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APOSTILA SOBRE INVENTÁRIO ÍNDICE: 1.0- Inventário 1.1-Requisitos do Inventário Judicial 1.2 Requisitos do Inventário Extrajudicial 1.3 Documentos para Inventário Extrajudicial 1.4 Petição Inicial: Filho pede abertura de inventário judicial pelo falecimento de seu pai 1.5 Petição Inicial pleiteando Álvara Judicial 1.6 Petição Inicial: Viúva apresenta as primeiras declarações 1.7 Minuta de Inventário Administrativo e Plano de Partilha 1.8 Petição de apresentação das primeiras declarações em Inventário 1.9 Procedimento para apuração do ITCMD, ou recolhimento de sua isenção, nos casos de transmissão”causa mortis”, relativo a processos judiciais no rito de Inventário 2.0 Jurisprudências sobre Inventário 2.1 Súmulas sobre Inventário 1.0- INVENTÁRIO: Quando ocorre o óbito de uma pessoa, é feito o seu inventário e a partilha dos bens entre os herdeiros. O inventário pode ser judicial ou extrajudicial. O inventário extrajudicial é mais rápido, sendo feito através de uma escritura pública em um cartório. Por outro lado, o inventário judicial, é feito no fórum com a supervisão do juiz. O inventário é judicial quando não há acordo entre os herdeiros na partilha, quando os herdeiros são menores ou quando a pessoa falecida expressou a sua vontade através de um testamento. A matéria está regulada pelos artigos 982 e 983 do CPC, os quais, com as alterações introduzidas pela L. 11.441/07, passaram a ter a seguinte redação: ”Art. 982. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial; se todos forem capazes e concordes, poderá fazer-se o inventário e a partilha por escritura pública, a qual constituirá título hábil para o registro imobiliário. Parágrafo único. O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado comum ou advogado de cada uma delas, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. Art. 983.” O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se no 12 (doze) meses subseqüentes, podendo o Juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento das partes.” 1.1-Requisitos do Inventário Judicial: -Herdeiros menores, incapazes, -Quando não há consenso entre os herdeiros quanto a partilha de bens, -Falecido deixou testamento 1.2-Requisitos do inventário extrajudicial: -Todos os herdeiros são maiores e capazes, -Consenso entre os herdeiros quanto à partilha de bens, -Falecido não pode ter deixado testamento 1.3-Documentos para o Inventário Extrajudicial: A)Referentes aos bens: Bens imóveis:Certidão de ônus expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis(atualizada até 30 dias), Carnê IPTU, Certidão de tributos municipais sobre imóveis Pagamento do ITCMD-Prazo de 180 dias da data do óbito Bens móveis: documentação dos veículos, extratos bancários,notas fiscais de bens, jóias, certidão da Junta Comercial ou do cartório de registro civil de pessoas jurídicas B)Referentes ao falecido: -RG, CPF,Certidão de óbito, certidão de casamento(atualizada até 90 dias), escritura de pacto antinupcial se houver, certidão comprobatória de inexistência de testamento, certidão negativa da Receita Federal. C)Referentes aos cônjuges, herdeiros: RG, CPF, endereço, profissão,certidão de nascimento, certidão de casamento atualizada 1.2 REQUISITOS DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL 1.2-Requisitos do inventário extrajudicial: -Todos os herdeiros são maiores e capazes, -Consenso entre os herdeiros quanto à partilha de bens, -Falecido não pode ter deixado testamento 1.3-Documentos para o Inventário Extrajudicial: A)Referentes aos bens: Bens imóveis:Certidão de ônus expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis(atualizada até 30 dias), Carnê IPTU, Certidão de tributos municipais sobre imóveis Pagamento do ITCMD-Prazo de 180 dias da data do óbito Bens móveis: documentação dos veículos, extratos bancários,notas fiscais de bens, jóias, certidão da Junta Comercial ou do cartório de registro civil de pessoas jurídicas B)Referentes ao falecido: -RG, CPF,Certidão de óbito, certidão de casamento(atualizada até 90 dias), escritura de pacto antinupcial se houver, certidão comprobatória de inexistência de testamento, certidão negativa da Receita Federal. C)Referentes aos cônjuges, herdeiros: RG, CPF, endereço, profissão,certidão de nascimento, certidão de casamento atualizada 1.4-PETIÇÕES INICIAIS: Filho pede a abertura de inventário judicial pelo falecimento do seu pai. Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara da Família e Sucessões da Comarca de (especificar) (Espaço de 15 linhas) Dados do requerente(nome, nacionalidade, profissão, estado civil, portador da Cédula de Identidade nº e do CPF nº, residente e domiciliado endereço completo), por seu advogado (a) que esta subscreve (mandato incluso), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência requerer ABERTURA DE INVENTÁRIO dos bens deixados por falecimento de (nome completo do de cujus), com fulcro no artigo 988, II, do Código de Processo Civil, pelos seguintes fatos e fundamentos: DOS FATOS : 1 - O Requerente é filho de nome completo do genitor do requerente, falecido em data, nesta cidade, conforme certidões de nascimento e de óbito anexas. 2 - O de cujus, à época do falecimento, era viúvo, deixando nº herdeiros maiores e capazes e bens a inventariar, não deixando testamento ou declaração de última vontade. DO DIREITO De acordo com o art. 983, do Código de Processo Civil: “O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subseqüentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte”. Tendo em vista que o Requerente tem legitimidade para requerer a abertura do inventário, nos termos do art. 988, II, do mesmo diploma legal, pede-se a instauração de tal procedimento. DA NOMEAÇÃO DE INVENTARIANTE Como já dito acima, o Requerente é herdeiro do "de cujus", estando, desde o seu falecimento, na posse e administração de seus bens. O art. 990, inciso II, do CPC, preceitua: "O juiz nomeará inventariante: II - o herdeiro que se achar na posse e administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou estes não puderem ser nomeados." Assim, tendo em vista que o "de cujus" era viúvo quando de seu falecimento, requer a nomeação do Requerente como inventariante dos bens de seu genitor, prestando compromisso para tanto. DO PEDIDO Diante do exposto, no prazo do art. 983 do Código de Processo Civil, requer de Vossa Excelência: A)A abertura do inventário; B) Seja o Requerente nomeado Inventariante, prestando compromisso, para após, serem apresentadas as primeiras declarações. Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em Direito admitidos, especialmente, pela juntada de documentos. 