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1 Noções básicas para um bom começo Falar bem é uma aptidão. Isto significa que algumas pessoas já nasceram com este “dom”. E, se não for o seu caso, não se preocupe, pois há como aprender e desenvolver para que possa se tornar uma habilidade. O primeiro passo é diversificar e intensificar a leitura, procurando ampliar o vocabulário. Se isto ainda não é uma prática comum, está na hora de iniciar, e a sugestão é que seja por qualquer tipo de texto – desde que lhe traga satisfação em lê-lo - até que possa começar a diversificar para outros assuntos, diretamente relacionados ao trabalho que executa, e ainda outros mais que possam permitir maior consistência nos seus argumentos. Após diversificar o vocabulário, inicie um trabalho de reconstrução do texto lido, procurando escrevê-lo com suas palavras, na tentativa de reproduzir a essência do que o autor original pretendeu quando o compôs. Para ter certeza de que está no caminho, compartilhe o seu texto – aquele que você escreveu – com alguma pessoa que seja de sua confiança e que possua um senso crítico capaz de contribuir para o seu desenvolvimento. Peça-lhe que leia a sua redação e, a seguir, a original. Quando nessas leituras seu “avaliador” considerar que ambos os textos trazem a mesma essência, você pode considerar-se em processo de aprimoramento da sua capacidade de parafrasear – algo significativo no trabalho de instrutoria. O próximo passo é cuidar da sua apresentação diante dos outros. Neste sentido, vale alertar que o medo faz parte do processo e nos ajuda. Pense: quando estamos em situações desta natureza, desconfortável e insegura, o coração bate mais acelerado, o sangue circula com maior velocidade e há mais produção de adrenalina. E isto é bom porque mantém o nosso cérebro mais oxigenado, e o corpo fica em estado de alerta, deixando nossos sentidos mais aguçados. E lembre-se: quanto maior for a sua experiência em instrução, a responsabilidade se tornará mais intensa, e, em face disto, a preocupação e a ansiedade acompanharão todos os processos. Por isso, é importante atentar para alguns detalhes: a) Não deixe de ser você mesmo! Ser natural e autêntico garantirá maior proximidade com o seu público e permitirá que você sinta mais conforto em ocupar o seu papel de instrutoria. b) Dizem que Machado de Assis, treinava a dicção, usando pedrinhas roliças retiradas do fundo de um rio, colocando-as na boca e procurando emitir – corretamente – o som das palavras que pronunciava. Não nos cabe descobrir a veracidade da história, mas, este é um dos exercícios que podem ser usados para melhorar a dicção e ampliar a capacidade de ouvir a sua própria voz. c) Outro exercício interessante – e mais simples e higiênico, talvez – é colocar o seu dedo indicador entre os dentes, mantendo-o preso, ao mesmo tempo em que as palavras são pronunciadas. O efeito conseguido pode ser o mesmo comentado no exercício anterior. 2 d) Procure sempre pronunciar corretamente – e de forma clara – todas as palavras, principalmente aquelas que terminam com “r” ou “s”; procure também estar atento para as questões que envolvem concordância. e) Se for usar termos técnicos – e eles são importantes para dar concretude ao assunto – preocupe-se em descobrir se existe alguma outra forma de expressão para aquela que será usada, talvez mais coloquial e de fácil entendimento pelo grupo. Se encontrar, use-a logo após o pronunciamento da expressão técnica. f) Não é preciso usar termos difíceis para causar boa impressão. Basta não cometer erros gramaticais (dependendo da gravidade, eles podem destruir a imagem anteriormente construída). g) Mantenha uma postura adequada. Isto quer dizer que você deve preocupar-se em deixar a cabeça erguida, os ombros eretos, as pernas não muito abertas (procurando preservar a mesma distância entre os extremos dos dois ombros) e o peso do corpo distribuído – igualmente – sobre elas. h) Também é importante lembrar que o diafragma deve estar liberado para que o movimento de inspiração e expiração possa ser realizado de forma adequada e facilite a produção da voz. Esta é a razão, portanto, da necessidade de mantermos a posição ereta, durante o tempo em que estivermos falando com os alunos. i) Além disso, é importante destacar que a linguagem corporal é mais forte do que as palavras. j) Por falar em linguagem corporal, há uma estatística interessante que precisa ser lembrada pelo instrutor, acerca deste assunto. Veja os dados: • Linguagem corporal = 65% • Voz = 25% • Palavra = 10% k) Seus braços devem “cair” naturalmente, ao longo do corpo ou acima da linha da cintura. O excesso de gesticulação, ou a ausência dela, é mais prejudicial do que a fala. l) Fale com entusiasmo e demonstre emoção e interesse nas suas palavras e ações. Assim, será mais fácil envolver a turma. m) Evite falar baixo e de maneira monocórdica – sem alteração no timbre da voz. Isto evita que seus alunos percam o interesse. n) Ao mesmo tempo, preocupe-se em não falar alto demais, para que a turma não se irrite ou se disperse e para que você não se canse, ou sua voz se desgaste muito rápido.
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