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Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Lipídios I Fontes de ácidos graxos e lipídios de armazenamento Prof. Dr. Helotonio Carvalho Unidade Curricular de Bioquímica Estrutural Diadema, 2º semestre de 2013 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Lipídios ou gorduras Principal característica comum – insolubilidade em água Grupo quimicamente diverso Desempenham diversas funções Principal reserva de energia – óleos e gorduras Constituintes de membranas biológicas – fosfolipídios e esteróis Outras funções: Cofatores de enzimas Transportadores de elétrons Pigmentos que absorvem luz Âncoras hidrofóbicas Agentes emulsificantes Hormônios Mensageiros intracelulares Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Síntese abiótica de várias moléculas orgânicas Aminoácidos Purinas Polímeros de aminoácidos ... e também ácidos graxos! (solução aquosa de amônio e cianeto, aquecida a 90 oC por 18 h) De onde vieram? Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Um dos modelos de protocélulas Membranas de ácidos graxos Formação de micelas, bicamadas e lipossomos Propriedades distintas das membranas modernas – permitem a entrada de pequenos compostos químicos É possível que tenham fornecido um ambiente interno para as reações químicas Fissão como mecanismo de crescimento e evolução Mansy et al, Nature 454: 122, 2008. E que importância tiveram? Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Lipídeos de membrana e de armazenamento Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Ácidos graxos Forma de estoque de energia quase universal Ácidos carboxílicos Grupo carboxila – região polar Cadeia carbônica R – região apolar Fórmula geral: R–COOH Grupo R Cadeia carbônica longa Não ramificada Número par de átomos de carbono Saturada ou com uma ou mais insaturações Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Classificação dos AGs quanto à cadeia carbônica Tamanho Cadeia curta: dois a quatro átomos de carbono Cadeia média: seis a dez átomos de carbono Cadeia longa: acima de 12 átomos de carbono (até 36) Presença de insaturações (duplas ligações) Saturados: não possuem insaturações na molécula Insaturados: possuem uma (monoinsaturados) ou mais de uma (poliinsaturados) insaturação na molécula Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Características dos AGs de acordo com a cadeia carbônica AG saturado Forma estendida é o estado de menor energia Permite melhor empacotamento Ponto de fusão maior AG insaturados Configuração cis produz ângulos de 30° Dobramentos rígidos diminuem interações Ponto de fusão menor Células humanas contêm 2 x mais AG insaturados do que saturados Variações entre tecidos e com a dieta Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Conteúdo médio de diferentes ácidos graxos em alguns alimentos Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Ligações cis e trans em ácidos graxos Na grande maioria dos ácidos graxos a dupla ligação possui configuração cis. Ácidos graxos trans são produzidos pela fermentação no rumem de animais que produzem leite e portanto são encontrados em derivados lácteos e em carne. Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Ácidos graxos trans também são produzidos pela hidrogenação de óleos de peixe ou de vegetais. A hidrogenação parcial de duplas ligações é usada na indústria para transformar óleos em gorduras que são sólidas à temperatura ambiente, mas se liquefazem durante o cozimento. A produção de ligações trans é um efeito colateral da hidrogenação. Devido à correlação de gorduras trans com níveis aumentados de LDL LDL (colesterol ruim) e níveis diminuídos de HDL (bom colesterol) é recomendado evitar o consumo de grandes quantidades de ácidos graxos trans. Ácidos graxos trans Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Influenciado por: Comprimento da cadeia carbônica Grau de insaturação Arranjo quase cristalino das cadeias saturadas é estabilizado por muitas interações hidrofóbicas. Portanto, maior energia térmica necessária para o desarranjo e a temperatura de fusão é maior. Ponto de fusão de ácidos graxos a) Ácido esteárico (18:0); b) ácido oleico (18:1). Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Nomenclatura de ácidos graxos Número de carbonos:número de insaturações Ex.: ácido linoleico – 18:2 Sistema : localiza todas as insaturações, numerando os carbonos a partir da extremidade carboxila Ex.: ácido linoleico – 18:2 9,12 Sistema ou n: localiza a primeira insaturação a partir da extremidade oposta Ex.: ácido linoleico – 18:2 -6 ou 18:2 n-6 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Alguns ácidos graxos comuns Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * As denominações w se referem a classes de ácidos graxos Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * 6 e 3 Ácidos graxos essenciais Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Ácidos graxos essenciais Alguns ácidos graxos são imprescindíveis ao organismo humano e não podem ser gerados pelo mesmo Duas classes de AG essenciais: 6 (ácido linoleico) – deficiência associada a problemas dérmicos 3 (ácido linolênico) – deficiência associada a distúrbios neurológicos e visuais Necessários ao funcionamento de diversos órgãos e sistemas Conversão em eicosanóides – mediadores lipídicos farmacológicos (prostaglandinas, leucotrienos, tromboxanos, lipoxinas) A razão entre ω-3 e ω-6 na dieta tem implicações na saúde Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Ácidos graxos essenciais Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) ω-6 Família do ácido linoléico Principal fonte alimentar: ácido linoléico de óleos vegetais Efeitos na saúde: Precursor de ácido araquidônico – precursor de tromboxanos e prostaglandinas Reduzem níveis de colesterol no soro; pouco efeito sobre triacilgliceróis. Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Inibição por algumas drogas esteróides NSAIDs = drogas antiinflamatórias não esteróides, como aspirina, acetaminofeno e ibuprofeno Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Múltiplas funções parácrinas Funções reprodutivas, inflamação, febre, dor, coagulação, regulação da pressão sangüínea, secreção de suco gástrico, etc... Derivados de ácido araquidônico (20:4 5,8,11,14), que por sua vez é um 6. Três classes: Prostaglandinas (PG) Tromboxanos Leucotrienos Eicosanóides Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Funções dos eicosanóides Prostaglandinas (PG) Regulam síntese de AMPc Coordenam contração muscular na menstruação e parto Afetam fluxo sangüíneo em órgãos específicos Elevam temperatura corpórea e causam dor e inflamação Tromboxanos Produzidos nas plaquetas Atuam na coagulação sangüínea e redução do fluxo sangüíneo no local de coagulação Leucotrienos Potentes sinais biológicos Contração de músculo liso no pulmão no choque anafilático Excesso – ataques asmáticos (alvo de drogas esteróides antiasmáticas, como a prednisona) Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Bloqueia o acesso ao sítio ativo da enzima que transforma o araquidonato em prostaglandina H2 O bloqueio desta etapa afeta muitas vias de sinalização – efeito de amplo espectro da aspirina sobre inflamação, febre, dor e coagulação Mecanismo de ação da aspirina Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) ω-3 Família do ácido linolênico Principal fonte dietética: ácido eicosapentaenóico (EPA) (20:5) de certos peixes oceânicos e óleos de peixes Efeitos na saúde: Causam redução modesta nos níveis de colesterol e significativa de triacilglicerídeos no sangue. Diminuem agregação plaquetária – redução do risco de doença cardíaca Tipos diferentes de tromboxanos e prostaglandinas do que os produzidos por ω-6. Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Ácidos graxos na circulação Ácidos graxos livres circulam no sangue ligados não-covalentemente a proteína – albumina sérica. Formas esterificadas, onde os grupos carboxílicos estão ligados a ligações éster, são ainda mais apolares e insolúveis em água. São carregados por lipoproteínas. Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Triglicerídeos ou triacilgliceróis Ésteres do álcool glicerol Uma molécula de glicerol Três moléculas de ácido carboxílico (grupo acila = grupo alquila ligado a carbonila) Simples – compostos por um único tipo de ácido graxo nas três posições Nomeados pelo ác. graxo que contêm. Ex. triestearina, tripalmitina, trioleína. Misto – mais comuns Nome e posição devem ser especificados Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Funções dos triacilgliceróis TG formam depósitos de combustível metabólico Gotículas de óleo no citossol aquoso Adipócitos – células especializadas no estoque de TG em vertebrados Sementes – energia e precursores biossintéticos para a germinação Lipases – enzimas que catalisam a hidrólise de TG estocados, liberando ácidos graxos para exportaçãopara outros tecidos Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Estoque de triacilgliceróis Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Os átomos de carbono dos ácidos graxos são muito mais reduzidos do que os de açúcares, rendendo o dobro de energia por grama na oxidação dos mesmos Triacilgliceróis são mais hidrofóbicos, portanto o organismo carrega menos peso pela hidratação associada a polissacarídeos 15-20 kg de TG – energia suficiente para meses Todo o depósito de glicogênio – menos de um dia Triacilgliceróis vs amido e glicogênio Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Outras funções dos triacilgliceróis Isolamento térmico contra baixas temperaturas Hibernação – propósito duplo: fonte de energia e isolamento térmico Flutuabilidade – cachalotes Órgão espermacete – 4 toneladas de óleo Óleo solidifica em temperaturas mais baixas e fica mais denso facilitando o mergulho em altas profundidades Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Alimentação - misturas complexas de TG simples e mistos Óleos vegetais – TG com ác. graxos insaturados, líquidos à temperatura ambiente Hidrogenação – sólidos Gorduras (carne) – TG com ác. graxos saturados, sólidos à temperatura ambiente Rancidez em alimentos ricos em gordura – oxidação de insaturações, liberando aldeídos e ác. carboxílicos voláteis Fontes dos triacilgliceróis Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009 * Bioquímica Estrutural - UNIFESP Diadema - 2009
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