04 Dá-se à causa o valor de R$ valor em reais. Nesses termos, Pede deferimento. Local, dia de mês de ano. Assinatura do Advogado Número de Inscrição na OAB 1.5 PETIÇÃO PLEITEANDO ÁLVARA JUDICIAL EM INVENTÁRIO EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA .... VARA DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE....................................SÃO PAULO/SP Qualificação do menor impúbere, nascido em ...., neste ato representado por sua mãe ...., (qualificação), residente e domiciliada na Rua .... nº ...., nesta Cidade, por sua Advogada que esta subscreve conforme procuração em anexo(doc.01), com escritório profissional sito na Rua .... nº ...., nesta Cidade, onde recebe intimações, vêm,mui respeitosamente, perante V. Exa., requerer a expedição de ALVARÁ JUDICIAL pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas: 1) O pai do Requerente, Sr. ...., veio a falecer no dia .....(conforme certidão de óbito anexa), deixando como único herdeiro e dependente o ora Requerente (documentos comprobatórios em anexo). 2) Não existem bens sujeitos a inventário, salvo o valor de R$ .... na conta de caderneta de poupança nº ...., agência ...., Banco...., de titularidade do "de cujus" do ora Requerente. 3) A mãe do Requerente é pessoa sobremaneira carente, recebendo a quantia de R$ .... (....) mensais, a título de pensão do marido, perante o Órgão Previdenciário (conforme Demonstrativo anexo). Quantia esta que torna extremamente difícil a manutenção de sua família e, notadamente, o sustento do Requerente. 4) Conforme observado nos fatos acima descritos, a situação financeira da genitora do requerente é precária, necessitando o mesmo do levantamento da quantia depositada na referida conta da caderneta de poupança, para que estes valores sejam destinados à subsistência do menor. 5)O Requerente é o único herdeiro do Sr. ...., posto que era o único filho. Em anexo, junta-se certidão de inexistência de outros dependentes perante a Previdência Social. Pelo exposto requer: I - Que seja expedido o competente Alvará Judicial, para que a representante legal do Requerente possa efetuar o levantamento dos valores depositados na referida caderneta de poupança, visto que estes valores são necessários e serão utilizados para a subsistência do menor; II - Que seja concedido o benefício da Justiça Gratuita, nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal e da Lei 1.060/50, visto que o requerente é pobre na acepção jurídica do termo (declaração de situação econômica em anexo); III - A intervenção do Digno representante do Ministério Público; Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente, pela prova documental. Dá-se à causa o valor de R$ .... Nestes Termos, Pede Deferimento. ...., .... de .... de .... .................. Advogado 1.6 PETIÇÃO INICIAL VIÚVA Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ...... Vara da Família e das Sucessões do Foro ........ Processo nº .......... Fulana de tal, inventariante nomeada nos autos do INVENTÁRIO dos bens deixados por FULANO DE TAL , por seu advogado que esta subscreve,vem respeitosamente perante V. Exa., apresentar as PRIMEIRAS DECLARAÇÕES, nos termos que seguem: I - INVENTARIADO: Fulano de tal, falecido no dia ...... de ..... de ....., em seu domicílio, na Rua ..............., nesta cidade. Qualificação . II - VIÚVA-MEEIRA: Qualificação, residente e domiciliada ........ foi casada com o autor da herança no regime de...................................... III - HERDEIROS – Qualificação dos herdeiros(filhos) IV- BENS Descrição dos bens imóveis e bens móveis com os respectivos valores V- DÍVIDAS ATIVAS E PASSIVAS A inventariante desconhece a existência de créditos a receber ou de dívidas. VI – VALOR TOTAL DOS BENS: R$................ Pelo exposto requer: Requer sejam tomadas por termo as primeiras declarações, prosseguindo-se com abertura de vista ao Ministério Público. A juntada dos documentos referentes aos herdeiros, bens imóveis e móveis. Nestes Termos Pede Deferimento Local/ data/ advogado 1.7 MINUTA DE INVENTÁRIO ADMINISTRATIVO E PLANO DE PARTILHA I - DO DE CUJUS - Qualificação do de cujus. Faleceu em(data), deixou dois filhos maiores e capazes, e bens a inventariar. II – VIÚVA MEEIRA-Qualificação da viúva meeira III – DOS HERDEIROS-Qualificação IV – DO ADVOGADO ASSISTENTE O interveniente na posição de advogado comum das partes, o Dr(A) qualificação do advogado das partes acompanhando todos os atos até o final da lavratura da escritura, conferindo-a em todos os seus termos. V – DA NOMEAÇÃO DE INVENTARIANTE As partes nomeiam o herdeiro tal inventariante, conferindo-lhe os poderes para representar o espólio judicial ou extrajudicialmente e administrar todos os seus bens, bem como para contratar advogado, a fim de defender os interesses do espólio em juízo, ativa ou passivamente, e ele declara aceitar o encargo, compromissando-se de cumpri-lo fielmente e prestar contas quando solicitado pelos interessados, esclarecendo que tem ciência da responsabilidade civil e penal de todas as declarações que forem prestadas. 05 VI - DA INEXISTÊNCIA DE TESTAMENTO E HERDEIROS MENORES OU INCAPAZES O inventariante declara que o de cujus faleceu sem deixar testamento ou qualquer outra disposição com eficácia post mortem, e que todos os herdeiros são capazes. VII– DO MANDATO OUTORGADO DA VIÚVA MEEIRA AO INVENTARIANTE A viúva meeira nomeia como mandatário o seu filho herdeiro tal, com poderes especiais para assinar eventual sobrepartilha, retificar quaisquer erros ou omissões e ratificar os demais dados, representá-la perante repartições Públicas Federais, Estaduais, Municipais e Autarquias, Cartórios, e onde com esta se apresentar, requerer e participar de todos os demais atos necessários ao dito fim, podendo inclusive substabelecer. VIII- DOS BENS (Descrição dos bens) IX - DA PARTILHA As partes acordam a partilha dos bens deixados pelo autor da herança que fiquem em condomínio, na proporção de 50% para a meeira e 25% para cada herdeiro, conforme apresentado abaixo: Monte mor ------------------------------------------------------------------------------.- R$ ............ Meação - 50% -VIÚVA MEEIRA........R$ ........... Herdeiro – quinhão - 25% - filho x .R$ .................. Herdeiro – quinhão - 25% - filho Y- R$ ........................ Seja recebido e homologado o presente INVENTÁRIO E O PLANO DE PARTILHA acordado por todas às partes por acharmos justos e contratados, fizemos este instrumento, que vai por todos assinados em duas vias para surtam todos os efeitos legais Nestes Termos; Pede Deferimento. Data 1.9-PETIÇÃO DE APRESENTAÇÃO DAS PRIMEIRAS DECLARAÇÕES EM INVENTÁRIO: Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ...... Vara da Família e das Sucessões do Foro ........ Processo nº .......... Fulana de tal, inventariante nomeada nos autos do INVENTÁRIO dos bens deixados por FULANO DE TAL , por seu advogado que esta subscreve,vem respeitosamente perante V. Exa., apresentar as PRIMEIRAS DECLARAÇÕES, nos termos que seguem: I - INVENTARIADO: Fulano de tal, falecido no dia ...... de ..... de ....., em seu domicílio, na Rua ..............., nesta cidade. Qualificação . II - VIÚVA-MEEIRA: Qualificação, residente e domiciliada ........ foi casada com o autor da herança no regime de...................................... III - HERDEIROS – Qualificação dos herdeiros(filhos) 07IV- BENS Descrição dos bens imóveis e bens móveis com os respectivos valores V- DÍVIDAS ATIVAS E PASSIVAS A inventariante desconhece a existência de créditos a receber ou de dívidas. VI – VALOR TOTAL DOS BENS: R$................ Pelo exposto requer: Requer sejam tomadas por termo as primeiras declarações, prosseguindo-se com abertura de vista ao Ministério Público. A juntada dos documentos referentes aos herdeiros, bens imóveis e móveis. Nestes Termos Pede Deferimento Local/ data/ advogado 1.9-Procedimento para apuração do ITCMD ou reconhecimento de sua isenção, nos casos de transmissão “causa mortis”, relativo a processos judiciais no rito de INVENTÁRIO. Fonte: http://www.fazenda.sp.gov.br/guia/itcmd/inventario_judicial.shtm A Declaração do ITCMD e os documentos pertinentes deverão ser apresentados nos seguintes locais, conforme o Foro onde tramitam os autos: Local: a)Autos judiciais que tramitam na Comarca da Capital, nos Foros: Central, Itaquera, Penha de França, São Miguel Paulista, Tatuapé e Vila Prudente: - Posto Fiscal da Capital – PFC 11 Tatuapé, situado na Rua Francisco Marengo, 1932 – Tatuapé, CEP: 03313-001 - São Paulo – SP; b) Autos judiciais que tramitam na Comarca da Capital, nos Foros da Lapa e Santana: - Posto Fiscal da Capital – PFC 11 Lapa, situado na Rua Afonso Sardinha n° 67, Lapa – CEP 05076-000; c) Autos judiciais que tramitam na Comarca da Capital, nos Foros: Ipiranga, Jabaquara, Pinheiros, Santo Amaro e Parelheiros: - Posto Fiscal da Capital – PFC 11 Butantã, situado na Rua Butantã n° 260, Pinheiros – CEP 05424-000; d) Autos judiciais que tramitam em outros Estados, na hipótese de o “de cujus” possuir bens imóveis neste Estado, quando óbito ocorrer a partir de 01/01/2001: - Posto Fiscal da Capital – PFC 11 Tatuapé, situado na Rua Francisco Marengo, 1932 – Tatuapé, CEP: 03313-001 - São Paulo – SP; Observação: Nesse caso, admite-se que a entrega da declaração e demais documentos seja efetuada via postal, por conta e risco do interessado; e) Demais casos: - Posto Fiscal: mais próximo da Comarca deste Estado onde estiver tramitando o processo judicial. Taxa Não há taxa. Documentos 1. Declaração do ITCMD (Inventário), datada e assinada pelo inventariante ou pelo representante legal, reproduzindo os dados constantes das Primeiras Declarações prestadas em juízo; 2. Demonstrativo de Cálculos desta declaração; 3. RG e CPF do inventariante; 4. Procuração para cumprimento das obrigações acessórias previstas na legislação do ITCMD, se a declaração for assinada por procurador; 5. Prova de nomeação do inventariante; 6. Certidão de óbito; 7. Certidão de casamento ou comprovante do reconhecimento judicial do início da sociedade de fato do “de cujus”, em caso de união estável; 8. Capa do processo de inventário; 9. Petição inicial; 10. Primeiras declarações; 11. Relativamente aos bens inventariados, os seguintes documentos: 11.1 – Imóveis: 11.1.1 - Urbanos – carnê do IPTU do ano do óbito, onde conste o valor venal, o endereço do imóvel o número do contribuinte, ou certidão de valor venal emitida pelo órgão municipal competente; Nota 1: Para imóveis localizados no município de São Paulo, tendo em mãos o número do cadastro do imóvel da Prefeitura e a data do fato gerador, consultar o valor venal de referência, que reflete o valor de mercado, diretamente no site http://www3.prefeitura.sp.gov.br/tvm/. Esta consulta é válida apenas para óbitos/doações a partir de 01/01/2005. Para fatos geradores anteriores a essa data, deve-se utilizar o valor venal do IPTU. Nota 2: No caso de transmissão de direitos relativos a compromisso de venda e compra de imóvel não integralmente quitado em vida pelo “de cujus”, deverão ser informados os valores pagos até a data da abertura da sucessão. Nota 3: Para imóvel em construção, apresentar documentos que comprovem o valor pago pelo “de cujus” até a data da abertura da sucessão; 11.1.2 - Rurais – Declaração de Informação e Atualização Cadastral – DIAC e Declaração de Informação e Apuração do ITR – DIAT, que compõem a Declaração do ITR – DITR, do ano do óbito, protocolizada na Secretaria da Receita Federal. Nota 1: Os documentos DIAC e DIAT poderão ser relativos ao do ano anterior ao do óbito quando, na data do óbito, ainda não tenha decorrido o prazo final para entrega da Declaração do Imposto territorial Rural. Nota 2: Em se tratando de imóvel rural, poderão ser adotadas os valores médios da terra-nua e das benfeitorias divulgados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo ou por outro órgão de reconhecida idoneidade, vigentes à data da ocorrência do fato gerador, quando for constatado que o valor declarado pelo interessado é incompatível com o de mercado (Parágrafo Único do artigo 16, Decreto n° 46.655/2002). 11.1.3 - Matrícula do Cartório de Registro de Imóveis contendo a averbação da transmissão do imóvel ao “de cujus” ou cópia do instrumento, particular, público ou judicial, da mencionada transmissão, caso a averbação não tenha sido providenciada; 11.1.4 - Documento comprobatório do valor pago pelo “de cujus” até a data do óbito, quando o imóvel estiver em construção; 11.1.5 - Compromisso de compra e venda, quando o imóvel estiver compromissado à venda pelo “de cujus”; 11.2 – Ações, cotas, participações ou quaisquer títulos representativos de capital social: 11.2.1 - Relativamente a ações negociadas em Bolsa de Valores, cotações de jornais ou documentos emitidos pela Bolsa de Valores em que figure a cotação média alcançada na data do óbito, ou na imediatamente anterior, quando não houver pregão ou quando a mesma não tiver sido negociada naquele dia, regredindo-se, se for o caso, até o máximo de 180 dias; 11.2.2 - Relativamente a ações, cotas, participações ou quaisquer títulos representativos do capital social não enquadrados no item anterior: a) atos constitutivos da entidade atualizados até a data da abertura da sucessão; Balanço Patrimonial da entidade relativo ao exercício anterior à data da abertura da sucessão e Demonstrativo do Valor Contábil das Cotas, Participações, Ações ou Títulos, atualizado, segundo a variação da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo – UFESP, da data do Balanço Patrimonial até o momento do fato gerador, podendo tal demonstrativo ser elaborado mediante a divisão do valor do patrimônio líquido pelo número de cotas, ações ou títulos, ou pela multiplicação do valor do patrimônio líquido pela fração da participação (Decreto 46.655/02, artigos 13 e 17, § 3°); b) na hipótese de entidades dispensadas da elaboração do Balanço Patrimonial, nos termos da legislação federal, ou quando o patrimônio líquido indicar valor negativo, será considerado, para fins de base de cálculo do imposto, o valor nominal das ações, cotas participações ou quaisquer títulos representativos de capital; c) na hipótese de elaboração de Balanço Patrimonial por ordem judicial, será considerado, para fins de base de cálculo do imposto, o valor das ações, cotas, títulos ou participações obtido com base no Balanço de Determinação elaborado pelo perito contábil; 11.3 – Depósitos bancários e aplicações financeiras: extratos ou demonstrativos de saldos na data do óbito; 11.4 – Veículos: tabela de periódico, de revista