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Gisele Finatti Baraglio OS PARTIDOS CONSERVADOR E LIBERAL NO SEGUNDO REINADO

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17/10/2015 Gisele Finatti Baraglio: OS PARTIDOS CONSERVADOR E LIBERAL NO SEGUNDO REINADO
http://gisele­finatti­baraglio.blogspot.com.br/2012/11/os­partidos­consevador­e­liberal­no.html 1/5
Este Blog objetiva a difusão do conhecimento, além destes artigos gratuitos, tenho alguns livros publicados
que podem ser baixados gratuitamente e outros adquiridos através do 
Gisele Finatti Baraglio
quarta­feira, 21 de novembro de 2012
OS PARTIDOS CONSERVADOR E
LIBERAL NO SEGUNDO
REINADO
 
 Partidos liberal e conservador.
As disputas políticas entre progressistas  (Feijó) e  regressistas  (Araújo
Lima),  durante  as  regências,  resultaram  posteriormente  no  Partido
Liberal  e  no  Partido  Conservador,  que  se  alternaram  no  governo  ao
longo do Segundo Reinado.
Enquanto  o  Partido  Liberal  se  aglutinou  em  torno  do  Ato  Adicional,  o
Partido  Conservador  foi  se  organizando  em  torno  da  tese  da
necessidade  de  limitar  o  alcance  liberal  do  Ato  Adicional,  através  de
uma lei interpretativa.
O período regencial começou liberal e terminou conservador. E há uma
explicação para esse fato: a ascensão da economia cafeeira.
Por  volta  de  1830,  o  café  havia  deixado  de  ser  uma  cultura
experimental  e  marginal  para  se  tornar  o  principal  produto  de
exportação, suplantando o açúcar. Os principais lideres conservadores
eram representantes dos interesses cafeeiros.
Com  a  formação  desses  dois  partidos  e  a  ascensão  da  economia
cafeeira,  a  vida  política  brasileira  parecia  ganhar  finalmente  a
necessária  estabilidade.  Porém,  as  regras  do  jogo  foram  quebradas
pelos  liberais,  com  o  Golpe  da  Maioridade.  Para  compreendê­lo,
retomemos o fio da meada.
A aclamação de D. Pedro II.
No Brasil, as agitações políticas e sociais  tomaram conta do país  logo
depois da abdicação de D. Pedro  I em 7 de abril de 1831. Diante das
crises vividas pelo regime regencial,  ficou parecendo a  todos que elas
haviam sido facilitadas pelo caráter transitório do governo, que atuava
apenas  como  substituto  do  poder  legítimo  do  imperador,
constitucionalmente  impedido  de  exercer  a  autoridade  devido  à
menoridade.
A  fim de  conter  as agitações e o perigo  da  fragmentação  territorial,  a
antecipação  da  maioridade  de  D.  Pedro  de  Alcântara  passou  a  ser
cogitada. Levada à apreciação da Câmara, a questão foi aprovada em
junho de 1840. Assim, com 15 anos incompletos, D. Pedro de Alcântara
jurou a Constituição e foi aclamado imperador, com o título de D. Pedro
II.
A  antecipação  da  maioridade,  entretanto,  foi  maquinada  e  posta  em
prática,  com  êxito,  pelos  liberais,  que,  desde  a  renúncia  de  Feijó  em
1837,  haviam  sido  alijados  do  poder  pelos  regressistas.  Tratou­se,
portanto de um golpe ­ o Golpe da Maioridade.
Essa manobra política que possibilitou o  retorno dos  liberais ao poder
teve  como  conseqüência  a  afirmação  da  aristocracia  rural  e  o
estabelecimento  de  sua  dominação  sobre  todo  o  país.  Como  a
burguesia,  que  na  Europa  abandonara  definitivamente  o  ideal
revolucionário, os grandes proprietários de terras e escravos que  
haviam  lutado  contra  o  domínio  colonial  adotaram  finalmente  uma
política conservadora e anti­revolucionária.
Gisele Finatti Baraglio
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Se for por amizade, que
seja verdadeira. Se por
gratidão, que seja com
vontade. Se for por justiça,
que seja bem feita. E se
por teimosia, que seja com
orgulho. Se for por
caridade, que seja de
coração. E se ganancia,
que faça valer. Se for por
obrigação, que seja certo. E
se por paixão, que seja
intensa. Se for por impulso,
que não se arrependa.
