G) Busca da verdade real: o juiz tem ampla liberdade na busca pela verdade                           
real por meio das provas, ainda que as partes não a requeiram, o juiz tem                             
ampla liberdade para buscar novas provas. 
­ Ônus da prova: ​Cabe ao reclamante provar os fatos alegados e constitutivos                       
de seu direito alegado, recaindo a ele o ônus

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