especializada, Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores ou qualquer outro meio idôneo de avaliação que tenha dado base ao valoratribuído ao bem; 11.5 – Títulos de clubes ou associações, jazigos ou túmulos: declaração da Administração da entidade sobre o valor do bem; 11.6 – Créditos oriundos de processos judiciais: cópias das peças elementares do processo judicial relativo; 11.7 – Demais bens: cotações de preços (no mínimo três), avaliações de peritos ou outros documentos que comprovem o valor corrente de mercado do bem, sendo o valor definido pela média simples das cotações/avaliações; 12 – Em caso de transmissão “causa mortis” isenta nos termos da alínea “a” do inciso I do artigo 6° da Lei n° 10.705/00, alterada pela Lei n° 10.992/01, juntar declaração de cada um dos beneficiários de que atendem às condições legais de isenção, ou seja, de que residiam no imóvel objeto da isenção e de que não possuíam outro imóvel, à data da abertura da sucessão. Atenção: A isenção a que se refere o item anterior restringe-se apenas ao quinhão recebido pelos herdeiros relativo ao imóvel objeto do benefício. Portanto, os demais herdeiros que não satisfizerem plenamente as condições legais, deverão recolher o imposto correspondente aos seus quinhões desse imóvel. Nota 1 – Os documentos indicados nos itens 3 a 11 e subitem 11.1 deverão ser apresentados em cópias simples, legíveis e sem cortes, extraídos das peças constantes do processo judicial, contendo o número da folha do processo e a rubrica do serventuário do Poder Judiciário. Nota 2 – A apresentação desses documentos, constantes do Anexo VIII da Portaria CAT 15/03, com exceção dos referidos nos itens 1, 2 e 8, poderá ser dispensada, desde que o representante legal do contribuinte declare, conforme modelo constante do Anexo XVII, constarem do processo judicial e estarem corretamente informados na Declaração do ITCMD, sem prejuízo de exigência posterior, a critério da autoridade fiscal; Nota 3 – Para bens objeto de financiamento ou de consórcio, apresentar documento comprobatório do valor efetivamente pago até a data do óbito; Nota 4 – Para bens objeto de arrendamento mercantil (“leasing”), apresentar o contrato correspondente. Procedimentos I) Preenchimento da Declaração de Inventário O contribuinte deverá preencher a Declaração, acessando o sistema ITCMD da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Há duas formas de acesso: 1) Através do link ITCMD existente no Posto Fiscal Eletrônico, cujo endereço eletrônico é http://pfe.fazenda.sp.gov.br/ 2) Diretamente no Portal Webshere: https://www60.fazenda.sp.gov.br/wps/portal Observação: Para acesso ao manual com orientações de Preenchimento da Declaração de Inventário clique aqui. Este material também está disponível para download no link: http://www.fazenda.sp.gov.br/download/default.shtm, item ITCMD. 14 II) Confirmação da Declaração Após o preenchimento de todos os formulários da declaração, ao clicar na aba “Confirmação”, o sistema ITCMD faz uma análise completa de todas as informações da declaração. Se houver alguma informação obrigatória não preenchida, ou se houver alguma informação incorreta ou inconsistente, o sistema exibirá mensagens indicando quais os problemas que não estão permitindo que a declaração seja confirmada. Confirmada a declaração, o sistema ITCMD exibirá a tela de emissão de documentos, que no caso de Arrolamento, são os seguintes: - Imprimir Declaração - Imprimir Demonstrativo Observação: Na tela de emissão de documentos não será exibida a opção “Imprimir Gare”, tendo em vista que no rito de Inventário as GAREs do ITCMD devem ser emitidas depois da homologação da partilha na Justiça. III) Emissão dos documentos pelo sistema ITCMD Clicando nos links “Imprimir Declaração”, “Imprimir Demonstrativo” e “Imprimir Gare”, o sistema emite os seguintes documentos: Declaração de Inventário – Esse documento contém, dentre outras, as informações relativas ao “de cujus”, inventariante, procurador, herdeiros e bens. Demonstrativo de Cálculos – Esse documento contém a base de cálculo, a alíquota, juros, multa e os descontos para cada um dos herdeiros informados na declaração, com valores em UFESP, que serão convertidos em Reais posteriormente, quando da confirmação da homologação da partilha. IV) Emissão de GARE para pagamento Com a homologação da partilha pelo juiz, na hipótese de haver apuração de imposto a pagar, o contribuinte deverá efetuar o recolhimento, mediante a emissão das GAREs correspondentes. 15 Para isso, o contribuinte deverá acessar o sistema ITCMD na forma descrita no item I, clicando no menu “Serviços Eletrônicos > ITCMD > Outros > Emitir GARE para Inventário Observações: a) As GAREs-ITCMD só terão validade se emitidas pelo sistema ITCMD, existente no Posto Fiscal Eletrônico. Dessa forma, o contribuinte não poderá se utilizar de impressos adquiridos em papelaria ou emitir esse documento em sistemas automatizados preparados para esse fim; b) Do ponto de vista do recolhimento, a diferença entre INVENTÁRIO e ARROLAMENTO é o momento do pagamento. No arrolamento, o imposto é pago antes da homologação da partilha, Já no inventário, aguarda-se a homologação de partilha pelo juiz para depois emitir as GAREs e efetuar o pagamento. V) Variação patrimonial – Declaração retificadora Após a apresentação da Declaração de ITCMD, se houver qualquer variação patrimonial decorrente de emenda, aditamento ou inclusão de novos bens nas últimas declarações, deverá o contribuinte, no prazo de 15 dias contados da comunicação ao juízo, cientificar o Fisco mediante a apresentação de “Declaração Retificadora” ao Posto Fiscal que acolheu a Declaração de ITCMD inicial, acompanhada dos documentos relativos aos bens que ensejaram a variação patrimonial. Para preparar a Declaração Retificadora, o contribuinte deverá acessar um dos endereços eletrônicos, clicando no menu "Serviços Eletrônicos>>ITCMD>>Outros>>Retificar Declaração do ITCMD”. 2.0 JURISPRUDÊNCIAS: Jurisprudência: CSM/SP: Inventário e partilha extrajudicial. União estável – regime de bens – comunhão parcial. Universalidade de Direitos. “Havendo universalidade de direitos em relação aos bens que compõem a união estável, bem como aos que integram a herança, é necessário inventariar a totalidade do patrimônio e proceder sua partilha.” O Conselho Superior da Magistratura do Estado de São Paulo (CSMSP) julgou a Apelação Cível nº 0000974-65.2011.8.26.0062, onde se decidiu pela necessidade de se inventariar a totalidade dos bens havidos em comunhão na união estável, tendo em vista a universalidade de direitos. O recurso, julgado improvido por unanimidade, teve como Relator do acórdão o Desembargador José Renato Nalini. Trata-se de apelação interposta contra r. sentença proferida pelo juízo a quo, que reconheceu a impossibilidade do registro de Escritura Pública de Inventário e Partilha de bens em razão do imóvel da propriedade do de cujus e sua companheira haver sido inventariado na metade ideal. O apelante sustenta, em suas razões, a possibilidade de registro em razão da regularidade da partilha extrajudicial efetuada. Ao