Teimosa por natureza,
briguenta quase sempre,
encrenqueira de vez em
quando, luto todos os dias
por aquilo que acredito..
penso que a vida não
precisa ser longa, mas deve
ser larga, e mesmo que não
possa ajudar a todos tenho
a obrigação moral de
tentar.... não tenho muita
paciência, nem sou do tipo
de fazer caras e bocas, não
passo procuração verbal,
mas aqueles que conhecem
meu coração sabem o
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17/10/2015 Gisele Finatti Baraglio: OS PARTIDOS CONSERVADOR E LIBERAL NO SEGUNDO REINADO
http://gisele­finatti­baraglio.blogspot.com.br/2012/11/os­partidos­consevador­e­liberal­no.html 2/5
O gabinete da maioridade ou o Ministério dos Irmãos.
Imediatamente  após  o  golpe,  organizou­se  o ministério,  o  primeiro  da
maioridade, dominado pelos "maioristas",  todos eles  ligados ao Partido
Liberal.  Do  novo  gabinete  participavam  os  irmãos  Andrada  (Antônio
Carlos  e Martim  Francisco)  e  os  irmãos Cavalcanti  (futuros  viscondes
de Albuquerque e de Suassuna), donde decorreu o nome de Ministério
dos Irmãos.
As  disputas  políticas,  contudo,  tornaram­se  sangrentas  a  partir  da
ascensão liberal, e governar havia se tornado sinônimo de exercício do
poder  discricionário*.  Assim,  para  controlar  o  país,  o  partido  que  se
encontrava no governo estabelecia a rotina de nomear presidentes de
províncias de seu agrado e de substituir autoridades judiciais e policiais
de fidelidade duvidosa.
Nas eleições, os chefes políticos colocavam nas ruas bandos armados;
o  governo  coagia  eleitores  e  fraudava  os  resultados  das  urnas.  A
eleição de 13 de outubro de 1840, que deu início a esse estilo novo (e
violento) de fazer política, ficou conhecida como "eleição do cacete", e
deu  vitória  aos  liberais.  Todas  as  outras  eleições  realizadas  depois
disso não escaparam à regra: continuaram igualmente violentas.
Medidas Antiliberais
A unidade da aristocracia rural.
Apesar  das  disputas  políticas  violentas,  os  partidos  Conservador  e
Liberal eram diferentes apenas no nome. Um e outro eram  integrados
pelos  grandes  proprietários  escravistas  e  defendiam  os  mesmos
interesses: estavam unidos contra a participação do povo nas decisões
políticas. Liberal ou Conservador ­ não importava ­, a aristocracia rural
era a favor de uma política antidemocrática e antipopular.
Essa evolução no sentido da maior unidade de  interesse e na defesa
de  uma  política  conservadora  foi,  em  grande  parte,  motivada  pelo
fortalecimento  econômico  da  aristocracia  rural.  Desde  a  década  de
1830, a cafeicultura havia se deslocado para o vale do Paraíba, onde
rapidamente  se  tornaria  a  principal  atividade  agroexportadora
brasileira,  beneficiando particularmente as  três províncias do  sudeste:
Rio de  janeiro,  São Paulo  e Minas Gerais.  A  projeção  política  dessas
três províncias, as mais  ricas e poderosas do Brasil,  já  se  fazia  sentir
desde a transferência da Corte, em 1808. Representadas agora pelos
"barões  do  café",  elas  fortaleceram  ainda  mais  as  suas  posições
relativas,  tornando­se  capazes,  efetivamente,  de  impor  nacionalmente
a sua política.
Como  segmento  mais  rico  e  próximo  do  poder  central,  os  barões  do
café estavam em condições de submeter à sua liderança a aristocraciarural das demais províncias. Formando então um bloco cada vez mais
poderoso,  imprimiram  uma  direção  precisa  à  política  nacional:  o
centralismo e a marginalização dos setores radicais e democráticos.
A reforma do Código de Processo Criminal.
Assim,  a  partir  de  1840  firmou­se uma  tendência  política  centralista  e
autoritária.  O  primeiro  passo  nesse  sentido  foi  a  instituição  da  Lei
Interpretativa  do  Ato  Adicional.  Em  dezembro  de  1841,  foi  a  vez  da
reforma  do  Código  de  Processo  Criminal,  que,  como  já  vimos,  havia
conferido às autoridades  locais uma enorme soma de poderes. Com a
reforma, o antigo código  foi descaracterizado no seu conteúdo  liberal,
pois  toda  autoridade  judiciária  e  policial  foi  submetida  a  uma  rígida
hierarquia e diretamente subordinada ao Ministério da Justiça. O poder
central tinha agora nas mãos instrumentos eficientes para assegurar a
ordem pública.
A restauração do Conselho de Estado.
