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Interacionismo Simbólico UNIVERSIDADE PAULISTA / UNIP CURSO DE PSICOLOGIA PROF. MARCELO MENDES Origens Sociedade como um processo em que: Individuo e sociedade estão estreita- mente inter-relacionados. Inter-relação necessária para a formação e manutenção dinâmica do self social e do grupo social. George Herbert Mead ’Arquiteto’ do interacionismo simbólico Professor na Universidade de Chicago 1893-1931 Obra: Mind, Self and Society (1863-1931) Pressupostos de Mead Comportamento é o ato social não só pelo que é ”externo” mas pela atividade ”encoberta” deste ato. Crítica ao Behaviorismo Metodológico de Watson. Sociedade precede o self e a mente. Sociedade Toda atividade grupal se baseia na cooperação. Associação humana surge quando: Cada ator individual percebe a intenção dos atos do outro; Constrói sua própria resposta baseada nesta intenção. O plano simbólico As intenções são transmitidas por gestos que se tornam simbólicos. Sendo simbólicos são passíveis de serem interpretados. Sociedade se funda na base do consenso, de sentidos compartilhados sob a forma de compreensões e expectativas comuns. Interação por Símbolos Quando gestos assumem sentido comum tornam-se símbolos significantes. Componente significativo de um ato acontece quando o indivíduo se coloca na posição do outro. Relação entre seres humanos surge da habilidade de responder aos próprios gestos. Comportamento é social e não apenas uma resposta aos outros. O self Quando o sujeito age socialmente com outros, interage socialmente consigo mesmo. Os outros são referenciais para que o sujeito possa ver-se a si mesmo. O ser humano torna-se objeto das próprias ações em uma sociedade que precede a sua existência. Desenvolvimento do self Inicialmente a criança imita sem qualquer componente significativo. Depois ”assume o papel dos outros” (mãe, pai, bandido, mocinho). Quando faz diferentes papéis, ela constrói o papel coletivo diante de associações com os outros e que internalizou. Atividade do self Nem o self nem o ato social são estáticos. Se modificam de acordo com o conteúdo e a estrutura das interações. Por ter um self, o ser humano tem uma vida mental. Por ter uma mente, tem possibilidade de dirigir e controlar seus comportamentos, ao invés de tornar-se um agente passivo de seus estímulos e impulsos. Mente Aparato fisiológico (córtex e sistema nervoso central) indispensável para o desenvolvimento da mente. Junto ao plano biológico e às experiências sociais, a gênese da mente e do self se tornam possíveis. O comportamento humano inteligente é essencialmente e fundamentalmente social. Mente socialmente construída A mente é um processo que se manifesta sempre que um indivíduo interage consigo mesmo utilizando símbolos significantes. O sentido é social em sua origem também. A mente é social tanto em sua origem quanto em sua finalidade. Natureza da Interação Simbólica: a proposta de Herbert Blumer Ser humano age de acordo com que as coisas adquirem sentido para si. O sentido destas coisas é derivado. Surge da interação social que alguém estabelece com seus companheiros. Tais sentidos são manipulados e modificados pelo processo interpretativo do sujeito. Interpretar para dar sentido Utilização dos sentidos envolve um processo interpretativo em duas etapas: 1. Aponta a si mesmo as coisas que lhe dão sentido. 2. Interpretação significa a forma de manipulação dos sentidos. A interpretação é um processo formativo e não uma aplicação sistemática de sentidos já estabelecidos. Ação Conjunta ou Coletiva Necessidade das partes interagentes assumirem o papel do outro. Ação conjunta: diferente do somatório de ações. Embora ações conjuntas exibam aparentemente formas estabelecidas e repetitivas de ação, cada uma dessas instâncias deve ser formada novamente. A Vida Social Por detrás da fachada da ação conjunta percebida objetivamente, há um conjunto de sentidos com vida própria que sustentam essa ação conjunta. ”Não é verdade que são as regras que criam e sustentam a vida em grupo, mas, ao contrário, é o processo social de vida grupal que cria e mantém as regras”. Um pouco mais do Interacionismo Simbólico Sugestão Leituras Erving Goffman Manicômios, Prisões e Conventos Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada Referência HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. 11 ed. Petrópolis: Vozes, 2007. Capítulo: A interação simbólica (pp. 25- 47).