analisar o caso, observou o Relator que na escritura pública em questão constaram dois imóveis, sendo um deles inventariado em sua totalidade e o outro na metade, uma vez que, a outra quota parte é da propriedade da companheira do falecido que também integrou sua vontade na formação do título. Ademais, a propriedade em comunhão do imóvel inventariado na metade ideal pertence ao Espólio e à companheira, motivo pelo qual se questiona, no presente recurso, a necessidade de inventariar tal bem imóvel em sua totalidade, haja vista o direito do falecido apenas à metade.Posto isto, o Relator entendeu que, no caso de união estável, o regime de bens aplicável é o da comunhão parcial, conforme art. 1.725 do Código Civil e orientação jurisprudencial majoritária, determinando-se a formação de uma comunhão de direitos entre os conviventes, havendo, desta forma, uma universalidade de direitos relativamente ao patrimônio constituído na união. Portanto, de acordo com o entendimento exposto pelo Relator, “é necessário inventariar a totalidade das duas universalidades de direito existentes – os bens da união estável e os integrantes da sucessão hereditária e proceder sua partilha, pois, antes da partilha o direito dos titulares da universalidade não é sobre bens específicos e sim sobre a totalidade do patrimônio.” TJ-SP - Apelação APL 30001126720138260581 SP 3000112-67.2013.8.26.0581 (TJ-SP) Data de publicação: 19/09/2014 Ementa: Reivindicatória. Bens móveis. Veículos deixados por ocasião do falecimento do marido da autora. Distribuição que não se vincula ao juízo do inventário. Espólio que não figura no polo passivo da ação, na qual não se discute questão de fato ou de direito atinente à herança. Partilha ainda não efetivada. Legitimidade ativa da herdeira. Exegese dos artigos 1314 e 1791 , parágrafo único , do Código Civil . Propriedade dos bens que restou devidamente demonstrada pela autora. Réus que se recusam a proceder a entrega, alegando a existência de dívidas do de cujus. Inadmissibilidade. Autora que, além de sucessora, ostenta a condição de inventariante dos bens deixados por seu falecido marido, de modo que cabe a ela proceder ao acertamento de eventuais dívidas no inventário. Procedência da ação. Recurso provido. TJ-RS - Embargos de Declaração ED 70060326303 RS (TJ-RS) Data de publicação: 16/09/2014 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, PROCEDÊNCIA. CONCESSÃO DE EFEITO INFRINGENTE. PARTILHA DE BEM ARROLADO EM INVENTÁRIO. QUESTÃO DE ALTA INDAGAÇÃO. Procede a alegação do embargante/agravante quando refere omissão no acórdão, em relação ao seu segundo argumento para pedir a partilha do direito de uso do lote urbano nº 28, arrolado dentre os bens da sua falecida companheira, em inventário. Em que pese a união estável entre o agravante e a autora da herança ser incontroversa, a partilha dos bens, especificamente da concessão do direito real de uso de lote urbano, é controversa e, ainda, de alta indagação. Caso em que o agravo de instrumento principal deve ser modificado, em sede de embargos, para determinar que a partilha do lote seja definida em ação pelo rito ordinário, nos termos do artigo 984 do CPC. ACOLHERAM OS EMBARGOS. COM EFEITO INFRINGENTE E DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO. (Embargos de Declaração Nº 70060326303, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 11/09/2014) TJ-PE - Apelação APL 3533224 PE (TJ-PE) Data de publicação: 15/04/2015 Ementa: DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. AÇÃO DE INVENTÁRIO. APELAÇÃO CÍVEL. ERROR IN PROCEDENDO. NÃO DELIBERAÇÃO SOBRE DIVERGÊNCIAS. SENTENÇA BASEADA TÃO SOMENTE NO ESBOÇO DE PARTILHA. INOBSERVÂNCIA DO ARTIGO 1.024 DO CPC. SENTENÇA ANULADA. RECURSO PROVIDO. 1. Nos termos do artigo 1.024 do CPC: "Feito o esboço, dirão sobre ele as partes no prazo comum de 5 (cinco) dias. Resolvidas as reclamações, será a partilha lançada nos autos". 2. Sendo a partilha judicial, não é permitido ao juízo de piso tão somente homologar o plano de partilha apresentado pelo inventariante, sem antes resolver as questões controvertidas. 3. O Juízo "a quo" incorreu em erro de procedimento, visto que não houve análise fundamentada das reclamações dos herdeiros, ensejando o cerceamento de defesa, conforme alegado pelos apelantes. 4. Recurso a que se dá provimento. Encontrado em: a jurisprudência pátria: APELAÇÃO CÍVEL. SUCESSÕES. INVENTÁRIO. SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA DE PARTILHA.... ROBERTO DA SILVA MAIA EMENTA: DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. AÇÃO DE INVENTÁRIO.../54, os herdeiros solicitaram nova avaliação dos bens objeto do inventário, o que não fora apreciado pelo MM. Juízo... 2.1-SÚMULAS INVENTARIO. IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSAO DE BENS (CAUSA MORTIS). MULTA. NAO INCIDENCIA. SUMULA 114, DO S.T.F. Agravo de Instrumento. Inventário. Impostos de transmissão "causa mortis" e doação. ITD. Multa de 50%. Não incidência. O entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o pagamento do imposto somente pode ser exigido após a homologação judicial dos cálculos (Verbete de Súmula 114, do STF). Assim, apesar de o artigo 18, I C/C 20, I da Lei 1.427/89 mencionar a incidência de multa de 50% sobre o valor do imposto em caso de não pagamento após 180 dias da avaliação, a interpretação que deve ser dada é que a multa só incide após 180 dias da homologação judicial. Recurso provido. (TJRJ. AI - 2007.002.20200. JULGADO EM 26/09/2007. VIGESIMA CAMARA CIVEL - Unanime. RELATORA: DESEMBARGADORA ODETE KNAACK DE SOUZA) APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA. PREVIDENCIÁRIO. LEI ESTADUAL N.º 12.398/98. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DOS INATIVOS. VALOR DA CAUSA AO TEMPO DA CONDENAÇÃO INFERIOR A SESSENTA SALÁRIOS MÍNIMOS. MATÉRIA NÃO SUJEITA A REEXAME NECESSÁRIO. PRELIMINARES. ILEGITIMIDADE ATIVA "AD CAUSAM". INOCORRÊNCIA. CREDOR FALECIDO. REPRESENTAÇÃO PELOS HERDEIROS ATÉ EFETIVA ABERTURA DO INVENTÁRIO. PRETENDIDA SUSPENSÃO DO PROCESSO ATÉ SOLUÇÃO DE ADIN SOBRE O TEMA. QUESTÃO SUPERADA FACE A EDIÇÃO DA SÚMULA N.º 14 DO TJ/PR. MÉRITO. DESCONTOS INCIDENTES SOBRE A APOSENTADORIA DA SERVIDORA. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL. ARTS. 40, § 12º E 195, II, DA CARTA DA REPÚBLICA. RECONHECIMENTO DO DIREITO À REPETIÇÃO DOS VALORES PAGOS INDEVIDAMENTE. EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 41/03 QUE NÃO TEM EFEITOS REPRISTINATÓRIOS. ADVENTO QUE NÃO ALTERA SITUAÇÃO JURÍDICA DA PARTE CUJOS PROVENTOS NÃO ULTRAPASSAM O TETO. PRETENDIDA REDUÇÃO DOS JUROS MORATÓRIOS PARA 0,5% AO MÊS. CASO QUE NÃO COMPORTA APLICAÇÃO DO ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97, COM REDAÇÃO DADA PELA MP 2.180-35/2001. RECURSO DA PARANAPREVIDÊNCIA DESPROVIDO. TAXA SELIC PARA OS JUROS INCIDENTES SOBRE OS ÔNUS SUCUMBENCIAIS. INADEQUAÇÃO, PORQUANTO CUMULADA COM CORREÇÃO MONETÁRIA PELO INPC. APELO DA PARANAPREVIDÊNCIA DESPROVIDO E RECURSO DO ESTADO DO PARANÁ PARCIALMENTE PROVIDO. (TJPR - 6ª C.Cível - AC 0411016-3 - Foro Central da Região Metropolitana de Curitiba - Rel.: Des. Sérgio Arenhart - Unanime - J. 04.12.2007) RECURSO ESPECIAL Nº 1.143.642 - SP (2009/0107388-8) RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO RECORRENTE : THEREZA LUSACE ADVOGADO : CÉLIA MARIA ANDERAOS E OUTRO (S) RECORRIDO : IRACEMA CAMPILONGO KONO E OUTRO ADVOGADO : WELLENGTON CARLOS DE CAMPOS E OUTRO (S) PROCESSO CIVIL. PARTILHA. COMUNICABILIDADE DOS SALDOS BANCÁRIOS ADVINDOS DE VERBA TRABALHISTA E APOSENTADORIA. INTERPRETAÇÃO DOS ARTS. 1.658 E 1.659, VI, DO CC E ART. 5º DA LEI N. 9.278/1996. 