Durante  o  Primeiro  Reinado,  o  Conselho  de  Estado  era  um  órgão
consultivo do imperador D. Pedro I, para o
qual ele havia nomeado membros do "partido português”. Na Regência,
esse  órgão  foi  extinto  pelo  Ato  Adicional  (1834).  Em  1841  foi
restaurado  e  se  tornou  o  principal  órgão  de  assessoria  direta  do
imperador, através do qual a aristocracia rural garantia a sua presença
no centro do poder.
A  presidência  do  Conselho  de  Ministros  e  o  parlamentarismo  às
avessas.
No Primeiro Reinado  foi constante o conflito entre o poder Moderador
(D. Pedro I) e a Câmara dos Deputa­dos. Para diminuir os atritos entre
os  poderes,  foi  criado,  em  1847,  a  Presidência  do  Conselho  de
Ministros.  Ficou  convencionado  que  o  impera  dor  nomearia  apenas  o
presidente  do  Conselho,  que,  por  sua  vez,  escolheria  os  demais
ministros.
Nascia,  desse modo,  o  parlamentarismo*  brasileiro. Mas  esse  era  um
parlamentarismo  muito  diferente  daquele  praticado  na  Europa,  que
seguia o modelo inglês.
No  parlamentarismo  europeu,  o  primeiro­ministro  era  escolhido  pelo
Parlamento,  que  também  tinha  força  para  depô­lo.  Além  disso,  o
ministério era responsável perante o Parlamento, ao qual era obrigado
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17/10/2015 Gisele Finatti Baraglio: OS PARTIDOS CONSERVADOR E LIBERAL NO SEGUNDO REINADO
http://gisele­finatti­baraglio.blogspot.com.br/2012/11/os­partidos­consevador­e­liberal­no.html 3/5
a prestar contas. Em suma, o Legislativo contra lava o Executivo.
No Brasil era o contrário. O ministério era responsável perante o poder
Moderador  (imperador).  O  Parlamento  (poder  Legislativo)  nada  podia
contra os ministros,  que governavam  ignorando­o  e  prestando  contas
apenas ao imperador. Por esse motivo, esse parlamentarismo brasileiro
ganhou o nome de "parlamentarismo às avessas”.
Política Protecionista
Tarifa Alves Branco (1844).
Da  cobrança  de  taxas  alfandegárias  o  governo  brasileiro  obtinha  a
maior parte de sua  receita. Contudo, desde os  tratados de 1810,  que
reduziram os direitos alfandegários das mercadorias inglesas para 15%
ad  valorem,  essa  fonte  de  receita  encontrava­se  incomodamente
restringida.  A  situação  havia  se  agravado  mais  ainda  com  as
concessões  comerciais  feitas  aos  Estados  Unidos  e  a  outros  países
europeus, por ocasião do reconhecimento da emancipação do Brasil.
O débil  desempenho da economia brasileira  até  por  volta  de 1840  foi
tornando cada dia mais precária a situação do Tesouro. A  inexistência
de  uma produção nacional  que  suprisse  as  necessidades  internas  de
consumo  fez  do  Brasil  uma  economia  inteiramente  dependente  do
fornecimento  externo.  Os  gêneros  alimentícios  e  os  produtos  de  uso
corriqueiro, como sabão, velas, tecidos, etc., eram trazidos de fora, e a
sua  importação,  naturalmente,  tinha  um  custo  monetário  que  deveria
ser saldado com as exportações de produtos nacionais.
A dependência em que o Brasil se encontrava em relação à Inglaterra e
em  menor  escala  em  relação  aos  Estados  Unidos  e  outros  países
europeus apenas havia transferido par muitos os benefícios que antes
só  cabiam  Portugal.  O  país  continuava,  no  plano  econômico,
essencialmente colonial.
Essa  distorção,  que  dificultava  a  acumulação  interna  de  capital,  foi
parcialmente corrigida em 1844, com a substituição do  livre  cambismo
por medidas protecionistas, através da Tarifa Alves Branco, como ficou
conhecido o decreto do ministro da Fazenda Manuel Alves Branco.
Segundo  a  nova  legislação  aduaneira,  os  direitos  duplicaram
(passaram para 30%) para mercadorias sem similares nacionais e 60%
em caso contrário. Evidentemente, as pressões internacionais contra a
medida foram muitas, sobretudo por parte dos britânicos, que perdiam
boa parte dos privilégios que tinham no mercado brasileiro.
Embora  a  nova  política  protecionista  não  formasse  uma  barreira
intransponível,  nem  estimulasse  decisivamente  o  desenvolvimento  do
mercado interno, foi, todavia, um importante passo nesse sentido.
A Abolição do Tráfico Negreiro
A pressão britânica na abolição do tráfico.