1. No regime de comunhão parcial ou universal de bens, o direito ao recebimento dos proventos não se comunica ao fim do casamento, mas, ao serem tais verbas percebidas por um dos cônjuges na constância do matrimônio, transmudam-se em bem comum, mesmo que não tenham sido utilizadas na aquisição de qualquer bem móvel ou imóvel (arts. 1.658 e 1.659, VI, do Código Civil). 2. O mesmo raciocínio é aplicado à situação em que o fato gerador dos proventos e a sua reclamação judicial ocorrem durante a vigência do vínculo conjugal, independentemente do momento em que efetivamente percebidos, tornando-se, assim, suscetíveis de partilha. Tal entendimento decorre da ideia de frutos percipiendos, vale dizer,aqueles que deveriam ter sido colhidos, mas não o foram. Precedentes. 3. Na hipótese, os saldos bancários originam-se de economias advindas de salários e aposentadoria do falecido, sendo imprescindível que o montante apurado seja partilhado com a companheira no tocante ao período de vigência do vínculo conjugal. 4. Reconsideração da decisão de fl. 357, tornando-a sem efeito, em juízo de retratação. 5. Recurso especial provido. DECISÃO 1. Cuida-se de pedido de reconsideração aduzido por Thereza Lusace contra decisão deste relator (fl. 357), que declarou a perda superveniente de objeto do presente recurso especial ante a ausência de manifestação da recorrente acerca de seu interesse no julgamento do feito. Nas razões do petitório pede a reforma da decisão e o julgamento do recurso especial. DECIDO. 2. Com razão a ora peticionante. Observa-se que o prazo estabelecido para manifestação da recorrente no despacho de fl. 352 não pode ser qualificado como peremptório, tendo por objetivo, tão somente, impedir a análise de recurso quando não mais persistisse interesse no julgamento do mesmo. Assim, reconsidero a decisão de fl. 357 tornando-a sem efeito, e passo à análise do especial. 3. Cuida-se de recurso especial interposto por THEREZA LUSACE, com fundamento no art. 105, III, a e c, da Constituição Federal de 1988, contra acórdão proferido pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO - CONSELHEIRO FURTADO, assim ementado: Ementa: Inventário - União estável reconhecida - Desnecessidade de reserva de bens -Saldos bancários excluídos (art. 1659 do CC)- Imóvel constituído durante a união estável - Metade do imóvel em pagamento da meação e 1/4 pela sucessão - Decisão parcialmente mantida - Recurso provido em parte. (fls. 280-290) Opostos embargos de declaração, foram rejeitados (fls. 368-369). Em suas razões recursais, aponta a parte recorrente, além de dissídio jurisprudencial, ofensa ao disposto nos arts. 5º da Lei 9.278/96 e 535 do CPC Sustenta que o acórdão recorrido não poderia ter excluído a recorrente da partilha dos saldos bancários disponíveis na conta corrente do de cujus, haja vista que o numerário foi amealhado e acrescido ao patrimônio comum durante a união estável (16 anos de relação), não havendo falar-se simplesmente em fruto do trabalho do falecido. Afirma que há presunção da participação na formação do patrimônio por parte da companheira Contrarrazões ao recurso especial às fls. 345-366. Salienta que "os saldos bancários em contas correntes e poupança, bem como as aplicações financeiras, são oriundos dos salários e proventos de aposentadoria, frutos do esforço e trabalho individual dd falecido como funcionário público durante anos". Crivo positivo de admissibilidade na origem (fls. 368-369). Instado a se manifestar, o Ministério Público Federal na pessoa do Subprocurador-Geral da República, Antônio Carlos Pessoa Lins, opinou pelo provimento do recurso, nos termos da seguinte ementa: RECURSO ESPECIAL. UNIÃO ESTÁVEL. DIREITO SUCESSÓRIO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ARTIGO 535, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ARTIGO 5º, DA LEI 9.278/96. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL CARACTERIZADA. PATRIMÔNIO. CONSTITUIÇÃO. CONTRIBUIÇÃO DE AMBOS CONVIVENTES. COMPANHEIRO SOBREVIVENTE. DIREITO À PARTILHA. PARECER PELO PROVIMENTO DO RECURSO. (fls. 336- 341) É o relatório. DECIDO. 4. A irresignação merece prosperar. O acórdão recorrido, modificando decisão interlocutória do magistrado de piso que determinara a partilha dos saldos bancários do de cujus assentou que: Ocorre, que a agravante, filha e inventariante, interpõe o presente recurso de r. decisão que determinou a retificação do plano de partilha, para que nele constasse que: 1- dos saldos bancários e do imóvel adquirido durante a união estável mantida pelo "de cujus" e a agravada (Av. Lins de Vasconcelos, n1 162, apto 32), caberá à companheira 75%, sendo 50% em pagamento de sua meação e 25% por sucessão (art. 1.790,1li, do CPC) e às filhas Iracema e Sueli o percentual de 12,5% para cada uma delas. Quanto aos saldos bancários, no mesmo percentual, observou o d. Juiz não se aplicar a esses valores o disposto no art. 1659, VI, do Código Civil, por não se cuidar de provento de trabalho do "de cujus", mas de valores já incorporados ao seu patrimônio; no mais, permanecendo inalterado o plano de partilha. O que quer a agravante é a reserva desses bens para posterior sobrepartilha. Mas, pondere-se que a própria inventariante, já nas primeiras declarações, reconheceu que o apartamento foi adquirido pelo "de cujus" e pela companheira, em metade ideal para cada um deles. O falecido iniciou relacionamento com a agravada em 1988 e viveu com ela por 16 anos, ininterruptos, até quando de seu falecimento, em 12/07/2004. Essa união se mostrava pública e notória, fato reconhecido pelas próprias herdeiras legítimas, filhas do falecido, quando na abertura da sucessão reconheceram a união estável havida entre o pai e a agravada. Ora, pelo simples fato de a agravada, reconhecidamente, ter vivido em união estável com o autor da herança por, aproximadamente, 16 anos, contribuiu ela não só de maneira presumida, mas por participação efetiva até na aquisição do aludido apartamento. Esse imóvel foi adquirido na constância da união estável pelo "de cujus" e pela agravada, na proporção de 50% para cada um deles, aquisição documentada por escritura pública, ao que informa a contraminuta. Não há dúvida e nem se mostra necessária a reserva e sobrepartilha desse bem, quanto ao direito da meação da agravada, seja pelo fato de o apartamento ter sido adquirido no período em que conviviam, seja pelo fato do regime de bens aplicado à situação, o da comunhão parcial. Quanto às contas correntes e aplicações financeiras, deve-se levar em conta o disposto no artigo 1659 do Código Civil, no sentido de que se excluem da comunhão: VI - "os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge". Assim, como se verifica dos documentos de fis. 38/48, os saldos bancários originam-se de economias exclusivas do "de cujus", advindas de salários e aposentadoria, sendo imprescindível que o montante apurado seja excluído da pretensão da agravada quanto à meação e herança dos bens do "de cujus". Não havendo, nesse ponto, nada a ser resguardado à agravada. Assim, merece parcial reforma a r. decisão recorrida, no tocante aos saldos bancários, cuja participação da agravada fica excluída, o que leva a que se dê parcial provimento ao recurso. Houve declaração de voto parcialmente divergente, verbis: 1 . Peço vênia para divergir parcialmente da douta maioria quanto à solução final dada ao recurso, por reconhecer cabível seu acolhimento parcial, porém em menor extensão. 2. Explico. No tocante à forma de partilha do imóvel localizado na Avenida Lins de Vasconcelos, 162 - apto. 132, nada a ser alterado na decisão de Primeiro Grau, posto que as próprias herdeiras do de cujus manifestaram sua concordância quanto à atribuição a estas de somente 12,5% ideal desse bem (fls. 126/135). No tocante ao numerário que compõe o monte, a divergência decorre do fato de que a d. maioria reconheceu que a agravada não faz jus à partilha desses bens porque oriundos de salários e aposentadorias recebidos exclusivamente pelo autor da herança. No entanto, data venha, quero crer que essa solução esbarra no dispositivo contido no artigo 5º da Lei 9.278/96, que prevê a aplicação do regime de comunhão parcial de bens às relações estáveis. Sendo assim, à agravada deveria ser deferida a partilha dos frutos e rendimentos, além de outros valores eventualmente acrescidos ao saldo bancário e aplicação financeira em nome do espólio, acrescidos após a vigência da união estável, com o esclarecimento de que a renda decorrente desalário, ou aposentadoria integra o monte partível, não se aplicando a esta a restrição contida no parágrafo único do citado artigo de lei, salvo celebrado o pacto prévio de que trata a parte final do caput daquele. É que se o casal tivesse formado qualquer outro tipo de patrimônio, não haveria dúvida de que teria sido reconhecida a contribuição da mulher. Por que negá-la, sendo o patrimônio apenas financeiro ? É tranquilo o entendimento de que a colaboração dada pela mulher nos tratos das questões caseiras é suficiente para caracterizar contribuição para a aquisição de patrimônio. Em decisão constante de RSTj, 194/437, menciona-se acórdão deste Tribunal relatado pelo hoje ministro Cezar Peluso, onde se assinala que tanto contribui para a formação do patrimônio quem trabalha, como quem economiza, e que a simples presença da mulher pelo estímulo, amparo e refúgio possibilita todas as aquisições inclusive as de ordem patrimonial financeira na aventura da parceria. Por outro lado, persistindo divergência acerca da real data do início da união estável (1.988 ou 1.998), o deslinde dessa questão, se não puder ser conhecida pelo próprio juízo da sucessão com base nos documentos constantes dos autos, deveria ser delegado à via ordinária. 3. Por todo o exposto, data venha, meu voto dava igualmente parcial provimento ao recurso, porém em Em recente oportunidade, mais especificamente, no julgamento do Resp n. 1.358.916/SP, de minha relatoria, decidiu-se a matéria que ora se analisa. Naquele recurso a verba que se pretendia fosse declarada comunicável era indenizatória trabalhista, percebida posteriormente à separação conjugal, aqui, "saldos bancários" advindos de "salários e aposentadoria" recebidos pelo falecido. Vale, neste momento, a transcrição de trecho do voto proferido, que traduz o entendimento firmado pela Quarta Turma naquela ocasião, cujos fundamentos podem ser adotados perfeitamente ao caso dos autos. Confira-se: É preciso esclarecer, para logo, que o art. 1.659, VI, do Código Civil prevê que os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge são excluídos da comunhão parcial de bens. O vocábulo "proventos" tem amplo significado, abrangendo: (i) as remunerações do trabalho assalariado público ou privado; (ii) as remunerações decorrentes do trabalho prestado na condição de empresário; (iii) as remunerações da aposentadoria, como trabalhador inativo; (iv) os honorários do profissional liberal; (v) o pro labore do serviço prestado (NETO, Caetano Lagrasta; TARTUCE, Flávio; SIMÃO, José Fernando. Direito de família: novas tendências e julgamentos emblemáticos. São Paulo: Ed. Atlas, 2012, p. 258). A interpretação do dispositivo legal mais consentânea com a justiça, a equidade e a realidade social é a de que o direito de recebimento dos salários não se comunica com o cônjuge em virtude de seu caráter personalíssimo. Nessa linha, a exclusão prevista no art. 1.659, VI, do diploma civil deve ser considerada tão somente no caso de separação do casal, quando então as suas remunerações pessoais não serão objeto de partilha. Contudo, configura situação absolutamente diversa a percepção do provento na constância do casamento, quando ele passa a integrar o patrimônio comum, quer em espécie quer por meio da aquisição de outros bens (PELUSO, Cezar. Código civil comentado. São Paulo: Ed. Manole, 2014, p. 1.726). Isso porque a interpretação das normas jurídicas deve observar a preservação da harmonia do ordenamento jurídico, afastando-se, assim, todo entendimento tendente a criar eventual antinomia. De outra parte, é bem de ver que o regime de comunhão parcial de bens tem como essência a comunicação dos aquestos, de modo que, nos termos dos arts. 1.658 e 1.660, I, do Código Civil, se deve entender que os bens adquiridos a título oneroso depois do casamento - ainda que por apenas um dos cônjuges - são comunicáveis. Entendimento diverso descaracterizaria o instituto, gerando o absurdo de só haver comunicação dos aquestos adquiridos com o produto de bens comuns ou decorrente de fato eventual. [...] Em suma, o direito ao recebimento dos proventos não se comunica ao fim do casamento, mas, ao serem percebidas tais verbas por um dos cônjuges na constância do matrimônio, transmudam-se em bem comum, mesmo que não tenham sido utilizadas na aquisição de qualquer bem móvel ou imóvel. O mesmo raciocínio é aplicado à situação em que o fato gerador dos proventos e a reclamação judicial ocorrem durante a vigência do vínculo conjugal - independentemente do momento em que efetivamente percebidos -, tornando- se, assim, suscetíveis de partilha. Tal entendimento decorre da ideia de frutos percipiendos, vale dizer, aqueles que deveriam ter sido colhidos, mas não o foram. Abaixo, ementa do julgado: PROCESSO CIVIL. PARTILHA. COMUNICABILIDADE DE VERBA INDENIZATÓRIA TRABALHISTA. INTERPRETAÇÃO DOS ARTS. 1.658 E 1.659, VI, DO CC. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC CONFIGURADA. 1. No regime de comunhão parcial ou universal de bens, o direito ao recebimento dos proventos não se comunica ao fim do casamento, mas, ao serem tais verbas percebidas por um dos cônjuges na constância do matrimônio, transmudam-se em bem comum, mesmo que não tenham sido utilizadas na aquisição de qualquer bem móvel ou imóvel (arts. 1.658 e 1.659, VI, do Código Civil). 