Em  meados  do  século  XIX  foi  extinto  no  Brasil  o  tráfico  negreiro.  A
iniciativa  não  foi  por  vontade  e  decisão  do  governo  brasileiro,  mas
resultou  da  eficiente  pressão  britânica  nesse  sentido.  Várias  razões
explicam  essa  atitude  do  governo  britânico.  Em  primeiro  lugar,  a
Revolução  Industrial  do  século XVIII,  na  Inglaterra,  que generalizou  o
emprego do  trabalho assalariado, pondo  fim a  toda  forma compulsória
de  exploração  do  trabalhador,  tornou  a  sociedade  sensível  ao  apelo
abolicionista.
De  fato,  para  as  sociedades  européias  do  século  XIX,  que
acompanhando  o  exemplo  britânico  evoluíam  no  sentido  do  emprego
generalizado do trabalho livre assalariado, a escravidão, em contraste,
começou a ser vista em toda a sua desumanidade, criando bases para
uma  opinião  abolicionista.  Evidentemente,  os  bons  sentimentos  por  si
sós  eram  insuficientes  para  qualquer  ação  concreta  contra  a
escravidão. Na verdade, o capitalismo industrial é um sistema baseado
no crescimento permanente, com abertura de novos mercados. Ora, os
escravos,  por  definição,  não  são  consumidores  e,  portanto,  as
sociedades  escravistas  representavam  sérios  bloqueios  àquela
expansão.
Os acordos para a extinção do tráfico.
Tendo abolido o tráfico em suas colônias em 1807 e a escravatura em
1833,  a  Inglaterra  passou  a  exigir  o  mesmo  do  Brasil,  a  partir  dos
tratados de 1810. Pelo tratado de 23 de janeiro de 1815, assinado em
Viena, estabeleceu­se a proibição do tráficoacima da linha  equatorial,
o que atingiu importantes centros fornecedores de escravos, como São
Jorge da Mina. Em 18 de  julho de 1817, os governos  luso­brasileiro e
inglês  decidiram  atuar  conjuntamente  na  repressão  ao  tráfico  ilícito,
inspecionando  navios  em  alto  mar.  Para  efeitos  práticos,  contudo,
apenas a Inglaterra possuía recursos para isso.
Após 1822, a Inglaterra estabeleceu o fim do tráfico negreiro como uma
das  exigências  para  o  reconhecimento  da  emancipação  do  Brasil.
Assim, o tratado de 3 de novembro de 1826 fixou o prazo de três anos
para  a  sua  completa  extinção. O  tráfico  passou  a  ser  considerado,  a
partir  de  então,  ato  de  pirataria,  sujeito  às  punições  previstas  no
tratado.  Finalmente,  a  7  de  novembro  de  1831  ­  com  atraso  de  dois
anos  em  relação  ao  estipulado  pelo  tratado  de  1826  ­,  uma  lei
METODOLOGIA
CIENTÍFICA ­
METÓDOS INDUTIVO
E DEDUTIVO
O PROBLEMA DO
MÉTODO NA
FILOSOFIA DO
DIREITO ­ um breve
exemplo SUMÁRIO
SOBRE OS
MÉTODOS: Métodos
positivistas. Enfatiza a
ciênc...
A IDADE MÉDIA,
NASCIMENTO DO
OCIDENTE ­
RESENHA
APRESENTAÇÃO . O
período entre os séculos
IV e XVI é
tradicionalmente
conhecido por Idade das
Trevas, Idade da Fé ou,
com mais freqüência,...
ESCRITORES DA
LIBERDADE ­
RESENHA CRÍTICA
"Escritores da
Liberdade" é um filme
baseado numa história
real, que trata de
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adversidade. Em 1994,
na sala ...
HISTÓRIA ANTIGA
ORIENTAL RESUMO
EXCETO EGÍPCIOS
MESOPOTÂMIA A
estreita faixa de terra
localizada entre os rios
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►UFMT
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►UFPR
►UFRGS
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PROGRAMAS DE
PÓS GRADUAÇÃO
EM HISTÓRIA NO
BRASIL
17/10/2015 Gisele Finatti Baraglio: OS PARTIDOS CONSERVADOR E LIBERAL NO SEGUNDO REINADO
http://gisele­finatti­baraglio.blogspot.com.br/2012/11/os­partidos­consevador­e­liberal­no.html 4/5
Postado por Gisele Finatti Baraglio às 07:47 
formalizou esse compromisso.
As resistências do Brasil.