2. O mesmo raciocínio é aplicado à situação em que o fato gerador dos proventos e a sua reclamação judicial ocorrem durante a vigência do vínculo conjugal, independentemente do momento em que efetivamente percebidos, tornando-se, assim, suscetíveis de partilha. Tal entendimento decorre da ideia de frutos percipiendos, vale dizer, aqueles que deveriam ter sido colhidos, mas não o foram. Precedentes. 3. No caso, conquanto alegue a recorrente que o ex-cônjuge ficou desempregado durante a constância do casamento, é certo que o Tribunal de origem (TJ/SP), a despeito da determinação anterior deste Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.193.576/SP) para que explicitasse qual o período em que teve origem e em que foi reclamada a verba auferida na lide trabalhista, negou-se a fazê-lo, em nova e manifesta ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil. 4. Recurso especial provido. (REsp 1358916/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, DJe 15/10/2014) No mesmo sentido, outros precedentes das Turmas integrantes da Segunda Seção, que também trataram de verba trabalhista: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO (ART. 544 DO CPC)- SEPARAÇÃO LITIGIOSA - REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS - PARTILHA - COMUNICABILIDADE DOS IMÓVEIS - SÚMULA N. 7 DO STJ - VERBAS TRABALHISTAS SURGIDAS NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO - DIREITO À MEAÇÃO - PRECEDENTES DO STJ - RECURSO DO CÔNJUGE VARÃO, AUTOR DA AÇÃO, DESPROVIDO. [...] 2. A indenização trabalhista correspondente a direitos adquiridos na constância do casamento integra o acervo patrimonial partilhável. Precedentes. [...] 4. Agravo regimental desprovido. (AgRg no AREsp 1152/DF, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 13/05/2013) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. REGIME DE BENS DO CASAMENTO. COMUNHÃO PARCIAL DE BENS. CRÉDITOS TRABALHISTAS ORIGINADOS NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO. COMUNICABILIDADE. 1. A jurisprudência da Terceira Turma é firme no sentido de que integra a comunhão a indenização trabalhista correspondente a direitos adquiridos na constância do casamento. 2. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (AgRg no REsp 1250046/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 13/11/2012) Direito civil. Família. Recurso especial. Divórcio direto. Embargos de declaração. Multa prevista no art. 538, parágrafo único, do CPC, afastada. Partilhade bens. Crédito resultante de execução. Ausência de interesse recursal. Eventuais créditos decorrentes de indenização por danos materiais e morais proposta por um dos cônjuges em face de terceiro. Incomunicabilidade. Créditos trabalhistas. Comunicabilidade. Fixação dos alimentos. Razoabilidade na fixação. Comprovação da necessidade de quem os pleiteia e da possibilidade de quem os presta. [...] - A tônica sob a qual se erige o regime matrimonial da comunhão parcial de bens, de que entram no patrimônio do casal os acréscimos advindos da vida em comum, por constituírem frutos da estreita colaboração que se estabelece entre marido e mulher, encontra sua essência definida no art. 1.660, incs. IV e V, do CC/02. - A interpretação harmônica dos arts. 1.659, inc. VI, e 1.660, inc. V, do CC/02, permite concluir que, os valores obtidos por qualquer um dos cônjuges, a título de retribuição pelo trabalho que desenvolvem, integram o patrimônio do casal tão logo percebidos. Isto é, tratando-se de percepção de salário, este ingressa mensalmente no patrimônio comum, prestigiando-se, dessa forma, o esforço comum. - "É difícil precisar o momento exato em que os valores deixam de ser proventos do trabalho e passam a ser bens comuns, volatizados para atender às necessidades do lar conjugal." - Por tudo isso, o entendimento que melhor se coaduna com a essência do regime da comunhão parcial de bens, no que se refere aos direitos trabalhistas perseguidos por um dos cônjuges em ação judicial, é aquele que estabelece sua comunicabilidade, desde o momento em que pleiteados. Assim o é porque o "fato gerador" de tais créditos ocorre no momento em que se dá o desrespeito, pelo empregador, aos direitos do empregado, fazendo surgir uma pretensão resistida. - Sob esse contexto, se os acréscimos laborais tivessem sido pagos à época em que nascidos os respectivos direitos, não haveria dúvida acerca da sua comunicação entre os cônjuges, não se justificando tratamento desigual apenas por uma questão temporal imposta pelos trâmites legais a que está sujeito um processo perante o Poder Judiciário. - Para que o ganho salarial insira-se no monte-partível é necessário, portanto, que o cônjuge tenha exercido determinada atividade laborativa e adquirido direito de retribuição pelo trabalho desenvolvido, na constância do casamento. Se um dos cônjuges efetivamente a exerceu e, pleiteando os direitos dela decorrentes, não lhe foram reconhecidas as vantagens daí advindas, tendo que buscar a via judicial, a sentença que as reconhece é declaratória, fazendo retroagir, seus efeitos, à época em que proposta a ação. O direito, por conseguinte, já lhe pertencia, ou seja, já havia ingressado na esfera de seu patrimônio, e, portanto, integrado os bens comuns do casal. - Consequentemente, ao cônjuge que durante a constância do casamento arcou com o ônus da defasagem salarial de seu consorte, o que presumivelmente demandou-lhe maior colaboração no sustento da família, não se pode negar o direito à partilha das verbas trabalhistas nascidas e pleiteadas na constância do casamento, ainda que percebidas após a ruptura da vida conjugal. - No que se refere aos alimentos arbitrados em favor da recorrente, ao analisar a prova e definir como ocorreram os fatos, que se tornam imutáveis nesta sede especial, constou do acórdão a conclusão, pautada no binômio necessidades da alimentanda e possibilidades do alimentante, bem como esquadrinhando residual capacidade para o trabalho da recorrente, que o percentual de 25% sobre os proventos auferidos pelo recorrido junto ao INSS coaduna- se com a realidade social vivenciada pelas partes, de modo que não merece reparo, nesse aspecto, o julgado. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 1024169/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/04/2010, DJe 28/04/2010) Na hipótese, os saldos bancários originam-se de economias advindas de salários e aposentadoria, sendo imprescindível que o montante apurado seja partilhado com a companheira no tocante ao período de vigência do vínculo conjugal. 5. Ante o exposto, dou provimento ao recurso especial para, restabelecendo a decisão de 1º grau, determinar a inclusão da companheira na partilha dos saldos bancários do falecido. Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 13 de abril de 2015. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO Relator
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