Apesar das crescentes pressões britânicas, o tráfico continuou impune
no Brasil. E a  razão era  simples:  toda a  economia  brasileira,  desde  a
época  colonial,  estava  assentada  no  trabalho  escravo.  Em  tal
circunstância,  a  abolição  do  tráfico  criaria  enormes  dificuldades  à
economia, comprometendo as suas bases produtivas.
Ademais,  desde  a  abdicação  de  D.  Pedro  I  em  1831,  os  senhores
rurais  haviam  se  apropriado  do  poder  político,  o  que  fortalecera
consideravelmente a sua posição na sociedade. Por  isso, nenhum dos
acordos assinados com a Inglaterra foi cumprido, de modo que o tráfico
continuou com o consentimento tácito das autoridades.
A Inglaterra, por sua vez, esforçou­se para fazer cumprir os termos dos
tratados,  de modo  unilateral.  E  o  fez  em meio  a  dificuldades,  pois  os
traficantes,  cercados  em  alto  mar,  atiravam  os  negros  ao  oceano,
atados a uma pedra que os impedia de vir à tona. Além disso, o tráfico,
ao invés de se extinguir, continuou a crescer incessantemente.
Bill Aberdeen.
A  passividade  do  governo  brasileiro  ante  o  tráfico  e,  portanto,  o
nãocumprimento  dos  compromissos  assumidos  através  de  vários
tratados fez a Inglaterra tomar uma atitude extrema. Em 8 de agosto de
1845, o Parlamento britânico aprovou uma lei, chamada Bill Aberdeen,
conferindo à Marinha o direito de aprisionar qualquer navio negreiro  e
fazer os traficantes responderem diante do almirantado ou de qualquer
tribunal do vice­almirantado dos domínios britânicos.
A  repressão  ao  tráfico  foi  assim  intensificada,  e  os  navios  britânicos
chegaram  a  apreender  navios  em  águas  territoriais  brasileiras,  até
mesmo entrando em seus portos.
A lei Eusébio de Queirós (1850).
Em  março  de  1850,  o  todo­poderoso  primeiro­ministro  Gladstone
obrigou o Brasil ao cumprimento dos  tratados, ameaçando­o com uma
guerra  de  extermínio.  O  governo  brasileiro  finalmente  se  curvou  ante
as exigências britânicas e em 4 de setembro de 1850 promulgou a  lei
de  extinção  do  tráfico  pelo  ministro  Eusébio  de  Queirós.  A  tabela
abaixo mostra os efeitos imediatos da medida.
Conseqüências da extinção do tráfico. A lei Eusébio de Queirós, que
pôs fim ao tráfico negreiro de forma súbita, como se verifica na tabela,
liberou uma  soma  considerável  de  capital,  que  passou  a  ser  aplicado
em outros setores da economia. As atividades comerciais, financeiras e
industriais receberam um grande estímulo.
Em 1854 começou a funcionar a primeira estrada de ferro brasileira, de
Mauá  a  Fragoso  (futura  Leopoldina  Rafways);  em  1855,  iniciou­se  a
construção da estrada de ferro D. Pedro II (futura Central do Brasil); o
telégrafo apareceu em 1852. Enfim, um novo horizonte se descortinou.
Com  a  abolição  do  tráfico,  os  dias  da  escravidão  no  Brasil  estavam
contados  e,  portanto,  os  dias  de  existência  do  Império,  cuja  riqueza
baseava­se  fundamentalmente  no  fruto  do  trabalho  escravo,  também
estaria no  fim. Basta que nos  lembremos que a escravidão  foi abolida
em 1888 e o Império caiu já no ano seguinte, em 1889
Nossa Conclusão
Não  havia  diferença  ideológica.  Ambos  representavam  a  Elite  Rural,
detentora  do  poder  político  no  Segundo Reinado  (já  que  o  direito  de
voto provinha da renda ­ voto censitário).
A  única  diferença  entre  eles  era  o modo  como  eles  entendiam  que  o
governo  deveria  funcionar:  Os  Conservadores  eram  a  favor  de  um
PODER CENTRAL FORTE.  Isto é, para eles o país  funcionaria melhor
se o poder do Imperador e do Conselho de Ministros fosse o mais forte
possível sobre a Nação.
Já  os  Liberais  eram  a  favor  de  um  PODER  CENTRAL  FRACO,
preferiam que as províncias tivessem bastante poderes, pois  isso seria
melhor para a economia do Império como um todo. Aí, eles ficavam se
revezando  no  poder...Ora  a  política  favorecia  o  poder  central,  ora  o
poder local...
 
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17/10/2015 Gisele Finatti Baraglio: OS PARTIDOS CONSERVADOR E LIBERAL NO SEGUNDO REINADO
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